07/11/2006

Requerimento ao Sr.Presidente da CML

"Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Excelência

NUNO FRANCO CAIADO, morador no Bairro Alto, com o e-mail nunocaiado@sapo.pt, vem respeitosamente requerer que V. Exa. se digne autorizar o pagamento de uma factura de táxi referente a uma viagem entre um outro bairro da cidade e o local onde reside, com base nos fundamentos seguintes:

1 no último sábado dia 04Nov2005, ao regressar a casa cerca das 00:30h, não me foi possível encontrar qualquer lugar de estacionamento num perímetro muito alargado em redor de minha casa pelo que, após 01:10h de percorrer ruas em carrossel em vãs tentativas para estacionar, tive que recorrer à garagem de familiares noutro bairro da cidade e regressar a casa de táxi, o que acontece pela 6ª vez este ano;

2 tal é devido à ausência de qualquer espaço para estacionar destinado aos moradores, já que centenas de carros de forasteiros utilizadores dos inúmeros restaurantes e bares do bairro enchiam por completo as suas ruas, bloqueando passeios e a normal a circulação dos autocarros e das viaturas de recolha de lixo, ou seja, enquanto os moradores sofriam para estacionar, outros fazem-no livre e impunemente, s em todos os lugares, legítimos e ilegítimos (no limite, o morador estaciona e dorme em segunda fila no Príncipe Real até às 4 da manhã à espera de lugar, como já aconteceu a um vizinho);

3 resta relembrar que os princípios do bom senso, da lei e da ordem, esperados nas sociedades organizadas, estão desparecidos há muito: o estacionamento que é referido nas placas de trânsito como tarifado para não-moradores é, de facto, completamente gratuito em toda a zona já que a EMEL está desaparecida há muito anos da zona, deixando como herança apenas alguma saudade e enferrujados e inúteis parquímetros; quanto ao código da estrada não é aplicável neste pedaço de território, mesmo que em suave interpretação, pois pode-se estacionar em qualquer lado, bloquenado ruas, em cima de passeios, nas curvas, mesmo bloqueando portas, sem que daí decorra qualquer sanção ou acção policial, mesmo que simbólica: é a impunidade completa, com a lei do mais forte e mais rápido a imperar (desde já coloco-me inteiramente à disposição de chefes de polícia e autoridades municipais ou outras para conduzir um beve passeio por volta da hora de jantar de uma 6ª fª, o que seria muito recomendável para perceberem in loco o panorama que descrito, só pode pecar por defeito);

4 uma verificação sumária confirmou o que é sobejamente conhecido: a quase totalidade das viaturas estacionadas na ruas do Século, Academia das Ciências, Nova do Loureiro, Eduardo Prado Coelho, D. Pedro V, Luísa Todi, Palmeiras, na Travessa do Abarracamento de Peniche, no Príncipe Real, Calçada da Patriarcal e adjacentes, etc., não possuíam o respectivo selo da EMEL, o que foi re-confirmado no dia seguinte às 09:30h quando existiam largas dezenas de lugares onde horas antes nem um alfinete mais cabia; o mesmo sucedeu com os parques de estacionamento pago na zona;

5 embora agravada aos fins de semana, a situação descrita ocorre diariamente com a tradicional e total benevolência, passividade e conivência (ou criminosa cumplicidade?) da PSP e da polícia municipal e todos os serviços municipais com alguma responsabilidade na matéria (desde já solicito que não seja desmetido, ou se o entender fazer, que me apresente provas de uantos carros foram autuados, bloqueados e rebocados nessa noite, ou se preferir uma estaistica mais alargada, poderá apresentar os dados deste ano);

6 a situação descrita não é inédita, tem décadas, é recorrente (é vulgar aguardar 20-30 min por um lugar) e sempre em prejuízo dos moradores e em benefício de terceiros;

7 numa reunião ocorrida no remoto mês de Dez2004 entre moradores, um funcionário superior da CML (engº Caetano Gomes) e um representante da EMEL foi prometido que até Fev2005 seria realizada a reparação dos parquímetros e reposta a fiscalização por parte da EMEL com apoio da polícia municipal; mas até ao momento (mais de ano e meio depois do prazo limite) nada, mas rigorosamente nada, tenha acontecido, pelo que
concluiu que se tratou de mais uma mera manobra desonesta e dilatória;

8 até ao momento nunca tive o prazer de ter recebido qualquer resposta às várias missivas dirigidas aos presidentes da CML ou seus veradores relativas ao problema nunca frontalmente encarado do estacionamento nesta parte do Bairro Alto.

Confiando no superior discernimento e bondade de V. Exa., pede deferimento,
Lisboa, Bairro Alto, 07Nov2006

com conhecimento a
Exmo. Senhor Secretário de Estado da Adminsitração Interna
Exmo. Senhor Secretário de Estado da Adminsitração Local
Exmo. Senhor Comandante do COMETLIS PSP
Exmo. Senhor Comandante da DT PSP Lisboa
Exmo. Senhor Comandante da Polícia Municipal
Exmos senhores Presidentes das Junta de Freguesia do Bairro Alto
comunicação social e todos os cidadãos e organizações a quem consiga transmitir esta mensagem
"

2 comentários:

Anónimo disse...

Os forasteiros vêm de automóvel para o centro histórico e estacionam de borla onde lhes apetece. Os moradores que se quer atrair para o centro da cidade têm de ir estacionar ao súburbio e apanhar um táxi para chegar a casa.
Patético!
Quantos dos nossos autarcas viverão no centro da cidade?
LPC

Anónimo disse...

Quantos vivem não sei. Mas a vereadora do urbanismo vem todos os dias de palmela. Será isso um indicador?