31/10/2008

Presidente da administração da EMEL apresentou a demissão

"Empresa municipal de estacionamento de Lisboa
Presidente da administração da EMEL apresentou a demissão -31.10.2008 - 14h59 Lusa

A presidente do conselho de administração da empresa municipal de estacionamento de Lisboa (EMEL), Marina Ferreira, apresentou há quinze dias a demissão do cargo, disse hoje fonte do gabinete do presidente da autarquia lisboeta. Segundo a mesma fonte, Marina Ferreira alegou "motivos pessoais" e pediu a demissão no dia 15 de Outubro, um pedido que foi aceite pelo presidente da Câmara, António Costa (PS).

Para substituir Marina Ferreira, cuja demissão foi avançada pela Antena 1, não está previsto, "pelo menos para já", a nomeação de outro presidente do conselho de administração. "Não está previsto, pelo menos para já, mantendo-se os dois vogais em funções. O vogal que habitualmente substituía a doutora Marina Ferreira vai continuar a substituí-la", afirmou a mesma fonte. O vogal em causa é Mário Lourenço, sendo o outro Pedro Policarpo.

Marina Ferreira foi vereadora no mandato de Carmona Rodrigues (independente eleito pelo PSD), tendo chegado a assumir a vice-presidência da autarquia, após a suspensão de mandato de Gabriela Seara e de Fontão de Carvalho.

Com o pelouro da Mobilidade, a então vereadora ocupou igualmente nessa altura a presidência do conselho de administração da EMEL. A sua recondução no cargo, proposta em Março por António Costa, esteve envolta em polémica, já que só à segunda votação secreta foi aprovada em reunião de Câmara.

Entre a queda da Câmara e a realização de eleições intercalares, em Julho do ano passado, Marina Ferreira ficou à frente da comissão administrativa que geriu a autarquia. "

PUBLICO

CEPOS DA CAPITAL: Largo da Academia de Belas Artes


LARGO DA ACADEMIA DE BELAS ARTES: «cenário de anarquia continua»




Denunciamos aqui, a pedido de um munícipe, o estacionamento irregular num dos largos mais emblemáticos, mas também mais esquecidos, do Chiado:

«...lamento constatar a continuação do estacionamento caótico no Largo da Academia de Belas Artes. Os arrumadores continuam a promover o estacionamento em cima dos passeios e até mesmo nas passadeiras como podem ver pelas novas fotografias. O cenário de anarquia continua, sem alterações. O pior são os fins-de-semana, precisamente quando a EMEL e a Polícia Municipal estão ausentes. A fiscalização é insuficiente e demasiado esporádica. A tolerância zero não parece chegar ao Largo da Academia de Belas Artes.»
De facto, em pior situação que este só mesmo o Largo Rafael Bordalo Pinheiro (sim, aquilo é oficialmente um «largo») ou talvez o Largo da Trindade (alguém sabe onde fica este «largo»?!). Alguém tem visto os veículos eléctricos da Polícia Municipal oferecidos pela Agência Baixa-Chiado para pôr ordem na zona?

Decadente ciudad de la luz

Lisboa irrumpe en la desembocadura del río Tajo como una ciudad de aspecto decadente pero con un descomunal encanto. La capital portuguesa merece, al menos, un fin de semana, si el visitante quiere aproximarse a su esencia.

Esta é apenas uma das diversas opiniões enviadas por turistas espanhóis e que poderá ler no El Viajero, caderno do jornal El Pais, que tem vindo a publicar um guia da capital portuguesa feita "por y para los lectores".

Chegado por email:

«Armadilha da EMEL

Para quem não conhece (fica na Rua Silva Carvalho, junto ao cruzamento com a Av. D. João V nas Amoreiras) esta é uma autêntica ratoeira para a EMEL ganhar dinheiro, dia sim dia não são vários os automóveis bloqueados e multados (exclusivamente pela EMEL, a PSP não multa e não se pronuncia sobre o assunto) uma vez que a EMEL alega que este local é um simples passeio para peões, no entanto o espaço para estacionamento está lá bem marcado e não existe nenhum sinal de proibição de estacionar...

Carlos de Oliveira
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Chegado por email:

«Esta Lisboa que amo

Nasci, brinquei, estudei e tornei-me homem nesta Lisboa (não sei se os Srs. Sócrates, Costas ou Coelhos - este último parece que “bate” em todos que não pensem como ele - sequer nasceram ou nela brincaram). Habituei-me, de muito pequenino, a ver também Lisboa do outro lado do Tejo (Ginjal), a beleza das suas colinas, O Castelo, O Monte, A Esperança, São Roque, Sant’ana, Senhora do Monte, A Graça. Via também o Terreiro do Paço, uma das mais belas Praças da Europa, o Alecrim, a 24 de Junho, a Infante Santo, Alcântara etc. etc. etc. Vi também o “Vera Cruz” o “Santa Maria” o “Niassa” o “Infante...” o “Uíge”, o Carvalho Araújo, etc cheios de lenços a acenar a desaparecerem no horizonte do belo estuário do Tejo. A Ponte ainda era então uma miragem, Esta Lisboa cantada desde Camões a Tolentino, passando por F. Pessoa, O'Neill, Ary, imortalizados pelas vozes de Amália, Marceneiro, e tantos outros, cuja comparação inevitável com os Senhores acima citados, faz-nos ver o que é a mediocridade. Alcântara e Rocha, onde eu, ainda menino, vi tanta gente chorar, na partida e na chegada (alguns vinham em caixas de pinho, citando Zeca Afonso). Já agora porque não fazer naquela zona um memorial aos portugueses, Homens e Mulheres que choraram por perderem os seus filhos, maridos e pais e que foi ali que os viram pela última vez. Alcântara e Rocha, tão intimamente ligadas à nossa História do século XX. Eles foram as torres, foi o elevador, foram as “manhattans” de Santos, de Santa Apolónia e Almada. Já estou a ver os camiões a atravessarem Lisboa, cheios de “caixões” com as nossas memórias. Onde estão as “nossas” Feira Popular ou o Parque Mayer? Onde está o Cais das Colunas da nossa sala de visitas? Que fizeram ao Martim Moniz? Depósito de “caixotes e penitenciárias”. Assassinatos culturais, arquitectónicos e paisagísticos de uma Lisboa medieval, tudo em prol de virar a vista para um certo hotel, deixando para trás as belas colinas do Castelo, Graça e Monte. Minha mãe calcorreou Lisboa comigo pela mão, pois vendia lotaria, por ruas, becos e travessas, desde as então chamadas avenidas novas até às Ribeiras, Alfamas, Mourarias e outros (até nos cacilheiros). Não tenho a culpa, amo Lisboa, está-me no sangue, fás parte do meu código genético. Basta de atentados destes cavalheiros. Antigamente “ensinaram-me” – A Pátria não se discute, agora impingem-me - ...temos legitimidade democrática (?) só se for para não fazerem o que prometeram, e fazerem o que esconderam.

José Coelho
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CEPOS DA CAPITAL: Travessa dos Inglesinhos

...à porta do iminente condominium fechado de luxo fechado no antigo Convento dos Inglesinhos ao Bairro Alto.

30/10/2008

Mais de meio milhão em rendas

A Câmara de Lisboa gasta mais de meio milhão de euros/ano no aluguer de edifícios, 240 mil euros dos quais em espaços para recursos humanos e serviços de apoio aos órgãos municipais, quando tem mais de 300 prédios devolutos.

De acordo com dados da autarquia a que a Lusa teve acesso, só com o aluguer do edifício da Rua Castilho onde estão instalados a Direcção Municipal de Recursos Humanos e o Departamento de Gestão de Recursos Humanos a Câmara paga por ano 182.164 euros.

Ao todo são 10 contratos de arrendamento nos nºs 213, 213A e 213B da Rua Castilho, renegociados este ano.

O de valor mais elevado custa por ano 79.600 euros (6.634 euros/mês) e refere-se aos 7º, 8º e 9º andares do edifício que a Câmara para à PTJH - Compra e Venda de Imóveis, Lda.

Além desta renda, a autarquia paga a outras nove todos os meses para ter instalados os serviços de recursos humanos e que variam entre os 150 e os 1.946 euros.

Já pelas instalações na Praça do Município onde estava o antigo Departamento de Apoio à Presidência, extinto com este executivo e que foi integrado no Departamento de Apoio aos Órgãos Municipais, a autarquia paga por ano mais de 60 mil euros (5.037,34 euros/mês).

Nas Grandes Opções do Plano para 2008-2011 está prevista uma redução para metade, até 2009, das despesas de arrendamento de espaços para instalação de serviços camarários.

Questionado pela Lusa sobre quanto gasta a autarquia por ano com o arrendamento dos espaços onde estão instalados alguns dos serviços e de que forma a redução desta despesa vai ser feita, o vereador das Finanças, Cardoso da Silva, remeteu para ontem à tarde mais esclarecimentos. Até à hora do fecho desta edição não foi possível apurar se tais esclarecimentos foram ou não prestados.

Há 60 mil edifícios em Lisboa, 6.300 dos quais estão classificados pela autarquia como "em muito mau estado" e destes 4.600 estão devolutos. De acordo com dados do departamento de Urbanismo, dos prédios devolutos identificados em Lisboa, 322 pertencem ao município e 60 a instituições públicas.

Fonte do gabinete do vereador das Finanças, Cardoso da Silva, reconheceu à Lusa que "nem sempre é fácil adaptar os espaços devolutos", afirmando, no entanto, que não basta "dizer que há 300 prédios devolutos". "É preciso fazer obras de adaptação a vários níveis e isso não é fácil", afirmou, explicando que o processo de mudança "não se faz de um dia para o outro".

"É preciso fazer o projecto, o concurso público e estas coisas demoram tempo", acrescentou.

In JN

90% das casas novas não passam no diagnóstico técnico e de qualidade

In Público, 20-10-2008

Números são resultado das vistorias de imóveis levadas a cabo pela empresa Checkhouse

Os números de um estudo feito pela Checkhouse são preocupantes e dão conta de que apenas 10% das casas portuguesas, vistoriadas por aquela empresa, cumprem todos os requisitos de qualidade, ao nível das infra-estruturas e instalações visíveis e invisíveis. Os acabamentos, isolamentos térmicos e humidade, assim como as deficiências nas instalações eléctricas e gás estão entre as principais falhas identificadas pela Checkhouse, uma empresa certificada nos serviços de diagnóstico técnico à qualidade dos imóveis.

O relatório Técnico e de Qualidade Checkhouse revela que «a qualidade das casas portuguesas não corresponde, na grande maioria, às expectativas dos proprietários, com 90% a registar problemas nas instalações eléctricas, 80% a apresentar falhas nos acabamentos e 76% problemas de humidade», conclui aquele documento.

Os resultados agora apresentados e que são consequência de 850 vistorias realizadas pela Checkhouse, na sua maioria a pedido de proprietários de casas novas, indicam também que as deficiências nos isolamentos térmicos afectam 73% das habitações, sendo que a sua origem está ligada à «existência de pontes térmicas, ou seja, de zonas em que a estrutura não está isolada, deixando passar o frio e o calor».

Os problemas de humidade e as deficiências nos isolamentos térmicos são «duas das questões que mais preocupa os portugueses que querem comprar uma casa, porque implicam obras por vezes complexas e, em especial, porque o frio e a humidade estão relacionados, quer com a saúde e conforto quer com um dispêndio extra de energia», nota Carlos Oliveira, director-geral da Checkhouse.

FOTO: Será que estes miseráveis blocos para realojamento erguidos pela CML no Parque Florestal de Monsanto (e em zona de protecção do Aqueduto das Águas Livres) passam no diagnóstico? Num diagnóstico de qualidade estética e de integração na paisagem não passam.

"E o resto é paisagem? PÚBLICO - 30.10.2008, Miguel Gaspar

Noutros tempos era costume dizer-se que "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem". Mas nos tempos que correm esse adágio já não faz grande sentido. A qualidade de vida na capital e boa parte da respectiva área metropolitana é hoje inferior à que se pode usufruir em inúmeros municípios situados naquilo a que outrora se chamava "província". E mesmo o direito à paisagem parece longe de estar garantido aos lisboetas. É o que ocorre dizer a propósito do projecto de ampliação do terminal de contentores do porto de Lisboa, cuja cedência até 2042, sem concurso público, a uma empresa dirigida por um antigo ministro socialista, Jorge Coelho, levanta as maiores reservas: soube-se esta semana, através do Sol, que está a analisada pelo Tribunal de Contas e já se sabia que tem a oposição de todos os partidos e movimentos representados na Assembleia Municipal de Lisboa -exceptuando, claro, o PS.
Um dos problemas em toda esta história é não se saber muito bem do que se está a falar. O Governo, por exemplo, diz que compensará os cidadãos pela parte de rio que lhe vai retirar, mas não diz aonde. Nem esclarece exactamente qual o impacte sobre a paisagem, limitando-se a afirmar que será "limitado". O presidente da autarquia afinou por este diapasão, dando o aval do município ao projecto, e joga por isso boa parte da sua legitimidade nesta questão, que promete ser um dos temas centrais da campanha autárquica.
Mas no meio de toda esta intensificação, sabe-se que falamos da triplicação da área de armazenamento de contentores naquela que é uma das raras zonas lúdicas com ligação ao rio nesta cidade - um muro de contentores de 12 a 15 metros ao longo de 1500 metros. Esta maravilha do regime implica o fim da zona das docas e um corte brutal na zona de aproximadamente quatro quilómetros, entre Alcântara e a Torre de Belém. Uma área perto da água que precisava de equipamentos decentes, comuns para qualquer munícipe de Cascais ou de Oeiras, e não de ser encurtada em um quilómetro e meio.

Vamos ao contexto? O contexto é que há anos o alfacinha ouve dizer que as mudanças a introduzir na zona ribeirinha da cidade representarão mais zonas de lazer perto do rio. O primeiro projecto a ser conhecido vai exactamente na direcção contrária. Em vez de apostar na qualificação de uma zona que pode ser valorizada turisticamente ou para o bem dos cidadãos, zás!, faz-se um armazém. Dou de barato esta ideia algo deprimente de que um "armazém" pode ser uma grande obra de regime. E leio por cima de tudo isto que, de acordo com o Tribunal de Contas, a área de armazenamento actual está subaproveitada. Então para quê investir numa empreitada destas dimensões?
Já sei: vêm aí os apóstolos do progresso declarando que obras como esta são vitais para o desenvolvimento do país. O próprio primeiro-ministro diz que, com o afundamento da linha férrea que atravessa a Avenida 24 de Julho, vai-se acabar com um estrangulamento à mobilidade da capital. Eu sei que sou pouco entendido nestas coisas dos contentores - mas podem explicar-me como é que triplicar a capacidade de armazenamento de contentores em Alcântara contribui para aliviar Alcântara?
O que fica claro é então isto. Numa cidade em crise absoluta, cujo município parece não ter programa, políticas ou discurso, em que os prejuízos colossais das empresas municipais não coíbem os respectivos gestores de comportamentos como os apontados no caso Gebalis, não é possível admitir que o maior investimento previsto pelo Estado para Lisboa vá no sentido da diminuição dos direitos dos munícipes, em favor de um projecto de utilidade muito pouco clara. Nesta cidade, pelos vistos, os cidadão são só paisagem. É uma marca de provincianismo. Jornalista (miguel.gaspar@publico.pt) "

Chegado por email:

«Cada vez mais este pensamento me assola: - "para onde caminhas Portugal?"

Já tínhamos visto um conjunto de atitudes intimidatórias do Poder sobre a comunicação social , funcionários públicos a sofrerem processos por usarem o humor sobre o Poder no seu local de trabalho, sindicalistas a serem questionados sobre oas suas actividades. Mas hoje passámos para uma nova fase.

Caiu nos nossos jornais on line ao final da tarde, acabou de dar na televisão. O Jornalista e Escritor Miguel Sousa Tavares foi insultado por uma manifestação de estivadores que se juntaram em frente aos Paços do Concelho. No interior decorria uma reunião pública do Executivo Municipal onde o presidente da APL ( não a Liscount.... humm) apresentava o projecto de expansão do Porto de Contentores que se conhece.

Foi uma imagem de outras épocas. A liberdade de discordar a ser condicionada pela mobilização das massas operárias.
Quem não se recorda dos tempos do PREC,. Quem já esqueceu as imagens vindas da Roménia de Ceaucescu ou da Ucrânia antes da revolução laranja , quando camiões carregados de mineiros vinham em defesa dos regimes totalitários contra as manifestações pró-democracia.

Sei que não temos um regime totalitário mas existe uma frase que nunca esquecerei : "Quem se meter com o PS leva!!" . Foi dita em plena campanha eleitoral por ex-político, ex-comentador televisivo, que hoje é uma figura importante de uma empresa que só por acaso ,ou talvez não, é a detentora da Liscount.

Não há nada como passar das palavras à prática.


Paulo Veiga Fonseca
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29/10/2008

Contentores: Sousa Tavares escoltado pela polícia

"Contentores: Sousa Tavares escoltado pela polícia
Escritor foi insultado por estivadores e abandona apresentação de projecto: «Não fui convidado para uma acção de propaganda da APL», disse

Miguel Sousa Tavares, uma das caras da petição «Lisboa é das pessoas, mais contentores não!», abandonou a apresentação do projecto, esta tarde, na Câmara de Lisboa, acompanhado por escolta policial. À chegada, o escritor foi insultado por algumas dezenas de estivadores que se concentraram junto à CML em defesa do projecto de ampliação do terminal de contentores de Alcântara.

Sousa Tavares acabou por abandonar a reunião, quando o presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), Manuel Frasquilho, iniciou uma apresentação do projecto que começava com um filme. «Não fui convidado para uma acção de propaganda da APL. Ainda se fossem mostrar o contrato que assinaram», disse Sousa Tavares aos jornalistas à saída da reunião, informa a Lusa.
O escritor e jornalista afirmou ter sido convidado para uma «discussão na Câmara» sobre o projecto em que a APL também estaria representada.
Sousa Tavares acabou por abandonar o edifício da autarquia sob escolta policial, por razões de segurança, como o próprio admitiu aos jornalistas. Questionado sobre se o protesto dos estivadores resultava de uma acção concertada, Sousa Tavares respondeu «com certeza».
«Estão a ser manipulados porque lhes deram uma informação falsa. Os postos de trabalho deles não estão ameaçados», afirmou, escusando-se a concretizar quem estará a manipular os trabalhadores.
Às 16:15 de hoje, a petição tinha 5 mil assinaturas."

Quem manieta quem?


Espectáculo lamentável o que decorreu há pouco na CML, e não me refiro ao que decorreu dentro da sala, previsível (a convocação, extra-agenda, do responsável da APL para 'explicar' o projecto para a frente rio, como resposta, de quem tem sido mudo e quedo ao tema, à evidente e genuína popularidade da petição lançada contra a ampliação dos contentores em Alcântara e pela revogação do decreto-lei que permite a prorrogação do prazo de exploração daquele terminal até às calenda, só poderia dar em nada), mas à manifestação ilegal (suponho que não havia autorização do Governo Civil) e ao enxovalho e às tentativas de agressão com que estivadores, arregimentados por alguém, 'brindaram' Miguel Sousa Tavares quando se preparava para entrar na sala onde ocorria a sessão pública, pela entrada da Rua do Arsenal (entrada oficial para o público, diga-se!), por apenas ser um cidadão com 'C'.

Estamos num país de bananas? Serão os Paços do Concelho uma 'reprise' do Bolhão ou da Matosinhos que enxovalhou Sousa Franco? Ninguém pediu identificação aos manifestantes? Como é isto possível? É isto o debate público? A democracia? Ninguém pede explicações a ninguém? Voltámos ao cerco da AR, mas com actores diferentes? Saberão os manifestantes o que está verdadeiramente em causa? Quem manietou quem? Seria isto possível em alguma outra capital da Europa Ocidental?

Que vergonha de país!

foto de 'On the Waterfront' (1954), de Elia Kazan

Relatórios do Tribunal de Contas:


Aqui e ali

O caricato ... se os contentores triplicarem

In Público (29/10/2008)
Inês Boaventura


«Câmara Municipal de Lisboa vota documento que antecipa para 2013 execução de metas ambientais

Reduzir o consumo de energia em 8,9 por cento e o consumo de água potável em 7,8 por cento até 2013 são duas das metas estabelecidas na Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa. O documento, elaborado pela agência municipal Lisboa E-Nova, vai ser votado na reunião do executivo camarário de hoje.
O plano analisa os consumos de energia, água e materiais em Lisboa e a partir daí define um conjunto de objectivos a alcançar até 2013, que representam uma antecipação dos objectivos fixados pela União Europeia para 2020 e pelo Governo português para 2015. A estratégia estabelecida, lê-se no documento, "face às perspectivas do futuro é modesta, mas face à cultura dominante a sua concretização é muito difícil".
Em relação ao consumo de água, as metas definidas implicam não só reduzir a procura de água potável, mas também reduzir em 15,6 por cento as perdas existentes na rede pública de distribuição. Pretende-se ainda promover o consumo de águas recicladas "para todos os usos em que a água não carece de qualidade potável".
Para diminuir o consumo de energia em 8,9 por cento, a estratégia aponta o sector dos transportes rodoviários como aquele em que se espera "a maior taxa de redução". Mas a própria Câmara de Lisboa assume, "para si e para os seus serviços, objectivos mais exigentes", colocando a fasquia em 9,4 por cento.
Por fim, o documento fixa em dez por cento a meta de redução do consumo de "materiais que não são directamente integráveis na tecnosfera e na biosfera". Quanto à recolha selectiva de materiais, a expectativa é que sofra um aumento superior a 29 por cento nos próximos anos.
"A presente proposta de estratégia centra-se na redução dos consumos de energia, de água e dos materiais, mas com melhoria de qualidade de vida", lê-se no documento, onde se ressalva que "uma cultura e um parque edificado não se mudam como se muda de automóvel ou telemóvel". Na Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa sublinha-se ainda que "as metas enunciadas representam uma significativa inflexão em muitos hábitos e práticas e só poderão ser alcançados com uma participação activa e esclarecida de todos os cidadãos".
Ontem a autarquia procedeu à inauguração de um sensor de luminosidade no relógio astronómico em funcionamento em Palhavã, com o propósito de garantir que a iluminação pública funciona apenas quando necessário. A possibilidade de instalar outros censores em zonas da cidade com características de luminosidade condicionada vai ser estudada, segundo o vereador José Sá Fernandes. Em Maio de 2009 está prevista a inauguração do primeiro eixo com semáforos de tecnologia LED em Lisboa, em substituição das luminárias convencionais menos eficientes energeticamente.»

Em nota de rodapé convém dizer que o documento da E-Nova é uma coisa tão, tão ... tão que, enfim. Falar-se do edifício da CML no Campo Grande e nos postes de alimentação a veículos eléctricos (basta fotografá-los por essa Lisboa para ver como estão atulhados de carros dos outros e que só abastecerão seja o que for se as pessoas trouxerem extensões de casa, suponho), é tão, tão ... tão que, enfim.

O frete:

In Sol Online (29/10/2008)

«Polémico projecto de contentores apresentado na reunião de câmara

A Administração do Porto de Lisboa (APL) apresenta hoje em reunião pública da Câmara da capital o projecto de ampliação do terminal de contentores de Alcântara, contestado por um movimento de cidadãos apresentado esta semana ...»

Sobre esta publicidade

Ficam aqui os comunicados dos comerciantes das Docas:

«Caros amigos,

Se quiserem ver o link da apresentação do Governo e a partir dai fazerem uma impressão da apresentação; é uma verdadeira caixa de surpresas em termos de dados e contradições!

Comentários:

1. Pretende embrulhar transporte de pessoas da linha de Cascais com transporte de mercadorias, numa manobra que já conhecemos e não deveremos alimentar. Em todo o caso como referência cabe destacar a incongruência do slide 9 em que se vê que em 8 anos (de 2000 a 2007) o número de passageiros do comboio de cascais desce cerca de 20% e agora, por artes mágicas prevêem que nos próximos 10 anos suba 39%!


2. Em termos de transporte de contentores ensaiam a cartada da redução do trafego rodoviario. No entanto basta fazer contas com base nos dados de slide 11 para ver que o TRANSPORTE RODOVIARIO AUMENTA 62% (actual: 78% x 340.000 TEU/ano=265.000 TEU ano por rodovia. Futura: 43% x 1.000.000 TEU/ano = 430.000 TEU ano por rodovia), TUDO A SAIR DE ALCÂNTARA!!!!
Para nós este ponto é crucial e digno de artigos em imprensa por si só.


3. Em termos de investimento só nesta apresentação fica logo claro que só relativamente a parte de Contentores o encargo do Estado/APL/Refer é de €121,7 milhões Slide 10: investimento total 348,4 milhões Slide 12: investimento concessionario 226,7 milhões


4. No comunicado de Liscont refere que não pagarão taxas de actividade portuaria nas zonas onde haje intervenção. Segundo o slide 10 parece haver intervenção em pelo menos 50% da area. Quer isto dizer que metade da movimentação estará isenta de taxas???

5. Fica também claro desta apresentação que o objectivo principal logístico não a cidade de Lisboa (beneficiando assim dum encurtamento das distâncias como refere comunicado Liscont) mas sim a ligação às plataformas logísticas de Poceirão (margem SUL!!!), Bobadela e Castanheira do Ribatejo. Vamos descarregar contentores no centro de Lisboa, para os transportar para a periferia!!!
Mais uma incongruência com comunicado Liscont.

Outras notas:

A)Comunicado Liscont refere no ponto 1 que actividade portuaria é responsável por 140.000 empregos. No slide 2 "só" são 38.000. Mesmo assim um exagero que seria necessario fundamentar sobretudo à luz da pregunta: se não se fizer alargamento quantos desses 38.000 empregos se perderão ou quantos novos serão criados?

B) Assim de repente esta apresentação refere investimentos de 420 milhões para além dos do terminal!!! (slides 4+9)
...»

Publicidade a pedido:

28/10/2008

Os apêndices impostos nas Lanternas Lisbonenses







É este o espectáculo de decadência oferecido pelas floreiras penduradas nas consolas de iluminação de alguns bairros históricos. Este pueril projecto de «embelezamento» data do tempo do executivo anterior (foi uma das medidas populistas de Santana Lopes).

A ideia, mal copiada dos países do norte da Europa, não é viável em Lisboa como se pode facilmente verificar:

-O nosso clima quente e seco não é adequado a este tipo de floreiras muito exigentes em rega;

-A nossa dificuldade de manutenção de equipamentos públicos leva à rápida morte das plantas;

Por exigirem muitos cuidados de manutenção e água, estas floreiras são pouco ecológicas e por esse motivo não devem ser incentivadas. E com tantos espaços verdes a precisarem de atenção, desviar recursos humanos e financeiros para estes brinquedos é um absurdo.

Por último, as floreiras têm um impacto negativo nas históricas consolas de iluminação dos bairros antigos (a consola é um modelo de 1888 e a lanterna segue um protótipo do séc. XVIII). De facto, a emblemática Lanterna Lisbonense só têm a ganhar se ficar livre destas feias bacias de plástico com plantas mortas.

As fotos revelam bem o impacto destas floreiras no ambiente urbano do Ascensor da Bica (classificado Monumento Nacional). Há vários anos que estas floreiras estão assim (...morreram logo no primeiro verão). Parece que a R. do Barão e a R. de S. João da Praça foram os únicos locais onde estes apêndices já foram retirados (Freguesia da Sé).
[Em consequência desta denúncia, as floreiras já foram retiradas por ordem do Director Municipal de Ambiente Urbano]

Os folhetins da crise - por Mário Soares

A propósito da petição lançada por Miguel Sousa Tavares, subordinada ao tema "Lisboa é das pessoas, mais contentores não!", parece-me oportuna a publicação do texto de opinião do Dr. Mário Soares, que se segue:

DN: 21-10-2008

A Frente Ribeirinha.

Li, com muito agrado e atenção, o artigo tão corajoso, lúcido e oportuno que Miguel Sousa Tavares escreveu no Expresso do passado sábado. Nele exprime a sua sensibilidade e indignação de lisboeta - que coincide com a minha - por as autoridades camarárias, portuárias ou seja quem for, estarem de novo a tirar a vista do Tejo aos lisboetas, aos portugueses e aos turistas, com a proliferação dos contentores e das construções e, consequentemente, vedando ao público as respectivas áreas. É um erro imperdoável - e uma falta manifesta de senso - o que se está a deixar fazer, sempre à socapa. Veja-se como as poucas áreas ajardinadas à beira do Tejo estão cheias de gente nos fins-de-semana e nos feriados! A regra é sempre a mesma. Começam por pôr tapumes e quando os transeuntes acordam e os tapumes são retirados, o Tejo deixa de se ver, oculto pelas construções ou pelos contentores, agora já de três andares. Uma vergonha, que só pode resultar, como se suspeita, de amplas negociatas...

Amanhã, finalmente, em reunião de CML:


A proposta CPL sobre a Casa e Jardins Daupiás. Aparecer dos pareceres positivos da reabilitação urbana e dos espaços verdes, a verdade é que as perspectivas para amanhã não são boas, isto porque os serviços acham 'inviável' a expropriação, contrariando assim o interesse público, que é disso que se trata.

Espero que o pêso do promotor 'Seoane & Vidal, S.A.' não esteja a assumir carácter de determinante seja para o que for.

Por isso, espero que o empréstimo do BEI ou as verbas que hão-de vir do casino possam servir para fazer alguma coisa de jeito pela cidade, e que nesse microscópico universo de 'interesse estratégico' camarário, a antiga Casa e Jardins Daupiás mereçam honras de inclusão e não se ceda ao facilitismo e às desculpas do passado.

A ver vamos.

Vem aí o 'monumento' a Borges:


Eis a dádiva que a Casa da América Latina quer oferecer à cidade de Lisboa e colocar no espaço verde do Arco do Cego (espaço, recorde-se, que tem ali ao lado um pavilhão em relação ao qual a CML se comprometeu a instalar um espaço museológico e que continua como parque de estacionamento em violação clara de promessas eleitorais, mas isso são contas de outro rosário ...) se o executivo aprovar amanhã a dádiva e o local. A meu ver, trata-se, simplesmente, de um 'parquímetro de betão', mais adequado a homenagear a SECIL do que Borges. Querer-se colocar isto no Arco do Cego, não lembra a ninguém.

TRAVESSA DE S. TOMÉ: «acesso condicionado a peões» ou a liberdade de estacionar entre a UPA e a EMEL







Alguém consegue ver a passadeira? E o que será que querem mesmo dizer com a placa «acesso condicionado»? As imagens provam que não há condições para os automóveis... são totalmente livres para estacionarem como lhes apetecer. Portanto deve ser «acesso condicionado» a peões (por isso é que lá deve estar aquele boneco de um peão em cima de uma linha interrompida).

Este passeio e passadeira são um verdadeiro paradigma da nossa capital. Vejamos os factos:

- Estão exactamente entalados entre a entrada da Unidade de Projecto de Alfama (UPA) e a rampa de acesso do Parque das Portas do Sol da EMEL.

Há anos que vemos este cenário de viaturas de transporte individual estacionadas por todo o lado e de qualquer maneira, prejudicando a mobilidade dos peões. Neste local turístico por excelência, há um fluxo intenso de peões - o arruamento é muito usado por turistas nas suas deslocações pedonais entre o Miradouro das Portas do Sol, o Miradouro da Graça e Alfama.

Por sua vez, o Beco de Santa Helena - entrada/saída do novo Parque de estacionamento da EMEL nas Portas do Sol (que nos custou 5 milhões de euros!) - está diariamente e impunemente invadido por estacionamento! Alguém sabe de um caso igual? Uma situação absolutamente anómala. De uma originalidade totalmente lisboeta!

Mas todo este estacionamento selvagem nas Portas do Sol prejudica não só a mobilidade dos peões como também a própria circulação viária. A maior vitima é, como sempre, o eléctrico 28 - perguntem a qualquer guarda-freio quais são os pontos negros da linha em matéria de estacionamento selvagem...

Resumindo: todo o passeio da Travesa de S. Tomé, desde o Beco de Santa Helena (entrada do Parque da EMEL) até ao cruzamento com a Rua de S. Tomé (UPA), precisa urgentemente de pilaretes como se pode ver.

O Vereador Marcos Perestrello já foi alertado, por diversas vezes desde que tomou posse, para este problema. Só nos resta aguardar que o estudo da instalação de pilaretes na envolvência do Parque das Portas do Sol passe à fase de execução. Até lá, continuaremos a denunciar estes crimes contra a mobilidade dos peões.

Comentário de uma leitora

Comentário de uma leitora ao post anterior:

"Teresa disse...
Moro numa zona onde há mais carros em cima dos passeios do que peões. Muitas vezes tenho de ir para a estrada para prosseguir caminho, ou atravessar em curvas com a visibilidade completamente tapada por um jeep ou carrinha mal estacionados... Nem imagino como seria se tivesse de empurrar um carrinho de bebé ou andar de cadeira de rodas!

E como este desrespeito me deixa particularmente perplexa, até porque a maior parte das vezes vejo lugares de estacionamento vazios, sem parquímetro (!), a poucos metros do passeio onde o condutor decidiu colocar a sua viatura, já tentei várias vezes ligar para a polícia e pedir-lhes que rebocassem ou multassem os carros dos infractores - note-se que muitos deles deixam os carros mal estacionados durante todo o fim de semana, o que dá mais que tempo para reagir!

Resultados:
- umas vezes perguntam se o veículo mal estacionado está a impedir a circulação de outros veículos. Quando respondo que estão (apenas) a impedir a circulação dos peões, dizem que não podem fazer nada.

- outras vezes, os polícias que me atendem o telefone não escondem a estranheza que o meu pedido lhes causa, e acabam por dizer, em tom de gozo, que já vão tratar do assunto - escusado será dizer que nada acontece.

- também já me aconteceu dizerem que não é da competência da esquadra e pedirem para ligar para o carro-patrulha. Nos dias em que estou particularmente paciente, ligo para o carro-patrulha, que me pede para ligar para o reboque. Do reboque dizem-me, invariavelmente, que só podem obedecer a ordens superiores, e que tem de ser a esquadra a determinar o local onde é necessário efectuar o reboque.

Custa-me encolher os ombros perante isto, mas há mais alguma coisa que eu possa fazer? "
Cara Teresa,
Como disse uma vez um amigo, faça o que fizer, irá ter maçadas, obstáculos, frustrações e uma hipótese relativamente pequena de sucesso.
Mas não há outra via para a tranquilidade interior que não a guerra com a iniquidade.
Isabel

LARGO TRINDADE COELHO: sem misericórdia (IV)

R.I.P.

Mais um atropelamento de uma sinalização vertical de passadeira...

O risco de andar distraído nos passeios de Lisboa



"O risco de andar distraído nos passeios de Lisboa
Público 28.10.2008, José Vítor Malheiros
"Tolerância Zero para o estacionamento em cima do passeio ou em segunda fila" foi uma promessa de António Costa
Não sei exactamente há quanto tempo, mas já foi há anos a primeira vez que um automobilista me buzinou, a mim, peão, para que eu me afastasse do lugar onde estava (de pé no passeio, na Praça do Areeiro, em Lisboa) porque ele, automobilista, queria estacionar o seu carro ali, onde eu estava parado, no passeio. Eu estava no caminho, a atrapalhar, e ele deu um toquezinho de buzina, só para me avisar que ele queria ir para ali, precisamente para aquele sítio onde eu, peão, estava, no passeio, a atrapalhar.
A partir daí, as coisas não pararam de... como dizer?... de "evoluir"?
Os carros foram invadindo os nossos passeios, em geral estreitos, em geral esburacados, já ocupados selvaticamente por sinais de trânsito, caixas da EDP, semáforos, postes de electricidade, candeeiros públicos, sinalizações diversas, caixotes de lixo, parquímetros, etc.
A esmagadora maioria dos nossos políticos nunca deu por isto - incluindo os presidentes das câmaras - porque há muitos anos que não anda a pé. Têm motoristas com ordens para não respeitar os limites de velocidade porque eles estão a tratar de coisas importantes que não podem esperar. Andar a pé é para os pobres e eles, graças a Deus, não são pobres. Ou já não são - graças a Deus. Fica bem dizer na televisão que vão "devolver os passeios aos peões" mas no fundo nem sequer percebem qual a necessidade, porque afinal os peões conseguem contornar os carros ou ir para a estrada se for preciso, não é? É verdade que os velhos têm menos mobilidade, mas mesmo esses até ficam mais bem servidos (os políticos dizem "melhor servidos" porque já não são pobres mas a educação nem sempre fica muito bem colada às meninges) se andarem na estrada pois toda a gente sabe que a calçada "portuguesa" se gasta e fica escorregadia.
Devíamos estabelecer, como parte obrigatória de todas as campanhas autárquicas, percursos que calcorreassem a cidade, a ser realizados por todos os candidatos, em três modalidades: a) a empurrar um carrinho de bebé, b) com dois sacos de compras e um guarda-chuva nas mãos e c) em cadeira de rodas. Não para os castigar, mas para que aprendessem. Trata-se de situações que muitos milhares de cidadãos experimentam todos os dias.
A "evolução" dos carros no passeio levou a que, há dias, um amigo meu tenha sido atropelado. Atropelado por uma camioneta quando estava... no passeio.
A camioneta estava estacionada no passeio (parece que era um sítio mesmo bom, à sombra e tudo), decidiu fazer uma manobra e zás, atropelou o meu amigo, que teve de receber tratamento no hospital.
Há vários pormenores picantes: um deles foi o comentário de um dos ocupantes do camião, que disse ao atropelado que a culpa tinha sido dele porque estava distraído no passeio (de facto, estava a tirar uma fotografia). O outro é o facto de a camioneta, de uma empresa privada, estar ao serviço da Câmara Municipal de Lisboa quando teve lugar o acidente. A mesma que é presidida pelo presidente que garantiu (9.ª das dez promessas de António Costa) que haveria "Tolerância Zero para o estacionamento em cima do passeio ou em segunda fila".
O estacionamento em cima do passeio é causa não apenas de um enorme incómodo mas de perigo. Quando se estaciona em cima do passeio (explico para benefício de presidentes de câmara), isso significa que se sobe para o passeio, que se desce do passeio e que, muitas vezes, se fazem manobras em cima do passeio (há desenhos que ilustram a versão on-line deste texto para mais fácil compreensão). E é, para além disso, um sinal de desrespeito dos outros e da lei. Quem estaciona no passeio acha que a lei pode ser ignorada, que a polícia pode ser gozada e que um presidente da câmara não sabe contar até nove. Sabe? Jornalista (jvm@publico.pt)" .




Resumo do Código do Passeio(*)
Art. 14:
É proibido a um automóvel estacionar a menos de dois milímetros de uma porta ou portão
Art. 37: É proibido ao peão que se desloca no passeio subir para cima de um automóvel estacionado a 2 milímetros de uma porta ou portão.
Art. 76: O peão ligeiro deve recolher os ombros ao cruzar-se com um pesado.


(*) “Sinais do Trânsito” – Manuel João Ramos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2000.
Ilustração: Manuel João Ramos do mesmo livro

27/10/2008

CEPOS DA CAPITAL: Praça do Príncipe Real


Quem é responsável por esta ampliação?




Este é o prédio que resta da dupla de prédios gémeos que rematava os gavetos da Rua Rodrigo da Fonseca com a Barata Salgueiro e Rua do Salitre. Um deles foi arrasado e transformado em extensão do Altis e ... R.I.P.

O segundo, o da Rua do Salitre, foi desmiolado e ampliado, rebentando pelas costuras lá em cima, cujas mansardas, nitidamente, só suportariam mais um corpo. Em vez disso, tem já dois, como as fotos indicam. Neste processo, que conduzirá a mais um hotel (triste sina a de Lisboa), e que já teve o inevitável esventramento do logradouro para os carrinhos do costume, há uma coisa que ainda não percebi: qual o envolvimento directo da ex-vereadora Margarida Magalhães?

Petição «LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO!»


Caro(a) Amigo(a)


Na sequência do anúncio do Governo em querer alargar a concessão do terminal de contentores em Alcântara por mais 27 anos à Liscont e da vontade de triplicar a actual actividade portuária de 350.000 contentores/ano para 1milhão, e o que isso significará em termos de impacto visual e físico na frente ribeirinha, é lançada hoje, às 19h30, na 'Doca de Santo', em Alcântara, a petição «LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO! ».

Esta petição é uma iniciativa de um grupo de cidadãos liderados por Miguel Sousa Tavares, à qual o Fórum Cidadania Lx tem todo o orgulho em associar-se, por entender que o que está em causa é um grave atentado à cidade de Lisboa.

Por favor, subscreva e divulgue a petição «LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO! », em:

http://www.gopetition.com/online/22835.html

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Júlio Amorim e Virgílio Marques

ESPECIALIDADES do TERREIRO DO PAÇO: Balão insuflável da CML

Uma imagem para concluir a nossa série dominical de divulgação, intitulada «AS ESPECIALIDADES DO TERREIRO DO PAÇO», no âmbito do primeiro aniversário do projecto municipal «AOS DOMINGOS O TERREIRO DO PAÇO É DAS PESSOAS».

Especialidade Nº7: Balão insuflável da CML

Nos primeiros meses da iniciativa, a CML chegou a "animar" o Terreiro do Paço com este "super cute" balão insuflável oficial! Claro que era uma reciclagem pois o balãozinho ainda apresentava o logotipo do executivo anterior. Mas em tempo de crise...

É revelador que a CML tenha sentido a necessidade de "marcar" o território desta maneira, no mínimo, pueril! Não é pois de admirar que ao longo do ano a praça tenha sido explorada pelas mais diversas marcas nacionais e internacionais. Se o próprio município dava este exemplo de exploração... e o IGESPAR nunca se indignou...

Mas apartir do dia 2 de Janeiro de 2009 toda a placa central do Terreiro do Paço vai estar interdita em virtude das profundas obras de saneamento a efectuar pela SIMTEJO durante 9 meses.

A mais nobre praça nacional não tem mesmo hipótese de algum descanso, férias ou uma pausa por mais curta que seja. Pelo menos vai ser o fim da duvidosa iniciativa "Aos Domingos o Terreiro do Paço é das Pessoas". Mas será que vai voltar?

O projecto “Aos Domingos o Terreiro do Paço é das Pessoas” é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa que teve o seu início a 26 de Agosto de 2007.

26/10/2008


"Uma história típica-26.10.2008, PUBLICO -Vasco Pulido Valente

A Câmara de Lisboa tem uma empresa, a Gebalis, altamente deficitária, como qualquer empresa pública que se preza, encarregada de administrar os bairros sociais. Várias criaturas, que passaram pela direcção da Gebalis até 2007, foram agora acusadas pelo Ministério Público de peculato e gestão danosa. De que se trata? Alegadamente, um pequeno grupo de três "gestores" (como hoje se diz) gastou em poucos meses 64.000 euros da empresa em 620 "refeições" (calculo que em restaurantes que se recomendam) e nunca deu gorjetas de menos de 20 euros. Suponho que, a ser verdade a história, os gestores da Gebalis presumiram que a sua importância burocrática e política e mesmo, em última análise, a dignidade do Estado exigia esta despesa e esta pompa.
Mas parece que isto não bastava. A sra. dra. Clara Costa, vogal da direcção, andou, supostamente, à custa do contribuinte por Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha. Estas viagens, em que segundo o Ministério Público se fazia acompanhar pelo seu "namorado", custaram à Gebalis 34.000 euros. Como era de esperar, a sra. dra. Clara Costa não vê nada de impróprio neste arranjo. Nem na pequena quantia de 11.530 euros, que empregou, também ela, em "refeições", compatíveis com o seu estatuto. O Expresso declarou isto "falta de vergonha". Peço licença para não concordar. Se o Ministério Público tem razão, a dra. Clara Costa usou o Estado como milhares de outros funcionários, de que ninguém fala e com que ninguém se escandaliza.
Existem na Gebalis - cuja função, convém repetir, é administrar bairros sociais - cinco pelouros: de relações internacionais, de recursos humanos, de sistemas de informação, de comunicação e, compreensivelmente, um pelouro jurídico. Esta exuberância burocrática abre oportunidade a tudo: de "viagens de estudo" a Marraquexe a festejos na marisqueira Sete Mares. Principalmente, quando se dá a cada vogal da direcção um cartão de crédito da empresa. A Gebalis já esqueceu com certeza o fim para que foi criada. Como o resto da máquina do Estado, vive para justificar os seus pelouros, por inúteis que sejam, e anichar os "companheiros" do partido. E, quando chegam, os "companheiros do partido" querem muito humanamente tirar o ventre de misérias: ir a Marraquexe e à marisqueira - o ideal da classe média que a "democracia" lhe prometeu. Para alguma coisa "apoiaram" o sr. X ou sr. Y. "

Maior rua de Copenhaga vai ser fechada ao trânsito

in Diário de Notícias, 24 de Outubro de 2008

Maior rua de Copenhaga vai ser fechada ao trânsito

Inovação. Viaturas privadas deixam de circular na avenida, que tem 14,3 Km de extensão

A maior artéria de Copenhaga vai ser fechada ao trânsito de automóveis particulares, passando a ser exclusiva a bicicletas e transportes públicos, uma iniciativa da câmara da capital dinamarquesa. O projecto, que na fase experimental vai durar três meses, pretende «facilitar o tráfego de autocarros e bicicletas» em Nrrebrogade, a maior avenida da capital dinamarquesa, com 14,3 Km de extensão. Segundo o vereador do Ambiente e Tecnologia da Câmara de Copenhaga, Klaus Bondamesta, «esta iniciativa ajuda a resolver os crescentes problemas de trânsito em Copenhaga. Ao mesmo tempo vai tornar as coisas mais fácies para os ciclistas». A via é percorrida diariamente por 33 mil ciclistas, 65 mil passageiros de transportes públicos e 17 mil carros pessoais. Actualmente, 36% dos 500 mil habitantes de Copenhaga desloca-se para o trabalho de bicicleta por ser um meio de transporte fácil e barato.

(Sem comentários... alguém consegue imaginar a CML a aplicar uma medida destas na Avenida da Liberdade? Difícil imaginar em que século isso vai acontecer, pois por enquanto tudo o que podemos ver são viaturas de F1 acelerando avenida abaixo, avenida acima...)

Poluição, sim! Qualidade de vida, não!


Lisboa merece melhor...

Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não! Poluição, sim! Qualidade de vida, não!

Lisboa merece melhor...

É TÃO FÁCIL ESTACIONAR EM BELÉM!


É tão fácil estacionar em Belém! Basta ir e estacionar em frente ao Mosteiro dos Jerónimos! É até possível estacionar no meio das faixas de rodagem. E o melhor de tudo: é totalmente gratuito! Para quê pagar um lugar de estacionamento no parque do CCB? É um roubo! A Constituição Portuguesa diz claramente que cada cidadão tem o direito de estacionar a sua viatura privada de graça e onde mais lhe convier.
Haverá na União Europeia algum monumento classificado pela UNESCO onde seja tão fácil exibir os piores modelos de mobilidade insustentável, de falta de cidadania e desrespeito pelo património? Duvidamos. Mas enquanto não aparece uma instituição, do tipo Santa Casa da Misericórdia, para pagar um projecto para o local... teremos de visitar os Jerónimos com esta introdução bem lusitana. Viva o espaço público! Viva o Património Mundial da Humanidade! Viva os Jerónimos!

25/10/2008

Candeeiros públicos comandados por sensor

A Câmara de Lisboa vai adicionar um sensor ao relógio astronómico da Palhavã para que a iluminação pública da cidade apenas funcione quando desaparece o sol. A poupança energética vai chegar também aos semáforos.

Um melhor sincronismo entre o momento de acendimento da iluminação pública e a necessidade real de iluminação artificial é o grande objectivo da medida que vai permitir poupar milhares de euros, avançou ao JN o vereador José Sá Fernandes, responsável pelo pelouro do Ambiente e dos Espaços Verdes, à margem de uma campanha de distribuição de lâmpadas de baixo consumo no Bairro do Armador, nas Olaias.

O sensor que será adicionado ao relógio vai medir a luminosidade real na cidade, tendo em conta a nebulosidade e será uma espécie de aparelho central de comando. Outros sensores serão depois instalados noutros pontos da capital, em zonas que têm características de luminosidade condicionada (morfologia, volumetria dos edifícios e orientação), permitindo uma melhor adequação às necessidades, bem como a suavização do pico de carga momentânea no ligar e no desligar dos candeeiros.

A poupança de energia vai chegar também aos semáforos da cidade a partir do próximo ano. O eixo central de Lisboa vai ser a primeira zona com semáforos dotados de leds de baixo consumo. "Os sinais luminosos vão consumir menos e ser mais visíveis para os automobilistas e para os peões", explicou, por sua vez, o presidente António Costa.

(...)

Para a semana, será levada à reunião do Executivo, para aprovação, a Estratégica Energético-Ambiental para Lisboa, um documento que é composto por um conjunto de metas que visam reduzir consumos e promover as energias alternativas. António Costa revelou que a Câmara de Lisboa tem apostado no uso de lâmpadas de baixo consumo nos edifícios municipais, acrescentando que vão ser criados, nos bairros, 23 postos microgeradores. O presidente confessou que não pretende apenas produzir energia, quer também vender. "Oito escolas são já microgeradoras. Queremos candidatar mais 10 para 2009", avançou ainda António Costa.
"Associação de moradores vai tomar conta da limpeza na Cova da Moura-PUBLICO-25.10.2008
(...) A câmara vai estabelecer um protocolo com a associação de moradores para a formação profissional na área da manutenção e conservação da limpeza de arruamentos, "com vista à sua inserção na comunidade a nível pessoal e profissional", segundo uma nota municipal acerca das deliberações do executivo. Em comunicado, a CDU informa que votou contra a proposta por o presidente do município ter recusado que a tarefa fosse descentralizada para a Junta de Freguesia da Buraca. Os comunistas consideram que a medida "desresponsabiliza a câmara de uma obrigação que tem atribuída por lei e colocá-la às costas de uma associação prestigiada, mas sem experiência nesta área".
Emílio Teixeira não partilha das críticas, uma vez que foi a associação a que preside que se disponibilizou para assumir a limpeza "no interesse do bairro". O representante dos moradores explicou que a junta "não fazia nada" e que a câmara vai disponibilizar equipamentos e o pagamento a quem trabalhar na limpeza da Cova da Moura.
Emílio Teixeira admite que, ao princípio, dará mais trabalho a limpar, mas que, com a manutenção, espera que "as pessoas olhem de outra forma para o local onde moram"."

***
CDS-PP quer saber se câmara pagará prejuízos em Sete Rios-PUBLICO-25.10.2008
(...) A questão consta de um requerimento do deputado democrata-cristão António Carlos Monteiro, em que o parlamentar pretende também saber quando foram limpas pela última vez as sarjetas, sumidoras e meios de escoamento das águas nas zonas agora afectadas pelas inundações.
O CDS-PP quer ser informado sobre as medidas tomadas pelo executivo camarário para executar as deliberações da assembleia municipal que recomendaram "obras de alterações nas vias com problemas no escoamento das águas". António Carlos Monteiro quer ter acesso ao relatório da autarquia sobre os prejuízos causados com as "conclusões sobre causas e responsabilidades".
A Assembleia Municipal de Lisboa já tinha exigido na terça-feira, através de uma recomendação apresentada pelo CDS, ser informada das medidas preventivas de cheias. Lusa "

"Política de Santana e Carmona para a reabilitação urbana foi "bastante ruinosa"
PUBLICO - 25.10.2008 -
Manuel Salgado critica a ineficácia das sociedades de reabilitação urbana e as obras "mal lançadas"

a A política de reabilitação urbana seguida pela autarquia nos últimos anos, nomeadamente durante as presidências de Santana Lopes e Carmona Rodrigues, "foi bastante ruinosa para a Câmara de Lisboa". A acusação é de Manuel Salgado, que sublinha o fracasso das obras coercivas e das mega-empreitadas que foram lançadas e a ineficácia das sociedades de reabilitação urbana.
O vereador do Urbanismo lembrou que estava previsto um investimento de 64 milhões de euros em obras coercivas e nas chamadas mega-empreitadas nos bairros históricos, do qual se realizou apenas 60 por cento. Além disso, frisou Manuel Salgado, dez por cento do investimento foi usado para pagar arrendamentos de famílias que foram obrigadas a deixar as suas casas.
Em 2006, continuou o autarca, as empreitadas acabaram por ser suspensas, fosse por estarem "mal lançadas", por haver "reclamações dos empreiteiros" ou devido a "dificuldades" financeiras da autarquia. O resultado, acusou Manuel Salgado, é que as obras estão paradas e as despesas com os arrendamentos mantêm-se, num valor anual estimado de um milhão de euros.
O vereador do Urbanismo e do Planeamento Estratégico lamentou ainda a ineficácia das sociedades de reabilitação urbana, referindo que a Oriental "não teve nenhum trabalho útil" e que a da Baixa "reabilitou um único edifício". Para Salgado, a excepção foi a Sociedade de Reabilitação Urbana Lisboa Ocidental, onde há "um número apreciável de edifícios reabilitados e outros em obra".
Segundo o autarca, existem em Lisboa 55 mil edifícios, 40 por cento dos quais são anteriores a 1940. Desses, 6300 estão "em muito mau estado" e, na maioria dos casos, devolutos. Entre 2003 e 2007, foram construídos 381 novos edifícios na cidade, demolidos 532 e reabilitados 1870. "
"Conservação e ampliação de prédios deixam de pagar taxas
-PUBLICO-25.10.2008, Inês Boaventura
A autarquia quer travar as demolições na cidade e promete coimas para quem não fizer obras de reabilitação a cada oito anos
A Câmara de Lisboa quer acabar com "a demolição sistemática" de edifícios e com a sua substituição por novas construções, "com grandes impermeabilizações do solo", por considerar que tal "põe seriamente em causa a sustentabilidade futura da cidade". Nesse sentido, anunciou o vereador do Urbanismo e do Planea-mento Estratégico, quem demolir ou não realizar obras de conservação periódicas vai ser penalizado financeiramente.

O vereador Manuel Salgado, que falava numa conferência sobre reabilitação urbana que decorreu anteontem à tarde no Salão Imobiliário de Lisboa, lamentou "a situação caótica e dramática dos devolutos, com os perigos que são conhecidos", dando como exemplo o incêndio que há três meses destruiu um prédio na Avenida da Liberdade. Para acabar com esta realidade, que, segundo um levantamento feito há um ano, afecta 4600 edifícios, a autarquia estabeleceu como estratégia "a exigência da conservação".
Na prática, a câmara vai avançar com a criação de uma espécie de "cédula pessoal" de cada um dos 55 mil edifícios da cidade, em que estará contada a sua "história" em termos de obras, projectos, intimações e reclamações. A partir daí, explicou Manuel Salgado, será mais fácil avisar os proprietários dos imóveis sempre que se aproximar o limite dos oito anos ao fim dos quais o Regulamento Geral das Edificações Urbanas estabelece a obrigatoriedade de "reparar" e "beneficiar" as edificações.
O vereador do Urbanismo garantiu que haverá um incremento das fiscalizações e que serão aplicadas coimas a quem não levar a cabo as obras de conservações obrigatórias, enquanto que quem realizar essas intervenções será dispensado de pagar licenças ou taxas.
Para desencorajar a demolição de edifícios, a câmara vai isentar do pagamento da TRIU [taxa municipal pela realização de infra-estruturas urbanísticas] quem ampliar edifícios. Por outro lado, quem demolir integralmente será penalizado, já que "o edifício original não é deduzido no cálculo das compensações e da TRIU", como explicou o vereador do Urbanismo.
O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários acusou o vereador de "fechar os olhos" ao facto de haver "proprietários a perder dinheiro para ter inquilinos", devido à baixa percentagem a que podem ser actualizadas as rendas. Esta foi a justificação invocada por Monteiro de Barros, que lamentou que a autarquia não dê o exemplo nos imóveis de que é proprietária, para não se realizarem muitas vezes as obras de conservação obrigatórias.
Quanto à penalização das demolições, o engenheiro civil disse ao PÚBLICO que "cada prédio em qualquer sítio do mundo" chega a um momento em que se torna "obsoleto" e tem de ser demolido. A única excepção, defendeu Monteiro de Barros, verifica-se nos imóveis com "valor arqueológico ou monumental", que em seu entender devem ser adquiridos e preservados pela autarquia.
Os bairros das Amendoeiras, Armador, Condado, Flamenga e Lóios, onde moram mais de 26 mil pessoas, vão ser alvo de um programa de reabilitação orçado em 56 milhões de euros. Segundo João Tremoceiro, da Câmara de Lisboa, o projecto inclui a intervenção no edificado e no espaço público, a aposta em serviços e equipamentos de apoio social e o desenvolvimento da actividade económica local. No prazo de 20 anos, a ambição da autarquia é acabar com o "estigma social associado a Chelas", tornando-a uma "centralidade na cidade, dinâmica, moderna e sustentável", também graças à instalação na zona de "forças de mudança externas" como a terceira travessia do Tejo, o IPO e o Hospital de Todos-os-Santos. "

"Ex-administradora da Gebalis alega que acusação do Ministério Público é infundada-PUBLICO
25.10.2008, Ana Henriques
Namorado de Clara Costa acompanhou-a várias vezes ao estrangeiro e quem pagou parte das despesas foi a empresa municipal, diz a investigação
A ex-administradora da empresa municipal que gere bairros sociais de Lisboa, Clara Costa, disse ontem que são infundadas e injustas as acusações de peculato e gestão danosa feitas pelo Ministério Público a si e a dois colegas seus responsáveis pela Gebalis entre 2006 e 2007.
Nos 20 meses em que foi vogal da empresa que tutela a habitação dos mais desfavorecidos, Clara Costa - que foi indicada para o cargo pelo então líder do PSD Marques Mendes - gastou à empresa perto de 34 mil euros em viagens e hotéis. De acordo com a investigação, algumas dessas deslocações (Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha) foram feitas na companhia do namorado, Luís Silva. Em Marrocos, a administradora ficou quatro noites num hotel que cobrava 254 euros de diária.
Os investigadores também descobriram que, graças aos conhecimentos que uma colaboradora da Gebalis tinha numa agência de viagens, a agora arguida conseguia que a empresa municipal pagasse parte das passagens e estadias dos seus acompanhantes particulares. De resto, segundo a investigação, a administradora realizou algumas viagens no seu período de férias, prática também usada pelos seus dois colegas.
A situação altamente deficitária da empresa não demoveu os membros do conselho de administração da Gebalis de despesas consideradas pelo Ministério Público inúteis e excessivas, como almoços e jantares em restaurantes de luxo. Os cartões de crédito da Gebalis que Clara Costa tinha em sua posse pagaram um Regime Jurídico das Empreitadas, é certo, mas também um guia de Marrocos e vários DVD, como O Segredo de Brokeback Mountain, Saraband ou Toc Toc Senhor Croc.
Num comunicado ontem enviado para as redacções pelo seu advogado, a ex-vogal da Gebalis diz estar preparada para demonstrar a sua "total inocência".
Exercício de funções
"As despesas em causa foram feitas, exclusivamente, para e no exercício das minhas várias funções, nomeadamente no âmbito dos pelouros das relações internacionais, jurídico, recursos humanos, comunicação e sistemas de informação", assegura Clara Costa no comunicado. "Não beneficiei ninguém e nunca a Gebalis suportou quaisquer despesas que aproveitassem terceiros", acrescenta.
Não é esse o entendimento da acusação, para quem muitos dos gastos se destinavam a satisfazer interesses pessoais da agora arguida, que só em refeições gastou à empresa 11.530 euros, 1228 dos quais em fins-de-semana ou períodos de férias.
Durante os 20 meses que esteve na Gebalis, Clara Costa sobrecarregou o orçamento da empresa com uma média de 570 euros mensais de almoços e jantares. Só na marisqueira Sete Mares, foram gastos de uma vez perto de 400 euros, em vésperas de Natal. A estas despesas, há que juntar o abono para alimentação que a administradora recebia mensalmente."

24/10/2008

Um novo olhar sobre Lisboa....?


Bem, ainda não há culpados......mas, para para quem teve a falta de vergonha de dar gorjetas de 25 euros com o dinheiro dos contribuintes, aqui ficam os meus sinceros desejos que venham
também a vestir um traje pago por os mesmos.......

Ou.....Um novo roubar sobre Lisboa..... ?

E também retido a 'banhos':

Estava o projecto de transformação da antiga Igreja de São Julião e edifícios contíguos, todos propriedade do Banco de Portugal, em Museu da Moeda, sob projecto de Gonçalo Byrne, conforme segue:



Ou seja, a única coisa que incomoda (uma vez que a ideia da remoção da cerca da fachada parece ter sido abandonada, e bem!) é o facto do projecto prever a subida dos dois lados da fachada da igraja, em um andar (coisas que o Conselho Consultivo do PDM devia 'cortar a direito' mas não o faz...), conforme esquema a seguir:



Não se chega a perceber a necessidade de suspensão do PDM para este projecto 'estruturante' uma vez que da igreja quase nada resta, no balanço da voragem 'camartela' de que foi alvo este edifício desde que o Banco de Portugal para ali foi. Mas enfim...

E como um mal nunca vem só:


Avenida Casal Ribeiro, Nº 26

É assim, este prédio com resquícios modernistas. Mas o promotor, 'Propower', pretende incutir-lhe 'power' e bombeá-lo até às cerceas dos prédios que o ladeiam e torná-lo assim, a modos que lingrinhas insuflado de algodões:




Trata-se do Processo n.º 1834/EDI/2007, referente a pedido de Informação Prévia sobre viabilidade de operação urbanística de licenciamento de obras de ampliação com alteração (interior/exterior).

O engraçado é que este processo já teve 2 pareceres desfavoráveis antes, quando propunha a demolição pura e simples da totalidade deste prédio que consta do Inventário Municipal do Património (para quê?). E agora vai para aprovação da homologação de parecer favorável do pedido de informação prévia.

Vai a reunião de CML na próxima 4ªF. Haja Deus!


PROJECTO APROVADO!
Votação
Votos a favor: 9 (6 PS e 3 PPD/PSD)
Votos contra: 4 (2 CPL e 2 PCP)
Abstenções: 4 (3 LCC e 1 BE
)

Texto editado