09/07/2007

Presidente da Gebalis recusa demitir-se após caso de concerto de apoio a Carmona

In PUBLICO/Lusa (9/7/2007)

«O presidente da Gebalis, Francisco Ribeiro, recusou-se hoje a demitir-se em resposta ao PSD, que exigiu o seu afastamento da empresa por alegado financiamento da promoção de um concerto de apoio à campanha de Carmona Rodrigues à presidência da Câmara de Lisboa.

O PÚBLICO avança na edição de hoje que a empresa municipal Gebalis, que gere os bairros sociais da Câmara de Lisboa, fez propaganda de um concerto, no Bairro das Salgadas, com Toy, autor do hino de campanha de Carmona Rodrigues, que concorre como independente as eleições intercalares do próximo domingo à presidência da autarquia.

Para o PSD, tratou-se de um caso de financiamento encapotado, tendo o candidato do partido à Câmara de Lisboa, Fernando Negrão, exigido hoje a demissão do presidente da Gebalis e anunciado que irá apresentar uma queixa à Comissão Nacional de Eleições, por considerar "inadmissível usar o dinheiro público para financiar uma campanha eleitoral".

Francisco Ribeiro considera que “há uma componente de perseguição política" na exigência de demissão "sem fundamento" da parte de Fernando Negrão.

Para o presidente da Gebalis, sétimo candidato na lista independente de Carmona Rodrigues ao executivo camarário e que ainda é militante do PSD, o pedido para a sua demissão "não faz sentido algum, dado que o concerto não se realizou". Sublinhando que o espectáculo foi cancelado "mal se percebeu que podia haver problemas e acusações de aproveitamento", Francisco Ribeiro realçou ainda que o concerto de Toy "estava previsto desde o início do ano, quando ainda não se sabia que iam realizar-se eleições".

"O único encargo que a Gebalis tem com a campanha eleitoral é o pagamento ao dr. Sérgio Lipari, que, depois de deixar de ser vereador, nunca mais pôs os pés na empresa, pondo férias ou licença, para agora andar atrás do dr. Fernando Negrão", afirmou o presidente da Gebalis, recordando que Lipari é candidato do PSD nestas eleições intercalares.

Carmona Rodrigues acusa PSD de "perseguição política"

Numa reacção ao pedido de demissão do PSD do seu apoiante na candidatura à presidência da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues considerou estar-se perante um caso de "perseguição política". "É um 'fait divers'. É uma perseguição política a um militante do PSD que me apoia. Se calhar, há muitos militantes do PSD a apoiar-me e isso está a causar descontentamento", afirmou, à margem de um almoço com associações de moradores na Casa de Castro d'Aire, no Bairro de Marvila.

Para Carmona Rodrigues, "há que não misturar as coisas", dado que Toy o apoia "por sua livre vontade", mas também é "um excelente profissional" que tem espectáculos como os de animação dos bairros de Lisboa, "há alguns anos", como o anunciado pela Gebalis. "Nessa altura [nos concertos] não está a fazer campanha por ninguém, está a fazer o seu trabalho", reforçou o candidato independente.

"As coisas não se misturam. Quem as quiser misturar está a atirar poeira para os olhos dos lisboetas e a não falar verdade", concluiu.

Manuel Monteiro subscreve pedido de demissão do PSD

Além do PSD, também a candidatura do Partido da Nova Democracia à autarquia lisboeta pediu o afastamento do presidente da Gebalis. Em comunicado, a lista encabeçada por Manuel Monteiro afirma que a candidatura de Carmona Rodrigues "está a utilizar através da Gebalis, Empresa Municipal, dinheiro dos contribuintes para organização de festas e contratação de cantores".

"A lista da Nova Democracia lembra que o presidente da Gebalis é candidato na lista do prof. Carmona Rodrigues e o cantor contratado para a referida festa tem sido utilizado nas acções de campanha do ex-presidente da câmara", lê-se na nota.

Por isso, a lista da Nova Democracia considera que esta situação "é inadmissível e deve motivar a demissão imediata do Presidente da Gebalis ou a sua renúncia de candidato na lista 'Lisboa com Carmona'".
»

É uma vergonha, e dupla, porque não percebo como é que um netinho tão bem comportado, de uma senhora vizinha de quem eu muito gostava, com quem me cruzei várias vezes no elevador, virou apoiante de semelhante candidato; se fosse com PSL, que foi quem lhe abriu as portas da CML, ainda percebia, mas com este?

Sem comentários: