02/02/2012

Protocolo para viabilizar nova sede da EDP na Avenida 24 de Julho avança sem consenso



Por Luís Filipe Sebastião in Público

Proposta de protocolo só passou com voto de qualidade do presidente da autarquia. Vereadores do PCP e dois independentes abstiveram-se

A Câmara de Lisboa aprovou ontem uma proposta de protocolo com a EDP destinado a viabilizar a construção da sede da empresa junto à Av. 24 de Julho. O documento é considerado "ilegal" pelo PSD e CDS-PP, por não ser precedido do contrato de urbanização exigido no regulamento do plano de pormenor da zona.
Segundo a proposta do vereador Manuel Salgado (PS), a EDP está disposta a antecipar as suas obrigações no contrato de urbanização, no estudo prévio de reperfilamento da Av. 24 de Julho e execução de infra-estruturas, entre o Cais do Sodré e Santos. O protocolo consagra que a emissão de alvará fica condicionada à publicação do Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente, e "à prestação de garantia bancária" que garanta o contrato de urbanização, com os diversos proprietários ou "apenas" a EDP. Em 21 de Dezembro foi deferido o licenciamento da nova sede da EDP. O projecto, de acordo com os serviços de Urbanismo, "cumpre os parâmetros urbanísticos" do plano: oito pisos acima do solo e seis em cave; área total de construção de 46.258m2, para comércio e serviços, e 481 lugares de estacionamento público e privado.
O protocolo, para o vereador António Carlos Monteiro (CDS-PP), "é ilegal porque permite que a EDP avance com a construção da sede sem se fazer um contrato de urbanização", como estipula o plano de pormenor, com as obrigações de todos os proprietários. Victor Gonçalves também clama contra a "ilegalidade" da falta do contrato de urbanização, que "visa apressar a intervenção da EDP" sem acautelar interesses municipais. O autarca do PSD mostra-se preocupado com eventuais encargos até "cinco milhões de euros" para a câmara com o regime de cedências no protocolo. Ruben de Carvalho (PCP) absteve-se por defender que o plano para a zona devia ser um só (e não Nascente e Poente). Como os independentes Helena Roseta e Nunes da Silva também se abstiveram, António Costa usou o voto de qualidade para aprovar o protocolo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se por um lado me faz imensa impressão que aquela zona central de Lisboa continue há muitos anos sem aproveitamento, a construção ali de edifícios como aqueles, de oito pisos acima do solo e seis em cave, é de loucos.