20/11/2006

Quem defende o património da cidade de Lisboa?


Os trabalhos preparatórios para a construção dos edifícios que irão receber a Agência Europeia de Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, em terrenos tutelados pela Administração do Porto de Lisboa, no Cais do Sodré, conduziram já ao abate de dezenas de árvores. Tal devastação sobre espaços verdes fundamentais para a cidade e quando o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Prof. Carmona Rodrigues afirma que " O futuro PDM de Lisboa, que actualizará o de 1994, ainda em vigor, aumentará a área destinada aos espaços verdes", configura a forma de Crime Ambiental pelo qual a cidade de Lisboa, nomeadamente os seus espaços verdes devem ser ressarcidos. Entre o património de valor incalculável ameaçado pelas obras entretanto iniciadas conta-se o edifício onde estiveram instalados os dois relógios da Hora Legal; o primeiro de 1914 a 2001 e o segundo, de tecnologia digital e "design" mais moderno, colocado posteriormente e que recentemente foi retirado. Hoje existe apenas o espaço circular que os albergou.

A Associação Lisboa Verde faz um apelo à intervenção activa das autoridades competentes e da população em geral para que:

-Seja preservado o edifício emblemático do Cais do Sodré, onde esteve instalado o Relógio da Hora Legal, junto do qual passam diariamente milhares de pessoas e onde tantas tiveram a possibilidade de acertar os seus relógios;
-O Relógio da Hora Legal possa voltar ao seu local de origem;
- Seja respeitada a GLICÍNIA, trepadeira centenária que "abraça" o edifício em causa e dele faz parte integrante, evitando que também ela sofra o destino das muitas dezenas de outros seres vivos já ali sacrificados.

João Pinto Soares
Associação Lisboa Verde

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