Por todo o lado, num teimoso absurdo, crescem novos empreendimentos, sempre “de luxo” com nomes impantes com Príncipes e Duques à mistura com Palaces, Places, Residences e Terraces.
A Baixa deserta, as grandes avenidas dia-a-dia destruídas; as lojas antigas dão lugar a assépticas cadeias, sítios de comer-a-correr; Lounges e Chill Outs, com ambientes importados que se dizem sofisticados. Lisboa abafa, roubam-lhe o ar, roubam-lhe a luz, roubam-lhe o rio, roubam-lhe a memória e a vida. E agoniza perante uma modernidade bruta e parola que a ignora, que lhe é imposta.
É urgente travar a destruição desta cidade assombrosa e milenar.
É urgente protegê-la e proteger quem aqui vive.
É urgente amá-la e oferecê-la como ela é, única, genuína, nossa!
Ana Alves de Sousa
06/02/2012
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4 comentários:
"Lounges e Chill Outs, com ambientes importados que se dizem sofisticados. Lisboa abafa, roubam-lhe o ar, roubam-lhe a luz, roubam-lhe o rio, roubam-lhe a memória e a vida. E agoniza perante uma modernidade bruta e parola que a ignora, que lhe é imposta."
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Epááá!!! Isto é dito pelos mesmos que deram vivas à renovação do Cais Sodré e que diziam que antes era muito mal frequentado?!!!!
Mais uma vez os principais membros do cidadania lx em contradição!!! Decidam-se das ideias então! Ah já sei, não têm ideias, o interesse é mesmo falar mal por falar, faça-se assim ou faça-se assado!
bonito, parece Cesário Verde!
mas discordo. esta nostalgia por algo que era pior do que temos agora não faz sentido. as lojas antigas se não estão cá é porque não merecem estar pois não se souberam adaptar ou não se podiam adaptar.
Tantas banalidades, tanta indignação de café e tanta urgência! A Baixa deserta? As grandes avenidas destruídas? Cadeias assépticas e comida-a-correr? Ambientes importados?...
Isto é que é agonizar a sério! Antes que a cidade "milenar" (como as árvores "centenárias", em Lisboa parece que são todas...) faleca mesmo o melhor é divorciar-se, não?
Amar Lisboa assim é como casar com um homem e querer fazer dele outro - ou seja: obstinação em vez de amor.
É só poetas...
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