30/11/2009

PERIGO na Rua da Misericórdia


Para quem está a planear um passeio pelo Chiado:
ATENÇÃO ao mau estado de conservação das caixilharias na Igreja dos Italianos no Chiado! Alguns dos vãos, nomeadamente da fachada lateral na Rua da Misericórdia, constituem um perigo para as milhares de pessoas que circulam diariamente no passeio. Numa das caixilharias podemos observar um vidro em processo de deslizamento. Em caso de queda sobre a via pública poderá provocar um acidente muito grave. O Departamento de Reabilitação e Conservação Urbana da CML já foi alertado para este problema.

Explicações, debates et al.

Porque é que explicações como esta, que fazem sentido - o que não significa que sejam as melhores opções, claro - e podiam alimentar um debate, só aparecem depois do facto consumado?

Baixa de Lisboa: vai um cafezinho?

Comerciantes da Baixa lisboeta vão voltar a adoçar as vendas de Natal entre terça-feira e dia 20 ao oferecer pastéis de nata, cafés, chocolates quentes e bilhetes para o teatro numa tentativa de atrair mais clientes.

No ano passado, quando a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina promoveu a iniciativa pela primeira vez, os consumidores «acharam interessante» receber senhas para um pequeno lanche - um pastel e um café - ao fazer compras, em alguns casos com um valor mínimo exigido.

Durante uma semana, 2500 clientes receberam uma senha, utilizada depois em pastelarias da zona.

In Agência Financeira

Poupança

O Governo queixa-se de que com o adiamento da entrada em vigor do novo código contributivo perde 700 milhões de euros. Eu espero que desse montante se possam deduzir os 500 milhões que a ampliação do Terminal de Contentores iria custar, se não houvesse derrapagens (o que é, estatisticamente, pouco provável).

E com um bocadinho de sorte e de bom senso da parte da oposição o Governo vai ver que ainda acaba a poupar dinheiro.

Outros países ... outros critérios






Chegado por e-mail:


«Procurei nas minhas fotos antigas, estas fotos de árvores num jardim inglês e japonês que apesar de estarem quase no chão, ou quase mortas, com o tronco completamente ôco, foram preservadas e mantidas em pé por estacas . Até ao "último suspiro de vida"...! Não consigo entender donde nos vem esta falta de amor, quase ódio, pelas árvores. . As podas mutilantes que se fazem. A facilidade com que se cortam, como se as árvores fossem legumes que crescessem numa estação. Esquecem-se que muitos de nós não veremos nunca mais essas novas árvores adultas.

No total são cinco fotos. Vai num segundo mail.

Teresa Sampaio»

Orçamento Participativo 2010

Uma vez que este ano só se pode apresentar um projecto/ideia por participante, seja ele individual ou em nome colectivo, aqui fica a contribuição do Fórum Cidadania Lx:

Caro(a) Forum Cidadania Lx,

Esta foi a proposta que inseriu:
Título: Pedonalização do Largo de São Vicente e instalação de pilaretes na Rua da Voz do Operário
Número de proposta: 392

Localização:
São Vicente de Fora

Largo de São Vicente e Rua da Voz do Operário

O conjunto urbano do Largo de S. Vicente e Rua da Voz do Operário constitui um dos piores exemplos de espaço público privatizado para estacionamento de viaturas particulares. Nos Bairros Históricos, onde há falta de jardins e espaços abertos, é inaceitável continuar a tolerar este tipo de ocupação nos arruamentos emblemáticos da capital. Todos os cidadãos têm direito a usufruir dos largos de Lisboa. O bem comum tem de ser promovido e defendido pela CML. Solicitamos a requalificação do Largo de São Vicente (pedonalização) e da Rua da Voz do Operário (instalação de pilaretes).

Câmara Municipal de Lisboa (2009-11-29)

Portas azuis sobrevivem em edifícios degradados

In Diário de Notícias (30/11/2009)
por FÁTIMA ALMEIDA


«Lisboa acordou com um mistério: o das portas azuis. Algumas casas abandonadas no centro da capital ganharam uma nova expressão, através da pintura de um azul índigo que cobria o cimento e os tijolos das portas. A cor é inspirada na obra do artista francês Ives Klein, que a associava a ideias vinculadas à liberdade. Trata-se de um projecto de arte pública, na forma de textos poéticos e pintura mural, o [dom] - da Onda Magnética -, que se iniciou em Maio de 2008, sob a direcção do artista catalão, Blai Mesa.

Passado mais de um ano, dez das 11 portas que integraram a iniciativa continuam a exibir as frases poéticas sob o azul Internacional. Os prédios não foram recuperados, mas o alerta permanece e continua a permitir questionar as situação deplorável dos mesmos. As portas azuis são ainda uma metáfora para o diálogo e a passagem para um espaço de reflexão.

A porta que já não está pintada fica em frente ao Jardim do Príncipe Real, e foi substituída por uma porta de metal. "Não sabemos se foi por coincidência mas passado pouco tempo a porta foi substituída", disseram Catherine Boutaud e EkoFive, dois dos artistas, adiantando que é um sinal positivo.

A porta situada na Avenida da Liberdade é a única gráfica. Nela estão contidos os elementos que identificam o projecto, disse ao DN EkoFive, autor da intervenção. "A ponte é um sinónimo de união, de passagem para outra margem, de caminho" . O graffiter e designer português entrou no projecto quando viu da janela do seu ateliê alguém pintar uma porta azul. "Como já tinha esta ideia, desci e fui lá falar com ele, primeiro pensei que era um funcionário da Câmara, mas afinal era arte urbana".

Nas outras dez portas foram inscritas frases poéticas, para as quais a inspiração é a cidade e tudo o que a inspira, como o poeta Fernando Pessoa. Na rua Bernardo Lima, sobre o azul ultramar da porta continua a ler-se: "Sobre o asfalto da razão sobrevive a lógica do sensível". "Apesar de ter sido um catalão e um francesa a fazer as frases nós sabemos o que representou Salazar para os portugueses, disse Catherine Boutaud, sobre a frase inscrita na casa que foi daquele político. Na Rua Sousa Martins lê-se "Há: incerteza deliciosa", inspirada na frase tradicional que se vê em cafés e restaurante". As escolhas visaram "reforçar o vínculo do projecto com o universo gráfico da cidade".

O projecto chegou este ano à cidade de Tarragona, Espanha, pelas mãos de Blai Mesa, e outros artistas (ver caixa). Em relação a Portugal, "vai continuar vivo". E mais portas poderão surgir de azul, revelou, ao DN, EkoFive.

O objectivo foi sempre continuar com o projecto, para que o diálogo com a cidade seja permanente, através de linguagens criativas, como a "poesia, pensamento, e desenhos principalmente", alguns deles graffiti, que nada têm a ver com o bombing, os chamados Tags, que encontramos na rua", explicou.

Para os autores do projecto "a fusão entre espaço público e arte é capaz de gerar conhecimento, assim como dinâmicas criativas e positivas para a comunidade.»

...

Por instantes pensei que a cor azul tivesse voltado aos caixilhos do Bairro Azul, mas não.

Mau gosto e necessidade duvidosa

In Público (30/11/2009)


«É difícil acreditar que a Câmara Municipal de Lisboa tenha aprovado o projecto para a edificação da nova igreja do Restelo, sobretudo se pensarmos que a necessária autorização foi obtida durante o mandato de três presidentes da autarquia. Não sei quais os desígnios do arquitecto responsável por tamanho mamarracho, mas o resultado é simplesmente catastrófico. Mesmo que a intenção tenha sido de conotar a obra com os Descobrimentos portugueses e a consequente evangelização dos povos nativos através da representação de um barco, a volumetria excessiva, as proporções duvidosas e as cores psicadélicas chegavam para que se tivesse impedido que o projecto vingasse. O uso do minarete, com 100 metros de altura (mais consentâneo com uma mesquita do que com a simbologia de um templo cristão) só pode ter sido criado por uma imaginação delirante.

Apesar de também ser católico, custa-me aceitar que o Patriarcado de Lisboa não se tenha oposto a que se gastem milhões de euros na construção de mais esta igreja, sobretudo numa época de acentuada crise económica, mesmo que uma boa parte dos custos tenha sido suportada por doações. A realidade é que no Restelo (e à sua volta) existem variadíssimas igrejas que, além dos Jerónimos, são mais do que suficientes para as celebrações dos actos de culto. Pior do que isso, é a constatação que as mesmas nunca se encontram cheias de fiéis, mesmo durante a celebração da missa dominical. Parece, pois, descabido que se apadrinhe uma megaconstrução (ainda por cima de inegável mau gosto) quando se trata de uma obra perfeitamente dispensável.

Não seria melhor que as autoridades eclesiásticas tivessem incutido um pouco de bom senso no clérigo que a idealizou, lembrando-lhe que a generosidade dos fiéis poderia e deveria ter sido encaminhada para minorar a pobreza extrema que, cada vez mais, é o triste apanágio da sociedade em que vivemos?

Fernando Raposo de Magalhães, Lisboa»

29/11/2009

Por este o tempo não passa



No cruzamento da Avenida 5 de Outubro com a Rua Júlio Dinis

Como Desvalorizar um Imóvel

Fechar as Varandas sem qualquer critério e alguns casos deixar à vista o tijolo, colocar aparelhos de Ar Condicionado na fachada, colocar antenas parabólicas na Fachada.


Na Av. Estados Unidos da América, em Lisboa...




Algures na Pontinha...

Valorizar ou Desvalorizar um imóvel.

Desvalorizar não conservando, fechando as Varandas sem critério, colocando aparelhos de Ar Condicionado, colocando estores nas Varandas.




Valorizar conservando, não alterando a Fachada, não fechando as Varandas.




São 2 prédios contíguos na Alameda das Linhas de Torres.

CRITÉRIOS da BAIXA: Rua dos Correeiros


Rua dos Correeiros, 233 (vista das janelas da Confeitaria Nacional)

28/11/2009

«Trams are making a major comeback»

Trams are making a major comeback

Upstaged over many years by metros, buses and cars, trams are now making a major comeback. With its Citadis trams, Alstom is now the driving force behind this renewal of interest. Trams can greatly improve the quality of urban transport and often give a new lease of life to city centres. To date 1000 Citadis solutions have been commissioned from 24 cities around the world including Paris, Melbourne, Tunis, Algiers, Barcelona, Dublin, Madrid, Tenerife and Rotterdam. 30 other cities are also planning to introduce trams in the next three years.

Key facts about the Citadis:

-Powered by clean energy -Carries the same number of passengers as three busses or 150 cars
-Uses 4 times less energy than a bus and 10 time less than a car
-Provides passengers with a comfortable and pleasant ride
-Uses unique onboard monitoring and passenger information system called Agate e-Media
-Each client can customise the style of their trams to reflect a city or area to best effect

31 October 2008


Nota: Só esta empresa já forneceu mais de 1000 eléctricos para 24 cidades, principalmente na Europa, entre 1997 e 2007. Lisboa nunca mais investiu neste tipo de transporte público desde a inauguração do eléctrico de nova geração entre a Praça da Figueira e Algés em 1995. Está na altura de Lisboa voltar a ser uma cidade de eléctricos!

Foto: os novos eléctricos para DIJON e BREST

A Livraria Ulmeiro nasceu em Dezembro há 40 anos!...







Em Dezembro, o espaço onde nasceu a Ulmeiro faz 40 anos!...

Para assinalar esta data, a Lúcia e o Zé Ribeiro brindam-nos, de 28/11/09 a 31/12/09, com uma Promoção Especial de 50% de desconto em milhares de livros, objectos, gravuras, postais, pinturas, revistas e jornais antigos, etc.

A descobrir na loja na Av. do Uruguai, Nº 13A - Tel. 21. 715 13 41 (ver mapa de localização), todos os dias das 10h às 19h30, incluindo sábados e domingos.

Vai e... "Traz outro amigo também"!...








Lisboa....uma cidade rica !



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Ter edifícios desta qualidade neste estado....é mesmo um luxo. Mas talvez fosse bom relembrar que, esta rua não fica ali escondidinha em Xabregas. Não estará mesmo na hora de estudar soluções..?

27/11/2009

ELÉCTRICOS EM LISBOA vs ELÉCTRICOS NO PORTO

«Eléctricos vão regressar a Mouzinho da Silveira
Históricos subirão a rua em Junho de 2012.
Túnel em parque para descongestionar trânsito
00h30m
CARLA SOFIA LUZ

foto Artur Machado/JN
Eléctricos voltarão a subir a Rua de Mouzinho da Silveira em 2012
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Os eléctricos voltarão a subir a Rua de Mouzinho da Silveira, no Porto, dentro de três anos. A linha mudará o perfil de uma das artérias congestionadas da cidade. Hoje, os autocarros que circulam naquela rua têm quatro mil passageiros por dia.
A Câmara do Porto está a avaliar estudo de mobilidade, elaborado pela TREMNO a pedido da sociedade Porto Vivo. A análise aponta para diferentes soluções de implantação da linha. Caberá ao Município escolher aquela que melhor case o transporte público com o privado, sem a perda de estacionamento. A decisão será tomada em breve e permitirá elaborar o projecto final.
A linha, orçada em 2,19 milhões de euros a construir pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), aproximará a Praça do Infante da estação de S. Bento. A partir de Junho de 2012, dará continuidade à linha 1 (Passeio Alegre-Infante), ligando à Rua de 31 de Janeiro e à circular (linha 22) do eléctrico histórico que parte da Batalha rumo ao Carmo.
O traçado definitivo aguarda o aval camarário, explica fonte da STCP, estimando que a procura da linha 1 "venha a ser significativamente reforçada" com a extensão do percurso aos Lóios e a S. Bento. Hoje, a procura dos autocarros da STCP que circulam em Mouzinho da Silveira ascende a quatro mil utentes por dia.
"Está tudo acordado com a STCP. O anteprojecto, acompanhado do estudo de mobilidade, está a ser analisado pela Câmara. Será uma mais valia importante em termos turísticos e vai ligar a Ribeira à cota alta da cidade", esclarece Arlindo Cunha, presidente da Porto Vivo. No entanto, reconhece que a passagem dos eléctricos comporta uma adversidade, pois terá implicações no planeamento da mobilidade numa zona consolidada, onde não é possível abrir novos arruamentos, pelo menos à superfície.
A solução poderá passar pela criação de ligações viárias subterrâneas, à semelhança do que sucede em Bruxelas. "Mouzinho da Silveira é uma rua de ligação essencial entre a Ribeira e a Batalha. É uma das piores vias em afluência de trânsito nas horas de ponta", continua. Serve de atravessamento para o tráfego de Gondomar e de Gaia que se dirige à Baixa. Ao final da tarde, o circuito inverte-se, mas mantêm-se as longas filas. A "cidade subterrânea" pode colmatar a dificuldade.
Aproveitando-se a construção do parque de estacionamento no subsolo do Largo de S. Domingos, surge, segundo Arlindo Cunha, a possibilidade de um dos pisos funcionar como túnel para a circulação de viaturas até ao Largo dos Lóios (com ligação ao futuro parque do quarteirão das Cardosas já em execução). Tudo dependerá de estudos geológicos.
Até Junho de 2012, rasgar-se-á o aparcamento subterrâneo no Largo de S. Domingos com capacidade para 400 viaturas. Posteriormente, esse parque em túnel deverá crescer até ao "topo Sul da Rua das Taipas", passando a albergar cerca de 2300 veículos. A primeira fase desta obra, a desenvolver em parceria público-privada, conta com uma comparticipação de 3,5 milhões de euros dos fundos comunitários do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O orçamento total ultrapassa os 15,9 milhões.
Arlindo Cunha realça que, obtido o aval da Câmara e concluído o projecto, será aberto o concurso público para seleccionar um promotor que construa e explore o parque. Todo o programa de acção de Mouzinho/Flores, cuja implementação custará 31,6 milhões, possui financiamento europeu de 6,97 milhões. »
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É caso para dizer que Lisboa arrisca-se a perder o eléctrico...

CORTE DE ÁRVORES ABRE POLÉMICA

«População desconfia da tese de "doença" que a Câmara utiliza para justificar a medida
00h30m
CRISTIANO PEREIRA
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Nos últimos dias foram já abatidas 43 árvores no Príncipe Real, em Lisboa. O vereador Sá Fernandes assegura que são árvores doentes e que serão substituídas. Mas os moradores estão revoltados e não acreditam na tese da doença.
"Perplexo e indignado", eis como admite estar Nuno Caiado, morador no Príncipe Real, depois de ter visto, ao longo desta semana, a força das moto-serras abater 43 árvores no Jardim França Borges.
Ao JN, o vereador Sá Fernandes, que coordena a intervenção de recuperação do jardim, justificou a atitude com o facto das árvores em questão exibirem "indícios de podridão facilmente detectáveis" e que esta medida "tem a ver essencialmente com a segurança das pessoas". "Com uma rabanada de vento, estas árvores podiam cair", sublinhou.
Todavia, os moradores não aceitam a tese da doença das árvores. "A maior parte delas não mostra sinais de doença e aparentemente estão em bom estado", contrapõe Nuno Caiado, baseando-se na observação dos troncos e raízes que agora jazem no chão. A opinião é corroborada por outro cidadão, Paulo Ferrero. "Não acredito que estejam doentes e se estiverem pode haver cura nem que seja para algumas", afirmou ao JN, recusando, de todo, qualquer "perigo de caírem sobre as pessoas".
Sá Fernandes sublinha, contudo, que "há coisas que são visíveis olho nu" e que a decisão do abate partiu, nuns casos, de "técnicos da Câmara que tratam de arvoredo há mais de 20 anos" e, noutros casos, de informação pedida a técnicos de Patologia.
Nuno Caiado estranha que o corte de árvores aconteça no bordo do jardim (na parte exterior, mais próxima das ruas), o que, na sua óptica, configura um "padrão incompatível com a alegação de que se trata de árvores doentes".
Sá Fernandes tenta acalmar os ânimos, prometendo que "vão ser plantadas mais árvores do que aquelas que foram arrancadas" e "no mesmo local". "É evidente que vão ter que plantar mas vão ser Lódãos", reage Paulo Ferrero, lembrando que "é uma árvore pequena e daqui a 30 anos terá a mesma cota".
Os moradores não encontram explicação. Paulo Ferrero desconfia de "um negócio por detrás" e questiona: "Para onde é que vai a madeira abatida?"
"De onde é que vêm as outras árvores? Qual é a empresa que tira os cotos?". "É mera tolice e incompetência", pergunta, por seu turno, Nuno Caiado. »
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E eu pergunto porque não é apresentado á população um relatório técnico, de alguma entidade credível e perita na matéria, atestando a veracidade da doença destas árvores?
É que e caso contrário, temos todo o direito de perguntar se, por detrás deste atentado ecológico, não está mais um "negócio" daqueles que ninguém entende...

Videovigilância permitida no Bairro Alto mas não na Baixa

On Público (27/11/2009)
Por Ana Henriques


«Comissão de Protecção de Dadosinvoca baixa eficácia do caso londrino para questionar sistema?que colide com direitos fundamentais


A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) autorizou a colocação de câmaras de videovigilância no Bairro Alto, em Lisboa, como forma de aumentar a segurança no local. Mas só durante seis meses e no período nocturno. Já em relação à Baixa, este organismo decidiu que as circunstâncias não justificam o uso de um método tão condicionador dos direitos fundamentais dos cidadãos.

Na Baixa, a decisão caiu mal junto dos comerciantes e do presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau, António Manuel, que promete não baixar os braços. Como o prazo para recorrer da deliberação da CNPD já foi ultrapassado, a única possibilidade em aberto consiste em apresentar novo pedido, desta vez com dados que comprovem a necessidade inequívoca de tal medida.

"Dos duzentos mil cidadãos que passam diariamente na Rua Augusta, 441 foram vítimas de carteiristas no ano de 2008", descreve a Comissão Nacional de Protecção de Dados no parecer em que recusa a instalação das 32 câmaras - duas por rua - pretendidas pela junta de freguesia. "Será proporcional restringir os direitos desses milhões de cidadãos para impedir uma criminalidade que, embora com alguma expressão numérica, pouca tem economicamente?", interrogam os autores do parecer. "E a gravidade e o número desses crimes é significativamente superior ao verificado noutras áreas de Lisboa?" As estatísticas não o comprovam.

A eficácia da videovigilância está estudada no Reino Unido, referem: "Recentemente o chief inspector da Metropolitan Police de Londres afirmou que foram gastos 500 milhões de libras (quase 550 milhões de euros) com mais de um milhão de câmaras e, apesar disso, em 2008 menos de mil crimes foram solucionados através do seu uso." Em Portugal, "dos mais de 300 sistemas montados em postos de abastecimento de combustíveis, parece que poucos têm sido os resultados obtidos".

Empenho do Governo

Esta é uma causa em que se empenhou quer a Câmara de Lisboa, que se ofereceu para pagar os 150 mil euros que o sistema ia custar na Baixa, quer o Ministério da Administração Interna, que nela viu um projecto "relevante" e "devidamente fundamentado". Questionada ontem sobre a decisão da comissão, a tutela respondeu que "este Governo continuará a apoiar os pedidos de instalação de sistemas de videovigilância no quadro da promoção da segurança objectiva e subjectiva e no respeito pelos direitos, liberdades e garantias do cidadão". Já a comissão lembra que a lei só permite o uso deste sistema em circunstâncias de excepcional insegurança, e "quando não existe outro meio capaz de assegurar o mesmo objectivo" - como mais agentes e viaturas mais rápidas. Afinal, a videovigilância "colide com os direitos à imagem, à liberdade de movimentos e o direito à reserva sobre a intimidade da vida privada".

Ao contrário do que acontece na Baixa, no Bairro Alto as estatísticas mostram um aumento da criminalidade. É por isso que vão ser autorizadas 27 câmaras. Mas com restrições: só funcionarão entre as 22h e as 7h e não poderão gravar som, apenas imagem. Também não poderão ser instaladas câmaras ocultas, como pretendia a PSP, nem "busca inteligente para identificação de pessoas", isto é, usar as imagens dos rostos para pesquisar em bases de dados. E o sistema só poderá ser usado por seis meses. Depois disso, o sistema será reanalisada pela comissão. Caso os índices de criminalidade tenham então baixado, isso pode significar que já não se justifica o recurso a um método tão polémico como este. Não poderão ser filmadas nem portas, nem janelas ou varandas - uma condicionante também relacionada com a devassa da privacidade a que a tecnologia já consegue responder.

Ontem, a Associação de Moradores da Baixa mostrou-se também desagradada com o chumbo das 32 câmaras. Mas a anterior direcção da associação havia, em 2007, contestado a eficácia e a legalidade deste sistema. "A videovigilância não é uma varinha de condão para resolver todos os problemas da Baixa", observa o proprietário da Loja das Meias, Pedro Costa, que ali teve uma loja durante décadas. "Mas contribui para isso, também graças ao seu efeito dissuasor."»

26/11/2009

Parque Florestal de Monsanto: Três gravíssimos problemas por resolver!



No seguimento o acórdão que deu razão aos cidadãos na questão do Aquaparque relembro aqui 3 problemas bem mais graves que a CML não parece ter vontade de resolver e que até promove:

Campo de Tiro-continua a funcionar ilegalmente, há mais de 2 anos, com o maior dos descaramentos. Anteriormente era por culpa da oposição e agora quais serão as desculpas?
Responsabilidade: C.M. Lisboa.

Panorâmico de Monsanto- continua de pé a intenção de transferir para o parque a protecção civil e fazer um mega-quartel de Bombeiros , com construção e todos os impactos negativos que virão de tal iniciativa.
Responsabilidade: C.M. Lisboa.

Sub-estação REN-200 árvores abatidas e mais um pedaço roubado ao parque.
Responsabilidade: Governo, com o apoio da C.M. Lisboa que nunca fez nada para criar alternativas e se limitou a negociar contrapartidas.

Príncipe Real: hoje não houve cortes...

Pelo menos até à hora de almoço ainda lá estavam as 8 árvores que ontem ficaram de pé. Mais duas nos extremos do passeio: em primeiro plano, uma acácia; e outra para lá do quiosque cor-de-rosa. Há ainda a assinalar um choupo junto ao quiosque do Sr. Oliveira que escapou à "doença" (talvez por não estar na fiada exterior do passeio...) Ao todo sobram 11, até ver.







Por outro lado, descobri (com a teleobjectiva) mais 3 árvores cortadas que ontem não tinha contabilizado: o número vai assim em 41...







Outra coisa que não compreendo é a justificação de que não se cortam árvores centenárias, essas é que não!... Ora, para haver árvores tão antigas, e que por isso parecem valiosas, é porque as não cortaram antes...

Por outro lado, toda a gente está farta de saber que o cedro gigante que ocupa um vasto círculo de sombra com a sua copa cada vez mais rala, esse sim, está podre de velho e a morrer a olhos vistos. Então porque é que vêm dizer que vai ser preservado? (O estado de saúde do ex-libris daquele jardim, - um cedro com mais de 20 metros de diâmetro - é, aliás, "bom".(Em fóssil?)

P.S. Quem quiser analisar aos cepos das árvores cortadas (em fotografia) pode pedirmos por email.

Atenção ao antigo Palácio Patriarcal!


Campo dos Mártires da Pátria


Deixem-me alertá-los para um caso que deve estar, mais tarde ou mais cedo, a ser conhecido e que diz respeito ao Palácio de Patriarcado que, como me foi confirmado pelo próprio Patriarcado, já não lhe pertence.

Houve notícias, por volta de 2007, que o grupo catalão de gestão de hotéis habitat Hoteles o havia adquirido e que em 2009 abriria como hotel. Como nada se passou até esta data tenho algum receio sobre o que está a ser planeado para este edifício que, indiscutivelmente, tem importância histórica – o seu risco foi atribuído a Ludovice, o mesmo de Mafra, foi residência do cônsul da Alemanha, aí foi recebido o Imperador Guilherme II e outros príncipes alemães, o Papa João Paulo II ficou aí hospedado na sua visita em ’82. Sobre a sua arquitectura ver, por favor, o documento anexo.

Como no palácio vizinho Silva Amado que começou como hotel e já vai em condomínio privado, também este poderá ser alvo de obras e demolições em tudo danosas do património histórico de Lisboa. Como pode ler neste link http://www.publituris.pt/2008/02/07/habitat-hotels-entra-em-lisboa-em-2009 o que o grupo catalão prevê também não me deixa muito descansado.

Desculpem-me se me estendi para além do aceitável, abraços,
Alexandre Marques da Cruz

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Arquitecto | Construtor | Autor
Arq. João Frederico Ludovice (atrib.) ; Arq. Mateus Vicente de Oliveira, (atrib.) ; J.A. Santos Cardoso e J. Moreira Rato.



Cronologia
1730 - edificação do palácio, talvez segundo projecto do arqto. João Frederico Ludovice (a crer em inscrição que se observa no fecho de uma porta dando para a escada) ; 1857 - campanha de remodelação do palácio, sob a direcção de J.A. Santos Cardoso, J. Félix da Costa e A. Moreira Rato ; Séc. 19, final - o palácio era propriedade dos irmãos Costa Lobo (que o haviam herdado de seu pai, após ampliações e transformações), um destes legou a sua parte à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o outro à sua esposa D. Joséphine Costa Lobo ; 1913 - por arrendamento à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, instala-se em parte do imóvel a sede do Patriarcado, passando a residir aí D. António Mendes Belo, regressado do exílio ; 1923 - o Patriarcado compra a parte do palácio pertencente a D. Joséphine Costa Lobo ; 1926 - o Patriarcado compra, em hasta pública, a parte do palácio pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, entrando assim na posse da totalidade do edifício.
Tipologia
Arquitectura civil residencial barroca: palácio urbano de planta rectangular com fachada principal marcada pelo recurso a vocabulário arquitectónico erudito barroco, sobretudo patente no eixo definido pelo portal principal. No interior reconhecem-se como principais espaços de aparato o átrio e a escadaria monumental a qual se articula, em cada um dos pisos, com vestíbulos, a partir dos quais se acede à respectiva compartimentação interna - no presente edifício o andar nobre corresponde ao 2º piso, patente quer no seu tratamento exterior quer no respectivo interior, dominado por 3 compartimentos de aparato orientados para a fachada principal. Aquando da campanha de ampliação de que foi alvo, a este edifício justapôs-se um outro corpo de planta em L, de características marcadamente oitocentistas, como se denota no alçado posterior do edifício, em tudo semelhante a um prédio de rendimento.



Características Particulares
Trata-se de um edifício notável quer do ponto de vista arquitectónico quer das soluções decorativas que apresenta, especialmente ao nível dos estuques e da pintura decorativa que animam os principais espaços de aparato, respectivamente o eixo de circulação definido por átrio - escadaria - vestíbulos e os compartimentos do 2º piso desenvolvidos ao longo do alçado principal.
Descrição
Planta composta pela justaposição de 2 corpos, 1 de planta rectangular e outro em L em torno de pequeno pátio (*1), volumetria paralelepipédica, e cobertura efectuada por telhado a 3 águas. De 5 pisos (um deles parcialmente enterrado e apenas visível no alçado posterior e outro correspondente a sotão, ao nível da cobertura), com 2 frentes - a principal com superfície murária revestida com placagem de cantaria e a posterior, com azulejos monócromos amarelos - ambas com abertura de vãos a ritmo regular - de verga curva no 1º e de verga recta no 2º. Alçado principal a E., composto por 3 corpos separados por cunhais de silharia fendida, dos quais se destaca o axial, avançado em planta, de tratamento diferenciado e constituído como eixo de semetria da restante fachada: este apresenta-se rasgado a eixo por portal articulado com pilastras em chanfro animadas por consolas, as quais suportam parte da varanda (com guarda em ferro forjado) que guarnece as 3 janelas de sacada do 1º andar, de verga curva com chave esculpida. O conjunto é sobrepujado por idêntico número de janelas servidas por varandas individuais, das quais se distingue a central com varanda de base contracurvada e encimada por ática mistilínea suportada por consolas. Os corpos laterais, idênticos entre si, apresentam panos de muro com piso térreo rasgado por portais delimitados por janelas de peito e andares superiores com janelas de sacada (3 por piso) individualmente servidas por varandins com guardas en ferro forjado. O alçado é superiormente rematado por cornija sobrepujada de platibanda em balaustrada ritmada por plintos, com figurações escultóricas no alinhamento dos cunhais. Alçado posterior 1º e 3º pisos com varandas desenvolvidas contiguamente à fachada, no 1º caso articulada com 2 lanços rectos de escadas localizados nos extremos e que conduzem ao jardim. O último piso exibe vãos de verga recta destacada sobrepujados por óculos ovais iluminantes, superiormente rematado por platibanda em muro precedida de cornija. INTERIOR: átrio de planta rectangular com muro de topo vazado ao centro por porta de verga contracurvada conducente a escadaria monumental de lanços rectos opostos com patamares intermédios, desenvolvida no lado N.. A mesma articula-se com um vestíbulo em cada um dos pisos, a partir dos quais se desenvolvem eixos de circulação e de distribuição da compartimentação interna, sobretudo desenvolvida ao longo dos alçados principal e posterior. A circulação entre os pisos é ainda complementada por 2 escadas de serviço, uma contígua à principal, e outra no lado S
Descrição Complementar
AZULEJOS: a sua presença é sobretudo registada no âmbito do espaço edificado aquando da ampliação do imóvel, nomeadamente no alçado posterior, a revestir, sob a forma de lambril, os muros que ladeiam as escadas directamente conducentes ao 1º andar (monócromos, de temática figurativa, datáveis do final de setecentos). Os mesmos podem também ser observados a revestirem o interior de um roupeiro de um dos quartos, aqui animados com o tema das albarradas ; CANTARIA: o edifício alberga um conjunto de figurações escultóricas em mármore de tratamento plástico, afim ao período neoclássico, sob a forma de vulto, no remate do alçado principal bem como no da escadaria principal e de busto nos extremos da escada exterior que anima o alçado posterior. No interior regista-se a presença de fogões de sala em mármore, em alguns dos compartimentos; ESTUQUES: o edifício apresenta um notável programa ornamental, ao nível da escadaria - decorada com medalhões animados por efígies de imperadores romanos e panóplias de gosto muito classicizante - e dos tectos e sanefas dos 3 compartimentos desenvolvidos ao longo do 2º piso do alçado principal, de acentuada volumetria e de tratamento plástico consonante com a produção setecentista. A sua presença é igualmente notada no vestíbulo do 1º andar cujo tecto evoca as nervuras com cogulhos tão características do período manuelino, e no tecto da antiga sala de jantar, orientada para o alçado posterior, também ao gosto oitocentista ; PAPEL DE PAREDE: em duas das salas de aparato do 2º andar, papel de parede, a imitar damascos, num modelo muito em voga durante o século 19; PINTURA DECORATIVA: o tecto plano do átrio do piso térreo e o tecto em masseira da caixa da escadaria apresentam pintura mural, no 1º caso de teor ornamental com a técnica de grisaille e no 2º , com temática heráldica e alegórica. A pintura decorativa marca igualmente presença no tecto de uma das salas de aparato do 2º piso - com representação de flores e paisagens, nas quais se reconhece a Torre de Belém - no qual se articula com estuques

Árvores & arbustos

Chegado por e-mail:


Meus caros,

Só é uma pena que os arbustos — coitados — não façam notícias como as árvores (que o merecem inteiramente, pois claro).

É que pelo que tenho visto (Cesário Verde, José Fontana, etc., etc.), os arbustos são sempre completamente arrancados em qualquer «requalificação» de todo e qualquer «jardim».

E nunca ninguém fala deles, e eu gostava de tentar perceber porquê — porque é que são arrancados, porque é que ninguém fala disso.

Obrigado,

José João Soares Leiria Ralha

Bairro Alto seis meses com videovigilância

Comissão Nacional de Protecção de Dados deu parecer negativo à instalação do sistema de videovigilância na Baixa Pombalina lisboeta.

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) autorizou a utilização do sistema de videovigilância na zona do Bairro Alto, em Lisboa, apenas por seis meses, impondo várias restrições à proposta apresentada, segundo parecer de Outubro a que a Agência Lusa teve acesso.

Já em relação à instalação deste tipo de sistema na Baixa Pombalina lisboeta, o parecer da CNPD, de Setembro, é negativo tendo em conta a "pouca esclarecedora demonstração da sua adequação à lei" da proposta apresentada.

No parecer relativo ao Bairro Alto, a CNPD restringe o funcionamento do sistema de videovigilância ao período entre as 22:00h e as 07:00h, recusa a recolha e gravação de som e permite apenas a utilização de câmaras fixas.

A CNPD alerta ainda que o sistema deve prever o "barramento de locais privados", de forma a não focar portas, varandas ou janelas e recusa a instalação de câmaras ocultas e de "capacidade técnica de busca inteligente para identificação de pessoas".

O funcionamento de 27 câmaras no Bairro Alto é autorizado apenas por seis meses, findos os quais "deve ser feita uma nova reavaliação dos pressupostos que determinaram a concessão deste parecer" e a CNPD deve ser notificada do início do funcionamento deste sistema.

Para o parecer "parcialmente positivo" contribuiu a fundamentação da proposta apresentada, que levou a CNPD a concluir que a "criminalidade vem registando aumentos progressivos" naquela zona da cidade, caracterizada por inúmeros estabelecimentos de restauração e bebida.

A CNPD considerou também, no parecer emitido a 26 de Outubro, que as câmaras podem "auxiliar" as forças de segurança, "constituindo um meio complementar à sua acção de prevenção da criminalidade".

Quanto ao parecer negativo sobre a instalação de 32 câmaras de videovigilância na Baixa Pombalina, a CNPD justifica-o com o facto de "os dados justificativos" apresentados" não se apresentarem "idóneos para concluir pela necessidade de sacrificar direitos" dos cidadãos "para se combater uma indemonstrada situação de criminalidade anómala".

A CNPD salienta, no parecer emitido a 21 de Setembro, que a videovigilância "põe em crise direitos dos cidadãos", nomeadamente de imagem, livre circulação e reserva da vida privada, pelo que "é vital verificar se será lícito sacrificar um ou mais para garantir outros".

In JN


in "JN"

Contentores: Mota-Engil pedirá indemnização se concessão à Liscont for revogada

In Sol Online (26/11/2009)

«O presidente do Conselho de Administração da Mota-Engil revelou que a empresa pedirá indemnização ao Estado caso seja revogado o decreto-lei que permitiu prolongar sem concurso a concessão do Terminal de Contentores de Alcântara à Liscont [...]»

...

Fabuloso. Se o contrato for revogado, é porque foi ilegal, mas mesmo assim quem iria lucrar com essa ilegalidade pede indemnização ao estado pela ilegalidade não ter prosseguido. Fabuloso.

Orçamento participativo para 2010 com fraca adesão

In Público (26/11/2009)
Por Inês Boaventura


«Prazo de submissão de ideias termina domingo. Até ontem, o número de propostas era quatro vezes mais baixo do que este ano

Passeios livres e fontes nas rotundas


A Câmara de Lisboa recebeu até ao momento 120 propostas de cidadãos para o orçamento municipal de 2010, número que fica muito longe das 580 recebidas na edição de 2009. Porém, o prazo de submissão de ideias termina apenas no domingo. Mais uma vez, a participação só pode ser feita através da Internet, embora a autarquia já tenha reconhecido que tal constitui "um factor de exclusão".

Para mitigar esse problema, que no relatório de avaliação do orçamento participativo de 2009 foi identificado como uma das limitações a superar, a Câmara de Lisboa decidiu disponibilizar locais com acesso gratuito à Internet, em bibliotecas municipais e nos postos de apoio à juventude, onde há colaboradores "devidamente informados sobre o processo".

A maior novidade em relação à última edição é que, desta vez, todas as propostas apresentadas pelos cidadãos, desde que passem pelo crivo dos serviços municipais, serão sujeitas a votação numa segunda fase, entre 14 e 20 Dezembro. Em 2009 só chegaram a esse patamar 307 ideias, aquelas que se enquadravam nas três áreas para as quais foram apresentadas mais propostas (infra-estruturas viárias, trânsito e estacionamento; espaço público e espaço verde; urbanismo e reabilitação urbana).

Num memorando da Direcção Municipal de Serviços Centrais justifica-se essa alteração dizendo que assim "o leque de propostas a submeter a votação será mais democrático", minimizando-se "a possibilidade de captura da votação por grupos organizados que transformem a primeira fase numa verdadeira "eliminatória"".

A vereadora da Modernização Administrativa da Câmara de Lisboa sublinhou, em declarações ao PÚBLICO, que desta vez houve maior divulgação do orçamento participativo com o objectivo de "chegar ao maior número de pessoas" e recusou para já comentar o número de participações. "Vamos esperar para ver", disse Graça Gonçalves, lembrando que "costuma dizer-se que os portugueses guardam tudo para a última hora".

A eleita frisou a especificidade do caso de Lisboa, onde este processo de participação é "vinculativo". O que, explica Graça Gonçalves, contrasta com aquilo que se passa "na maioria dos orçamentos participativos, em que os cidadãos apresentam propostas, mas as câmaras não se vinculam à sua execução, são processos meramente consultivos".

Mais uma vez, o montante disponibilizado pela autarquia é de cinco milhões de euros, valor que a vereadora diz que "tem sido considerado bastante adequado". Esta foi uma questão que dividiu os cidadãos que intervieram no orçamento participativo de 2009: 51,1 por cento consideraram o montante insuficiente/baixo e 46,1 por cento acharam-no suficiente.

Na fase de votação que arranca a 14 de Dezembro, as propostas (já convertidas pelos serviços municipais em projectos com custo estimado e prazo de execução) vão estar "georeferenciadas", podendo ser visualizadas no mapa da cidade. Hoje, a Câmara de Lisboa saberá se o seu orçamento participativo, que em Junho foi reconhecido como uma medida inovadora pela ONU-Habitat, foi premiado nos Eurocities Awards (atribuídos por uma organização que reúne os governos locais de mais de 130 cidades europeias) na categoria "participação".»

Requalificação ou atentado, o que se passa no Príncipe Real?

In Diário de Notícias (26/11/2009)
por ISALTINA PADRÃO


«Vai para duas semanas que os moradores da zona do Príncipe Real, em Lisboa, vêem com preocupação o desaparecimento diário de árvores do Jardim França Borges, normalmente chamado de Jardim do Príncipe Real. Aquilo que para uns é uma requalificação deste espaço, para outros é "um atentado ao património da cidade".

"O que se está a fazer é um projecto de reabilitação e restauro que preservará o traço histórico e toda a identidade romântica do jardim", garantiu ao DN fonte oficial do Pelouro de Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa (CML), adiantando que a intervenção, que rondará 380 mil euros, deverá ficar concluída dentro de quatro meses.

De acordo com a mesma fonte, está prevista a substituição (não o abate, frisa) de meia centena de árvores em todo o jardim (já foram a baixo cerca de 30), mas nenhuma delas é histórica ou classificada como já alertou a CDU. Numa nota à comunicação social, a coligação chamou a atenção para o facto de a "CML se preparar para abater árvores históricas no Príncipe Real", sendo, diz o documento, alguns dos exemplares classificados.

A CML assegura que as árvores que estão a ser cortadas, "estão doentes e era inevitável a sua substituição". A fonte da autarquia diz que o arvoredo é constituído, essencialmente, por choupos com 20/30 anos que se fazem parte do alinhamento do jardim e seis robínias que se encontram junto ao lago e que serão substituídas por outras árvores da mesma espécie. A CML garantiu ainda que, após a intervenção, o Jardim do Príncipe Real "ficará com tantas ou mais árvores do que as que já tem".

Mas para Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lx, o que se está a passar é "inqualificável" e um "atentado ao património da cidade". Este cidadão não acredita que haja tantas árvores doentes e gostaria que essa análise fosse feita por pessoal "qualificado para tal e não pelos técnicos da câmara". "A câmara tem um protocolo com o Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, porquê que não faz uso dele para analisar o estado das árvores?", sugere.

Também o presidente da Junta de Freguesia das Mercês, Alberto Bento, diz não ser especialista na avaliação de árvores, mas garante: "Não vamos aceitar que abatam árvores e não plantem outras no seu lugar, como nos foi prometido." »

É inevitável abater pelo menos 46 árvores no jardim do Príncipe Real, garante Sá Fernandes, vereador do Ambiente

In Público (26/11/2009)
Por Ana Henriques


«Presidente da Câmara de Lisboa foi inundado por queixas de munícipes indignados


O abate de algumas dezenas de árvores no jardim do Príncipe Real, em Lisboa, vai continuar. Segundo o vereador do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes, é inevitável a substituição de pelo menos 46 choupos, ulmeiros e rubíneas, por estarem doentes. No seu lugar surgirão lódãos e novas rubíneas.

O mau estado de saúde dos espécimes é a principal razão invocada para o abate. E mesmo quando o cepo que restou não mostrava mazelas havia ramos já apodrecidos. Noutros casos, são árvores que "cresceram mal", com ramos demasiado longos e esguios, susceptíveis de se partirem. "Cairiam com qualquer rabanada de vento. Na semana passada caiu um ramo em cima de um automóvel. Podia ter caído em cima de uma pessoa", frisa Sá Fernandes, acrescentando que nenhuma das árvores históricas e classificadas será cortada. O estado de saúde do ex-libris daquele jardim, - um cedro com mais de 20 metros de diâmetro - é, aliás, "bom".

Nada disto evitou que o presidente da câmara, António Costa, tenha sido inundado com e-mails, sms e telefonemas de indignação por causa do que se está a passar no jardim que, até Abril de 2010, será alvo de obras de requalificação. No blogue do movimento Forum Cidadania, exige-se uma sindicância aos serviços camarários encarregados destas tarefas, para apurar, entre outras coisas, o destino da madeira cortada. Além disso, o movimento quer um inquérito, para determinar responsabilidades neste "grave atentado ao património da cidade".

"Não será este abate o primeiro passo para (...) a construção de um estacionamento subterrâneo no local?", questiona o Forum.

António Costa não gostou de se ver incomodado por tanta gente a reclamar. E avisou Sá Fernandes de que os munícipes têm de ser melhor informados sobre o estado das árvores a abater. "Para a próxima, vou eu colocar placas nelas", gracejou.»
...

O pior é o resto, i.e., as mais de cinquenta árvores que desaparecem. Conclusão: no que toca a abate de árvores tudo como dantes. Para quando uma "desinfestação"?

Sobre a história do parque de estacionamento, é evidente que o projecto de estacionamento subterrâneo em "U", ou seja, ao longo dos 3 passeios laterais do jardim, é um projecto que sempre esteve em cima da mesa, e só foi parar à gaveta há poucos anos, por força de muitos protestos das pessoas. Esperamos que esse projecto não volte a sair dessa gaveta.

25/11/2009

Supremo considera nulas as cedências de terrenos a privados em Monsanto II

Em relação a este assunto, penso ser de grande utilidade a leitura das declarações da então Presidente da associação de amigos e moradores de S. F. Xavier, hoje AMBEX, Drª Ana Coelho no "Público"de hoje, sobre esta que foi uma enorme vitória dos cidadãos sobre a prepotência e os constante ataques ao espaço público.É muito raro vermos isto no nosso País. 10 anos de paciência, de luta hoje recompensados e que demonstram que, apesar de tudo, vale sempre a pena fazer alguma coisa. Que possa servir de exemplo.
Passo a citar:

Uma vitória que "não é para a associação, mas para os cidadãos de Lisboa e da região", declara Ana Coelho, da Associação de Moradores e Amigos da Freguesia de S. Francisco Xavier, acerca da decisão do Supremo Tribunal Administrativo sobre os terrenos do antigo Aquaparque. A representante dos moradores considera que valeu a pena esperar que o tribunal colocasse um ponto final na transferência para privados de uma área florestal que deve ser preservada para beneficio das populações. A decisão deverá acabar de vez com a possibilidade de instalação de um parque de diversões com impactos directos em habitações e no Hospital de S. Francisco Xavier. Ana Coelho admite que a câmara pode agora avançar com a anunciada reconversão do espaço para usos de lazer. É que, apesar da mudança de discurso do actual executivo, a câmara sempre se opôs, em tribunal, à argumentação dos moradores em defesa da preservação do parque florestal, alegando que o PDM lhe conferia poderes para gerir Monsanto como "área verde de recreio". L.F.S.

Rua da Junqueira: Tudo ao molho e fé em Deus!







O passeio na Rua da Junqueira, junto ao Centro de Congressos de Lisboa, está diariamente invadido por viaturas automóveis. Estas oito imagens dão uma ideia, ligeira, da gravidade do problema (a realidade é bem pior). Esta situação é intolerável considerando que ocorre entre dois Parques de Estacionamento abertos ao público. Mais uma vez fica provado que o negócio dos parques de estacionamento tem apenas como objectivo central isso mesmo: negócio. Como acreditar que os parques e silos para automóveis são para libertar o espaço público a favor dos peões? Existem vários estabelecimentos de ensino neste arruamento assim como um centro de dia/lar para cidadãos seniors. Já pedimos à CML medidas para salvaguardar os canais pedonais na Rua da Junqueira. A CML prometeu actuar. Aguardemos.

E já vão em quantas?

Chegado por e-mail:

Obrigada pela vossa reacção rápida.
Mais 14 árvores abatidas durante a manhã.
Abaixo, fotos das 10 horas de hoje e das 15h (lado oeste):







...

É que o senhor Vereador respectivo afirmou há pouco em sessão pública de CML que eram apenas 6 árvores, todas doentes, e que só um era de grande porte. Está registado em acta.

...

Não, são mesmo 24+14=38.
Contei-as uma a uma e fotografei uma a uma.
Às 15horas eram os três lados da praça totalmente desbastados mais duas ou três árvores no lado oeste, o último que falta cortar. Aí restam 7 árvores (salvo erro). Posso mandar já, fotos de todos os cotos, suficientemente referenciados para se perceber a localização...
Contei-as uma a uma e fotografei uma a uma.
Às 15horas eram os três lados da praça totalmente desbastados mais duas ou três árvores no lado oeste, o último que falta cortar. Aí restam 7 árvores (salvo erro). Posso mandar já, fotos de todos os cotos, suficientemente referenciados para se perceber a localização...

Assembleia pede à Câmara que reveja projecto de igreja projectada por Troufa Real

A Assembleia Municipal de Lisboa pediu hoje que a Câmara “reveja” o projecto do arquitecto Troufa Real para a construção de uma igreja no Restelo e “zele pelo cumprimento da legalidade”, nomeadamente da área de construção.
O projecto da igreja foi objecto de uma recomendação apresentada pelo CDS-PP, aprovada com os votos contra do PSD, a abstenção do MPT e de quatro deputados independentes eleitos pelo PSD.
PS, PCP, PEV, BE e os vereadores independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos na lista do PS) votaram a favor.
Na recomendação, considera-se “imprescindível” a reapreciação do projecto, que não faz “qualquer referência” nem à altura da torre projectada para a Igreja, nem às cores a usar.
“Os funcionários [municipais]apenas repararam em questões de planeamento, como o número de lugares de estacionamento ou as taxas de construção a pagar pela Igreja à autarquia – 198 mil euros – que foram perdoadas dada a finalidade da obra”, lê-se na recomendação, que cita o jornal Público.
O projecto contempla uma torre com 17 sinos, inspirada no quadro “As tentações de Santo Antão”, de Bosh, com uma altura que, de acordo com a recomendação, não está especificada no processo, e uma nave dourada, a sugerir uma caravela num temporal.
Inclui ainda a casa do pároco, que pretende ser uma referência à “casa portuguesa” do arquitecto Raul Lino, e um centro social, a construir numa segunda fase do projecto, a fazer lembrar as antigas fortalezas portuguesas da época dos descobrimentos.
As paredes vermelhas, cor-de-laranja, verdes e brancas são uma referência à Índia, o destino de viagem de São Francisco Xavier, e a Portugal, acrescenta a recomendação, que recorda que a igreja já começou a ser construída num lote cedido pela Câmara, com cerca de 3300 metros quadrados.
Os deputados municipais, que consideram “fundamental” a construção naquele local de uma igreja, já que as missas são actualmente realizadas num “barracão”, pedem à Câmara que “reveja o projecto e zele pelo cumprimento da legalidade, nomeadamente, no que respeita à área de construção e construção/reabilitação da zona envolvente”.
A Assembleia recomenda ainda que o projecto seja objecto de “discussão pública”, permitindo que os munícipes participem do debate, em particular os moradores da Freguesia de São Francisco Xavier, que serão os “principais usufruidores deste espaço”.

in Lusa

Câmara de Lisboa dinamiza campanha de uso de transportes públicos em dias de futebol

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) lançou hoje a campanha de sensibilização "Vá à bola de transportes públicos" para tentar melhorar o tráfego e o estacionamento automóvel junto aos estádios do Sporting e do Benfica em dias de jogo.

O lançamento da campanha contou com a presença dos presidentes do Sporting e Benfica dias antes do 'clássico' lisboeta.

A operação, que incorpora a PSP, o Metropolitano de Lisboa, a Carris, a EMEL e a Emparque, visa melhorar o tráfego e estacionamento automóvel em dias de jogo nas áreas junto aos estádios da Luz e de Alvalade.

O presidente da CML, António Costa, afirmou na cerimónia ter conhecimento do "pesadelo para a vizinhança" dos estádios lisboetas que são os dias de jogo na capital, cenário que "resulta essencialmente" do facto de "muitos dos que vão ao jogo" irem de "viatura particular" e estacionarem "de forma caótica um pouco por todo o lado".

"Telheiras e a Quinta da Luz têm sido dois bairros mártir das festas do nosso futebol. Tenho a certeza que há um trabalho muito aturado feito pela PSP e pela Polícia Municipal, mas não podemos viver simplesmente sob a ameaça da multa. Uma regra fundamental que temos de adoptar é que para ir à bola devemos ir de transportes públicos", apelou o autarca.

Do plano de sensibilização, que já havia sido implementado em 2008, fazem parte medidas como o acesso gratuito aos parques da EMEL em dias de jogo e um "preço especialíssimo" nos parques da Emparque, de dois euros por seis horas.

O presidente da autarquia realçou ainda que é "perfeitamente seguro" ir ao estádio utilizando os transportes públicos.

"Irei de transporte público ver este jogo (Sporting - Benfica). Há uma ideia errada de que não é seguro ir à bola de transportes públicos. Posso testemunhar que é absolutamente errado. Ainda domingo passado fui de metro do Estádio da Luz para casa e em total segurança", frisou António Costa.

A cerimónia de lançamento da campanha de sensibilização contou com a presença de José Eduardo Bettencourt e Luís Filipe Vieira, presidentes do Sporting e Benfica, respectivamente, para além do secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, bem como responsáveis das empresas ligadas à campanha.

In O Jogo

Carris prevê aumentar em 2,5% passageiros transportados

A Carris estima que o número de passageiros transportados aumente 2,5%, em 2009, face ao homólogo, o que significa uma nova subida pelo terceiro ano consecutivo.

«Vamos crescer pelo terceiro ano consecutivo», disse o presidente da Carris, José Manuel Silva Rodrigues, citado pela Lusa, à margem da conferência «Desenvolvimento sustentável e criação de valor», que decorreu no Aeroporto de Lisboa.

O mesmo responsável frisou que a «expectativa da empresa, para este ano, é aumentar 2,5% o número de passageiros transportados».

In Agência Financeira

Tendas no Campo Pequeno?


A requalificação da envolvente da Praça de Touros do Campo Pequeno foi das melhores obras que Lisboa viu nos últimos tempos (à parte do excessivo abate de árvores). De um parque de estacionamento rodeado com bocados de jardim, nasceu um enorme espaço pedonal, com jardim arranjado e com várias esplanadas. Gostei especialmente das esplanadas porque Lisboa tem vergonha de ter esplanadas pela cidade (é verdade, tem poucos sítios agradáveis para as ter). Qualquer cidade do norte da Europa tem paradoxalmente mais esplanadas que Lisboa, apesar do nosso clima e da nossa cultura do café.
Estranhamente surgiram há uns meses umas enormes tendas de gosto muitíssimo duvidoso em várias esplanadas, a lembrar as tendas dos casamentos numa quinta no interior. Como se vê pela foto desfiguram completamente o local, acabando por contrariar o que tinha sido feito de bom.

Abate de árvores no Príncipe Real/protesto veemente e pedido ao Sr. Presidente da CML




Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
Dr. António Costa


Serve o presente para manifestarmos a nossa mais veemente indignação pelo abate de árvores de grande porte na Praça do Príncipe Real, dando continuidade a uma prática recorrente na última década, que julgávamos extinta ou em vias disso!

A CML, mais precisamente o Pelouro do Espaços Verdes tem procedido a podas mal feitas e ao abate sistemático de árvores de grande porte em zonas fulcrais de Lisboa, designadamente em parques (ex. Vale do Silêncio, nos Olivais), jardins (ex.Campo Pequeno) e avenidas centrais (ex.Avenidas Novas), baseando-se em pseudo-pareceres técnicos, na esmagadora maioria orais ou, quando escritos, escritos convenientemente
a posteriori.

Senhor Presidente, solicitamos-lhe que dê início, quanto antes, a duas medidas que se exigem a bem de Lisboa:

- Abertura de sindicância aos serviços da CML do pelouro respectivo; sindicância que deve abranger as seguintes matérias: origem das árvores que regularmente se plantam; destino da madeira cortada e fornecedores das máquinas de arranque das árvores;

- Criação de um regulamento sobre procedimentos de abate e substituição de árvores de grande porte em Lisboa, seja em parques, jardins ou arruamentos; sejam árvores de alinhamento, consignando expressamente a obrigatoriedade de existirem previamente:

a) Parecer vinculativo do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida;
b) Parecer consultivo das ONG actuantes nesta área, designadamente Autoridade Florestal Nacional (sempre que estejam em causa intervenções envolvendo árvores classificadas), Quercus, Associação Lisboa Verde e Liga Amigos do Jardim Botânico.

- Abertura de inquérito aos serviços da CML com vista ao apuramento de responsabilidades no que toca a esta intervenção em concreto, que consideramos um grave atentado ao património da cidade e ao quotidiano dos lisboetas.

Acresce que consta no local que a praça será "compensada" com a plantação das laranjeiras retiradas da Praça de Alvalade nas caldeiras agora sem árvores do Príncipe Real. Trata-se de uma argumentação caricata.

Finalmente, não será este abate o primeiro passo no sentido de, a médio prazo, estarem reunidas as "condições" para a construção do famigerado estacionamento subterrâneo em "U", projecto que julgávamos enterrado definitivamente?

Esta situação tornou-se insustentável, Senhor Presidente.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos.


Paulo Ferrero, António Branco Almeida, Nuno Caiado, Nuno Santos Silva, José Morais Arnaud, Nuno Franco e José Fonseca e Costa



Fotos: Leonor Areal

Sá Fernandes acha igreja de Troufa Real "medonha"

In Público (25/11/2009)
Por Ana Henriques

«Vereador dos Espaços Públicos não gosta do edifício, mas vereador do Urbanismo defende liberdade criativa do arquitecto

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A igreja colorida em forma de caravela que o arquitecto Troufa Real desenhou para o Alto do Restelo continua a dividir opiniões, mesmo entre o executivo que governa a Câmara Municipal de Lisboa.

Para o vereador responsável pelos espaços públicos da cidade, José Sá Fernandes, o edifício é "medonho". Já o seu colega que tem a cargo a pasta do Urbanismo, o arquitecto Manuel Salgado, defende a liberdade criativa de Troufa Real. E diz que não está disposto a mandar os seus serviços reanalisar o processo que conduziu ao licenciamento da obra - apesar de a Assembleia Municipal de Lisboa ter ontem aprovado uma recomendação do CDS-PP nesse sentido.

À excepção do PSD, todas as forças políticas votaram favoravelmente o documento - incluindo os socialistas - onde se pede à câmara que "reveja o projecto e zele pelo cumprimento da legalidade, nomeadamente no que respeita à área de construção", e ainda que promova um debate público sobre a matéria.

Mas mesmo assim Manuel Salgado entende que o processo só deve ser reanalisado se houver uma deliberação camarária nesse sentido, ou seja, se a maioria das diferentes forças políticas representadas no executivo assim o entender. O facto de se tratar de um edifício isolado, "que não está inserido na malha urbana", de ter funções religiosas e de "ter sido proposto por uma comunidade", os paroquianos do Restelo, são pressupostos que legitimam, no entender do vereador do Urbanismo, a sua construção.

O autarca menoriza a polémica de que o projecto tem vindo a ser alvo: "O Centro Cultural de Belém [de que foi co-autor] também foi alvo de fortíssima contestação. Hoje está feito, e a contestação apagou-se", recorda, acrescentando ainda o exemplo de outro templo que levantou críticas na altura da sua construção e cujo valor arquitectónico é hoje reconhecido, a igreja do Sagrado Coração de Jesus.

"As obras de ruptura levantam sempre polémica, porque não são anódinas", observa Manuel Salgado, que se recusa a questionar a estética do edifício. "Eu não faço aquela arquitectura, mas não a vou contestar."

"Um projecto proposto por uma comunidade não é a mesma coisa que outro proposto por um qualquer cidadão que pretende fazer negócio imobiliário", considera ainda.

A página do Facebook contra o projecto de Troufa Real, que começou a ser construído na semana passada, tinha ontem ao final do dia mais de 1500 fãs. Muitos dos detractores desta obra comparam-na a um bolo de noiva. Troufa Real diz que é uma alusão à época dos descobrimentos.»

...

Convenhamos que, apesar de tudo, não é comparável esta obra freak com o CCB, nem sequer às Amoreiras ou à ex-sede do BNU na Av. 5 de Outubro, nem sequer a outro pequeno freak, digno de W.C., que é aquela coisa verdosa no sítio onde havia o cinema Avis, no Arco do Cego, também da autoria do Sr. Arq. Troufa Real. Desta vez estamos perante a sublimação do conceito "freak".

Assembleia municipal quer anulação de negócio com Liscont

In Público (25/11/2009)
Por Ana Henriques


«Presidente da Câmara de Lisboa apresenta hoje aos vereadores um acordo para reduzir impacto do alargamento do terminal de contentores de Alcântara

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou ontem, com a abstenção dos deputados socialistas, uma moção a pedir à Assembleia da República que revogue o decreto-lei que prevê o alargamento do terminal de contentores de Alcântara e o prolongamento do contrato de concessão à Liscont, do grupo Mota-Engil.

Noutra linha de actuação sobre a mesma questão, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, apresenta hoje aos vereadores, na reunião semanal do executivo, as linhas mestras de um acordo que quer firmar com aquela empresa e com a administração portuária para reduzir o impacto na cidade do alargamento do terminal de contentores. Limitar os empilhamentos a um máximo de cinco contentores, de forma a que a sua altura, e também a sua extensão, não criem uma barreira demasiado alta entre a cidade e o rio é um dos pontos desse acordo, que mereceu a concordância do movimento cívico liderado por Miguel Sousa Tavares, o Lisboa Tejo e Tudo.

Outra promessa que consta do documento é a criação de uma praça para usufruto público entre a gare marítima de Alcântara e o rio. "A Câmara de Lisboa vai promover restrições acrescidas ao tráfego de veículos pesados na zona", disse António Costa, numa referência ao escoamento de contentores, que terá de ser feito na sua maioria por barcaças ou por via ferroviária, de forma a que a cidade não fique entupida de camiões. Mas para que o transporte ferroviário resulte será necessário desnivelar a linha do comboio - uma obra que, tal como as restantes previstas, está condicionada aos resultados de um estudo de impacto ambiental.

"A assinatura deste acordo não prejudica o debate sobre a legalidade do contrato entre o Estado e a Liscont", salientou o presidente da câmara. "Se o contrato não for anulado, todas as partes ficam comprometidas às obrigações que constam dele. Se for anulado, a administração portuária incluirá estas condições em qualquer concurso de concessão do terminal de contentores de Alcântara que lance".

Só que a assembleia municipal considerou ontem, mesmo após a explicação que António Costa fez sobre este acordo, que a expansão do terminal de contentores continua a "pôr em causa de forma inaceitável a fruição pelos cidadãos de Lisboa da zona ribeirinha do Tejo em Alcântara, contrariando a desejável aproximação da cidade ao rio". Recordando as dúvidas do Tribunal de Contas quanto às vantagens deste negócio para o erário público, os deputados municipais querem que seja feito um concurso público internacional para a concessão.

Por outro lado, instam a câmara a proibir que a Liscont continue a demolir os edifícios que fazem parte do conjunto arquitectónico da Doca do Hespanhol - um ponto que mereceu o voto contra dos deputados socialistas.»

Supremo considera nulas as cedências de terrenos a privados em Monsanto

In Público (25/11/2009)
Por Luís Filipe Sebastião

«O parque verde da capital está sujeito ao regime florestal total, em vigor desde 1901, e a desafectação de áreas só pode ser efectuada mediante decreto do mesmo nível que o criou

Uma vitória da cidade e da região
Abre na Primavera

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) declarou "nulas as deliberações" da Câmara Municipal de Lisboa, em 1987 e 1997, que aprovaram a cedência de 18 hectares no perímetro do Parque Florestal de Monsanto para a instalação do Aquaparque e a sua posterior adaptação a parque de diversões. A decisão respondeu favoravelmente ao recurso de uma associação de moradores criada para preservaraquele parcela do património natural da cidade.

A Associação de Moradores e Amigos da Freguesia de S. Francisco Xavier intentou uma acção popular contra a câmara e as empresas Aquaparque - Atracções Turísticas e Aventura em Lisboa - Parque Temático de Diversões, solicitando que fossem declaradas nulas as deliberações que constituíram direitos de superfície a favor daquelas sociedades. O Parque Florestal de Monsanto foi criado por decreto-lei em 1934, com cerca de 600ha. A autarquia resolveu, em 1987, afectar ao seu domínio privado 18ha do chamado "pulmão verde" da cidade, que antes se encontrava integrado no "domínio público da câmara".

A finalidade da deliberação do executivo então liderado por Krus Abecasis era a deceder o direito de superfície sobre aquele espaço à sociedade Aquaparque para a "construção de um parque de diversões aquáticas e desportivas de lazer". O recinto funcionou até 1993, na zona de Caselas, fechando portas após o afogamento de duas crianças. Quatro anos depois, no mandato de João Soares (PS), a câmara revogou a primeira cedência e atribuiu o direito de superfície de 8,1ha da mesma parcela à Aventura em Lisboa, para um parque de diversões.

O Tribunal Administrativo de Lisboa rejeitou a acção dos moradores "por extemporaneidade". A associação recorreu depois e o STA veio dar-lhe razão em 18 de Novembro. No recurso salienta-se que as deliberações camarárias "evidenciam com clareza que os terrenos em causa são transformados de "parque florestal" em "terrenos aptos à construção"" e que a alteração de usos, uma vez que Monsanto está sujeito ao regime florestal total, carece de autorização prévia da administração pública. O acórdão do Supremo Tribunal Administrativo entende que, "ao submeter-se ao regime florestal total, o Parque Florestal de Monsanto ficou, assim, sujeito a um regime como se fosse propriedade do Estado".

Uma vez que o regime florestal (1901) e a sua regulamentação (1903) ainda estão em vigor, o tribunal concluiu que, "se a sujeição ao regime florestal depende de decreto, só diploma com idêntico valor poderá prever ou possibilitar a criação do direito de superfície". Ora, inexistindo qualquer diploma desse género, o acórdão considerou nulas as deliberações da câmara de 1987 e 1997. "O poder político nunca gosta da democracia directa", comentou Luís Tamegão, advogado dos moradores, acrescentando que a decisão mostra que "os tribunais podem ser uma solução" quando as entidades se recusam a escutar as populações.»

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Seria bom que a decisão também contemplasse os próprios órgãos do Estado que sistematicamente delapidam Monsanto, ex. Governo (suspensão indevida do PDM para reinstalação da estação REN) e CML (implantação dos bombeiros/protecção civil no antigo restaurante panorâmico), mas isso é coisa que não me parece vir alguma vez a acontecer.