Poderá ser impedida uma barbaridade “pato-bravesca” se houver alguma capacidade mediática contra mais uma destruição do património arquitectónico de Lisboa e da memória dos seus escritores. Trata-se da casa onde viveu e morreu Almeida Garrett em 1854 em Santa Isabel e que recentemente viu aprovado o projecto que prevê a sua demolição. Isto já seria um atentado cultural mas para além disso o casa só por si é bem bonita, com uma fachada de azulejos numa rua que mantém algum charme. Nunca se deveriam demolir casas com esta qualidade, senão Lisboa torna-se um subúrbio de si mesma, já nem os turistas cá querem vir.
Por cima da porta principal, encontra-se uma lápide referindo a efeméride. Mas isso não foi suficiente para que os interesses imobiliários não falassem mais alto. Este caso já é do domínio público pois saiu um artigo na Grande Reportagem do passado dia 11 de Setembro e a Raquel Henriques da Silva escreveu um artigo no Jornal Público no mês de Setembro de 2004. O artigo cita Eduarda Napoleão da Câmara Municipal de Lisboa que diz " Perguntámos se na Cultura tinham interesse na casa e por isso o processo de demolição está suspenso até haver uma resposta".
O “burburinho” aumentou e numa recente sessão camarária um vereador da oposição questionou esta decisão da autarquia. Mas parece que os interesses imobiliários e a burocracia estão a levar a melhor. A justificação é que o projecto já tinha sido autorizado pela anterior gestão autárquica e que esta limitou-se ar rectificar.
Isto é um perfeito disparate, este ano em que se comemoram 150 anos da morte deste insigne escritor seria altura de proceder à sua recuperação, uma vez que a mesma não foi objecto de alterações mantendo-se a sua traça original. Até quando estas barbaridades?!
Na Holanda tudo se preserva. Como querem assim atrair os turistas?
Sancha Trindade e Bernardo Ferreira de Carvalho
08/10/2004
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1 comentário:
Quero deixar aqui os meus parabéns pela iniciativa de arrancarem com este blogue. Agradeço ao Paulo Ferrero a gentileza de me ter informado. E, tal como no caso da petição para o Odeon, podem contar com a minha colaboração naquilo que me for possível.
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