31/07/2009
The World's Top 25 Most Livable Cities - 2009
Autarquias.Org
Divulgação chegada por e-mail...
Os cidadãos podem acompanhar as respostas das autarquias aos alertas apresentados por outros cidadãos, como também participarem nesses mesmos alertas adicionando comentários.
O autarquias.org permite também a criação de debates por cidadãos que pretendem discutir assuntos que lhes pareçam pertinentes com outros cidadãos e com o próprio município ou questionar a autarquia sobre um assunto do interesse de todo o município., como também a abertura de petições.
Participe neste projecto.
www.autarquias.org
Linha Vermelha do metro chega às Amoreiras e Campo de Ourique
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1394068&idCanal=59
O Metropolitano de Lisboa prepara-se para anunciar no fim de Agosto ou princípio de Setembro o seu plano de expansão no concelho de Lisboa, que incluirá o prolongamento da Linha Vermelha até Campo de Ourique a partir de São Sebastião. O plano ainda está a ser alvo de negociações com a autarquia, e poderá incluir a extensão da Linha Verde a Carnide e da Linha Amarela à Estrela, estando também em cima da mesa a criação de uma nova ligação entre as duas últimas linhas.
"Há ligações dentro da cidade de Lisboa que estão a ser desenvolvidas e planeadas juntamente com os técnicos da Câmara de Lisboa", disse ontem a secretária de Estado dos Transportes durante a apresentação da extensão do metro ao Hospital Amadora-Sintra, recusando dizer quais. Ana Paula Vitorino disse que o anúncio poderá ser feito "dentro de semanas, quando a câmara o entender", e explicou que as obras em causa vão permitir "consolidar o miolo urbano" do metro.
O PÚBLICO apurou que o prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campo de Ourique, com passagem por Campolide e Amoreiras, é um dos projectos a desenvolver. No site do Metropolitano de Lisboa diz-se, aliás, que a ligação a São Sebastião, cuja inauguração deverá ocorrer em breve, "constitui a primeira fase da estratégia de uma nova circularidade interna, que sirva micromercados importantes da cidade, nomeadamente Campolide, Amoreiras e Campo de Ourique".
Em equação, num plano que o vereador do Urbanismo e Planeamento Estratégico da Câmara de Lisboa sublinhou ao PÚBLICO estar ainda a ser alvo de "acertos", estão também o crescimento da Linha Verde de Telheiras a Carnide e da Amarela pelo menos entre o Rato e a Estrela, zona que no site do metro se define "com densidade habitacional elevada, mal servida de transportes públicos e com poucos lugares de estacionamento". O vereador Manuel Salgado adiantou que está também em estudo a possibilidade de se criar uma nova ligação entre as linhas Verde e Amarela, para "funcionarem como uma circular e servirem melhor o centro da cidade", mas não quis explicar onde.
Ligações essenciais
O especialista em transportes e urbanismo Nunes da Silva considera que "a prioridade das prioridades" deve ser levar o metro às Amoreiras e Campo de Ourique. "É imprescindível", defende, explicando que "é preciso dar ligações transversais" ao sistema de transportes pesados, que "continua a ser fortemente radial".
Nunes da Silva lembra que a zona das Amoreiras, "com o que existe, o que está em curso e o que está previsto" se vai tornar "uma nova centralidade" ao nível do sector terciário e também da habitação. Se a isto juntarmos o futuro campus universitário de Campolide, encontramos "pólos geradores de tráfego extremamente importantes", que o professor catedrático do Instituto Superior Técnico não tem dúvidas de que justificam uma extensão do metro.
O técnico, que integra as listas de António Costa à presidência da Câmara de Lisboa, defende ainda a importância da extensão da Linha Amarela à Estrela e Alcântara, mas admite uma outra hipótese: estender antes esta linha por São Bento e Santos e uni-la nesse ponto à Linha Verde, a partir do Cais do Sodré.
É caso para dizer: finalmente! Na minha opinião, antes de expandir o metropolitano para a periferia, deveria desenvolver-se uma verdadeira malha dentro da cidade de Lisboa.
214 milhões para levar metro até ao hospital
00h30m in "JN"
NUNO MIGUEL ROPIO
Até 2015, o Metropolitano de Lisboa vai chegar ao Hospital Amadora-Sintra, representando um investimento de 214 milhões de euros. A empresa está a estudar ainda outras novas ligações mas dentro da cidade de Lisboa.
São pouco mais de 2,5 quilómetros que irão levar o metro da estação Amadora-Este até ao Hospital Fernando da Fonseca, no concelho da Amadora. Um investimento de 214 milhões de euros, a estar concluído em 2015, ontem anunciado pela secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.
Dentro de dois anos estará já concluída a ligação entre as estações de metro da Amadora-Este [Falagueira] e a da CP na Reboleira - orçada em 55 milhões de euros.
Segundo Ana Paula Vitorino, o alargamento do metro irá ocorrer de forma a complementar os serviços disponibilizados tanto pela CP, como pela Refer, não tendo como objectivo substituir os transportes suburbanos. "Pela primeira vez, com este plano o Metropolitano de Lisboa atinge o seu verdadeiro desígnio, que é o de ter uma escala metropolitana", explicou, adiantando que novas ligações dentro da cidade de Lisboa estarão a ser estudadas com o município liderado por António Costa [ver caixa ao lado].
A expansão da Linha Azul, que tem origem na estação ferroviária de Santa Apolónia, prevê a construção de três novas estações: Atalaia [perto da Clínica de Santo António], Amadora-Centro [aqui, a entrada será junto à Academia Militar] e o Hospital Amadora-Sintra [que estará a 27 minutos da estação do Marquês de Pombal].
Para esta última, onde actualmente as dificuldades de estacionamento são mais que evidentes e onde cresce uma nova urbanização, está projectado um interface regional com estacionamento de 30 mil metros quadrados.
"O estacionamento não será inserido dentro de uma superfície comercial, já que a área já é fortemente usada pela unidade hospitalar, mas ainda não sabemos se pode ser em altura. Os estudos apontam para um o estacionamento aberto", disse, ao JN, Joaquim Raposo, presidente da Câmara da Amadora, adiantando a hipótese do parqueamento poder vir a ser taxado.
Paralelamente, a expansão do metropolitano irá ser acompanhada pela construção do futuro metro de superfície, que vai ligar a estação da Amadora-Este a Odivelas, passando pelo Dolce Vita Tejo. Joaquim Raposo garantiu que o concurso público irá ser lançado no início de Setembro.
Pagamentos a Frank Gehry sob investigação
.
Uma Expo em ponto grande projectada para a Margem Sul
Almada, Barreiro e Seixal
por ROBERTO DORES,
"Hotéis de luxo, habitação e centros náuticos na actual Margueira, Quimiparque e Siderurgia. É o plano para a Margem Sul que visa cativar 17 mil novos habitantes
O conceito de uma nova Expo, mas cinco vezes maior, será o que melhor resume o projecto do chamado Arco Ribeirinho Sul com o qual o Governo tenciona "revolucionar" o urbanismo nos concelhos de Almada, Barreiro e Seixal nos próximos 18 anos. Numa área de 920 hectares, outrora ocupada pelo poder da industrialização, vão crescer hotéis de luxo, zonas residenciais, museus e centros náuticos. O investimento ultrapassa os 400 milhões de euros e se as habituais derrapagens não apoquentarem o calendário haverá mais 17 mil residentes e 55 mil novos empregos na região. Lá para 2027.
As intervenções vão recair em 55 hectares da Margueira (Almada), 290 da Quimiparque (Barreiro) e 536 da Siderurgia Nacional (Seixal) - ver infografia acima -, sendo que o ministro do Ambiente, Nunes Correia, que apresenta hoje o projecto no Barreiro, já admitiu ao DN não estar previsto, para já, nenhum projecto emblemático. Adiantou que o plano prevê a construção de cinco mil novos fogos "de grande qualidade" na zona para procurar responder à pressão que se perspectiva para os três concelhos com a construção do aeroporto em Alcochete, da plataforma logística do Poceirão (Palmela) e da terceira travessia do Tejo, entre Chelas e Barreiro.
Nunes Correia não tem pejo em assegurar que "a verdadeira cidade portuária será no Arco Ribeirinho Sul", alertando que "é muito melhor construir escritórios e habitação em locais degradados do que destruir um montado no Alentejo para responder à pressão urbanística". O ministro do Ambiente frisou que Lisboa vai, finalmente, cumprir uma célebre frase que consta nos planos de ordenamento: "Uma cidade, duas margens."
O titular da pasta do Ambiente diz que "se há algo de emblemático para citar, é o facto de se trazer a Margem Sul para o centro das operações, com um protagonismo que até agora não tinha. Era uma zona residencial e dormitório de Lisboa, mas este projecto vai dar- -lhe uma nova centralidade", afirma Nunes Correia, ressalvando que o projecto se mede a 15 ou 20 anos, pelo que deverá sofrer ajustamentos, em função da dos ritmos de construção do futuro aeroporto ou da nova ponte.
Segundo o plano estratégico elaborado pelo grupo de trabalho constituído em Setembro de 2008, a reconversão urbanística daqueles três elementos da memória colectiva da Área Metropolitana de Lisboa torna-se mais urgente quando se conhece o abandono e a degradação a que têm sido votados, "com consequências sociais e económicas negativas também extensíveis às áreas urbanas que os envolvem", diz o documento.
O plano defende projectos de diversas naturezas e dimensões, que vão da construção de infra-estruturas de transporte às actividades ligadas ao estuário e ao mar, não só nas componentes de construção e reparação naval mas também no domínio da biologia marinha. A proximidade ao futuro aeroporto de Lisboa propicia o desenvolvimento de actividades ligadas ao sector aeronáutico.
O ambicioso plano tem prazos longos para a sua conclusão: estão previstos 18 anos para a renovação da Quimiparque, 12 e 15 para a Siderurgia Nacional e a Margueira, respectivamente."
30/07/2009
Rua da Imprensa Nacional?
DIPLOMA SOBRE REABILITAÇÃO URBANA ENVIADO PARA O TC POR CAVACO SILVA
Medida permite venda de imóveis sem indemnizar proprietários
Cavaco duvida da venda forçada
De acordo com a nota publicada no sítio da Presidência da República, o pedido de fiscalização da constitucionalidade fundamenta-se "no essencial, na circunstância de aquelas normas introduzirem, por um lado, um regime de venda forçada de imóveis susceptível de violar o direito de propriedade privada consagrado na Constituição e, por outro lado, de não atribuírem aos arrendatários, em certas situações, o direito a uma justa indemnização por medidas urbanísticas de efeitos retroactivos".
A expropriação que já começou em Lisboa e Porto, em programas de requalificação urbana a cargo das autarquias, dá um bom exemplo do universo que a medida pode atingir. Só um quarteirão no Porto que se encontra a ser requalificado tem 142 proprietários. "Conheço muitos que foram expropriados porque as rendas não suportam as obras necessárias e seguiram para a Justiça. Neste momento há uma série de providências cautelares interpostas nos tribunais, o que paralisa o processo", garante. Na zona ocidental de Lisboa, são cerca de quatro os quarteirões que fazem parte do programa, numa espécie de ‘balão-de-ensaio’, como refere o presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP), António Frias Marques.
O diploma foi aprovado no Parlamento apenas com os votos favoráveis do PS, com a oposição a ser unânime ao criticar o facto de o Governo querer avançar neste ponto a três meses de terminar o mandato.
Durante a discussão do diploma, que tem como principal objectivo estimular a reabilitação dos centros urbanos , a própria Ordem dos Arquitectos manifestou dúvidas, sublinhando que a medida "obriga mais do que estimula". Para a Ordem dos Engenheiros, o projecto "foge aos problemas que deveriam ser tratados".
MINISTRO DO AMBIENTE "TRANQUILO"
Nunes Correia, ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, garantiu ontem estar "tranquilo" quanto à conformidade do diploma sobre reabilitação urbana, que foi enviado pelo Presidente da República para o Tribunal Constitucional (TC).
Segundo o ministro, a figura de "venda forçada" prevista no diploma é apenas uma "modalidade de expropriação", inclusive "em condições mais vantajosas para o proprietário". Nunes Correia acredita, portanto, que, se "todo o regime jurídico, incluindo a própria Constituição", prevê a expropriação, aceita a possibilidade de venda forçada. Os proprietários acreditam que o TC irá enumerar "uma série de ilegalidades".
"DIPLOMA FERIDO DE ILEGALIDADES" (António Frias Marques, Ass. Nacional de Proprietários)
Correio da Manhã – Como entende a decisão do Presidente da República em enviar o diploma para o Tribunal Constitucional?
António Frias Marques – Ficaríamos surpreendidos se não o tivesse feito. O diploma está ferido de ilegalidades.
– Mas os proprietários estão contra a requalificação das casas?
– Nada disso, reabilitar sim. Não se pode é expropriar os proprietários que recebem rendas tão baixas que não dá para fazer obras.
– Então, quem deveria pagar?
– O Estado, para compensar mais de sessenta anos de rendas congeladas que levaram a esta situação.
PORMENORES
REABILITAÇÃO
A ANP garante que há sociedades de reabilitação urbana que expropriam os proprietários para vender os imóveis a estrangeiros, sem fazer obras.
GOVERNO
"Não haverá qualquer inconstitucionalidade neste diploma. O Governo não cometeria um erro tão crasso", declarou o ministro do Ambiente.
EXPROPRIAÇÃO
Os proprietários aceitam a expropriação se o Estado usar o espaço para hospitais ou creches.
Pedro H. Gonçalves
Martinho da Arcada - Quem é amigo?
"A notícia da minha morte foi um manifesto exagero". Mark Twain
O Martinho da Arcada não é um café qualquer. Tal como A Brasileira do Chiado e o Café Nicola em Lisboa, o Café Majestic, o Velasquez e o Guarany, no Porto. Todos pertencem ao nosso património histórico e cultural.
O Café mais antigo do país tem uma profunda ligação histórica e cultural com a cidade de Lisboa, desde que abriu as portas, cerca de duas décadas após o Terramoto de 1755.
É parte integrante do Terreiro do Paço e por essa circunstância monumento nacional.
Tem mesas "reservadas" para Fernando Pessoa, José Saramago e Manoel de Oliveira.
Ruído? Sempre houve. A origem do problema presente está directamente ligada ao Projecto de requalificação do Terreiro do Paço, que - tal como está apresentado, transfere a esmagadora maioria do trânsito da Avenida Ribeira das Naus para a Rua da Alfândega e Rua do Arsenal - se se mantiver, além de duplicar o número de transportes públicos que já ali circulava anteriormente, tornará permanente o caos de trânsito que se vive hoje naquelas artérias. Quem vai ter vontade de ir ao Martinho?
Sempre que existem obras, a vida das pessoas é afectada mas, quando terminam, a vida volta ao normal.
Em 5 de Outubro de 2010, a Monarquia Republicana vai comemorar o Centenário e o Terreiro do Paço vai estar num brinco mas, no dia seguinte, o inferno voltará.
Talvez o Martinho da Arcada já não esteja aberto, nessa altura.
Se o senhor António não conseguir manter o negócio, fecha a porta e vai à vida dele. Lisboa fica sem o Martinho da Arcada e uma parte da sua história ficará por contar. É assim...
O proprietário, o Ministério das Finanças, segundo julgo saber, não terá dificuldade em encontrar utilidade para o espaço; Pode transformá-lo num Museu, ligando o Martinho ao piso de cima, ou numa galeria, ou até, em conjunto com a Câmara, torná-lo num espaço de cultura e lazer.
O Martinho da Arcada pode vir a ser um Museu mas, como diz o senhor António, gostava que fosse um Museu vivo e não um Museu morto.
Luis Machado, um amigo da casa que dinamizou as Conversas à Quinta Feira durante algum tempo no início da década de noventa e em 2005 promoveu As Noites do Martinho, vai fazer regressar as tertúlias em Setembro, num conjunto de sete sessões. É um contributo, entre outros possíveis, para que o Martinho da Arcada continue vivo.
29/07/2009
Plataforma por Monsanto recebe Menção Honrosa do Prémio Nacional de Ambiente.
Concurso PRÉMIO EUROPA NOSTRA 2010
La Haye, juin 2009 - Chaque année, nous récompensons les meilleures réalisations relatives au patrimoine culturel. Grâce aux Prix du patrimoine culturel de l’Union européenne / Concours Europa Nostra, nous rendons hommage à l’excellence et au savoir-faire des architectes, artisans, bénévoles, écoles, communautés locales, propriétaires et médias. À travers le pouvoir de leur exemple, nous stimulons la créativité et l’innovation.
Les Prix récompensent les restaurations exemplaires et les initiatives touchant les multiples facettes du patrimoine culturel européen dans des catégories allant de la restauration de monuments et d’édifices et de leur adaptation à de nouvelles utilisations, à la réhabilitation du paysage urbain et rural, et à la conservation de sites archéologiques et de collections d’oeuvres d’art. La recherche et les contributions exemplaires à la préservation du patrimoine par des individus ou des organisations sont également récompensées ainsi que les projets pédagogiques liés au patrimoine culturel. Chaque année, jusqu’à six prix – d’un montant de € 10 000 chacun – sont décernés aux premiers lauréats des différentes catégories.
Soumettez-nous vos projets et partagez ainsi vos succès.
Catégories :
Des réalisations exceptionnelles du patrimoine seront primées dans les catégories suivantes:
1. Conservation
2. Recherche
3. Contribution exemplaire par un individu ou une organisation
4. Education, formation et sensibilisation
Formulaires de candidatures disponibles à télécharger sur www.europanostra.org.
Date limite de soumission des candidatures pour toutes catégories : 1 octobre 2009
Information: Elena Bianchi, Europa Nostra Heritage Awards Coordinator
T +31 70 302 40 58, eb@europanostra.org.
Europa Nostra représente environ 250 organisations non gouvernementales, 150 organisations associées et 1500 membres individus, en provenance de plus de 50 pays, qui sont tous dévoués à la protection du patrimoine et des paysages culturels de l’Europe. Ensemble, nous constituons un puissant réseau voué au dialogue et au débat ; nous récompensons les meilleures réalisations du patrimoine ; nous menons des campagnes contre les menaces pesant sur les bâtiments et sites historiques et sur les paysages culturels qui demeurent vulnérables et nous faisons du lobbying en faveur des politiques durables et des normes de qualité relatives au patrimoine.
Nous sommes la Voix du patrimoine culturel en Europe.
Os ciclotontos
Santana acusa Costa de não ter obra, e Costa acusa Santana de ter endividado a câmara
Vestidos de forma muito semelhante, blazer azul-escuro e camisa clara, com gravata também em tom azulado, os candidatos à Câmara de Lisboa Santana Lopes e António Costa protagonizaram ontem o primeiro debate televisivo da campanha eleitoral autárquica. Foi na SIC, e quem queria ficar a conhecer as propostas dos socialistas e dos sociais-democratas para melhorar a vida na cidade ficou mais ou menos na mesma.
Parte significativa dos cerca de três quartos de hora do debate foi passada a discutir a responsabilidade do endividamento da autarquia. Para António Costa, o "pai do monstro" é claramente Santana - e daí que, embora tenha acusado o seu adversário de estar preso ao passado, tenha sido ele a insistir em manter o assunto na berlinda durante tanto tempo de antena.
Sem conseguir desviar o debate para outras temáticas que lhe fossem mais favoráveis, Santana recordou que na altura em que governou Lisboa as autarquias não tinham as possibilidades de endividamento junto da banca com que contam hoje os municípios. E contra-atacou o seu adversário no seu próprio campo: "O senhor não tem obra. Não fez nada. Não tem currículo para mostrar."
Do lado de lá da barricada, António Costa repetia frases que já usou vezes sem conta: "Arrumámos a casa. Pusemos em dia as contas" deixadas pelo PSD no mandato anterior. O social-democrata contestou: as dívidas da autarquia aos fornecedores foram transformadas em empréstimos à banca, e não realmente pagas.
Onde o candidato social-democrata conseguiu marcar pontos foi na composição da lista de Costa às autárquicas, que integra personalidades com sensibilidades tão diferentes como Manuel Salgado, Helena Roseta e José Sá Fernandes. Primeiro de uma forma menos elegante - "É uma caldeirada" -, depois com maior consistência, ao recordar que Roseta, por exemplo, tem uma opinião muito diferente do presidente da câmara em temas tão fulcrais como a terceira travessia do Tejo.
Quando finalmente se ia falar do futuro, e do Terreiro do Paço, Santana deixou escapar a oportunidade de recordar a forma como o arquitecto responsável pelo projecto de reabilitação da praça foi nomeado pelo Governo, em vez de ter sido escolhido por concurso. Uma questão que, não podendo ser totalmente assacada à autarquia, também não é escamoteável no quadro do relacionamento da câmara da capital com a administração central. Acabou por se ficar pela ameaça de encerramento do café Martinho da Arcada por via das alterações ao trânsito na Baixa e pouco mais. "O que me choca é mexer-se à última hora em território sagrado por causa da febre da falta de obra", observou.
Crispação a acabar
O momento de maior crispação aconteceu a dez minutos do final do debate, com os candidatos a atropelarem-se. A moderadora, Clara de Sousa, foi obrigada a mandar calar os dois: "Ou um ou outro, senão ninguém se entende." Já pouco tempo havia para promessas eleitorais.
O socialista ainda conseguiu falar na criação de uma rede de eléctricos rápidos e noutra de transportes escolares, para que os pais não andem a entupir a cidade com carros para deixar os filhos na sala de aula. Santana, que já havia garantido que, com ele à frente dos destinos da autarquia, Lisboa não perderá o seu aeroporto, desperdiçou os últimos minutos a explicar-se sobre o antigo projecto de Frank Gehry para o Parque Mayer, defendendo-se de acusações de gastos sumptuários que nem sequer lhe tinham sido feitas por Costa nesta conversa.
Não se deixou irritar com insistentes apelos do socialista para se acalmar: "De onde é que me conhece para dizer que estou nervoso?" "O senhor nunca há-de mudar a minha maneira de ser."
28/07/2009
Não sei o que o amanhã trará
Martinho fecha em Dezembro se trânsito não mudar
Novo modelo de trânsito imposto pela autarquia afastou clientes do Martinho da Arcada, o café de Fernando Pessoa. Proprietário disse ao DN que, se situação não mudar, fechará as portas.
"Se o trânsito continuar assim o Martinho da Arcada fecha portas até ao final do ano. "O desabafo é de António Sousa, proprietário do histórico café da Praça do Comércio, onde amanhã haverá uma conferência de imprensa que incidirá sobre esta possível "morte anunciada".
A menos de um metro de distância da mesa onde habitualmente se sentava Fernando Pessoa, António Sousa explica que "a crise piorou o negócio e novo modelo de trânsito da Baixa veio dar a machadada final". O proprietário do mítico café acrescenta que "os clientes já não conseguem estar na esplanada com a poluição e o ruído dos 150 autocarros, por hora, que aqui passam".
António Sousa garante que o apelo que vai ser dado na conferência de imprensa de amanhã não é fingidor, como o poeta. "Isto não é uma ameaça, o Martinho corre o risco real de fechar e não voltará a abrir", lamenta o comerciante.
Nos promotores da iniciativa que se realiza amanhã está Luís Machado, autor do livro Era uma vez um café, que relata a história do Martinho da Arcada. Luís Machado não quer abrir o jogo para "não queimar a conferência", mas revela que serão apresentados depoimentos de "grandes vultos da cultura."
Luís Machado quer evitar a todo o custo que este "local mítico de Lisboa" feche. O escritor faz um apelo: "não podemos deixar que o Martinho acabe".
Lembrando os danos que a passagem dos autocarros tem no número de clientes da esplanada, Luís Machado acusa a Carris de "sacudir a água do capote", ao ter dito publicamente que nada pode fazer por não ser a entidade que regula o trânsito.
Os defensores e proprietário do Martinho da Arcada têm feito reptos sucessivos junto da autarquia para esta situação. António Sousa foi mesmo à Assembleia Municipal expor a situação. Porém, segundo conta: "O presidente António Costa estava lá, eu questionei-o e ele ainda se riu, dizendo que ia tentar pôr todos os autocarros movidos a gás."
O proprietário do Martinho da Arcada lamenta ainda que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa nunca tenha ido ao estabelecimento nessa qualidade. "Ele tinha a obrigação de conhecer o Martinho", adverte.
No entanto, António Sousa diz que o café "não faz qualquer discriminações partidárias" e tem "amigos" de várias forças políticas.
Enquanto falava com o DN, o proprietário foi mostrando aos turistas o espólio de Fernando de Pessoa, como se fosse um guia de um museu. "Faço isto de borla, nunca cobrei nada porque acho que é um dever, mas se ficar sem clientes não aguento."
Apesar das divergências quanto ao modelo de trânsito, as portas do Martinho da Arcada estão também abertas para a António Costa, a quem António Sousa terá todo o gosto de "pagar um café".
Tal como alerta Luís Machado, seria um "escândalo nacional" o Martinho fechar. O promotor da conferência de imprensa espera que um rol de personalidades se insurja contra o encerramento.
Luís Machado lembra que um edifício com a história do Martinho da Arcada tem "muitos amigos", como se pode comprovar pelo livro de visitas.
Desde figuras nacionais como José Saramago e Manoel de Oliveira (que têm mesa reservada no café), passando pelos últimos quatro presidentes da República (de Ramalho Eanes a Cavaco Silva), até figuras estrangeiras como o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder ou o escritor Antonio Tabucchi, todos passaram no espaço. A estes junta-se um infindável lista de nomes da cultura de onde certamente sairão apelos para que o Martinho da Arcada não feche as portas.
A história do espaço poderá ser preponderante numa altura em que o seu futuro é incerto, assentando, tristemente, na última citação atribuída a Pessoa:"I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará").
Vou fazer o possível para ir à conferência e tentar almoçar, se conseguir mesa! :)
PASCOAL DE MELO: ESTE? JÁ ERA...
PARTE DA FACHADA DE UM PRÉDIO RUIU EM LISBOA
Os técnicos de reabilitação urbana voltam hoje a visitar o prédio cujas varandas ameaçam ruir.
Apenas pedaços pertencentes a algumas varandas de um prédio na Rua Coelho da Rocha, em Campo de Ourique, se soltaram, mas não afectaram a integridade estrutural do edifício pelo que as autoridades entenderam não haver necessidade de evacuação do edifício.
Mesmo assim as autoridades decidiram escorar, ainda durante a noite, as zonas mais frágeis da fachada enquanto elementos dos bombeiros sapadores de Lisboa, da polícia municipal e da protecção civil, que estiveram no local, estão a analisar a situação de forma a que seja encontrada uma solução
De acordo com a polícia municipal, a Rua Coelho da Rocha, que é de sentido único, esteve cortada nos 20/30 metros da zona envolvida e, por isso, interdita ao trânsito.
Quanto às causas mais prováveis para a possibilidade de derrocada do número 43 daquela rua, recorde-se que é um prédio de sete andares, têm a ver com o mau estado de conservação do edifício.
Reabilitação Urbana visita o prédio
Para hoje está prevista a visita ao local de elementos da direcção Municipal de Reabilitação Urbana onde irão efectuar uma vistoria mais detalhada ao prédio e, em particular, às varandas do edifício.
Os técnicos da direcção municipal de Reabilitação Urbana estiveram no local até cerca das 00.30 horas tendo chegado à conclusão que não havia risco de derrocada verificando-se apenas que nas varandas existiam vários elementos de desagregação, como o estuque do prédio que está em mau estado e o ferro das estruturas oxidado.
Para já a conclusão dos responsáveis vai no sentido de que as varandas do prédio não estão em risco de ruir, mas alguns bocados podem cair na via pública pelo que foi feito um perímetro de segurança apenas na zona do prédio.
Parque Eduardo VII: deitar abaixo e fazer de novo
por JOÃO MIGUEL TAVARES
Portugal tem dificuldade em fazer as coisas bem feitas, mas tem muito mais dificuldade em refazer as coisas mal feitas. O Parque Eduardo VII é um bom exemplo dessa incapacidade - podíamos também chamar-lhe falta de coragem - para emendar os erros óbvios. O parque desempenha apenas duas funções anuais: albergar a Feira do Livro durante 17 dias e servir de local de engate durante 365. É manifestamente pouco para o espaço verde mais extenso do centro de Lisboa. Agora que estamos na pré-época das eleições autárquicas, com entrevistas de candidatos nos jornais e sondagens apertadas e muita vontade de discutir os problemas da cidade, eu deixo aqui a minha modesta contribuição para o debate: reformular toda a zona central do Parque Eduardo VII e fazer ali um jardim a sério.
O que deveria ser um dos espaços de eleição de Lisboa foi alvo de todas as maldades no decorrer do século XX. Durante a instauração da República, o parque teve a nobre função de servir de trincheira dos revoltosos. Entre as décadas de 10 e 40, foi um morro mais ou menos abandonado (embora com um lago invejável). Na década de 40, um arquitecto respeitável como Keil do Amaral conseguiu desenhar a inutilidade que hoje podemos apreciar, uma maravilha do Estado Novo que só serve para tostar turistas no Verão. E a cereja em cima do bolo foi o pirilau de homenagem ao 25 de Abril da autoria de José Cutileiro, um escultor com muitos méritos mas que naquela ocasião foi tomado pelo delírio criativo sem que ninguém tivesse tido a clareza de espírito de lhe sussurrar ao ouvido "se calhar, não era bem isto" (por respeito, evidentemente, à "liberdade artística"). Cem anos passados, já vai sendo hora de alguém se chegar à frente e dizer: "do Marquês até ao Eleven, é deitar abaixo se faz favor".
Quem hoje olhe para Lisboa certamente chegará à conclusão de que o amor que devotamos à calçada portuguesa é inversamente proporcional ao amor que dedicamos às árvores. O resultado é uma sobrecarga de cinzento, um défice de verde e um sem-número de praças - do Camões à Praça do Município, passando pelo Terreiro do Paço - cheias de pedrinhas rendilhadas e geometrias comoventes, mas sem uma sombra que se veja. Quando se aterra de avião na Portela vindo do Atlântico é muito bonito. Para quem vive cá em baixo é uma seca imensa e um óptimo convite para nunca lá pôr os pés. Eu sei que Lisboa é um ninho gigantesco de problemas, daqueles muito "macro", como o trânsito, a segurança e a habitação. Mas há "micros" que podem fazer a diferença. E fazer do Parque Eduardo VII um verdadeiro parque, com pessoas, actividades e vida, era uma boa forma de começar a mudar a cara à cidade.
Mais Metropolitano
Depois de na semana passada ter anunciado um investimento de 565 milhões de euros para levar o metro ao concelho de Loures, através das linhas Vermelha e Amarela, a secretária de Estado dos Transportes vai apresentar na quinta-feira uma nova expansão, desta vez no interior do município da Amadora.
Actualmente a Linha Azul une Santa Apolónia à Amadora-Este (Falagueira), mas já estão em curso as obras de ligação à Reboleira, com conclusão prevista para 2011. A partir daí, o metropolitano seguirá em direcção à Atalaia, cuja estação ficará junto à Clínica de Santo António, à Amadora-Centro, cuja estação será erguida em frente à nova Biblioteca Piteira Santos e à Academia Militar, e finalmente ao Hospital Amadora-Sintra.
O vereador dos Transportes da Câmara da Amadora acredita que a obra poderá estar concluída em 2014 e sustenta que, com ela, os municípes poderão passar a utilizar o metro não só como meio de transporte para chegar a Lisboa, mas também para ir de um ponto ao outro dentro do próprio concelho.
Segundo Gabriel Oliveira, junto ao Hospital Amadora-Sintra, à beira do IC 19, onde a autarquia possui um terreno com 22 hectares, está prevista a criação de "um grande interface de transportes", com um terminal de autocarros e parque de estacionamento. A intenção é que os munícipes de Sintra cheguem ao local de transporte particular ou público, apanhando depois o metro para Lisboa.
Com este prolongamento, anunciado a poucos meses das eleições, e com a chegada à Reboleira prevista para 2011, a Amadora passará a ter seis estações de metro.
27/07/2009
Terreiro do Paço - Sobre notícia do Público de 26.07.09
Ao ler esta noticia não quis deixar de manifestar publicamente a minha maior concordância convosco, tão só pela simples razão de que são sérios nos argumentos e apontam as tropelias que se pretende realizar numa das mais belas praças da Europa.
Basta consultar um bom dicionário, como o “Grande Dicionário da Língua Portuguesa”, de José Pedro Machado, Sociedade da Língua Portuguesa, Amigos do Livro Editores, 1981, e ver a seguinte entrada:
• Restaurar – Recuperar, restabelecer em bom estado, colocar na sua primeira posição, reintegrar, elevar no seu antigo esplendor, reparar, consertar, pôr em bom estado.
Será preciso mais, para percebermos o que deve ser feito no Terreiro do Paço?
Não está em causa, nem deverá estar, refazer ou adaptar a Praça aos padrões do século XXI. Estamos perante um monumento nacional, construído no século XVIII, integrado no conjunto da reconstrução de uma capital arrasada por um terramoto, que foi classificado como sendo digno de figurar como Património da Humanidade.
Não precisamos de inovações! Basta recuperar a dignidade inicial, limpando, pintando, refazendo cantarias degradadas e recuperar danos causados ao longo dos anos, por incúria ou ignorância. Os registos gráficos existentes permitem, seguramente, recuperar a traça original.
Deixem-se, pois, de habilidades e “rodriguinhos” tontos, só para dar visibilidade a artistas actuais que, se forem bons, poderão dar largas às suas qualidades noutras zonas da cidade. Até poderão ganhar prémios com obras originais…
Respeitem o Património e os cidadãos, que deverão lutar por legar às gerações futuras as obras históricas do passado. Exijam que os órgãos do Estado, incluindo os órgãos de soberania, se pronunciem sobre estes casos. Os monumentos nacionais não deverão ser danificados com a cumplicidade do Estado.
Cumprimentos
José Honorato Ferreira
http://cidadanialx.blogspot.com/2009/07/ainda-e-ontem-o-tereriro-do-paco.html
Relatorio final da AR sobre a petição "Salvem o Largo do Rato"
A propósito da petição apoiada por este Fórum, denominada Salvem o Largo do Rato, que visava impedir o avanço da construção de um edifício para ali projectado, petição essa entregue à Assembleia da Republica, foi agora objecto de despacho por aquele órgão de soberania que, não obstante não poder analisar o conteúdo da mesma uma vez que não é nela pedida nenhuma apreciação sobre a constitucionalidade da lei, revela no entanto que, solicitada informação à CML, a Proposta nº 1035/2008 de 6 de Novembro do gabinete do vereador Manuel Salgado e em que era solicitado o deferimento do pedido de licenciamento para a referida obra, que a mesma viria a ser rejeitada conforme acta de reunião nº 65 de 12 de Novembro com 6 votos a favor do PS e 11 votos contra, de toda a oposição, recomendando assim a AR o seu arquivamento.
CASAS MAIS CARAS RESISTEM MELHOR Á CRISE
00h30m
GINA PEREIRA, in "JN"
A construção de habitação para a classe média-alta e alta é a que melhor resiste à crise. Em Lisboa, estão a avançar projectos que aguardavam licenciamento há vários anos. E os promotores não se queixam de não os conseguir vender.
A todo o momento, o Grupo Obriverca acredita que a Câmara de Lisboa emite licença para o início da construção dos Jardins de Braço de Prata, projecto do arquitecto italiano Renzo Piano que, desde 2001, aguarda licença para avançar. Luís Gamboa, administrador da empresa, garante que não espera. "Já foi adiada tempo suficiente. A cidade precisa daquela obra", diz, explicando que o empreendimento, com 130 mil metros quadrados (m2) de construção, inclui 400 apartamentos distribuídos por edifícios de cinco pisos e terá também escritórios e comércio.
"Só quando estiver construído é que as pessoas vão perceber a importância", assegura, estimando que a obra demore três anos a ser concluída. O efeito na zona de Marvila-Beato pode ser semelhante ao que sucedeu com o empreendimento Alcântara Rio, que foi o detonador de uma mudança na antiga zona industrial de Alcântara, para onde estão previstos vários empreendimentos, entre os quais um centro de serviços e um hospital da CUF.
No caso do Alcântara Rio, também da Obriverca, só faltam construir 66 dos cerca de 300 apartamentos que integram o complexo. A terceira fase (67 apartamentos), actualmente em comercialização, já está 90% vendida e custa, em média, 2800 euros o metro quadrado.
O grupo tem em construção outro empreendimento na zona norte da Expo, já no concelho de Loures, cuja comercialização "tem sido um sucesso". O Multiusos Oriente, que inclui habitação, comércio e retail, só estará pronto no final do próximo ano, mas metade dos fogos - que custam em média 3000 euros o m2 - já está vendida. Luís Gamboa reconhece que a crise afecta todas as empresas, mas admite que "os produtos de melhor qualidade continuam a vender-se". Mais: "O segmento médio e alto está a aguentar-se".
Há cerca de um mês, o grupo Temple decidiu avançar com outro grande projecto. No antigo colégio dos Maristas, às Amoreiras, começou a ser construído o primeiro dos sete lotes que vão integrar o empreendimento Nova Amoreiras.
Para já, estão a ser comercializados os primeiros 37 apartamentos, com tipologias que vão de T0 a T7 e rondam os 3900 euros o m2. Margarida Barreto, directora da Temple, considera "inegável" que a conjuntura não ajuda à comercialização. No entanto, garante que, nos últimos três meses, notou uma retoma na procura e na tomada de decisão dos compradores. O grupo tem outros dois projectos em fase final de comercialização no Chiado, onde faltam vender poucas fracções.
No Campo Pequeno, depois de quatro anos de espera pela licença, o antigo edifício de escritórios do Crédito Predial Português está a ser convertido em edifício de habitação, que terá 16 apartamentos, um por piso, com áreas entre os 380 e os 460 metros quadrados.
"Será um topo de gama europeu, ao nível dos melhores edifícios do Dubai e de Nova Iorque", garante Leal Barreto, da Chamartin Imobiliária, explicando que, apesar do preço (cerca de dois milhões de euros por apartamento), 35% do prédio já está vendido. Nada se vende tão bem como antigamente, diz, mas "o mercado imobiliário estava viciado na pesca à rede e, agora, tem de voltar a aprender a pescar à linha. Agora é que é a arte de vender".
Roteiro da Ciência e da Técnica em Lisboa
São 14 propostas, para um olhar diferente sobre a cidade, sugerindo-se percursos a pé, para residentes e forasteiros. Sabe onde fica o Meridiano Zero da capital, que durante muito tempo marcou a Hora Oficial do país? Ou que a Calçada Portuguesa tem 5 frisos e 11 padrões, sendo matematicamente possível ir até aos 7 frisos e 17 padrões, havendo projectos para criar os que faltam? Ou que o Estuário do Tejo é o maior da Europa e alberga flamingos, enquanto os Jacarandás são árvores exóticas vindas da América do Sul?
Estas perguntas, bem como outras sobre a Baixa Pombalina, os Eléctricos, os Chafarizes, a Esfera Armilar, os Relógios de Sol, o Grande Aterro, o Lioz, os Elevadores ou a Hora Legal poderão ser respondidas, sempre com base científica, neste Roteiro do Pavilhão do Conhecimento. Até a Luz de Lisboa, essa realidade tão subjectiva de que todos falam, está aqui explicada cientificamente.
O Pavilhão do Conhecimento pretende editar mais Roteiros (em versões portuguesa e inglesa), dedicados agora aos Locais do Conhecimento, aos Sabores da Cidade, às Pedras e Colinas. Sempre vendo Lisboa de forma diferente do habitual, com os olhos da Técnica e da Ciência.
Ainda o Teatro Taborda
O Teatro Taborda, uma das mais belas pequenas salas de Lisboa, na zona do Castelo, foi construída em finais do século XIX e recuperada nos anos 90. Gerido pela EGEAC foi cedido à companhia Teatro da Garagem que agora pintou todo o interior - frescos e talhas douradas incluídas, a tinta de óleo preto «por uma necessidade de encenação». Acham isto normal? Como é possível a EGEAC andar a esconder o assunto?Manuel Falcão, no Facebook
Ver também postas relacionadas, aqui e aqui
Obras de Sta. Engrácia
ALAMEDA DE DOM AFONSO HENRIQUES OU DE SANTA ENGRÁCIA?
Partidos tomam de 'assalto' a blogosfera
26/07/2009
Campo de Ourique vai ter lugares pagos mesmo para os moradores
In Público (25/7/2009)
Inês Boaventura
Em breve, Campo de Ourique passará a ter três tipos de artérias: ruas exclusivamente reservadas a residentes e comerciantes que possuam o respectivo dístico, ruas onde o estacionamento é misto e só os visitantes pagam e finalmente ruas destinadas ao estacionamento de rotação, em que entre as 9h e as 18h30 todos pagam para estacionar.
Diogo Homem, da área de marketing e comunicação da EMEL, disse ao PÚBLICO que está em curso a colocação dos parquímetros e arrancará de seguida a da sinalização vertical, prevendo-se que as novas regras comecem a ser aplicadas durante o mês de Agosto. A área em causa abrange cerca de 3200 lugares de estacionamento, dos quais 2100, "a grande maioria", poderão ser utilizados apenas por residentes e comerciantes.
Para o estacionamento misto, que é idêntico ao que vigora no resto da cidade, haverá 630 lugares e para o estacionamento de rotação 450. Ao todo são seis as ruas (nem todas na sua totalidade) em que até os residentes e comerciantes com dístico de estacionamento terão que pagar para deixar os seus veículos, entre as 9h e as 18h30.
Para contestar este modelo foi criado o blogue campodeourique-revoltado.blogspot.com, no qual o seu fundador acusa a EMEL de promover um "assalto ao bolso dos residentes com carro", bem como de estabelecer "discriminações entre moradores, consoante as ruas em que moram". Segundo o blogue, está em curso uma recolha de assinaturas para travar um projecto que, diz o crítico que assina como Tim, "em vez de resolver vem agravar a vida dos moradores".
Entre os comentários deixados no blogue há quem partilhe estas queixas, como faz um anónimo que reside na Rua de Domingos Sequeira, que será uma das artérias destinadas ao estacionamento de rotação. O homem, com 72 anos, diz que isso o vai obrigar a "subir e descer" a rua onde mora "e tentar estacionar o carro no centro de Campo de Ourique", o que perfaz "mais ou menos um quilómetro a pé para ir buscar o carro e outro tanto para o ir deixar".
Mas no blogue há também muitos comentários de pessoas favoráveis ao novo modelo, uma das quais acusa os contestatários de "egoísmo e complacência com o estado de degradação a que chegou Campo de Ourique por causa do automóvel", e de outras que lhe dão "o benefício da dúvida". É o caso do morador Sérgio Nogueira, que considera que o projecto da EMEL "foi mal divulgado", mas sublinha a necessidade de uma intervenção para acabar com "a selvajaria do estacionamento" em Campo de Ourique. "A cidade não tem obrigação de disponibilizar estacionamento para todos os seus moradores", afirma.
25/07/2009
«as cidades estão a perder as suas personalidades e começam a parecer-se umas com as outras»
18 Maio - 16 Agosto
Os passeios da minha infância - aqueles passeios portugueses em calçada preta e branca - deram-me a possibilidade de ver como uma cidade pode ser transformada numa cadeia de delícias.
Quando voltei a casa vindo de África pela primeira vez, aos seis anos, as ruas íngremes, os elevadores disfarçados de eléctricos horizontais, e os eléctricos propriamente ditos, barulhentos e com campainhas a tinir, os pátios e átrios de pastelarias e cafés, o Rossio movimentado, atafulhado com fontes, com a sua enorme coluna, os anúncios, os sinais de trânsito (cheios de pombos) e o enorme e plano Terreiro do Paço (uma imensidão a seguir à grelha apertada da Baixa pombalina) fizeram-me compreender Lisboa e viver nela como se fosse a minha casa.»
Nesta exposição, Pancho Guedes (n. 1925, Lisboa) reúne a sua prodigiosa e original produção de desenhos, quadros e esculturas e mostra como estes contribuíram para as formas, as ideias e o espírito das muitas arquitecturas diferentes e pessoais que criou. A sua ligação com África, sobretudo com Moçambique, permitiu que Pancho se libertasse dos constrangimentos mais restritos das ideias habituais sobre a arte.
As arquitecturas de Pancho Guedes vão de explorações extravagantemente opulentas e pessoais do espaço e da forma, nas quais as artes plásticas se misturam e se fundem, até edifícios austeros e esparsos desenhados para respeitar condições financeiras difíceis e rigorosas, sem limites claramente identificáveis. Em todos os casos, as criações resultantes não são de forma alguma diminuídas pelas circunstâncias da sua materialização. Todas as suas criações se encontram imbuídas de almas individuais, distintas, que falam e sorriem orgulhosamente, mesmo quando diminuídas pela idade e pelo uso abusivo. Pancho Guedes continua a desenhar, a melhorar e a construir modelos dos seus edifícios, mesmo os há muito construídos. A relação com a vida de muitas das suas obras está, assim, liberta do seu objectivo restrito, e estas encontram facilmente o caminho para a escultura, a pintura e o desenho, e também para conversas exageradas.
in http://www.museuberardo.pt/
Foto: Rua Ivens, 1-15. A sistemática demolição do património arquitectónico é uma das razões da perda de personalidade das cidades portuguesas.
24/07/2009
Esta panorâmica bem explicada, da realidade portuguesa, suas consequências e erros, se bem que aplicada a um caso concreto, extende-se a todo o país.
É urgente promover a alteração a esta Lei ( ou á falta dela), não permitindo mais que o particular tome a iniciativa de ordenar o território, permitindo-lhe que se substitua ao estado nesta tarefa, nomeadamente na realização de loteamentos, implantados alietóriamente no território, trazendo implicações nefastas a nível de infraestruturas e de racionalização de recursos naturais e estratégicos.Luis Marques da Silva
Vergonha! (parte 2)
FOI APROVADO COM OS 3 VOTOS DE "LISBOA COM CARMONA"
Ou seja, na hora da despedida, CR volta ao seu melhor, dando o dito por não dito (votou contra da primeira vez) e deixando como herança para Lisboa mais esta porno-chachada de o tamanho de três prédios travestidos, em plena zona nobre da cidade, projecto digno da mais pura das diatribes da sua ex-vereadora Seara. VÃO EMBORA! LISBOA ESTÁ FARTA DE VOCÊS! VÃO E NÃO REGRESSEM!
A coisa (leia-se a operação "travesti" de 3 edifícios da Rua Rosa Ara+ujo em hotel) já tinha sido tratada aqui, aquando da votação e do CHUMBO em reunião de CML de Janeiro deste ano.
Mas nestas coisas de urbanismo e de Lisboa, o que chumba sempre volta até ... passar. O promotor pediu a reapreciação da coisa, e eis que a coisa voltou. A estrutura consultiva do PDM diz que não discute questões de gosto, nem de inserção na malha urbana daquele bairro. Ou seja, não se mete em nada.
Pelo que os serviços reagendaram a mesma proposta para esta 4ªF, para reapreciação de uma coisa já chumbada. Só porque o promotor pediu?? Isto é assim?
O descaramento continua e a luta também:
FOI CHUMBADO
O desfecho era de prever, e para o mesmo já tínhamos alertado aqui. A história é a seguinte:
Este magnífico prédio de princípios do séc. XX, catalogado no Inventário Municipal da CML, foi objecto de um pedido similar em 2004, da autoria da sociedade imobiliária Crunch, Lda., mas foi na altura indeferido (22.8.2005 - imagine-se!).
Já em 2007, desta vez sob os desígnios da imobiliária Cepric, Lda., eis que é submetido à CML um projecto de alterações e ampliação (Proc. 1653/EDI/2007) que compreenderá a destruição quase total dos interiores deste edifício, com a ampliação de um novo corpo no pequeno e carismático logradouro, com a consequente construção de caves para estacionamento.
O prédio é fantástico e um dos mais carismáticos da Avenida da República.
Está em bom estado de conservação, perfeitamente recuperável em tudo quanto esteja mal.
Esse mesmo é o que pensam a Estrutura Consultiva do PDM que se manifesta contrária ao projecto.
O prédio é habitado em pelo menos 2 andares e lojas.
Paradoxal e inexplicavelmente, contudo, a actual vereação agendou para a reunião de CML da próxima 4ªF, dia 22 de Julho, a votação deste obtuso projecto, inqualificável acto de destruição maciça do património arquitectónico do séc. XX.
Onde pára a Ordem dos Arquitectos?
Onde pára o IGESPAR?
Onde param os sábios?
Estas coisas não vão continuar assim, POIS NÃO?
Carris afasta possibilidade de ter autocarros menores e menos poluentes na Rua do Arsenal
Inês Boaventura
«Ainda não há data para o início das obras de minimização dos efeitos do novo esquema de circulação na Baixa, prometidas pela Câmara de Lisboa
São 140 os autocarros da Carris que passam a cada hora, nos períodos de maior tráfego, na Rua do Arsenal. A empresa tem conhecimento de queixas decorrentes da situação e diz-se disponível para a "melhorar o mais possível", mas garante que é impraticável substituir os veículos por uns mais pequenos e menos poluentes, como pretendia a Câmara de Lisboa.
No fim de Abril, na sequência de um manifesto em que moradores e comerciantes daquela artéria se queixavam do barulho e da poluição atmosférica provocados pelas alterações na circulação rodoviária, o vereador Manuel Salgado fez várias promessas que continuam por cumprir. Entre elas, "pressionar a Carris para alterar a frota de veículos, optando por veículos de menores dimensões, menos poluentes e menos ruidosos", reconstituir as passagens de peões "com material contrastante e resistente" e substituir o pavimento "por um pavimento betuminoso de borracha".
Três meses volvidos, as reclamações mantêm-se e o proprietário do Martinho da Arcada, no Terreiro do Paço, diz mesmo que está em causa a sobrevivência do café com 227 anos. "Isto tornou-se insuportável. Corremos o risco de fechar porque nos meteram num colete de forças de autocarros da Carris", afirmou António Sousa ao PÚBLICO.
O secretário-geral da Carris, Luís Vale, diz que na Rua do Arsenal, junto à qual está instalada a esplanada do café, passam 140 autocarros por hora, nos períodos de maior tráfego. Antes do corte de trânsito nas laterais do Terreiro do Paço, 60 desses autocarros já circulavam perto do estabelecimento, mas na frente da Rua da Prata.
Luís Vale admite que o acréscimo do número de veículos que passam na Rua do Arsenal foi significativo e diz que a Carris tem noção das queixas, mas lembra que "o reordenamento de trânsito não cabe à empresa". E apesar de se dizer disponível para trabalhar com a autarquia para "melhorar o mais possível" o problema, o responsável garante que "não há muito mais a fazer".
Substituir os autocarros por uns mais pequenos, menos poluentes e menos ruidosos é, segundo Luís Vale, impossível. Isto porque veículos de menores dimensões, que para além do mais já estão afectos a outras carreiras, não permitiriam transportar "o caudal de passageiros" que viaja naquela zona da cidade, muitos deles para fazer a ligação a transportes como o metro e os barcos para a Margem Sul.
Quanto à poluição e ao ruído, o secretário-geral afirma que "a performance e o desempenho ambiental da Carris são dos melhores da Europa", tendo os novos veículos que entraram ao serviço desde 2004 permitido baixar a emissão de vários poluentes em valores entre os 80 e os dois por cento. "Não podemos ter autocarros ainda menos poluentes", conclui Luís Vale.
A assessora de imprensa da autarquia disse ao PÚBLICO que ainda não se sabe quando avançarão as intervenções na Rua do Arsenal prometidas por Manuel Salgado, já que estas "estão a ser articuladas" com as obras a desenvolver pela Frente Tejo.»
...
Sem comentários.
Alcântara, o Porto de Lisboa e os outros
E que obras como esta, com um impacto na cidade (e no país) que a vai condicionar para sempre deixem de ser decididas em função dos interesses das empresas dos amigos.