02/02/2012
Piscinas do Areeiro, Olivais e Campo Grande não reabrem no Verão, como prometido
Vandalismo é evidente no Areeiro
Por Cláudia Sobral in Público
Vereador do Desporto garante que a viabilidade dos projectos não está ameaçada, mas os contratos com as duas empresas espanholas que farão as obras ainda não foram assinados
A promessa de reabertura das antigas piscinas dos Olivais, Campo Grande e Areeiro já no próximo Verão - depois de reconvertidas em ginásios por duas empresas espanholas que ganharam o concurso público internacional lançado pela Câmara de Lisboa há um ano - está longe de vir a ser cumprida. Isto porque, numa altura em que as obras já deviam estar em curso, os contratos ainda nem sequer foram assinados. Enquanto isso, os três equipamentos desportivos continuam a ser vandalizados.
"Houve um processo burocrático muito complexo", por se tratar de empresas estrangeiras, explica o vereador do Desporto da autarquia, Manuel Brito, que garante que os contratos serão assinados dentro de pouco tempo e que a viabilidade da reconversão das piscinas não está ameaçada. "Vou assinar muito brevemente os contratos", assegura. "Os projectos estão prontos".
Um dos factores que atrasaram todo o processo, revelou o autarca, foi o aumento de IVA de seis para 23% na prática de actividades físicas e desportivas. "Isso veio baralhar o estudo económico e as empresas tiveram de reformular os seus estudos", conta o vereador. "Teve de haver, digamos, muita diplomacia da nossa parte para não desistirem."
Quanto às condições iniciais, Manuel Brito disse que não foram renegociadas. Nesse caso, manter-se-ão as concessões dos espaços por 40 anos em troca de as empresas pagarem as obras de reconversão dos espaços - totalizadas em 22,5 milhões de euros - e transferirem três por cento dos lucros anuais para a câmara. O vereador frisou que será criada uma comissão mista de acompanhamento do projecto e da gestão, com a presença de técnicos independentes.
O caso dos Olivais, apesar das diligências para que as obras arrancassem em Janeiro, é para o vereador aquele que está em fase mais adiantada. Falta "só acertar uma data" para a assinatura do contrato com a Ingesport, empresa que também ganhou o concurso para a piscina do Campo Grande. Para esta última piscina, "a documentação está toda pronta", mas falta decidir a localização do estacionamento. O processo da piscina Areeiro, a concessionar à Sidecu, "deve estar terminado dentro de três semanas, um mês". O PÚBLICO contactou a Ingesport e a Sidecu para saber em que ponto estão as negociações com a câmara mas não teve resposta em tempo útil.
Espaços vandalizados
Enquanto não avançam as obras, os três equipamentos desportivos vão sendo vandalizados. E o cenário de destruição é visível até do exterior, com grande parte dos vidros partidos, vedações cortadas e portas arrombadas. Apesar de Manuel Brito garantir que tem havido vigilância e não ter conhecimento de "intrusões", basta uma visita aos locais para perceber que a entrada é muito fácil. Pelo chão, há mesmo vestígios de que os espaços são habitualmente frequentados, como garrafas, embalagens de comida, maços de tabaco vazios ou embalagens de preservativos.
Porém, segundo fonte municipal, a vigilância não é regular e, "de vez em quando, vai-se lá e corre-se com indivíduos". "Nos Olivais havia já um acampamento", contou a mesma fonte. O presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, José Rosa do Egipto, acredita que em Março ou Abril do próximo ano o Centro Desportivo dos Olivais esteja de novo em funcionamento. E, embora não tenha conhecimento daquela invasão, não estranha. "O vandalismo não é de hoje nem de ontem e as coisas têm vindo a agravar-se de dia para dia."
Já Rui Pessanha da Silva, presidente da Junta de São João de Deus, onde fica a desactivada Piscina Municipal do Areeiro, diz saber que já houve toxicodependentes que lá pernoitavam.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Ah, e eu a pensar que, tendo elas chegado ao estado em que estão nesta altura do campeonato, iam abrir no próximo Verão.
Que grande decepção!
Compreende-se, como não estamos na UE, isso de serem empresas espanholas, ainda por cima de outro continente, deve causar imenso incómodo, sobretudo se forem catalãs e se recusarem a falar castelhano...
Ele é cada desculpa mais esfarrapada..
Enviar um comentário