Por iniciativa da Associação de Residentes de Telheiras, foi lançada uma petição em prol da Quinta da Nossa Senhora da Paz, da qual passamos palavra com muito gosto, e para a qual chamamos a sua atenção.
Está tudo aqui: http://www.petitiononline.com/srapaz/petition.html
PF
29/09/2006
Apresentado o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE)
É a CML quem nos diz: "(...) Assim, constituem os principais objectivos do PUALZE:
·Regulamentar a intervenção arquitectónica e urbanística;
·Requalificar e criar espaços públicos;
·Definir novos percursos pedonais;
·Melhorar das condições de fruição;
·Potenciar as zonas verdes;
·Regulamentar o trânsito automóvel;
·Localizar novos equipamentos e actividades estruturantes;
·Fixar a população residente;
·Manter a função predominantemente habitacional."
Comentários:
1. Este PUALZE inviabiliza qualquer retoma da habitação na Avenida da Liberdade e envolvente, privilegiando unicamente o sector terciário, com o argumento capcioso que "aqueles níveis de poluição não permitem habitação".
2. Este PUALZE contribuirá para a demolição e/ou alteração dos escassos edifícios de traça antiga existentes na Avenida, com excepção dos já classificados.
3. Este PUALZE viabilizará a destruição dos logradouros ainda existentes na Rua do Salitre, ao permitir a construção de parques de estacionamento subterrâneo.
4. Este PUALZE prevê a construção de uma série de estacionamentos subterrâneos em zonas altamente sensíveis (cruzamentos Avenida-Al.Herculano, Avenida-Barata Salgueiro, toda a extensão da Rua de Santa Marta), cuja efectiva utilidade é um equívoco.
5. Este PUALZE peca por escasso no que toca ao condicionamento da circulação automóvel e à "pedonalização" de algumas vias, elemento fundamental para se recuperar aquela zona como zona de fruição pelas cidadãos.
À margem:
1. A cerimónia decorreu no Teatro Variedades, o que teve o efeito perverso de fazer com que todos os presentes quisessem no seu íntimo que aquele barracão seja demolido. Aliás, excepção feita ao Capitólio, o Parque Mayer é uma feira que importa demolir.
2. A cerimónia foi precedida de fanfarra de tambores, e precebeu-se o porquê: os tímpanos da audiência precisavam de ser furados previamente, de modo a suportarem os discursos da praxe, para inglês ver.
3. Um casal mirando um dos cartazes dizia entre si: "só vamos saber realmente o que isto é quando as obras começarem". Logo um terceiro elemento sentenciou: "aí já será tarde".
4. O nome mais falado durante toda a sessão foi ... Rosa Araújo. Nem o tempo nem o modo são iguais, nem, sobretudo, os homens.
5. Palmas para o Arquitecto responsável pelo projecto! Palmas por aguentar há 16 anos a CML. E palmas por vir do Porto ensinar aos lisboetas como devem viver.
PF
(*) Porque ri desta maneira o Sr.Presidente da Junta de São José? Será pelo que tem afirmado em prol do projecto de hotel para o Palacete Ribeiro da Cunha?
Palácio Braancamp: Mais um na calha?
Câmara ainda não definiu futuro do Palácio Braamcamp
In Diário de Notícias (29/9/2006)
Por Marina Almeida
(Foto: DN)
"É um insuspeito e belíssimo palacete, na Pátio do Tijolo, no Bairro Alto, em Lisboa. Ali morou Fontes Pereira de Melo, ali estudaram gerações de alunos do Liceu Francês. Desde os anos 60 que dentro das suas salas, muitas delas com vista privilegiada para um certo Tejo, funciona a Caixa de Previdência da Câmara Municipal de Lisboa. Estes serviços deverão ser transferidos e o destino do palacete Braamcamp estará ainda em aberto. Amanhã abrem-se ao público as portas do imóvel.
Fonte do gabinete do vereador responsável pela área do património, Fontão de Carvalho, disse ao DN que "ainda é cedo para definir a utilização a dar" ao imóvel, "sendo certo que o serviço que ali está, vai sair daquelas instalações".
Os serviços sociais da autarquia vão para um edifício novo, nas Olaias, cujas obras estão "a decorrer dentro da normalidade" e deverão estar concluídas "no início do próximo ano (...)".
PF
In Diário de Notícias (29/9/2006)
Por Marina Almeida
"É um insuspeito e belíssimo palacete, na Pátio do Tijolo, no Bairro Alto, em Lisboa. Ali morou Fontes Pereira de Melo, ali estudaram gerações de alunos do Liceu Francês. Desde os anos 60 que dentro das suas salas, muitas delas com vista privilegiada para um certo Tejo, funciona a Caixa de Previdência da Câmara Municipal de Lisboa. Estes serviços deverão ser transferidos e o destino do palacete Braamcamp estará ainda em aberto. Amanhã abrem-se ao público as portas do imóvel.
Fonte do gabinete do vereador responsável pela área do património, Fontão de Carvalho, disse ao DN que "ainda é cedo para definir a utilização a dar" ao imóvel, "sendo certo que o serviço que ali está, vai sair daquelas instalações".
Os serviços sociais da autarquia vão para um edifício novo, nas Olaias, cujas obras estão "a decorrer dentro da normalidade" e deverão estar concluídas "no início do próximo ano (...)".
PF
27/09/2006
Quinta de Nossa Senhora da Paz, salva pelo Benfica?
Talvez. O que conta é que na reunião da AML de ontem, depois das explicações do Vereador António Proa, a Quinta da Paz tornou-se invendável: a venda fica condicionada pela manutenção de uso público, pela impossibilidade de construção adicional e pela obrigação de manutenção. Comprador´? Só se for um benemérito, e esses já não existem...
A Junta do Lumiar esteve muito bem (parabéns) e a CML parece ter sido sensível aos apelos de todos quantos acham que a venda desta quinta senhorial é um aperitivo para a gula imobiliária acabar com o resto do Paço do Lumiar. A ver vamos.
PF
A Junta do Lumiar esteve muito bem (parabéns) e a CML parece ter sido sensível aos apelos de todos quantos acham que a venda desta quinta senhorial é um aperitivo para a gula imobiliária acabar com o resto do Paço do Lumiar. A ver vamos.
PF
Quanto custa e quem paga a LuzBoa?
No sítio da organização a Fundação EDP é aparentemente quem dá maior apoio financeiro. Há ainda o apoio da Embaixada de França e do Instituto Franco-Português e de uma série de empresas na área da iluminação. A organização, "Extra-Muros", é da do Monte da Caparica, e tem uma parceria estratégica com a CML para este evento, mas não é explicado muito mais. Na única referência a montantes, diz-se que o orçamento desta edição é de 100 mil €. É, portanto, na expressão "parceria estratégica" que residirá a resposta!
PF
PF
26/09/2006
ExpoAvenida. PUALZE
"Com o objectivo de informar a população sobre o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), que se encontra em elaboração, e de envolver todos os que nela habitam, trabalham, estudam ou visitam, vai realizar-se, entre os dias 28 de Setembro e 21 de Outubro, uma exposição sobre este Plano de Urbanização, no Parque Mayer – Teatro Variedades. Trata-se de uma organização conjunta da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de S. José.
Com o objectivo de reforçar a salvaguarda e valorização da imagem urbana da Avenida da Liberdade e zona envolvente, através da definição de regras de intervenção arquitectónica e urbanística, a Câmara Municipal de Lisboa apresentou, em 1995, o Plano de Urbanização da Avenida de Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), cujo processo de elaboração se iniciou em 1991. Este primeiro ciclo do PUALZE foi encerrado sem que o plano fosse legalmente aprovado.
Em 2003 foi reatado o processo de elaboração do PUALZE. Mostrava-se necessário proceder a uma actualização da informação constante nesses documentos e aferir a compatibilidade entre as soluções então propostas e as dinâmicas verificadas ao longo da última década naquela zona da cidade, dotando-a de um instrumento de gestão territorial actualizado e de suporte das decisões urbanísticas para a zona.
Pressupõe-se que a salvaguarda e valorização são possíveis através de um equilíbrio entre as preexistências e as renovações inerentes à dinâmica urbana, sem recorrer, contudo, a soluções de ruptura abrupta ou de estagnação, assegurando o papel fundamental dos espaços de fruição pública em articulação com o edificado.
As grandes opções deste Plano passam pela correlação lógica entre a estrutura verde, os caminhos de fruição, as áreas de animação urbana e os novos equipamentos, culminando numa proposta de requalificação urbana.
Assim, constituem os principais objectivos do PUALZE:
·Regulamentar a intervenção arquitectónica e urbanística;
·Requalificar e criar espaços públicos;
·Definir novos percursos pedonais;
·Melhorar das condições de fruição;
·Potenciar as zonas verdes;
·Regulamentar o trânsito automóvel;
·Localizar novos equipamentos e actividades estruturantes;
·Fixar a população residente;
·Manter a função predominantemente habitacional.
Assim, este evento pretende informar e envolver todos aqueles que se interessam pela Avenida e sua zona envolvente, de forma a gerar um amplo debate em torno de um assunto fundamental para qualidade de vida na cidade de Lisboa.
Na sequência desta exposição, estão também programadas três semanas temáticas, em que se abordarão os seguintes temas: A Cultura, Turismo e Comércio na Avenida (1 a 8 de Outubro), Acção Social e Educação na Avenida (9 a 15 de Outubro) e Mobilidade, ambiente e Reabilitação Urbana na Avenida (16 a 21 de Outubro)."
CRÍTICAS:
1. Este PUALZE inviabiliza qualquer retoma da habitação na Avenida da Liberdade e envolvente, privilegiando unicamente o sector terciário, com o argumento capcioso que "aqueles níveis de poluição não permitem habitação".
2. Este PUALZE contribuirá para a demolição e/ou alteração dos escassos edifícios de traça antiga existentes na Avenida, com excepção dos já classificados.
3. Este PUALZE viabilizará a destruição dos logradouros ainda existentes na Rua do Salitre, ao permitir a construção de parques de estacionamento subterrâneo.
4. Este PUALZE prevê a construção de uma série de estacionamentos subterrâneos em zonas altamente sensíveis (cruzamentos Avenida-Pç.Alegria, Avenida-Barata Salgueiro), cuja efectiva utilidade é um equívoco.
5. Este PUALZE peca por escasso no que toca ao condicionamento da circulação automóvel e à "pedonalização" de algumas vias, elemento fundamental para se recuperar aquela zona como zona de fruição pelas cidadãos.
PF
Enquanto isso: Festival de Música do Paço (28 Set. -14 Out.)
Uma iniciativa do Museu Nacional do Traje e do Parque do Monteiro-Mor, sempre às 21h30m. programa: ópera (A Flauta Mágica) e recitais de piano e violino, e outros. Locais de venda: FNAC, Museu Traje, Agências Abreu.. Preço: 15€ (ópera) e 10€. Reservas e info: 707234234.
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Nossa Senhora da Paz na Assembleia Municipal
In Público (26/9/2006)
José Manuel Cerejo
"A venda da Quinta de Nossa Senhora da Paz em hasta pública, aprovada pela maioria camarária na última reunião do executivo municipal de Lisboa, vai ser hoje contestada por cidadãos e deputados municipais da oposição. Além das intervenções programadas por alguns eleitos para o período de antes da ordem do dia, a alienação daquela quinta municipal - situada no Lumiar e possuidora de um "valor patrimonial inquestionável", segundo a proposta aprovada pela câmara - deverá ser objecto dos protestos de moradores de Telheiras e de membros do Fórum Cidadania. A Associação dos Residentes de Telheiras apelou à presença dos lisboetas na reunião da assembleia municipal, a realizar às 15h00 no antigo cinema Roma, e divulgou um cartaz em que recorda anteriores iniciativas em defesa daquele espaço, sublinhando que a assembleia aprovou por unanimidade, no ano passado, a sua reabilitação. Também o Fórum Cidadania fez um apelo aos deputados municipais para que "não viabilizem esta venda". O texto nota que a Quinta de Nossa Senhora da Paz e os seus jardins fazem parte do perímetro do chamado "parque periférico" e salienta que a sua venda "abre um gravíssimo precedente em termos de manutenção do que resta das quintas senhoriais do Paço do Lumiar". A proposta aprovada pelos vereadores do PSD e do CDS/PP diz que "a recuperação da quinta em causa será da maior importância para a zona do Paço do Lumiar, uma vez garantida a possibilidade de utilização pública dos jardins". A garantia de abertura dos jardins à população por parte dos futuros proprietários surge na sequência de diversos pareceres dos serviços camarários, mas as condições gerais e especiais da hasta pública, que fazem parte da proposta, excluem toda e qualquer referência ao assunto. Embora a proposta não conste da ordem de trabalhos da sessão de hoje, o seu conteúdo será provavelmente um dos temas fortes da reunião. Fora da agenda deverão ser também apresentadas diversas moções, nomeadamente as do PS que recomendam a abertura do túnel do Marquês no sentido ascendente e condenam a prevista operação financeira da Gebalis de venda das rendas futuras dos bairros sociais. J.A.C."
PF
José Manuel Cerejo
"A venda da Quinta de Nossa Senhora da Paz em hasta pública, aprovada pela maioria camarária na última reunião do executivo municipal de Lisboa, vai ser hoje contestada por cidadãos e deputados municipais da oposição. Além das intervenções programadas por alguns eleitos para o período de antes da ordem do dia, a alienação daquela quinta municipal - situada no Lumiar e possuidora de um "valor patrimonial inquestionável", segundo a proposta aprovada pela câmara - deverá ser objecto dos protestos de moradores de Telheiras e de membros do Fórum Cidadania. A Associação dos Residentes de Telheiras apelou à presença dos lisboetas na reunião da assembleia municipal, a realizar às 15h00 no antigo cinema Roma, e divulgou um cartaz em que recorda anteriores iniciativas em defesa daquele espaço, sublinhando que a assembleia aprovou por unanimidade, no ano passado, a sua reabilitação. Também o Fórum Cidadania fez um apelo aos deputados municipais para que "não viabilizem esta venda". O texto nota que a Quinta de Nossa Senhora da Paz e os seus jardins fazem parte do perímetro do chamado "parque periférico" e salienta que a sua venda "abre um gravíssimo precedente em termos de manutenção do que resta das quintas senhoriais do Paço do Lumiar". A proposta aprovada pelos vereadores do PSD e do CDS/PP diz que "a recuperação da quinta em causa será da maior importância para a zona do Paço do Lumiar, uma vez garantida a possibilidade de utilização pública dos jardins". A garantia de abertura dos jardins à população por parte dos futuros proprietários surge na sequência de diversos pareceres dos serviços camarários, mas as condições gerais e especiais da hasta pública, que fazem parte da proposta, excluem toda e qualquer referência ao assunto. Embora a proposta não conste da ordem de trabalhos da sessão de hoje, o seu conteúdo será provavelmente um dos temas fortes da reunião. Fora da agenda deverão ser também apresentadas diversas moções, nomeadamente as do PS que recomendam a abertura do túnel do Marquês no sentido ascendente e condenam a prevista operação financeira da Gebalis de venda das rendas futuras dos bairros sociais. J.A.C."
PF
Esta é a Quinta da Nossa Senhora da Paz!
Pertence ao que resta do Paço do Lumiar e é propriedade da CML e tem estado ao abandono há vários anos. Foi alvo de roubo de azulejos nos últimos tempos. Foi recentemente aprovada em sessão de CML a sua venda em hasta pública porque a CML diz-se sem dinheiro para a sua manutenção (*), apesar de existir um parecer dos próprios serviços da CML recomendando a instalação do Museu da Criança naquele lugar. A ser vendida, esta quinta será comprada para construção de condomínio, e será o princípio do fim para uma série de quintas e palacetes existentes naquele eixo de Lisboa, ainda quase virgem de atentados e mamarrachos. É isso que é preciso evitar!
PF
(*) Curiosamente a CML irá levar a votação na AML uma proposta de aluguer de viaturas para os vereadores e chefias da CML que custará ao longo dos próximos 4 anos 5 milhões de euros… e a Quinta da Paz vai a hasta pública por 4,2 milhões (?).
Seminário: para uma mobilidade mais amigável
No seguimento do trabalho desenvolvido pela DECO em prol da mobilidade, vai realizar-se a 10 de Outubro, no grande anfiteatro do IST, um seminário dirigido aos operadores e profissionais do sector dos transportes, decisores e ao público em geral, com o objectivo de analisar a mobilidade do ponto de vista do utente: conhecer os consumidores móveis, as dificuldades sentidas na utilização dos diferentes transportes e saber como são resolvidos os problemas manifestados pelos utentes.
As inscrições podem ser feitas até 4 de Outubro, na sede da DECO (Rua Artilharia Um, n.º 79, 4.º, 1269-160 Lisboa), por telefone (21 371 02 39), fax (21 347 02 99) ou por correio electrónico ( formacao@deco.pt). A entrada é gratuita para associados da DECO e estudantes. Para os restantes, o valor da inscrição é de 25 euros. Mais info: Deco Proteste
PF
As inscrições podem ser feitas até 4 de Outubro, na sede da DECO (Rua Artilharia Um, n.º 79, 4.º, 1269-160 Lisboa), por telefone (21 371 02 39), fax (21 347 02 99) ou por correio electrónico ( formacao@deco.pt). A entrada é gratuita para associados da DECO e estudantes. Para os restantes, o valor da inscrição é de 25 euros. Mais info: Deco Proteste
PF
25/09/2006
Quinta da Nossa Senhora da Paz / Apelo à AML
Ex.mos Senhores Deputados Municipais
No seguimento da aprovação em sede de executivo camarário, da venda em hasta pública da Quinta da Nossa Senhora da Paz e dos seus jardins centenários; e considerando que:
- A Qtª da Nossa Sra. Paz e os seus jardins estão integrados no Conjunto do Paço do Lumiar (aqui), conjunto classificado e protegido pelo IPPAR;
- A Qta. da Nossa Sra. Paz e os seus jardins estão integrados no Parque Periférico (instrumento essencial na manutenção do "pulmão" de Lisboa) e na azinhaga vizinha;
- A Qta. da Nossa Sra. Paz e os seus jardins foram objecto de parecer dos serviços da própria CML no sentido de ali ser instalado o Museu da Criança (opção excelente, que seria a sequência lógica do Museu do Traje e do Museu do Teatro) ;
- A venda a particulares da Qta. da Nossa Sra. da Paz e dos seus jardins não será certamente para nenhuma acção de mecenato, sendo previsível a sua exploração imobiliária com o subsequente abate daquelas árvores;
- A venda da Qta. da Nossa Sra. da Paz abre um gravíssimo precedente em termos de manutenção do que resta das quintas senhoriais do Paço do Lumiar;
- Esta é mais uma situação em que se abusa do instrumento "plano de pormenor em regime simplificado" para aplicação em alteração de utilização de uma parcela de terreno, ainda por cima municipal (!);
APELAMOS A TODOS OS DEPUTADOS MUNICIPAIS para que:
- NÃO VIABILIZEM esta venda, devolvendo a proposta à CML a fim de que esta pare para pensar: não é com venda de património que se resolvem os problemas de tesouraria;
- RECOMENDEM à CML a elaboração de um plano de pormenor (ver aqui) para todo o Paço do Lumiar a fim de se evitar mal maior;
- ORGANIZEM UMA VISITA ao Paço do Lumiar e vejam in loco o quão importante é aquele conjunto para a fruição e bem estar dos lisboetas.
Lisboa precisa de um parlamento atento, interventivo e, mais importante, zelador da quailidade de vida dos lisboetas.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Júlio Amorim, José Couto Nogueira, Fernando Jorge e João Belard Correia
No seguimento da aprovação em sede de executivo camarário, da venda em hasta pública da Quinta da Nossa Senhora da Paz e dos seus jardins centenários; e considerando que:
- A Qtª da Nossa Sra. Paz e os seus jardins estão integrados no Conjunto do Paço do Lumiar (aqui), conjunto classificado e protegido pelo IPPAR;
- A Qta. da Nossa Sra. Paz e os seus jardins estão integrados no Parque Periférico (instrumento essencial na manutenção do "pulmão" de Lisboa) e na azinhaga vizinha;
- A Qta. da Nossa Sra. Paz e os seus jardins foram objecto de parecer dos serviços da própria CML no sentido de ali ser instalado o Museu da Criança (opção excelente, que seria a sequência lógica do Museu do Traje e do Museu do Teatro) ;
- A venda a particulares da Qta. da Nossa Sra. da Paz e dos seus jardins não será certamente para nenhuma acção de mecenato, sendo previsível a sua exploração imobiliária com o subsequente abate daquelas árvores;
- A venda da Qta. da Nossa Sra. da Paz abre um gravíssimo precedente em termos de manutenção do que resta das quintas senhoriais do Paço do Lumiar;
- Esta é mais uma situação em que se abusa do instrumento "plano de pormenor em regime simplificado" para aplicação em alteração de utilização de uma parcela de terreno, ainda por cima municipal (!);
APELAMOS A TODOS OS DEPUTADOS MUNICIPAIS para que:
- NÃO VIABILIZEM esta venda, devolvendo a proposta à CML a fim de que esta pare para pensar: não é com venda de património que se resolvem os problemas de tesouraria;
- RECOMENDEM à CML a elaboração de um plano de pormenor (ver aqui) para todo o Paço do Lumiar a fim de se evitar mal maior;
- ORGANIZEM UMA VISITA ao Paço do Lumiar e vejam in loco o quão importante é aquele conjunto para a fruição e bem estar dos lisboetas.
Lisboa precisa de um parlamento atento, interventivo e, mais importante, zelador da quailidade de vida dos lisboetas.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Júlio Amorim, José Couto Nogueira, Fernando Jorge e João Belard Correia
22/09/2006
Por falar em espaços verdes ...
Que dizer do estado lastimável em que se encontra o Jardim Cesário Verde (coitado, o poeta de Lisboa, cuja casa se mantém ali abandonada à sua sorte, no Paço do Lumiar...), na Rua D.Estefânia, e que mereceu a aprovação por unanimidade de uma moção do CDS-PP na AML, em Julho passado em que se recomendava à CML a sua requalificação (ver aqui), mas cujos efeitos práticos têm sido até hoje rigorosamente nenhuns?
Não lhe bastava ver parte do verde vir a poder ser destruído ...
pela hipotética construção de habitação para os moradores do denominado Bairro de São João de Brito, para ainda continuar sem chafarizes e w.c. A ler, este artigo de Ana Fonseca (JN), sobre a situação do Parque José Gomes Ferreira, em Alvalade, paredes meias com a Av.Gago Coutinho.
PF
PF
Estão aí as Jornadas Europeias do Património
Mas desta vez não irei. Não tanto porque não haja coisas novas para ver e conhecer, mas porque tenho receio do que possa acontecer ao que for ver. É que comecei por visitar os Inglesinhos aqui há 6 anos e o resultado está à vista: demolição. Depois, visitei o magnífico palacete da Rua das Chagas, ex-instalações do clube Cem à Hora, e o prédio está devoluto. Mais tarde, fui ao Palácio Pombal e eis que o mesmo esteve em risco iminente de ser vendido em hasta pública. Por isso, mais vale prevenir do que remediar; não irei ver mais nada ao abrigo das Jornadas. Paciência.
PF
PF
«Da relevância do bife», segundo Ruben Carvalho, ontem, no DN
(Foto: DN)
Este excelente texto parece-me, no entando, ferido de causa social. É natural, compreensível e desejável a preocupação do autor, mas tal não justifica as obras inqualificáveis que o Café Império sofreu. E que o bife tenha agora melhores condições sanitárias, é óptimo, só que àquele café não mais irei, salvo quando eu for velhinho (tenho essa esperança) e o café e aquele "meu" cinema tenham voltado ao que eram antes ... por ironia do destino, ao tempo do qual fazem parte as personalidades em relação às quais RC foi recentemente "empossado" pela CML como "edil biógrafo", e cujo resultado muito me interessará ler.
PF
P.S. O Bife à Colombo é que era "o" verdadeiro bife à café de Lisboa.
P.P.S. Oxalá o texto contribua para esclarecer alguns engraçados iletrados: o "bife à amarrar" nunca existiu.
Este excelente texto parece-me, no entando, ferido de causa social. É natural, compreensível e desejável a preocupação do autor, mas tal não justifica as obras inqualificáveis que o Café Império sofreu. E que o bife tenha agora melhores condições sanitárias, é óptimo, só que àquele café não mais irei, salvo quando eu for velhinho (tenho essa esperança) e o café e aquele "meu" cinema tenham voltado ao que eram antes ... por ironia do destino, ao tempo do qual fazem parte as personalidades em relação às quais RC foi recentemente "empossado" pela CML como "edil biógrafo", e cujo resultado muito me interessará ler.
PF
P.S. O Bife à Colombo é que era "o" verdadeiro bife à café de Lisboa.
P.P.S. Oxalá o texto contribua para esclarecer alguns engraçados iletrados: o "bife à amarrar" nunca existiu.
21/09/2006
Venda de Património da CML / Apelo a MJ Nogueira Pinto
Ex.ma Senhora Vereadora
Drª Maria José Nogueira Pinto
Na sequência do anúncio feito pela CML da venda em hasta pública de uma lista infindável de palácios, quintas e terrenos, património de todos os alfacinhas; e porque julgamos partilhar V.Exa. das preocupações que nos movem, ou seja, que considera, como nós consideramos, ser triste, lamentável, e pior, que em nada esta venda irá resolver em termos de gestão camarária, vimos por este meio pedir a V.Exa. e ao restante corpo da Vereação do CDS-PP que façam sentir publicamente e à restante maioria do executivo, a necessidade da CML parar para pensar.
Esta venda pressupõe a assumpção pela CML, da sua impossibilidade em inverter o rumo da gestão actual, demonstrando ainda uma total incompreensão e uma total ausência de estratégia quanto aos valores do património herdado, aos bairros históricos, à fruição dos espaços pelos cidadãos, à qualidade de vida, numa palavra, à cultura.
Há que recuperar sim o património existente das mais variadas formas, de modo a que a população não deserte. Há também, é certo, que reconverter muitos desses palácios, por evidente falta de verba, mas há que ser selectivo.
Mas a CML tem que fazer cumprir os contratos de venda a privados, de modo a que "proibição da edificabilidade" não seja letra morta; pois coisa bem diferente tem sido a realidade.
A experiência demonstra que na maior parte dos casos em que foi vendido património, logo foi esventrado o logradouro, logo se acrescentou um anexo, mais um andar, se introduziu o perfil de alumínio, o aparelho de ar-condicionado na fachada, etc.. A CML deve garantir que não há irreversibilidade das intervenções, quase sempre invasivas, sempre que se assiste a uma mudança de titularidade e/ou de uso. Por outro lado, sabe-se como, uma vez postos no mercado, muito dificilmente estes bens voltarão algum dia a ser propriedade municipal e, como tal, da cidade. Além do mais, são bens cada vez mais escassos.
Voltamos a pedir-lhe, Srª Vereadora, para que não reduza o acordo de governação que tem com a restante maioria à Baixa-Chiado. Faça valer os valores dos cidadãos e o interesse público!
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo, João Gandum, José Couto Nogueira e Júlio Amorim
Drª Maria José Nogueira Pinto
Na sequência do anúncio feito pela CML da venda em hasta pública de uma lista infindável de palácios, quintas e terrenos, património de todos os alfacinhas; e porque julgamos partilhar V.Exa. das preocupações que nos movem, ou seja, que considera, como nós consideramos, ser triste, lamentável, e pior, que em nada esta venda irá resolver em termos de gestão camarária, vimos por este meio pedir a V.Exa. e ao restante corpo da Vereação do CDS-PP que façam sentir publicamente e à restante maioria do executivo, a necessidade da CML parar para pensar.
Esta venda pressupõe a assumpção pela CML, da sua impossibilidade em inverter o rumo da gestão actual, demonstrando ainda uma total incompreensão e uma total ausência de estratégia quanto aos valores do património herdado, aos bairros históricos, à fruição dos espaços pelos cidadãos, à qualidade de vida, numa palavra, à cultura.
Há que recuperar sim o património existente das mais variadas formas, de modo a que a população não deserte. Há também, é certo, que reconverter muitos desses palácios, por evidente falta de verba, mas há que ser selectivo.
Mas a CML tem que fazer cumprir os contratos de venda a privados, de modo a que "proibição da edificabilidade" não seja letra morta; pois coisa bem diferente tem sido a realidade.
A experiência demonstra que na maior parte dos casos em que foi vendido património, logo foi esventrado o logradouro, logo se acrescentou um anexo, mais um andar, se introduziu o perfil de alumínio, o aparelho de ar-condicionado na fachada, etc.. A CML deve garantir que não há irreversibilidade das intervenções, quase sempre invasivas, sempre que se assiste a uma mudança de titularidade e/ou de uso. Por outro lado, sabe-se como, uma vez postos no mercado, muito dificilmente estes bens voltarão algum dia a ser propriedade municipal e, como tal, da cidade. Além do mais, são bens cada vez mais escassos.
Voltamos a pedir-lhe, Srª Vereadora, para que não reduza o acordo de governação que tem com a restante maioria à Baixa-Chiado. Faça valer os valores dos cidadãos e o interesse público!
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo, João Gandum, José Couto Nogueira e Júlio Amorim
Comissariado Baixa-Chiado: a montanha pariu um rato ... de banalidades e lugares-comuns, ainda por cima repetidos
Já nos tínhamos apercebido aqui (Diário de Notícias) e ali (Jornal de Notícias) do dossier de intenções que o Comissariado da Baixa-Chiado entregou ontem ao Senhor Presidente da CML, dois dias antes do prazo, como a CML tratou de frisar (o cumprimento de prazos confundir-se-ia com o Dia Europeu sem Carros?).
Contudo, há neste pacote de boas (velhas) e más ideias (novas) uma novidade perigosa: está na calha a criação de mais um empresa municipal ... portanto, os telefones já estão a tocar.
Aqui fica o artigo do Público:
"Baixa de Lisboa poderá ter três mil novos moradores em 2010
Francisco Neves
Projecto de Revitalização para a Baixa-Chiado será apresentado aos vereadores na próxima semana
Ter, em 2010, mais três mil pessoas a morar na Baixa-Chiado é um objectivo a médio prazo do projecto de revitalização para esta zona de Lisboa, ontem expresso pela comissária Maria José Nogueira Pinto. A grande operação pensada pelo comissariado dirigido pela vereadora do CSD/PP tem um horizonte temporal que vai até 2020 e até lá deverá repovoar esta zona histórica deprimida de modo a atingir os 15 mil residentes - ou seja, regressar aos valores de há 25 anos. O Projecto de Revitalização para a Baixa-Chiado foi ontem entregue ao presidente da Câmara de Lisboa, num acto simbólico e formal no salão nobre dos Paços do Concelho. A entrega ocorreu, sublinhou Carmona Rodrigues, "dois dias antes do prazo" de seis meses decorrido desde a posse do comissariado. "Passámos o Rubicão", disse Maria José Nogueira Pinto, notando que agora é necessária vontade política para levar por diante este "desígnio nacional" numa área de jurisdição partilhada entre a câmara e o Estado. No final, disse ser desejável que no "fim de Janeiro" do próximo ano já esteja definida e a funcionar a estrutura institucional que gerirá a operação - cujo valor exacto se ignora, embora se fale em 400 milhões de euros.
O projecto de revitalização propõe nomeadamente um calendário operacional, um tipo de instituição gestora e um modelo de financiamento público "que não agrave a situação financeira do Estado nem se repercuta, de imediato, nos níveis de endividamento da Câmara Municipal de Lisboa". O trabalho dos comissários será distribuído na próxima semana aos vereadores e em data a combinar será feita uma exposição sobre ele, disse Carmona Rodrigues.
Um objectivo da operação ontem anunciado é o de trazer à Baixa-Chiado a classe média e os jovens. Em termos de habitação, disse Nogueira Pinto, a reconversão do Chiado teve o efeito perverso de "produzir um metro quadrado muito caro", só acessível aos ricos. O projecto propõe "uma saudável mistura de população com classe média e gente mais nova", sublinhou. Neste sentido já decorreram encontros com o secretário de Estado da Habitação para se estabelecerem quotas de mercado habitacional para o segmento da classe média. Na zona histórica há 200 milhões de metros quadrados de construção, mas para garantir essas quotas de mercado pensa-se ser vantajoso criar boas ligações à encosta do Castelo. Nogueira Pinto apelou ao maior consenso possível no apoio a este projecto, agradecendo ao grupo municipal do PCP ter dado "o benefício da dúvida" ao abster-se na votação que, em Março, criou o comissariado e dizendo que ainda espera "convencer o Bloco de Esquerda", que votou contra. "É desejável um apoio tão unânime quanto possível", disse ao mesmo tempo que notou que a actual dinâmica "não é para voltar para trás". O presidente da câmara sublinhou, aliás, o "empenho e a atenção do Governo" quanto a este projecto que lhe foi comunicado pelo ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional. A responsabilidade do Estado e a necessidade da sua participação foram invocadas pelos dois autarcas, mas também se conta com um "enorme crescimento" da vinda de novas actividades económicas para a Baixa.
Um novo Terreiro do Paço
Devolver o Terreiro do Paço aos peões, reduzindo em cerca de 70 por cento a passagem de automóveis nas principais artérias da Baixa lisboeta, para além da criação de um passeio marítimo sem carros de cerca de um quilómetro, que ligue o Cais do Sodré ao Campo das Cebolas, são alguns dos projectos preconizados para aquela zona da cidade. O que se quer é um novo Terreiro do Paço, onde a presença política, administrativa e mesmo financeira se mantenha mas com um perfil diferente do actual, devendo o Estado de imagem burocrática e pesada dar lugar a áreas e departamentos mais modernos, ligados às novas tecnologias e agências reguladoras. A par desta actividade, o comissariado defende para ali uma vasta oferta dedicada ao lazer, com a criação de restaurantes, lojas e espaços verdes.
Um centro comercial a céu aberto
Potenciar um centro comercial a céu aberto, entre as ruas da Vitória e de Santa Justa, sendo o limite desta área marcado pela Rua dos Fanqueiros e as ruas Nova do Almada e do Carmo, é outro dos projectos para renovar a Baixa. Esta espécie de centro comercial ao ar livre, com horário alargado, seria marcado por serviços de limpeza, segurança, promoção e marca comuns, o que poderá ser conseguido através de associações de proprietários que poderiam fazer obras em conjunto e inclusivamente permitir a execução de ligações entre edifícios. Para complementar este espaço comercial, é defendida a criação de um percurso pedonal assistido, com escadas rolantes, da Rua dos Fanqueiros à Rua da Madalena. A partir do mercado do Chão do Loureiro seria montado outro sistema de escadas e elevadores até junto do Chapitô, de onde partiriam mais escadas rolantes até ao Castelo.
Reabilitar o edificado e dinamizar o turismo
A reabilitação dos prédios da Baixa-Chiado é outro ponto-chave do projecto. Envolvendo entidades particulares e o Governo na tarefa de requalificação do edificado, há a ideia de que se poderia atrair o triplo de moradores, criando mesmo mais espaço de residência, com novos conceitos de condomínio, nos pisos superiores do coração da Baixa ou em zonas mais típicas, como a Calçada do Duque. Actualmente com cinco mil residentes, calcula-se que o novo modelo poderia, em 2020, permitir 15 mil moradores. O turismo, com a criação de mais unidades hoteleiras, aumentando a oferta de camas em mil unidades, é outra aposta que se pretende lançar, criando hotéis de charme, mais pequenos e personalizados. Um terminal de navios de cruzeiro em Santa Apolónia é também visto como essencial, para aumentar o fluxo de turistas com elevado poder de compra."
PF
Contudo, há neste pacote de boas (velhas) e más ideias (novas) uma novidade perigosa: está na calha a criação de mais um empresa municipal ... portanto, os telefones já estão a tocar.
Aqui fica o artigo do Público:
"Baixa de Lisboa poderá ter três mil novos moradores em 2010
Francisco Neves
Projecto de Revitalização para a Baixa-Chiado será apresentado aos vereadores na próxima semana
Ter, em 2010, mais três mil pessoas a morar na Baixa-Chiado é um objectivo a médio prazo do projecto de revitalização para esta zona de Lisboa, ontem expresso pela comissária Maria José Nogueira Pinto. A grande operação pensada pelo comissariado dirigido pela vereadora do CSD/PP tem um horizonte temporal que vai até 2020 e até lá deverá repovoar esta zona histórica deprimida de modo a atingir os 15 mil residentes - ou seja, regressar aos valores de há 25 anos. O Projecto de Revitalização para a Baixa-Chiado foi ontem entregue ao presidente da Câmara de Lisboa, num acto simbólico e formal no salão nobre dos Paços do Concelho. A entrega ocorreu, sublinhou Carmona Rodrigues, "dois dias antes do prazo" de seis meses decorrido desde a posse do comissariado. "Passámos o Rubicão", disse Maria José Nogueira Pinto, notando que agora é necessária vontade política para levar por diante este "desígnio nacional" numa área de jurisdição partilhada entre a câmara e o Estado. No final, disse ser desejável que no "fim de Janeiro" do próximo ano já esteja definida e a funcionar a estrutura institucional que gerirá a operação - cujo valor exacto se ignora, embora se fale em 400 milhões de euros.
O projecto de revitalização propõe nomeadamente um calendário operacional, um tipo de instituição gestora e um modelo de financiamento público "que não agrave a situação financeira do Estado nem se repercuta, de imediato, nos níveis de endividamento da Câmara Municipal de Lisboa". O trabalho dos comissários será distribuído na próxima semana aos vereadores e em data a combinar será feita uma exposição sobre ele, disse Carmona Rodrigues.
Um objectivo da operação ontem anunciado é o de trazer à Baixa-Chiado a classe média e os jovens. Em termos de habitação, disse Nogueira Pinto, a reconversão do Chiado teve o efeito perverso de "produzir um metro quadrado muito caro", só acessível aos ricos. O projecto propõe "uma saudável mistura de população com classe média e gente mais nova", sublinhou. Neste sentido já decorreram encontros com o secretário de Estado da Habitação para se estabelecerem quotas de mercado habitacional para o segmento da classe média. Na zona histórica há 200 milhões de metros quadrados de construção, mas para garantir essas quotas de mercado pensa-se ser vantajoso criar boas ligações à encosta do Castelo. Nogueira Pinto apelou ao maior consenso possível no apoio a este projecto, agradecendo ao grupo municipal do PCP ter dado "o benefício da dúvida" ao abster-se na votação que, em Março, criou o comissariado e dizendo que ainda espera "convencer o Bloco de Esquerda", que votou contra. "É desejável um apoio tão unânime quanto possível", disse ao mesmo tempo que notou que a actual dinâmica "não é para voltar para trás". O presidente da câmara sublinhou, aliás, o "empenho e a atenção do Governo" quanto a este projecto que lhe foi comunicado pelo ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional. A responsabilidade do Estado e a necessidade da sua participação foram invocadas pelos dois autarcas, mas também se conta com um "enorme crescimento" da vinda de novas actividades económicas para a Baixa.
Um novo Terreiro do Paço
Devolver o Terreiro do Paço aos peões, reduzindo em cerca de 70 por cento a passagem de automóveis nas principais artérias da Baixa lisboeta, para além da criação de um passeio marítimo sem carros de cerca de um quilómetro, que ligue o Cais do Sodré ao Campo das Cebolas, são alguns dos projectos preconizados para aquela zona da cidade. O que se quer é um novo Terreiro do Paço, onde a presença política, administrativa e mesmo financeira se mantenha mas com um perfil diferente do actual, devendo o Estado de imagem burocrática e pesada dar lugar a áreas e departamentos mais modernos, ligados às novas tecnologias e agências reguladoras. A par desta actividade, o comissariado defende para ali uma vasta oferta dedicada ao lazer, com a criação de restaurantes, lojas e espaços verdes.
Um centro comercial a céu aberto
Potenciar um centro comercial a céu aberto, entre as ruas da Vitória e de Santa Justa, sendo o limite desta área marcado pela Rua dos Fanqueiros e as ruas Nova do Almada e do Carmo, é outro dos projectos para renovar a Baixa. Esta espécie de centro comercial ao ar livre, com horário alargado, seria marcado por serviços de limpeza, segurança, promoção e marca comuns, o que poderá ser conseguido através de associações de proprietários que poderiam fazer obras em conjunto e inclusivamente permitir a execução de ligações entre edifícios. Para complementar este espaço comercial, é defendida a criação de um percurso pedonal assistido, com escadas rolantes, da Rua dos Fanqueiros à Rua da Madalena. A partir do mercado do Chão do Loureiro seria montado outro sistema de escadas e elevadores até junto do Chapitô, de onde partiriam mais escadas rolantes até ao Castelo.
Reabilitar o edificado e dinamizar o turismo
A reabilitação dos prédios da Baixa-Chiado é outro ponto-chave do projecto. Envolvendo entidades particulares e o Governo na tarefa de requalificação do edificado, há a ideia de que se poderia atrair o triplo de moradores, criando mesmo mais espaço de residência, com novos conceitos de condomínio, nos pisos superiores do coração da Baixa ou em zonas mais típicas, como a Calçada do Duque. Actualmente com cinco mil residentes, calcula-se que o novo modelo poderia, em 2020, permitir 15 mil moradores. O turismo, com a criação de mais unidades hoteleiras, aumentando a oferta de camas em mil unidades, é outra aposta que se pretende lançar, criando hotéis de charme, mais pequenos e personalizados. Um terminal de navios de cruzeiro em Santa Apolónia é também visto como essencial, para aumentar o fluxo de turistas com elevado poder de compra."
PF
20/09/2006
Vem aí mais betume! Vêm aí as torres que "faltavam" ao C.C.Colombo!
In Público
(20/9/2006)
"Torres do Colombo concluídas até 2010
Sonae admite processar Câmara de Lisboa pelos atrasos no projecto
A Sonae Sierra inicia em Fevereiro de 2007 a construção das duas torres de escritórios no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, prevendo terminar o projecto até 2010, revelou ontem o presidente da empresa. Em declarações aos jornalistas no Porto, Álvaro Portela recordou que o arranque da construção põe um ponto final num litígio de 17 anos com a Câmara de Lisboa, contra a qual a Sonae Sierra pretende, aliás, interpor uma acção judicial pelos prejuízos causados com os sucessivos adiamentos do projecto. "A câmara vai ter que assumir as suas responsabilidades, porque perdemos a oportunidade de mercado", afirmou. O retomar do projecto segue-se a um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, datado do final de Outubro, dando provimento aos argumentos do grupo de Belmiro de Azevedo - a que o PÚBLICO pertence - para avançar com o projecto. A construção das duas torres de escritórios fazia parte do projecto inicial do Colombo, quando Kruz Abecasis ocupava a presidência da Câmara de Lisboa, mas acabou então por ser dada prioridade ao centro comercial com o mesmo nome, e deixada para mais tarde a construção das torres. O projecto viria depois a ser travado por Jorge Sampaio, quando este assumiu a presidência da autarquia lisboeta, e sujeito a uma revisão em 1993, sofrendo depois novas vicissitudes já durante os mandatos de João Soares e Pedro Santana Lopes, que o impediram de arrancar. Sem adiantar qual o investimento envolvido no projecto, Álvaro Portela afirmou apenas que se mantém a intenção inicial de executar todas as estruturas das torres em aço e de destinar todo o espaço a escritórios. "No final dos anos 90 chegámos a estudar a possibilidade de as converter parcial ou totalmente para habitação, mas tal não era tecnicamente possível", disse."
PF
(20/9/2006)
"Torres do Colombo concluídas até 2010
Sonae admite processar Câmara de Lisboa pelos atrasos no projecto
A Sonae Sierra inicia em Fevereiro de 2007 a construção das duas torres de escritórios no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, prevendo terminar o projecto até 2010, revelou ontem o presidente da empresa. Em declarações aos jornalistas no Porto, Álvaro Portela recordou que o arranque da construção põe um ponto final num litígio de 17 anos com a Câmara de Lisboa, contra a qual a Sonae Sierra pretende, aliás, interpor uma acção judicial pelos prejuízos causados com os sucessivos adiamentos do projecto. "A câmara vai ter que assumir as suas responsabilidades, porque perdemos a oportunidade de mercado", afirmou. O retomar do projecto segue-se a um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, datado do final de Outubro, dando provimento aos argumentos do grupo de Belmiro de Azevedo - a que o PÚBLICO pertence - para avançar com o projecto. A construção das duas torres de escritórios fazia parte do projecto inicial do Colombo, quando Kruz Abecasis ocupava a presidência da Câmara de Lisboa, mas acabou então por ser dada prioridade ao centro comercial com o mesmo nome, e deixada para mais tarde a construção das torres. O projecto viria depois a ser travado por Jorge Sampaio, quando este assumiu a presidência da autarquia lisboeta, e sujeito a uma revisão em 1993, sofrendo depois novas vicissitudes já durante os mandatos de João Soares e Pedro Santana Lopes, que o impediram de arrancar. Sem adiantar qual o investimento envolvido no projecto, Álvaro Portela afirmou apenas que se mantém a intenção inicial de executar todas as estruturas das torres em aço e de destinar todo o espaço a escritórios. "No final dos anos 90 chegámos a estudar a possibilidade de as converter parcial ou totalmente para habitação, mas tal não era tecnicamente possível", disse."
PF
Quinta da Nossa Senhora da Paz; posição da Associação de Residentes de Telheiras
A CML tem a intenção de vender em hasta pública a Qtª de Nª Srª da Paz, na Estrada do Paço do Lumiar, nº 46 e o Palácio Pombal na rua do Século.
Esta Quinta e Palacete, vendidos à CML em 1975 pelos seus antigos donos para servir a população local, foi usada até 2000 como ATL e creche por uma comissão de moradores que a cuidou com zelo e a entregou nessa data à CML, dada a abertura da Escola EB 1 e Jardim-de-infância do Alto da Faia. A partir de então ficou ao abandono, sendo vandalizada e saqueada pois não tinha qualquer vigilância e serventia.
A Junta de Freguesia do Lumiar propôs a instalação ali dum Museu do Brinquedo, proposta aprovada em 2002 pela Assembleia Municipal, mas sem qualquer efeito prático.
O bonito jardim anexo poderá constituir um espaço verde para a freguesia, sobretudo numa área em rápida urbanização e como envolvente ao Templo Hindu, edifício característico e de utilidade pública.
Por todas estas razões, a intenção da CML de vender este imóvel merece da parte da ART – Associação de Residentes de Telheiras a maior desaprovação e caso se concretize, um enorme protesto!
A alienação de tão significativo património a particulares irá sem duvida alterar o seu uso, quiçá torná-lo num condomínio privado, com densificação urbana duma zona histórica sensível e afectar o ambiente próprio e peculiar do Paço do Lumiar.
Receber um património, deixá-lo ao abandono para depois o vender e pagar passivos, não é decerto a melhor forma de gerir! Não existe o arrendamento? A cedência temporária com contrapartidas? Quantas instituições públicas e privadas procuram um espaço daqueles a título temporário?
Lisboa, 19 de Setembro de 2006
A Direcção da ART
Guilherme Pereira, José Duarte e Pedro Lagido
Esta Quinta e Palacete, vendidos à CML em 1975 pelos seus antigos donos para servir a população local, foi usada até 2000 como ATL e creche por uma comissão de moradores que a cuidou com zelo e a entregou nessa data à CML, dada a abertura da Escola EB 1 e Jardim-de-infância do Alto da Faia. A partir de então ficou ao abandono, sendo vandalizada e saqueada pois não tinha qualquer vigilância e serventia.
A Junta de Freguesia do Lumiar propôs a instalação ali dum Museu do Brinquedo, proposta aprovada em 2002 pela Assembleia Municipal, mas sem qualquer efeito prático.
O bonito jardim anexo poderá constituir um espaço verde para a freguesia, sobretudo numa área em rápida urbanização e como envolvente ao Templo Hindu, edifício característico e de utilidade pública.
Por todas estas razões, a intenção da CML de vender este imóvel merece da parte da ART – Associação de Residentes de Telheiras a maior desaprovação e caso se concretize, um enorme protesto!
A alienação de tão significativo património a particulares irá sem duvida alterar o seu uso, quiçá torná-lo num condomínio privado, com densificação urbana duma zona histórica sensível e afectar o ambiente próprio e peculiar do Paço do Lumiar.
Receber um património, deixá-lo ao abandono para depois o vender e pagar passivos, não é decerto a melhor forma de gerir! Não existe o arrendamento? A cedência temporária com contrapartidas? Quantas instituições públicas e privadas procuram um espaço daqueles a título temporário?
Lisboa, 19 de Setembro de 2006
A Direcção da ART
Guilherme Pereira, José Duarte e Pedro Lagido
O Palácio Pombal: lá vão os anéis... e os dedos!
In Público (20/9/2006)
Mafalda Magalhães Barros
A venda do Palácio Pombal coloca inúmeras questões, de entre as quais a de saber qual a estratégia desta vereação para os bairros históricos
A recente notícia da intenção da Câmara Municipal de Lisboa (CML) de alienar a casa onde terá nascido Sebastião José de Carvalho e Melo representa mais um triste episódio na novela que a actual câmara nos tem vindo a presentear desde que há pouco menos de um ano assumiu os destinos da autarquia. Trata-se de um edifício notável "que no seu apogeu, na segunda metade do século XVIII, apresentava uma extensa implantação em L., com um cenográfico jardim em patamares unidos à cerca do Convento de Jesus".
É difícil dar mais sinais negativos em tão pouco tempo: a demolição apressada da última casa de Almeida Garrett, o anúncio da destruição do Largo Barão de Quintela para a construção de um parque automóvel, a anunciada demolição de um conjunto de piscinas, algumas das quais atribuídas a nomes maiores da arquitectura novecentista, e, agora, a alienação de um conjunto de edifícios de valor histórico-patrimonial, por sair cara à autarquia a sua conservação.
Se há disponibilidade para pagar sumptuosas assessorias e atribuir subsídios para actividades de interesse discutível, não se entende a razão para a CML não assumir a responsabilidade maior da gestão autárquica, a qualificação do património municipal. Faço minha a pergunta que a jornalista Diana Ralha colocava nas páginas do PÚBLICO de 16 de Agosto passado: "A moda da reabilitação urbana acabou nas Avenidas Novas de Lisboa?" Pelos vistos, a moda acabou nas Avenidas Novas e nas "ruas velhas", onde tanto investimento estava a ser levado a efeito.
No que respeita ao Palácio Pombal foram lançadas, pelo anterior executivo, obras urgentes para evitar o colapso da sua fachada tardoz. À obra de consolidação estrutural e de reformulação da cobertura, da responsabilidade do eng. João Appleton, somaram-se os trabalhos de conservação dos tectos em estuque, atribuídos ao artista milanês João Grossi, as sondagens parietais que revelaram um conjunto de pinturas do maior interesse artístico, o restauro do oratório, a descoberta de um tecto apainelado do século XVII que foi alvo de conservação.
O facto de a intervenção ter como propósito a salvaguarda daquele notável exemplar arquitectónico permitiu que os trabalhos de conservação fossem acompanhados de levantamentos documentais e estudos, levados a efeito pelos historiadores do Gabinete do Bairro Alto, António Miranda e Helena Pinto Janeiro, que assim puderam cotejar as fontes escritas com os testemunhos arquitectónicos, pois o edifício que chegou aos nossos dias é um acumular de transformações várias ao longo dos tempos, testemunhando a crescente influência política, e económica, da família Carvalho, depois Pombal.
Aquela casa de fachada monótona, como foram as do plano pombalino, tem no seu interior um património integrado de uma variedade e riqueza imensa. Tal como em muita da arquitectura lisboeta, dificilmente se adivinha, pela austeridade da sua imagem exterior, a riqueza dos seus interiores, o que torna, de resto, condenáveis muitas das intervenções que passam apenas e exclusivamente pela manutenção das fachadas.
A venda do Palácio Pombal coloca inúmeras questões, de entre as quais a de saber qual a estratégia desta vereação para os bairros históricos e o papel que os edifícios de valor histórico-patrimonial podem desempenhar na qualificação das áreas onde se inserem. Acreditamos que a reutilização do centro histórico, encarado como bem cultural, mas também como bem económico, implica a recuperação do património imobiliário existente, bem como a manutenção das comunidades humanas que são simultaneamente fruidoras desse mesmo património. A reconversão funcional e, até, a eventual privatização de imóveis de destacado interesse histórico só se pode fazer depois de estes estarem recuperados e de serem definidas, com rigor, as alterações que podem sofrer com vista a novas utilizações. Caberia à autarquia assumir a sua quota-parte neste desígnio.
Lembro apenas que a prioridade atribuída à reabilitação urbana pela anterior vereação permitiu que, para além das inúmeras empreitadas lançadas para a recuperação da habitação, se procedesse à recuperação de património monumental, de que a Igreja de Santa Catarina, na Calçada do Combro, é bem um testemunho. É nosso entendimento que o valor da história, entendida como memória colectiva, nos ajuda a perceber o significado da estrutura urbana e da sua singularidade e que permitir o acesso público aos espaços portadores dessa memória seria a melhor forma de aprender a respeitá-los.
Ex-directora municipal de Conservação e Reabilitação Urbana
Mafalda Magalhães Barros
A venda do Palácio Pombal coloca inúmeras questões, de entre as quais a de saber qual a estratégia desta vereação para os bairros históricos
A recente notícia da intenção da Câmara Municipal de Lisboa (CML) de alienar a casa onde terá nascido Sebastião José de Carvalho e Melo representa mais um triste episódio na novela que a actual câmara nos tem vindo a presentear desde que há pouco menos de um ano assumiu os destinos da autarquia. Trata-se de um edifício notável "que no seu apogeu, na segunda metade do século XVIII, apresentava uma extensa implantação em L., com um cenográfico jardim em patamares unidos à cerca do Convento de Jesus".
É difícil dar mais sinais negativos em tão pouco tempo: a demolição apressada da última casa de Almeida Garrett, o anúncio da destruição do Largo Barão de Quintela para a construção de um parque automóvel, a anunciada demolição de um conjunto de piscinas, algumas das quais atribuídas a nomes maiores da arquitectura novecentista, e, agora, a alienação de um conjunto de edifícios de valor histórico-patrimonial, por sair cara à autarquia a sua conservação.
Se há disponibilidade para pagar sumptuosas assessorias e atribuir subsídios para actividades de interesse discutível, não se entende a razão para a CML não assumir a responsabilidade maior da gestão autárquica, a qualificação do património municipal. Faço minha a pergunta que a jornalista Diana Ralha colocava nas páginas do PÚBLICO de 16 de Agosto passado: "A moda da reabilitação urbana acabou nas Avenidas Novas de Lisboa?" Pelos vistos, a moda acabou nas Avenidas Novas e nas "ruas velhas", onde tanto investimento estava a ser levado a efeito.
No que respeita ao Palácio Pombal foram lançadas, pelo anterior executivo, obras urgentes para evitar o colapso da sua fachada tardoz. À obra de consolidação estrutural e de reformulação da cobertura, da responsabilidade do eng. João Appleton, somaram-se os trabalhos de conservação dos tectos em estuque, atribuídos ao artista milanês João Grossi, as sondagens parietais que revelaram um conjunto de pinturas do maior interesse artístico, o restauro do oratório, a descoberta de um tecto apainelado do século XVII que foi alvo de conservação.
O facto de a intervenção ter como propósito a salvaguarda daquele notável exemplar arquitectónico permitiu que os trabalhos de conservação fossem acompanhados de levantamentos documentais e estudos, levados a efeito pelos historiadores do Gabinete do Bairro Alto, António Miranda e Helena Pinto Janeiro, que assim puderam cotejar as fontes escritas com os testemunhos arquitectónicos, pois o edifício que chegou aos nossos dias é um acumular de transformações várias ao longo dos tempos, testemunhando a crescente influência política, e económica, da família Carvalho, depois Pombal.
Aquela casa de fachada monótona, como foram as do plano pombalino, tem no seu interior um património integrado de uma variedade e riqueza imensa. Tal como em muita da arquitectura lisboeta, dificilmente se adivinha, pela austeridade da sua imagem exterior, a riqueza dos seus interiores, o que torna, de resto, condenáveis muitas das intervenções que passam apenas e exclusivamente pela manutenção das fachadas.
A venda do Palácio Pombal coloca inúmeras questões, de entre as quais a de saber qual a estratégia desta vereação para os bairros históricos e o papel que os edifícios de valor histórico-patrimonial podem desempenhar na qualificação das áreas onde se inserem. Acreditamos que a reutilização do centro histórico, encarado como bem cultural, mas também como bem económico, implica a recuperação do património imobiliário existente, bem como a manutenção das comunidades humanas que são simultaneamente fruidoras desse mesmo património. A reconversão funcional e, até, a eventual privatização de imóveis de destacado interesse histórico só se pode fazer depois de estes estarem recuperados e de serem definidas, com rigor, as alterações que podem sofrer com vista a novas utilizações. Caberia à autarquia assumir a sua quota-parte neste desígnio.
Lembro apenas que a prioridade atribuída à reabilitação urbana pela anterior vereação permitiu que, para além das inúmeras empreitadas lançadas para a recuperação da habitação, se procedesse à recuperação de património monumental, de que a Igreja de Santa Catarina, na Calçada do Combro, é bem um testemunho. É nosso entendimento que o valor da história, entendida como memória colectiva, nos ajuda a perceber o significado da estrutura urbana e da sua singularidade e que permitir o acesso público aos espaços portadores dessa memória seria a melhor forma de aprender a respeitá-los.
Ex-directora municipal de Conservação e Reabilitação Urbana
Fala-se muito de mobilidade, mas a verdade é esta:
A Semana da Mobilidade e o Dia Europeu Sem carros estão aí à porta (http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=12487&id_categoria=11) e parece que não está: os carros parecem ser mais do que as pessoas, buzinando, debitando gás, estacionando onde calha, acelerando e matando. As pessoas podem mentir, mas os números não: entre 1990 e 2004, Portugal foi dos países em que mais cresceu o número de automóveis (135%), sendo que em 2004, existiam 572 por cada mil habitantes! São estatísticas do Eurosat: AQUI.
PF
PF
Palácio Pombal: Obrigado!
O Fórum Cidadania Lx congratula-se com o bom acolhimento que a CML teve em relação ao nosso pedido formulado anteontem, em que pedimos ao Sr.Presidente da CML para retirar da agenda de hoje a venda do Palácio Pombal.
Esperamos que a CML retome os trabalhos de conservação e restauro do Palácio Pombal, procedendo de modo a que sejam evitados novos roubos e pilhagens, e que a breve trecho seja possível instalar nele um museu dedicado ao Marquês, ao terramoto e ao pós-terramoto. E que aos lisboetas seja finalmente possível desfrutarem daquele belíssimo e histórico palácio.
O nosso obrigado a todos!!
Paulo Ferrero
Esperamos que a CML retome os trabalhos de conservação e restauro do Palácio Pombal, procedendo de modo a que sejam evitados novos roubos e pilhagens, e que a breve trecho seja possível instalar nele um museu dedicado ao Marquês, ao terramoto e ao pós-terramoto. E que aos lisboetas seja finalmente possível desfrutarem daquele belíssimo e histórico palácio.
O nosso obrigado a todos!!
Paulo Ferrero
Pedido de ZEP para Jardim Botânico
Ex.mo Sr. Presidente do IPPAR
Ex.mo Sr.Director Regional do IPPAR
Como é do conhecimento de V.Exas. terminou na semana passada a consulta pública do denominado Plano de Pormenor do Palacete Ribeiro da Cunha, sito no Príncipe Real, a qual mereceu um parecer conjunto Fórum Cidadania Lx-Quercus-Associação Lisboa Verde, que junto temos o prazer de remeter a V.Exas.
Acontece que para além dos problemas graves que o dito plano acarreta para aquele palacete e para os seus jardins, temos forte convicção de que a ir avante esse projecto, o mesmo terá consequências graves para o Jardim Botânico, pois não só representará um precedente em termos de hipotéticos projectos semelhantes para os cerca de 20 logradouros que circundam o Jardim Botânico, como as próprias obras do projecto em causa deverão ter impacte negativo neste último, não só a nível visual, como a nível dos solos e das espécies vegetais.
Paralelamente, decidiu a CML levar por diante um novo plano para a Avenida da Liberdade e envolvente que significará a possibilidade efectiva por parte dos proprietários dos prédios com logradouro na Rua do Salitre em poderem construir parques de estacionamento subterrâneo nos mesmos, o que será mais um gravíssimo atentado ao Jardim Botânico, o qual, objectivamente, passará a ser a curto prazo o logradouro de uma série de prédios.
Pelo exposto solicitamos a V.Exa. a urgente aplicação/estudo de uma Zona Especial de Protecção para o Jardim Botânico, a fim de prevenir hipotéticos atentados a este monumento único em Lisboa, para além dos 50 metros decorrentes da classificação como Monumento Nacional.
Com os melhores cumprimentos
Sancha Trindade, Paulo Ferrero, Júlio Amorim, Luís Pedro Correia e João Gandum
Ex.mo Sr.Director Regional do IPPAR
Como é do conhecimento de V.Exas. terminou na semana passada a consulta pública do denominado Plano de Pormenor do Palacete Ribeiro da Cunha, sito no Príncipe Real, a qual mereceu um parecer conjunto Fórum Cidadania Lx-Quercus-Associação Lisboa Verde, que junto temos o prazer de remeter a V.Exas.
Acontece que para além dos problemas graves que o dito plano acarreta para aquele palacete e para os seus jardins, temos forte convicção de que a ir avante esse projecto, o mesmo terá consequências graves para o Jardim Botânico, pois não só representará um precedente em termos de hipotéticos projectos semelhantes para os cerca de 20 logradouros que circundam o Jardim Botânico, como as próprias obras do projecto em causa deverão ter impacte negativo neste último, não só a nível visual, como a nível dos solos e das espécies vegetais.
Paralelamente, decidiu a CML levar por diante um novo plano para a Avenida da Liberdade e envolvente que significará a possibilidade efectiva por parte dos proprietários dos prédios com logradouro na Rua do Salitre em poderem construir parques de estacionamento subterrâneo nos mesmos, o que será mais um gravíssimo atentado ao Jardim Botânico, o qual, objectivamente, passará a ser a curto prazo o logradouro de uma série de prédios.
Pelo exposto solicitamos a V.Exa. a urgente aplicação/estudo de uma Zona Especial de Protecção para o Jardim Botânico, a fim de prevenir hipotéticos atentados a este monumento único em Lisboa, para além dos 50 metros decorrentes da classificação como Monumento Nacional.
Com os melhores cumprimentos
Sancha Trindade, Paulo Ferrero, Júlio Amorim, Luís Pedro Correia e João Gandum
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Palacete Ribeiro da Cunha,
Príncipe Real
19/09/2006
IX Festival Internacional de Órgão
Toda a programação aqui. Sem o élan do malogrado João Simões da Hora nada disto teria sido possível. Recordarei para sempre aquele seu concerto na Sé em Évora. Obrigado!
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Mistério no melhor blogue do país
Infelizmente, com muita pena nossa, nunca até hoje no blogue de JPP se leu uma única frase em tom de crítica à gestão do último ano da CML, nem quando esta passou a certidão de óbito à casa de Almeida Garrett, nem sequer quando a Polícia Judiciária resolve visitar a CML Porquê?
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O Futuro das Ville Venete e das Residências Históricas Portuguesas
Eu sei que o Veneto nada tem a haver com Lisboa, muito menos Palladio com as quintas e palácios alfacinhas, mas o encontro que terá lugar no dia 21, Quinta-Feira, às 18.00, no Palácio dos Marqueses de Fronteira, e que é organizado por Associazione per le Ville Venete, Instituto Italiano de Cultura de Lisboa e Associação Portuguesa das Casas Antigas, vem mesmo a propósito numa altura em que a CML deseja a todo o custo tapar o sol com a peneira, colocando à venda alguns dos seus anéis.
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EMEL quer fiscalizar estacionamento em segunda fila e nos passeios de Lisboa
In Público (19/9/2006)
Inês Boaventura
"Preços vão aumentar até 80 por cento
Estacionar na cidade vai ser mais caro até final do ano. Longas permanências serão
as mais penalizadas
A vereadora da Mobilidade na Câmara de Lisboa vai propor, na reunião camarária de amanhã, que a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) passe a ter competência para fiscalizar o estacionamento ilegal em todas as áreas da cidade e não apenas nas zonas tarifadas.
Marina Ferreira, que é também presidente da empresa municipal, sublinha que o objectivo desta medida é "aumentar a eficiência na gestão do espaço público e trazer alguma equidade" - e não promover "uma caça à multa".
A vereadora da Mobilidade garante que este alargamento de competências da EMEL, que assim passaria a fiscalizar o estacionamento em segunda fila e em cima dos passeios, "é uma possibilidade prevista no novo Código da Estrada".
Questionada sobre a possibilidade de a medida criar um conflito com a PSP ou com a Polícia Municipal, Marina Ferreira sublinha que essas entidades mantêm as suas atribuições ao nível da fiscalização e defende que "todos os meios são poucos".
"Só havendo fiscalização é que podemos ter a certeza de que a gestão do espaço público é adequada", diz a autarca, que quer acabar com a ideia de que quem estaciona ilegalmente fora das zonas tarifadas não é multado.
A vereadora acredita que o aumento de competências da EMEL pode entrar em vigor "até ao final do ano", caso seja aprovado pela câmara e Assembleia Municipal de Lisboa, e explica que numa primeira fase a intenção é fiscalizar o estacionamento em segunda fila e nos passeios apenas junto às zonas tarifadas.
"A cidade não pode receber tantos carros"
Marina Ferreira vai também levar à reunião camarária de amanhã uma proposta de alteração dos preços praticados nas zonas de estacionamento de duração limitada, no sentido de actualizá-los em função da inflação e do aumento do IVA de 16 para 21 por cento mas também de "agravar o preço do estacionamento de longa duração", que quer canalizar para os parques de estacionamento existentes na cidade. "Vamos propor uma alteração da forma como é visto o estacionamento", diz, acrescentando que quer "tornar as tarifas instrumentos políticos de acção sobre a mobilidade".
A autarca explica que "nos primeiros períodos de estacionamento o preço fica praticamente igual" ao que é praticado actualmente mas, "à medida que vai aumentando o tempo de permanência, os preços aumentam significativamente", variando entre os 30 e os 80 por cento. Marina Ferreira admite a impopularidade da medida, mas justifica a sua necessidade: "É evidente que um aumento dos preços custa muito, mas estamos a aumentar por uma razão. A cidade não consegue continuar a receber tantos carros", sustenta.
A vereadora da Mobilidade quer ainda limitar o número de dísticos de estacionamento por fogo, para o qual não existe actualmente qualquer limite, a quatro unidades. "Não vamos permitir que haja numa casa 20 automóveis estacionados na rua, tipo stand ou colecção", justifica, adiantando que vai também "desburocratizar e flexibilizar" a atribuição de dísticos, permitindo que deles beneficiem pessoas que não são eleitoras em Lisboa mas residem temporariamente na cidade.
FISCALIZAÇÃO
Para acabar com a percepção de que é mais fácil estacionar indevidamente em cima de um passeio ou em segunda fila do que nas zonas de estacionamento sob tutela da EMEL, a vereadora da Mobilidade propõe que a empresa passe a ter competência para fiscalizar todas as situações de estacionamento ilegal.
PREÇOS
As novas tarifas propostas pela vereadora da Mobilidade, com aumentos entre os 30 e os 80 por cento, constituem, antes de mais, uma actualização dos preços até aqui praticados nas zonas a cargo da EMEL, já que estes nunca foram revistos apesar da inflação e de o IVA que sobre eles recai ter aumentado de 16 para 21 por cento. Além disso, as novas tarifas visam penalizar o estacionamento de longa duração, que se pretende que seja canalizado para os parques existentes na cidade.
DÍSTICOS
Simplificar o procedimento de atribuição dos dísticos de residente é uma das promessas da vereadora da Mobilidade, que quer ainda flexibilizar a sua atribuição, nomeadamente a quem reside temporariamente na cidade. Mas a autarca também quer criar limitações: cada fogo deixará de poder ter um número ilimitado de dísticos de estacionamento, passando a poder ter apenas quatro."
Comentários:
1. "A Cidade não pode receber mais carros" e no entanto constrói-se o túnel do Marquês, para se atrair mais carros. E a CML está a patrocinar a chamada Circular das Colinas e a Via da Meia-Encosta, sinais evidentes que o que se diz não se escreve.
2. A EMEL já leva quase 10 anos ao "serviço" de Lisboa, pelo que já era tempo de passar do "querer fazer" ao fazer de facto. Parquímetros? Fiscalização? Filas em segunda linha? Estacionamento em cima dos passeios? Não me façam rir!
PF
Inês Boaventura
"Preços vão aumentar até 80 por cento
Estacionar na cidade vai ser mais caro até final do ano. Longas permanências serão
as mais penalizadas
A vereadora da Mobilidade na Câmara de Lisboa vai propor, na reunião camarária de amanhã, que a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) passe a ter competência para fiscalizar o estacionamento ilegal em todas as áreas da cidade e não apenas nas zonas tarifadas.
Marina Ferreira, que é também presidente da empresa municipal, sublinha que o objectivo desta medida é "aumentar a eficiência na gestão do espaço público e trazer alguma equidade" - e não promover "uma caça à multa".
A vereadora da Mobilidade garante que este alargamento de competências da EMEL, que assim passaria a fiscalizar o estacionamento em segunda fila e em cima dos passeios, "é uma possibilidade prevista no novo Código da Estrada".
Questionada sobre a possibilidade de a medida criar um conflito com a PSP ou com a Polícia Municipal, Marina Ferreira sublinha que essas entidades mantêm as suas atribuições ao nível da fiscalização e defende que "todos os meios são poucos".
"Só havendo fiscalização é que podemos ter a certeza de que a gestão do espaço público é adequada", diz a autarca, que quer acabar com a ideia de que quem estaciona ilegalmente fora das zonas tarifadas não é multado.
A vereadora acredita que o aumento de competências da EMEL pode entrar em vigor "até ao final do ano", caso seja aprovado pela câmara e Assembleia Municipal de Lisboa, e explica que numa primeira fase a intenção é fiscalizar o estacionamento em segunda fila e nos passeios apenas junto às zonas tarifadas.
"A cidade não pode receber tantos carros"
Marina Ferreira vai também levar à reunião camarária de amanhã uma proposta de alteração dos preços praticados nas zonas de estacionamento de duração limitada, no sentido de actualizá-los em função da inflação e do aumento do IVA de 16 para 21 por cento mas também de "agravar o preço do estacionamento de longa duração", que quer canalizar para os parques de estacionamento existentes na cidade. "Vamos propor uma alteração da forma como é visto o estacionamento", diz, acrescentando que quer "tornar as tarifas instrumentos políticos de acção sobre a mobilidade".
A autarca explica que "nos primeiros períodos de estacionamento o preço fica praticamente igual" ao que é praticado actualmente mas, "à medida que vai aumentando o tempo de permanência, os preços aumentam significativamente", variando entre os 30 e os 80 por cento. Marina Ferreira admite a impopularidade da medida, mas justifica a sua necessidade: "É evidente que um aumento dos preços custa muito, mas estamos a aumentar por uma razão. A cidade não consegue continuar a receber tantos carros", sustenta.
A vereadora da Mobilidade quer ainda limitar o número de dísticos de estacionamento por fogo, para o qual não existe actualmente qualquer limite, a quatro unidades. "Não vamos permitir que haja numa casa 20 automóveis estacionados na rua, tipo stand ou colecção", justifica, adiantando que vai também "desburocratizar e flexibilizar" a atribuição de dísticos, permitindo que deles beneficiem pessoas que não são eleitoras em Lisboa mas residem temporariamente na cidade.
FISCALIZAÇÃO
Para acabar com a percepção de que é mais fácil estacionar indevidamente em cima de um passeio ou em segunda fila do que nas zonas de estacionamento sob tutela da EMEL, a vereadora da Mobilidade propõe que a empresa passe a ter competência para fiscalizar todas as situações de estacionamento ilegal.
PREÇOS
As novas tarifas propostas pela vereadora da Mobilidade, com aumentos entre os 30 e os 80 por cento, constituem, antes de mais, uma actualização dos preços até aqui praticados nas zonas a cargo da EMEL, já que estes nunca foram revistos apesar da inflação e de o IVA que sobre eles recai ter aumentado de 16 para 21 por cento. Além disso, as novas tarifas visam penalizar o estacionamento de longa duração, que se pretende que seja canalizado para os parques existentes na cidade.
DÍSTICOS
Simplificar o procedimento de atribuição dos dísticos de residente é uma das promessas da vereadora da Mobilidade, que quer ainda flexibilizar a sua atribuição, nomeadamente a quem reside temporariamente na cidade. Mas a autarca também quer criar limitações: cada fogo deixará de poder ter um número ilimitado de dísticos de estacionamento, passando a poder ter apenas quatro."
Comentários:
1. "A Cidade não pode receber mais carros" e no entanto constrói-se o túnel do Marquês, para se atrair mais carros. E a CML está a patrocinar a chamada Circular das Colinas e a Via da Meia-Encosta, sinais evidentes que o que se diz não se escreve.
2. A EMEL já leva quase 10 anos ao "serviço" de Lisboa, pelo que já era tempo de passar do "querer fazer" ao fazer de facto. Parquímetros? Fiscalização? Filas em segunda linha? Estacionamento em cima dos passeios? Não me façam rir!
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"Lisboa vende bem"?
"200 milhões de dívidas de curto prazo
Câmara de Lisboa prepara venda de seis palácios e sete quintas
In Público (19/9/2006)
José António Cerejo
Preparativos para a venda de algumas das mais importantes peças do património municipal estão em curso. A receita será simbólica face às dívidas
A Câmara de Lisboa está a ponderar a possibilidade de vender seis palácios e sete quintas que fazem parte do património municipal. Para poder avançar com os respectivos processos logo que haja decisões políticas nesse sentido, o vice-presidente da câmara, Fontão de Carvalho, solicitou aos serviços um conjunto de pareceres sobre aquilo que é possível construir em cada uma das 13 propriedades em questão.
Para além do Palácio Pombal e da Quinta de Nossa Senhora da Paz - cuja venda em hasta pública será discutida e votada na reunião do executivo camarário de amanhã -, o gabinete do vice-presidente e vereador das Finanças confirmou ao PÚBLICO que está a ser preparada a "eventual alienação" dos palácios Marim Olhão, Marquês de Tancos, Benagazil, Pancas Palha e Alameda das Linhas de Torres 154/156, bem como das quintas das Flores, dos Alfinetes, das Fontes, de Santa Catarina e do Pombeiro e ainda de uma parcela de terreno cedida ao Museu da Criança junto à Av. Gago Coutinho.
Um dos passos já dados com vista à venda em hasta pública destes imóveis foi a elaboração de pareceres, no quadro do Departamento de Planeamento Urbano, a pedido de Fontão de Carvalho, que estabelecem a edificabilidade permitida pelo Plano Director Municipal (PDM) e outros instrumentos de ordenamento em cada uma das propriedades. "A solicitação destes pareceres prende-se com a necessidade de fazer uma avaliação das propriedades para preparar uma eventual alienação das mesmas", explicou o porta-voz de Fontão de Carvalho. De acordo com a mesma fonte, "a câmara pretende garantir também que as edificabilidades originais serão mantidas, impedindo a criação de expectativas quanto ao seu aumento junto de quem venha a participar em eventuais hastas públicas para alienação das propriedades".
Reagindo aos preparativos destas operações, o vereador socialista Manuel Maria Carrilho comentou: "É muito preocupante. A concretizar-se, será uma fuga para a frente, que não resolve os gastos da câmara e que agravará os problemas da cidade".
A informação final, que sintetiza os 13 pareceres produzidos, tem data de 31 de Agosto e não permite grandes euforias quanto ao efeito que a venda destas "jóias" possa vir a ter nas depauperadas finanças da autarquia.
Palácios têm de ser preservados
"Conclui-se que os palácios em análise deverão ser todos preservados (??!!), podendo em alguns casos proceder-se a pequenas (???!!) obras de ampliação, sempre dependentes de parecer prévio favorável do Instituto Português do Património Arquitectónico [Ippar]. No que concerne às quintas analisadas os condicionamentos são muito restritivos", afirmam os cinco autores no resumo do documento.
Os pareceres salientam também a existência de anteriores propostas de utilização de alguns dos imóveis e de compromissos com outras entidades, que actualmente ocupam parte deles. Relativamente à Quinta das Fontes - que, tal como a de Santa Catarina, ambas em Chelas, foram classificadas de "prioritárias" no processo de avaliação das edificabilidades -, o documento final lembra que se encontra pendente uma proposta dos serviços no sentido da sua cedência à associação "O Companheiro". De igual modo, existe uma proposta, que também aguarda "decisão superior", para que a Quinta de Nossa Senhora da Paz seja ocupada pelo Museu da Criança.
Avaliando a capacidade construtiva do Palácio Marim Olhão, no gaveto da Calçada do Combro com a Rua do Século, o texto conclui que apenas poderá ser considerada a reabilitação e remodelação do edifício existente para uso habitacional, admitindo-se uma ampliação nas traseiras, que já em tempos foi aprovada pela câmara e pelo Ippar.
No caso do Palácio Marquês de Tancos, onde está instalada a sede da empresa municipal EGEAC e a Companhia de Dança de Lisboa, e para onde estão a ser transferidos vários serviços do Departamento de Cultura, o documento refere que o imóvel "não apresenta possibilidades de ampliação" e que apenas poderá ser construída uma pequena área de estacionamento em cave ou à superfície.
Quanto ao Palácio Benagazil, situado nos terrenos do Aeroporto da Portela, junto aos edifícios da TAP e da ANA, e com cerca de 4700 m2 de logradouros, os técnicos sublinham as inúmeras restrições impostas pela proximidade do aeroporto e notam que o PDM não estabelece índices de construção para as "áreas de usos especiais".
Quintas também quase sem edificabilidade
Poucas hipóteses de rentabilização oferece também o palacete situado na Alameda das Linhas de Torres 154/156, onde funcionam alguns serviços camarários. Apesar de o terreno contar perto de 2400 m2 e incluir um outro edifício de dois pisos além do palácio, os autores do parecer dizem que "não se julga viável obras de ampliação em nenhum dos edifícios que compõem este conjunto". Finalmente, o Palácio Pancas Palha, que foi recuperado há poucos anos pela EGEAC e acolhe diversas entidades públicas e privadas, também não dispõe de qualquer edificabilidade adicional nos 9500 m2 que ocupa em Santa Apolónia. Quanto às quintas, o panorama não é muito mais animador. Na prática, só na das Flores (quase quatro hectares) e na dos Alfinetes (16.200 m2) poderá haver alguma construção para lá da existente. A avaliar pelos seis milhões de euros propostos por Fontão de Carvalho como valor base da hasta pública do Palácio Pombal e pelas reduzidas edificabilidades de que dispõem os restantes palácios e quintas deste conjunto, as receitas provenientes da sua eventual alienação poderão dar uma ajuda à tesouraria camarária, mas não passarão de uma gota de água face aos 200 milhões das dívidas de curto prazo do município."
Comentários:
É lamentável e triste, esta venda de património.
Uma coisa é escrever-se isto e aquilo sobre a proibição da edificabilidade e outra bem diferente é a realidade, a experiência demonstra-o ... alguém acredita que quem comprar um destes palácios resistirá a esventrar o logradouro ou o jardim, ou resistirá a acrescentar pisos ou anexos?
O que se deve acautelar nestas vendas é fazer cumprir uma cláusula que garanta o retorno do palácio à CML se alguma alteração for feita, com respectivo custo de reposição do original pelo proprietário... e isso é uma coisa que num país como Portugal dificilmente alguém acredita que será feito!
PF
Câmara de Lisboa prepara venda de seis palácios e sete quintas
In Público (19/9/2006)
José António Cerejo
Preparativos para a venda de algumas das mais importantes peças do património municipal estão em curso. A receita será simbólica face às dívidas
A Câmara de Lisboa está a ponderar a possibilidade de vender seis palácios e sete quintas que fazem parte do património municipal. Para poder avançar com os respectivos processos logo que haja decisões políticas nesse sentido, o vice-presidente da câmara, Fontão de Carvalho, solicitou aos serviços um conjunto de pareceres sobre aquilo que é possível construir em cada uma das 13 propriedades em questão.
Para além do Palácio Pombal e da Quinta de Nossa Senhora da Paz - cuja venda em hasta pública será discutida e votada na reunião do executivo camarário de amanhã -, o gabinete do vice-presidente e vereador das Finanças confirmou ao PÚBLICO que está a ser preparada a "eventual alienação" dos palácios Marim Olhão, Marquês de Tancos, Benagazil, Pancas Palha e Alameda das Linhas de Torres 154/156, bem como das quintas das Flores, dos Alfinetes, das Fontes, de Santa Catarina e do Pombeiro e ainda de uma parcela de terreno cedida ao Museu da Criança junto à Av. Gago Coutinho.
Um dos passos já dados com vista à venda em hasta pública destes imóveis foi a elaboração de pareceres, no quadro do Departamento de Planeamento Urbano, a pedido de Fontão de Carvalho, que estabelecem a edificabilidade permitida pelo Plano Director Municipal (PDM) e outros instrumentos de ordenamento em cada uma das propriedades. "A solicitação destes pareceres prende-se com a necessidade de fazer uma avaliação das propriedades para preparar uma eventual alienação das mesmas", explicou o porta-voz de Fontão de Carvalho. De acordo com a mesma fonte, "a câmara pretende garantir também que as edificabilidades originais serão mantidas, impedindo a criação de expectativas quanto ao seu aumento junto de quem venha a participar em eventuais hastas públicas para alienação das propriedades".
Reagindo aos preparativos destas operações, o vereador socialista Manuel Maria Carrilho comentou: "É muito preocupante. A concretizar-se, será uma fuga para a frente, que não resolve os gastos da câmara e que agravará os problemas da cidade".
A informação final, que sintetiza os 13 pareceres produzidos, tem data de 31 de Agosto e não permite grandes euforias quanto ao efeito que a venda destas "jóias" possa vir a ter nas depauperadas finanças da autarquia.
Palácios têm de ser preservados
"Conclui-se que os palácios em análise deverão ser todos preservados (??!!), podendo em alguns casos proceder-se a pequenas (???!!) obras de ampliação, sempre dependentes de parecer prévio favorável do Instituto Português do Património Arquitectónico [Ippar]. No que concerne às quintas analisadas os condicionamentos são muito restritivos", afirmam os cinco autores no resumo do documento.
Os pareceres salientam também a existência de anteriores propostas de utilização de alguns dos imóveis e de compromissos com outras entidades, que actualmente ocupam parte deles. Relativamente à Quinta das Fontes - que, tal como a de Santa Catarina, ambas em Chelas, foram classificadas de "prioritárias" no processo de avaliação das edificabilidades -, o documento final lembra que se encontra pendente uma proposta dos serviços no sentido da sua cedência à associação "O Companheiro". De igual modo, existe uma proposta, que também aguarda "decisão superior", para que a Quinta de Nossa Senhora da Paz seja ocupada pelo Museu da Criança.
Avaliando a capacidade construtiva do Palácio Marim Olhão, no gaveto da Calçada do Combro com a Rua do Século, o texto conclui que apenas poderá ser considerada a reabilitação e remodelação do edifício existente para uso habitacional, admitindo-se uma ampliação nas traseiras, que já em tempos foi aprovada pela câmara e pelo Ippar.
No caso do Palácio Marquês de Tancos, onde está instalada a sede da empresa municipal EGEAC e a Companhia de Dança de Lisboa, e para onde estão a ser transferidos vários serviços do Departamento de Cultura, o documento refere que o imóvel "não apresenta possibilidades de ampliação" e que apenas poderá ser construída uma pequena área de estacionamento em cave ou à superfície.
Quanto ao Palácio Benagazil, situado nos terrenos do Aeroporto da Portela, junto aos edifícios da TAP e da ANA, e com cerca de 4700 m2 de logradouros, os técnicos sublinham as inúmeras restrições impostas pela proximidade do aeroporto e notam que o PDM não estabelece índices de construção para as "áreas de usos especiais".
Quintas também quase sem edificabilidade
Poucas hipóteses de rentabilização oferece também o palacete situado na Alameda das Linhas de Torres 154/156, onde funcionam alguns serviços camarários. Apesar de o terreno contar perto de 2400 m2 e incluir um outro edifício de dois pisos além do palácio, os autores do parecer dizem que "não se julga viável obras de ampliação em nenhum dos edifícios que compõem este conjunto". Finalmente, o Palácio Pancas Palha, que foi recuperado há poucos anos pela EGEAC e acolhe diversas entidades públicas e privadas, também não dispõe de qualquer edificabilidade adicional nos 9500 m2 que ocupa em Santa Apolónia. Quanto às quintas, o panorama não é muito mais animador. Na prática, só na das Flores (quase quatro hectares) e na dos Alfinetes (16.200 m2) poderá haver alguma construção para lá da existente. A avaliar pelos seis milhões de euros propostos por Fontão de Carvalho como valor base da hasta pública do Palácio Pombal e pelas reduzidas edificabilidades de que dispõem os restantes palácios e quintas deste conjunto, as receitas provenientes da sua eventual alienação poderão dar uma ajuda à tesouraria camarária, mas não passarão de uma gota de água face aos 200 milhões das dívidas de curto prazo do município."
Comentários:
É lamentável e triste, esta venda de património.
Uma coisa é escrever-se isto e aquilo sobre a proibição da edificabilidade e outra bem diferente é a realidade, a experiência demonstra-o ... alguém acredita que quem comprar um destes palácios resistirá a esventrar o logradouro ou o jardim, ou resistirá a acrescentar pisos ou anexos?
O que se deve acautelar nestas vendas é fazer cumprir uma cláusula que garanta o retorno do palácio à CML se alguma alteração for feita, com respectivo custo de reposição do original pelo proprietário... e isso é uma coisa que num país como Portugal dificilmente alguém acredita que será feito!
PF
18/09/2006
Palácio Pombal: apelo a Carmona Rodrigues
Ex.mo Sr.Presidente da CML
Está agendada para a reunião de CML da próxima 4ª Feira, dia 20, a discussão e aprovação da venda em hasta pública do Palácio Pombal, sito na Rua do Século, que recentemente foi alvo de trabalhos de restauro importantes (a nível dos estuques, da estrutura, etc.), obras orientadas e pagas pela Câmara (segundo estimativas, cerca de 800 mil €), e que inclusive permitiram a descoberta de vários elementos patrimoniais. Ultimamente verificou-se um escandaloso roubo de azulejos.
O Palácio Pombal está classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1993, e foi mandado construir pelo avô de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, que nele nasceu e habitou. O palácio é um dos mais valiosos de Lisboa (azulejos, estuques, escadaria, jardim interior) e foi por isso que foi comprado pela CML nos anos 60, com vista a nele instalar um museu, o que nunca sucedeu.
A sua venda representará um grave atentado ao património sabidas que são as consequências práticas dessas vendas, desprestigia a cidade e empobrece-nos a todos. Chegamos a duvidar se valeu a pena o Marquês de Pombal recuperar, redesenhar e relançar a Lisboa destruída em 1755.
Por isso, apelamos ao Sr.Presidente da CML para que retire esta proposta da agenda, e que, em vez disso, a CML incremente os trabalhos de conservação e restauro do Palácio Pombal, desacelerados nos últimpos tempos por razões desconhecidas, e proceda convenientemente de modo a que sejam evitados novos roubos e pilhagens.
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Miguel Soromenho e Vítor Serrão (Fórum Cidadania Lx), Filipe Lopes (OPRURB), e Ana Alves de Sousa e Edgar Piló (Com.Moradores Bº Azul)
Hotel no Príncipe Real suscita muitas dúvidas
In Jornal de Notícias
Gina Pereira
"IPPAR e CCDR alertam para impactes
Embora se tenham pronunciado favoravelmente sobre o projecto, o IPPAR e a CCDR não deixaram de apontar os impactes desta construção. O IPPAR considera que "a questão mais delicada" prende-se com os volumes a construir junto ao muro do Jardim Botânico de Lisboa, "devido à cota de implantação e número de pisos previstos, que faz com que o conjunto assuma uma forte presença quando observado a partir do jardim". A CCDR recomenda que esta questão seja minimizada" na elaboração do projecto de arquitectura"
As incongruências e a falta de coragem de IPPAR e CCDR-LVT, neste, como em muitos outros processo, são uma evidência de facto com que nos deparamos todos os dias, mas neste processo concreto há uma coisa que ainda ninguém percebeu: qual é a posição do Jardim Botânico?
PF
Gina Pereira
"IPPAR e CCDR alertam para impactes
Embora se tenham pronunciado favoravelmente sobre o projecto, o IPPAR e a CCDR não deixaram de apontar os impactes desta construção. O IPPAR considera que "a questão mais delicada" prende-se com os volumes a construir junto ao muro do Jardim Botânico de Lisboa, "devido à cota de implantação e número de pisos previstos, que faz com que o conjunto assuma uma forte presença quando observado a partir do jardim". A CCDR recomenda que esta questão seja minimizada" na elaboração do projecto de arquitectura"
As incongruências e a falta de coragem de IPPAR e CCDR-LVT, neste, como em muitos outros processo, são uma evidência de facto com que nos deparamos todos os dias, mas neste processo concreto há uma coisa que ainda ninguém percebeu: qual é a posição do Jardim Botânico?
PF
Eixo central (Avenida da Liberdade) com 'novo' plano
In Diário de Notícias
"Requalificar jardins e canteiros, restaurar fontes e lagos, substituir o mobiliário urbano, eliminar o estacionamento à superfície, impedir o trânsito nas faixas laterais ou alargar os passeios pedonais são algumas mudanças que poderão acontecer na Avenida da Liberdade, a partir do final do próximo ano. O projecto para recuperar esta artéria levou 16 anos a ser elaborado, mas poderá finalmente sair do papel em 2007.
O Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) está em avaliação na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e, se tudo correr de acordo com o calendário da câmara, entrará em vigor no último trimestre do próximo ano. O projecto prevê alargar os passeios da avenida até 7,5 metros, suprimir o trânsito nas faixas laterais e construir um espaço para cargas e descargas em cada quarteirão da avenida.
Acabar com o estacionamento nas vias laterais da avenida implica retirar cerca de 660 lugares. Como alternativa serão construídos três parques subterrâneos com 220 e 260 lugares cada. Segundo a autarquia, os três equipamentos serão suportados pelos promotores do Campo Pequeno no âmbito de um acordo estabelecido para reabilitar a praça de touros.
A área de intervenção do PUALZE não se esgota na Avenida da Liberdade: estende-se para as Portas de Santo Antão, Bairro São José, Restauradores, Rua da Glória ou do Salitre. Para estas zonas estão igualmente previstos três parques subterrâneos para os residentes: na Travessa de Santa Marta, na Rua do Passadiço e no Largo da Oliveirinha. Junto ao Mercado do Rato e na Rua do Salitre irão também ser construídos dois parques destinados ao estacionamento público.
A Rua Rosa Araújo será parcialmente destinada ao uso de peões: os passeios serão alargados, mas o troço final permanecerá aberto ao tráfego. O mesmo acontecerá no Largo da Anunciada, embora se admita a circulação do trânsito entre a Rua São José e a Avenida da Liberdade. Por outro lado, a zona pedonal da Rua Portas de Santo Antão vai estender-se até ao Pátio do Tronco, que terá pavimento novo e fachadas de edifícios recuperadas. A maioria dos rés-do-chão dos prédios neste largo será destinada ao comércio e à restauração.
O Jardim do Torel será ampliado e ficará ligado por um caminho pedonal que vai unir a Rua do Telhal e a Calçada da Lavra. Criar uma área verde com vista panorâmica nos terrenos do Ateneu Comercial - entre a Rua de Santo Antão, Calçada da Lavra e Beco de São Luís da Pena - é outro objectivo do PUALZE, que pretende incluir dentro deste conjunto o Palácio de Rio Maior."
Isto é tudo muito bonito, mas o pior é o resto:
1. A CML desinveste completamente na vertente habitação, com o argumento capcioso: "os índices de poluição não permitem". Portanto, cada vez mais serviços.
2. A CML prepara-se para esventrar a Avenida em vários pontos, com vista aos malfadados parques de estacionamento subterrâneo, cada qual com um mínimo de 200 lugares.
3. A CML prepara-se para, sob o manto da "requalificação", autorizar o esventramento de vários logradouros ao longo da Rua do Salitre, designadamente os virados para o Jardim Botânico e Parque Mayer; logradouros que são autênticos oásis, na selva de betão em que se transformou toda aquela zona.
4. A CML tem que estar atenta e não permitir o esventramento dos jardins do Palácio da Anunciada (Rio Maior), que tem pendente, como se sabe, um projecto de hotel de charme (mais um).
5. A CML tem que estar atenta e não permitir qualquer alteração para pior da colina verde do Atheneu, que tem pendente, como se sabe, um projecto megalómano para as instalações do próprio clube, colina incluída.
PF
"Requalificar jardins e canteiros, restaurar fontes e lagos, substituir o mobiliário urbano, eliminar o estacionamento à superfície, impedir o trânsito nas faixas laterais ou alargar os passeios pedonais são algumas mudanças que poderão acontecer na Avenida da Liberdade, a partir do final do próximo ano. O projecto para recuperar esta artéria levou 16 anos a ser elaborado, mas poderá finalmente sair do papel em 2007.
O Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) está em avaliação na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e, se tudo correr de acordo com o calendário da câmara, entrará em vigor no último trimestre do próximo ano. O projecto prevê alargar os passeios da avenida até 7,5 metros, suprimir o trânsito nas faixas laterais e construir um espaço para cargas e descargas em cada quarteirão da avenida.
Acabar com o estacionamento nas vias laterais da avenida implica retirar cerca de 660 lugares. Como alternativa serão construídos três parques subterrâneos com 220 e 260 lugares cada. Segundo a autarquia, os três equipamentos serão suportados pelos promotores do Campo Pequeno no âmbito de um acordo estabelecido para reabilitar a praça de touros.
A área de intervenção do PUALZE não se esgota na Avenida da Liberdade: estende-se para as Portas de Santo Antão, Bairro São José, Restauradores, Rua da Glória ou do Salitre. Para estas zonas estão igualmente previstos três parques subterrâneos para os residentes: na Travessa de Santa Marta, na Rua do Passadiço e no Largo da Oliveirinha. Junto ao Mercado do Rato e na Rua do Salitre irão também ser construídos dois parques destinados ao estacionamento público.
A Rua Rosa Araújo será parcialmente destinada ao uso de peões: os passeios serão alargados, mas o troço final permanecerá aberto ao tráfego. O mesmo acontecerá no Largo da Anunciada, embora se admita a circulação do trânsito entre a Rua São José e a Avenida da Liberdade. Por outro lado, a zona pedonal da Rua Portas de Santo Antão vai estender-se até ao Pátio do Tronco, que terá pavimento novo e fachadas de edifícios recuperadas. A maioria dos rés-do-chão dos prédios neste largo será destinada ao comércio e à restauração.
O Jardim do Torel será ampliado e ficará ligado por um caminho pedonal que vai unir a Rua do Telhal e a Calçada da Lavra. Criar uma área verde com vista panorâmica nos terrenos do Ateneu Comercial - entre a Rua de Santo Antão, Calçada da Lavra e Beco de São Luís da Pena - é outro objectivo do PUALZE, que pretende incluir dentro deste conjunto o Palácio de Rio Maior."
Isto é tudo muito bonito, mas o pior é o resto:
1. A CML desinveste completamente na vertente habitação, com o argumento capcioso: "os índices de poluição não permitem". Portanto, cada vez mais serviços.
2. A CML prepara-se para esventrar a Avenida em vários pontos, com vista aos malfadados parques de estacionamento subterrâneo, cada qual com um mínimo de 200 lugares.
3. A CML prepara-se para, sob o manto da "requalificação", autorizar o esventramento de vários logradouros ao longo da Rua do Salitre, designadamente os virados para o Jardim Botânico e Parque Mayer; logradouros que são autênticos oásis, na selva de betão em que se transformou toda aquela zona.
4. A CML tem que estar atenta e não permitir o esventramento dos jardins do Palácio da Anunciada (Rio Maior), que tem pendente, como se sabe, um projecto de hotel de charme (mais um).
5. A CML tem que estar atenta e não permitir qualquer alteração para pior da colina verde do Atheneu, que tem pendente, como se sabe, um projecto megalómano para as instalações do próprio clube, colina incluída.
PF
15/09/2006
Depois dos anéis, vão-se os dedos ...
Constam da próxima reunião de CML, de 4ªF, dia 20 de Setembro, pelas 9h30, os dois pontos seguintes, que têm por base duas propostas do Ex.mo Sr.Vereador Fontão de Carvalho (*):
7. Proposta nº 426/2006 - Aprovar submeter à Assembleia Municipal a autorização da alienação, sob a forma de Hasta Pública, do prédio municipal denominado “Palácio Pombal”, sito na Rua do Século, nºs 65/87, nos termos da proposta; (Processo Privativo n.º 71/DPI/06)
8. Proposta n.º 427/2006 - Aprovar submeter à Assembleia Municipal a autorização da alienação, sob a forma de Hasta Pública, de parte do prédio misto municipal denominado “Quinta da Nossa Senhora da Paz”, sito na Estrada do Poço do Lumiar, nºs 38, 40, 42, 44 e 46, nos termos da proposta;(Processo Privativo n.º 72/DPI/06)
É uma vergonha! E é um insulto aos lisboetas!
PF
(*) Por lapso, indicámos a Srª Vereadora Gabriela Seara como sendo a autora das propostas. O nosso pedido de desculpas.
7. Proposta nº 426/2006 - Aprovar submeter à Assembleia Municipal a autorização da alienação, sob a forma de Hasta Pública, do prédio municipal denominado “Palácio Pombal”, sito na Rua do Século, nºs 65/87, nos termos da proposta; (Processo Privativo n.º 71/DPI/06)
8. Proposta n.º 427/2006 - Aprovar submeter à Assembleia Municipal a autorização da alienação, sob a forma de Hasta Pública, de parte do prédio misto municipal denominado “Quinta da Nossa Senhora da Paz”, sito na Estrada do Poço do Lumiar, nºs 38, 40, 42, 44 e 46, nos termos da proposta;(Processo Privativo n.º 72/DPI/06)
É uma vergonha! E é um insulto aos lisboetas!
PF
(*) Por lapso, indicámos a Srª Vereadora Gabriela Seara como sendo a autora das propostas. O nosso pedido de desculpas.
A Câmara de Lisboa tem intenção de vender o Palácio Pombal na Rua do Século!!
Residência da família dos Carvalhos desde o século XVII, com grandes obras de engrandecimento na segunda metade da centúria seguinte, orientadas pelo próprio Marquês de Pombal, o palácio foi comprado pela CML em meados dos anos 60 do século XX por ser a residência da personalidade mais importante da história da cidade de Lisboa e para se poder aí instalar um museu.
Alvo de trabalhos de restauro recentes, orientados e pagos pela Câmara, com importantes descobertas patrimoniais, o Palácio Pombal é uma das “jóias da coroa” do município.
Mesmo que não viesse a albergar um museu, deveria ser, no mínimo, o local de recepções de prestígio de que a Câmara tanto necessita.
A sua venda desprestigia a cidade e, certamente, empobrece-nos a todos.
Logo agora, que se comemora a reconstrução da cidade por Pombal.
Ana Alves de Sousa
Alvo de trabalhos de restauro recentes, orientados e pagos pela Câmara, com importantes descobertas patrimoniais, o Palácio Pombal é uma das “jóias da coroa” do município.
Mesmo que não viesse a albergar um museu, deveria ser, no mínimo, o local de recepções de prestígio de que a Câmara tanto necessita.
A sua venda desprestigia a cidade e, certamente, empobrece-nos a todos.
Logo agora, que se comemora a reconstrução da cidade por Pombal.
Ana Alves de Sousa
14/09/2006
Comentário às restrições ao trânsito anunciadas para o Castelo
No seguimento da polémica suscitada pelo anúncio da introdução de algumas medidas de condicionamento ao trânsito automóvel no zona do Castelo de São Jorge, vimos por este meio manifestar a nossa satisfação por tais medidas, que só pecam por tardias (há quase 1 ano que este vereação tomou posse) e por escassas (é vital para a qualidade de vida dos lisboetas, que a restrição ao trânsito e ao estacionamento automóvel avance de forma decidida, em toda a baixa, desde o Marquês de Pombal ao Terreiro do Paço, bem como às encostas da Sétima Colina e do Castelo de São Jorge).
Acrescente-se que a EMEL deve demonstrar alguma flexibilidade na aplicação do regulamento das zonas condicionadas, a fim de impedir que os bairros históricos se transformem em guetos inacessíveis aos não residentes; que deve ser acompanhado o evoluir da situação nas zona limítrofes, pois a saída dos carros que anteriormente atulhavam o bairro do castelo irá certamente agravar a vida nas ruas que ficaram de fora da zona condicionada.
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Luís Pedro Correia
Acrescente-se que a EMEL deve demonstrar alguma flexibilidade na aplicação do regulamento das zonas condicionadas, a fim de impedir que os bairros históricos se transformem em guetos inacessíveis aos não residentes; que deve ser acompanhado o evoluir da situação nas zona limítrofes, pois a saída dos carros que anteriormente atulhavam o bairro do castelo irá certamente agravar a vida nas ruas que ficaram de fora da zona condicionada.
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Luís Pedro Correia
O silêncio de Carmona Rodrigues
In Público (14/9/2006)
"Acontecimentos muito estranhos vão-se sucedendo na Câmara Municipal de Lisboa (CML). Desta vez (na semana que passou), ficámos a saber que o Departamento Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira, da Polícia Judiciária, desencadeou uma operação de investigação na EPUL (empresa municipal) e em empresas suas participadas. Ao que se sabe, estarão em causa verbas indevidamente pagas a administradores destas empresas e que agora terão sido "preventivamente" devolvidas - contemplará o Código Penal o acto de "devolução preventiva" como factor de remissão de pena? O que terá acontecido ao suspenso quadro da EPUL cuja denúncia estará, aparentemente, na origem desta investigação?
Entretanto, apesar dos sucessivos e noticiados indícios da prática de ilegalidades, bem como de contínuas intervenções da Polícia Judiciária junto da CML, Carmona Rodrigues permanece eclipsado no silêncio e na presença, omisso em declarações ou, eventualmente, escondido por uma matilha de gorilas no seu gabinete - por que será que o homem tem tanto medo (ou será mesmo "pavor") dos jornalistas? Salvo melhor opinião, a ideia que cada vez mais transparece é a de que Carmona Rodrigues gosta de trabalhar na "penumbra", liberto de explicações e justificações públicas... O que terá Carmona a esconder?
Aos munícipes e à generalidade dos portugueses cabe o ingrato exercício de tentarem adivinhar o que se passará nas mais altas instâncias dos Paços do Concelho... Embora o prognóstico se constitua muito reservado, aguarda-se e deseja-se que tudo isto não acabe em tragédia para a cidade e para o país.
Alfredo Guilherme Pereira
Lisboa"
PF
"Acontecimentos muito estranhos vão-se sucedendo na Câmara Municipal de Lisboa (CML). Desta vez (na semana que passou), ficámos a saber que o Departamento Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira, da Polícia Judiciária, desencadeou uma operação de investigação na EPUL (empresa municipal) e em empresas suas participadas. Ao que se sabe, estarão em causa verbas indevidamente pagas a administradores destas empresas e que agora terão sido "preventivamente" devolvidas - contemplará o Código Penal o acto de "devolução preventiva" como factor de remissão de pena? O que terá acontecido ao suspenso quadro da EPUL cuja denúncia estará, aparentemente, na origem desta investigação?
Entretanto, apesar dos sucessivos e noticiados indícios da prática de ilegalidades, bem como de contínuas intervenções da Polícia Judiciária junto da CML, Carmona Rodrigues permanece eclipsado no silêncio e na presença, omisso em declarações ou, eventualmente, escondido por uma matilha de gorilas no seu gabinete - por que será que o homem tem tanto medo (ou será mesmo "pavor") dos jornalistas? Salvo melhor opinião, a ideia que cada vez mais transparece é a de que Carmona Rodrigues gosta de trabalhar na "penumbra", liberto de explicações e justificações públicas... O que terá Carmona a esconder?
Aos munícipes e à generalidade dos portugueses cabe o ingrato exercício de tentarem adivinhar o que se passará nas mais altas instâncias dos Paços do Concelho... Embora o prognóstico se constitua muito reservado, aguarda-se e deseja-se que tudo isto não acabe em tragédia para a cidade e para o país.
Alfredo Guilherme Pereira
Lisboa"
PF
Mais duas freguesias engrossam contestação à rede da Carris
In Público (14/9/2006)
Inês Boaventura
"Novas carreiras "prejudicam cidade". Santo Condestável e São José associam-se à Junta da Lapa e prometem desenvolver acções de protesto conjuntas
A contestação à renovação da rede da Carris iniciada pela Junta de Freguesia da Lapa, que na passada semana interpôs uma providência cautelar com o objectivo de impedir a sua entrada em vigor, está a alargar-se a outras freguesias de Lisboa, entre elas as de Santo Condestável e São José, ambas sociais-democratas. "Estas juntas quiseram manifestar a sua solidariedade com a iniciativa da Junta de Freguesia da Lapa por compreenderem que se trata de um problema da cidade e que as suas freguesias não são afectadas única e exclusivamente pelo que acontece dentro do seu perímetro", explicou ao PÚBLICO o vogal da junta da Lapa responsável pela área dos transportes, Luís Newton, eleito pelo PSD. O presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, Luís Graça Gonçalves, disse ontem que está "de alma e coração com todo o processo" de contestação da renovação da rede da Carris, adiantando que no futuro vão ser desenvolvidas acções de protesto conjuntas. O autarca diz que a renovação da rede da empresa prejudica os moradores de Santo Condestável, "mais de 50 por cento dos quais têm mais de 55 anos", que desde dia 9 de Setembro "têm de tomar vários autocarros" sempre que se querem deslocar às freguesias vizinhas. Ainda assim, admite que as mudanças nas carreiras de autocarros que afectam directamente a sua freguesia "têm significado, mas não tão profundo como noutras freguesias, como a da Lapa". "A Carris apresentou a reestruturação como um facto consumado. Não houve um processo de auscultação das freguesias, que nada puderam propor", critica Luís Graça Gonçalves, classificando o processo como "antidemocrático". O responsável declara-se "contra a reestruturação e contra a forma como foi feita" e defende que a alteração de cerca de 40 por cento da oferta da transportadora pretendeu responder a "um problema económico, de dinheiro", e não de "serviço público" e "respeito pelos cidadãos".
Alterações "não servem idosos"
A contestação iniciada pela Lapa também tem o apoio da Junta de Freguesia de São José. Uma das principais críticas do seu presidente, João Mesquita, é o facto de a transportadora ter "ignorado" e de o Ministério dos Transportes "não ter sido sensível" à posição da Câmara de Lisboa que, por unanimidade, deu parecer não favorável às modificações entretanto implementadas. "Quando uma empresa pensa nas alterações para a cidade tem de pensar na estratégia empresarial mas também nas pessoas", sublinha o presidente da junta de São José, manifestando a convicção de que na renovação da rede da Carris "não foi equacionada a questão social". "Esta alteração de carreiras não é compatível com as necessidades de mobilidade dos idosos de Lisboa", diz o autarca, referindo que 28 por cento dos seus fregueses têm mais de 65 anos. João Mesquita questiona ainda o "ritmo" de implementação da renovação da rede da Carris, que contempla alterações em 33 carreiras, a supressão de oito e a criação de duas, salientando que a chamada Rede 7 entrou em vigor apenas uma semana e meia depois de ter sido apresentada. O autarca frisa que não quer criar "uma guerra" com a transportadora, mas garante que dará "todo o suporte" à contestação desencadeada pela Junta de Freguesia da Lapa, "para que a Carris entenda que a cidade é um todo."
PF
Inês Boaventura
"Novas carreiras "prejudicam cidade". Santo Condestável e São José associam-se à Junta da Lapa e prometem desenvolver acções de protesto conjuntas
A contestação à renovação da rede da Carris iniciada pela Junta de Freguesia da Lapa, que na passada semana interpôs uma providência cautelar com o objectivo de impedir a sua entrada em vigor, está a alargar-se a outras freguesias de Lisboa, entre elas as de Santo Condestável e São José, ambas sociais-democratas. "Estas juntas quiseram manifestar a sua solidariedade com a iniciativa da Junta de Freguesia da Lapa por compreenderem que se trata de um problema da cidade e que as suas freguesias não são afectadas única e exclusivamente pelo que acontece dentro do seu perímetro", explicou ao PÚBLICO o vogal da junta da Lapa responsável pela área dos transportes, Luís Newton, eleito pelo PSD. O presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, Luís Graça Gonçalves, disse ontem que está "de alma e coração com todo o processo" de contestação da renovação da rede da Carris, adiantando que no futuro vão ser desenvolvidas acções de protesto conjuntas. O autarca diz que a renovação da rede da empresa prejudica os moradores de Santo Condestável, "mais de 50 por cento dos quais têm mais de 55 anos", que desde dia 9 de Setembro "têm de tomar vários autocarros" sempre que se querem deslocar às freguesias vizinhas. Ainda assim, admite que as mudanças nas carreiras de autocarros que afectam directamente a sua freguesia "têm significado, mas não tão profundo como noutras freguesias, como a da Lapa". "A Carris apresentou a reestruturação como um facto consumado. Não houve um processo de auscultação das freguesias, que nada puderam propor", critica Luís Graça Gonçalves, classificando o processo como "antidemocrático". O responsável declara-se "contra a reestruturação e contra a forma como foi feita" e defende que a alteração de cerca de 40 por cento da oferta da transportadora pretendeu responder a "um problema económico, de dinheiro", e não de "serviço público" e "respeito pelos cidadãos".
Alterações "não servem idosos"
A contestação iniciada pela Lapa também tem o apoio da Junta de Freguesia de São José. Uma das principais críticas do seu presidente, João Mesquita, é o facto de a transportadora ter "ignorado" e de o Ministério dos Transportes "não ter sido sensível" à posição da Câmara de Lisboa que, por unanimidade, deu parecer não favorável às modificações entretanto implementadas. "Quando uma empresa pensa nas alterações para a cidade tem de pensar na estratégia empresarial mas também nas pessoas", sublinha o presidente da junta de São José, manifestando a convicção de que na renovação da rede da Carris "não foi equacionada a questão social". "Esta alteração de carreiras não é compatível com as necessidades de mobilidade dos idosos de Lisboa", diz o autarca, referindo que 28 por cento dos seus fregueses têm mais de 65 anos. João Mesquita questiona ainda o "ritmo" de implementação da renovação da rede da Carris, que contempla alterações em 33 carreiras, a supressão de oito e a criação de duas, salientando que a chamada Rede 7 entrou em vigor apenas uma semana e meia depois de ter sido apresentada. O autarca frisa que não quer criar "uma guerra" com a transportadora, mas garante que dará "todo o suporte" à contestação desencadeada pela Junta de Freguesia da Lapa, "para que a Carris entenda que a cidade é um todo."
PF
Museu da Cidade enriquecido com doação de obra de João Vieira
Fico muito contente com esta notícia, mas ficaria muito mais se a CML anunciasse a rebilitação do Museu da Cidade, em que lado a lado com peças raras da história alfacinha, mostradas sob a forma de amontoado de espólio 8agora até por lá tem a placa evocativa da demolida casa de Almeida Garrett!), em salas magníficas por restaurar; existe um jardim totalmente abandonado, com fontes secas, estatuária partida, nora secular ao ferro-velho, e dois barracaões modernaços e devidamente espelhados, a que alguém resolveu chamar pavilhões temporários. Noutra parte da Europa civilizada este Palácio Pimenta, mais os seus jardins, seriam itinerário obrigatório de fim-de-semana. Aqui, é visita de tempos a tempos, para observar o quão se agrava o estado de tudo aquilo.
PF
PF
Requalificação do Jardim do Campo Pequeno passa ... pelo abate de 40 árvores?!!
A notícia é de Maio passado, mas é agora retomada pela CML que diz estar para muito breve o início das obras no Jardim Marquês de Marialva, mais conhecido por Jardim do Campo Pequeno.
"A Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno vai requalificar o Jardim histórico Marquês de Marialva, também conhecido por Jardim do Campo Pequeno, segundo um projecto da Câmara Municipal de Lisboa. A intervenção, orçada em 824 mil euros abrangerá uma área de 22 mil m2 e surge na sequência dos danos provocados naquele espaço pelos trabalhos de requalificação da Praça de Touros que contemplaram ainda a criação de um centro comercial e de um parque subterrâneo de estacionamento. O renovado jardim (incluindo a zona do polidesportivo) passará a contar com 140 novas árvores, 125 bancos, 25 papeleiras, 125 candeeiros e dois bebedouros, iluminação nas áreas ajardinadas e um sistema automático de drenagem e de rega. O projecto inclui ainda a retirada integral da circulação automóvel no interior da Praça do Campo Pequeno, a requalificação e protecção dos espaços pedonais e dos canteiros, a reorganização da vegetação, a recuperação dos sanitários públicos e a criação de um parque infantil. A requalificação do Jardim do Campo Pequeno deverá estar concluída em Setembro."
O problema está, evidentemente, na nuance que agora é feita passar: o abate de 40 árvores, para se plantar 140. Quais são as árvores a abater? Quando é pára essa mentira sistemática que é justificar-se o abate de árvores de grande porte por motivos fitossanitários? Quem é que controla o negócio das árvores? Neste caso concreto da "Operação Campo Pequeno" já se tinha encoberto o abate de dezenas de plátanos de bom porte, no topo norte da praça de touros. Foram agora plantados alguns, a maioria dos quais já se encontram secos porque não os regam. Finalmente, diz-se que vai ser reabilitada aquela coisa inenarrável que é o campo de jogos de um clube que nunca ali devia estar. O jardim é um espaço em contínuo. Toca a tirar aquilo dali!!
PF
"A Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno vai requalificar o Jardim histórico Marquês de Marialva, também conhecido por Jardim do Campo Pequeno, segundo um projecto da Câmara Municipal de Lisboa. A intervenção, orçada em 824 mil euros abrangerá uma área de 22 mil m2 e surge na sequência dos danos provocados naquele espaço pelos trabalhos de requalificação da Praça de Touros que contemplaram ainda a criação de um centro comercial e de um parque subterrâneo de estacionamento. O renovado jardim (incluindo a zona do polidesportivo) passará a contar com 140 novas árvores, 125 bancos, 25 papeleiras, 125 candeeiros e dois bebedouros, iluminação nas áreas ajardinadas e um sistema automático de drenagem e de rega. O projecto inclui ainda a retirada integral da circulação automóvel no interior da Praça do Campo Pequeno, a requalificação e protecção dos espaços pedonais e dos canteiros, a reorganização da vegetação, a recuperação dos sanitários públicos e a criação de um parque infantil. A requalificação do Jardim do Campo Pequeno deverá estar concluída em Setembro."
O problema está, evidentemente, na nuance que agora é feita passar: o abate de 40 árvores, para se plantar 140. Quais são as árvores a abater? Quando é pára essa mentira sistemática que é justificar-se o abate de árvores de grande porte por motivos fitossanitários? Quem é que controla o negócio das árvores? Neste caso concreto da "Operação Campo Pequeno" já se tinha encoberto o abate de dezenas de plátanos de bom porte, no topo norte da praça de touros. Foram agora plantados alguns, a maioria dos quais já se encontram secos porque não os regam. Finalmente, diz-se que vai ser reabilitada aquela coisa inenarrável que é o campo de jogos de um clube que nunca ali devia estar. O jardim é um espaço em contínuo. Toca a tirar aquilo dali!!
PF
13/09/2006
Saravá São Paulo!
O "sucesso" da "Rede 7" da Carris
Av. António Austo de Aguiar, paragem imediatamente a seguir à Pç. Espanha, carreira 46 ou, de acordo com a "Rede 7", "vôo 746" (Damaia-Santa Apolónia), 4ª F, dia 13 de Setembro, 9h da manhã: metade dos assentos, vazios. Mesmo autocarro, na véspera, dia 12, quase vazio.
Mais um FORTÍSSIMO argumento pró-intervenção na circulação automóvel a partir do Marquês de Pombal até ao Tejo.
PF
O "sucesso" dos silos para automóvel
Pergunta: quantos carros estavam estacionados hoje no auto-silo das Portas do Sol (com capacidade para 150 automóveis, a distribuir por 3 pisos), pelas 14h00?
Resposta: 4 carros por piso.
Cá fora, na ruazinha íngreme, estavam 7 carros, sem pagar um tostão.
O auto-silo das Portas do Sol custou um balúrdio (*), e, embora seja um silo "inteligente" (ao contrário do da Calçada do Combro (**), pouco mais que "bruto"), a questão é que a CML se desculpa com a incultura dos lisboetas, que não aderem a esta coisa dos auto-silos!
PF
(*) Custou 34.200 € por lugar (sem contar com os elevadíssimos custos de manutenção). Pelas nossas contas, o parque, se estivesse sempre cheio, estaria pago em 95 anos. Como a sua taxa de utilização é de apenas 5,3% serão necessários 1.781 anos!!! Ou seja o auto-silo das Portas do Sol estará formalmente pago no ano 3.727 D.C.
(**) Custou 13.700 € por lugar, o pobrezinho.
CML: medidas para Semana da Mobilidade e Dia Europeu sem Carros
O Fórum Cidadania Lx agradece o atenção da CML, mas reafirma o seguinte:
1. As medidas que a CML anunciou para a Semana da Mobilidade são de efeito praticamente nulo em termos de qualidade de vida, que é o que nos interessa. Além do mais, intervenções na zona do castelo, há muito que vêm sendo anunciadas e adiadas.
2. Sobre o "Dia Europeu sem Carros" - motivo da presença do FCLx na sessão - achamos que o essencial fica por fazer, pois do plano que apresentámos à CML, em tempo oportuno, apenas será efectuada uma das propostas: um dos passeios pedonais propostos.
Quanto ao essencial do pacote (AQUI, pacote ambicioso, é certo, mas de aplicação indispensável), que passa, recordo-se, por uma intervenção do Marquês de Pombal ao Tejo, nada será implementado, com grande pena nossa.
PF
1. As medidas que a CML anunciou para a Semana da Mobilidade são de efeito praticamente nulo em termos de qualidade de vida, que é o que nos interessa. Além do mais, intervenções na zona do castelo, há muito que vêm sendo anunciadas e adiadas.
2. Sobre o "Dia Europeu sem Carros" - motivo da presença do FCLx na sessão - achamos que o essencial fica por fazer, pois do plano que apresentámos à CML, em tempo oportuno, apenas será efectuada uma das propostas: um dos passeios pedonais propostos.
Quanto ao essencial do pacote (AQUI, pacote ambicioso, é certo, mas de aplicação indispensável), que passa, recordo-se, por uma intervenção do Marquês de Pombal ao Tejo, nada será implementado, com grande pena nossa.
PF
O masterplan de Gehry
Via Olissipo, eis que damos com este magnífico resumo sobre a viagem de Carmona Rodrigues, Fontão de Carvalho e Gabriela Seara a terras de Gehry:
"De acordo com o Público de ontem, Carmona Rodrigues, mais o seu vice e a vereadora do urbanismo, foram no mês passado a Los Angeles discutir com Frank Gehry a revisão do masterplan do Parque Mayer. Tinha sido mais barato, como fez Santana, convidar o arquitecto a deslocar-se a Lisboa. Afinal, três passagens de ida e volta para Los Angeles, em primeira classe, custam entre 30 mil e 36 mil euros (o intervalo depende da companhia e da época do ano; na semana dos óscares é ainda mais caro). Não é engano. Não há zero a mais. Trinta. Trinta e seis mil euros. Primeira classe, não confundir com classe executiva. Mas o que é isso para os nossos autarcas? Já agora: uma vídeo-conferência não resolvia o problema? O masterplan, portanto. Foi decidido conservar o Capitólio e construir três teatros, um anfiteatro ao ar livre, um centro de exposições, uma escola de jazz e, eventualmente, uma escola de artes do espectáculo. A gente lê e pasma. O São Jorge ali ao lado a apodrecer aos poucos. Do outro lado da rua, o Tivoli, recuperado pelos espanhóis, funciona 56 dias em cada 365. Mais meia dúzia de teatros espalhados pela cidade, irremediavelmente fechados. O Parque Mayer é hoje um buraco infecto, não tarda e é um problema de saúde pública. Limpar e requalificar a zona é uma obrigação da Câmara Municipal de Lisboa. O masterplan é um ditirambo: a obra arrancará, se algum dia arrancar, até 2009, levando sete anos a concluir. OK. Vamos fingir que sim. Entretanto, em redor, a cidade cai aos bocados.
posted by Eduardo Pitta"
PF
"De acordo com o Público de ontem, Carmona Rodrigues, mais o seu vice e a vereadora do urbanismo, foram no mês passado a Los Angeles discutir com Frank Gehry a revisão do masterplan do Parque Mayer. Tinha sido mais barato, como fez Santana, convidar o arquitecto a deslocar-se a Lisboa. Afinal, três passagens de ida e volta para Los Angeles, em primeira classe, custam entre 30 mil e 36 mil euros (o intervalo depende da companhia e da época do ano; na semana dos óscares é ainda mais caro). Não é engano. Não há zero a mais. Trinta. Trinta e seis mil euros. Primeira classe, não confundir com classe executiva. Mas o que é isso para os nossos autarcas? Já agora: uma vídeo-conferência não resolvia o problema? O masterplan, portanto. Foi decidido conservar o Capitólio e construir três teatros, um anfiteatro ao ar livre, um centro de exposições, uma escola de jazz e, eventualmente, uma escola de artes do espectáculo. A gente lê e pasma. O São Jorge ali ao lado a apodrecer aos poucos. Do outro lado da rua, o Tivoli, recuperado pelos espanhóis, funciona 56 dias em cada 365. Mais meia dúzia de teatros espalhados pela cidade, irremediavelmente fechados. O Parque Mayer é hoje um buraco infecto, não tarda e é um problema de saúde pública. Limpar e requalificar a zona é uma obrigação da Câmara Municipal de Lisboa. O masterplan é um ditirambo: a obra arrancará, se algum dia arrancar, até 2009, levando sete anos a concluir. OK. Vamos fingir que sim. Entretanto, em redor, a cidade cai aos bocados.
posted by Eduardo Pitta"
PF
Bife no novo Império? Não, obrigado!
Como co-autor da petição pela manutenção do "bife à Império", e tendo regressado de férias, quis ver com os meus próprios olhos se se confirmava tudo quanto me diziam acerca da reabertura do Café Império, pois "obras" costumam significar, em Lisba, "vandalismo". E, se à primeira vista se fica bem impressionado com o que se vê: o "hall" de entrada está mais bonito, o mobiliário é melhor e a disposição também, poucos segundos depois se conclui ser afinal sol de pouca dura, confirmando-se as piores suspeitas. "Lettering" desnecessariamente estilizado, paredes tingidas a "bordeaux" e pejadas de actores do passado (coitados), cadeiras de costas e assentos ovais, forrados a azulão; ementas co menús-degustação, com expressões brasileiras e erros de português. Lá no alto, múltiplos televisores debitando decibéis e, lá no fundo, no sítio do antigo "self-service", qual buraco de poço dos infernos, o pior de tudo: um "cabaré da coxa", composto de "plateau" negro como breu, coroado por "écran" gigante, ligado em rede aos demais televisores; bombardeado por néons" dos mais variados projectores, e girando como num "dancing days" de outro sítio que não aquele. Imperceptíveis devido à escuridão quase total do salão, escondem-se os painéis de azulejos classificados, e as magníficas esculturas dependuradas da parede principal, por detrás do "écran" gigante. Dos lados, fizeram-se umas cercas em jeito de camarotes, com as mesmas cadeiras, destino: bodas. Tremendo dilema o que se abate sobre os nossos empresários, quando se tem dinheiro mas não se tem gosto! A nova gerência do Café Império está completamente equivocada: o Café Império nunca foi um café de "glamour" ("gleimur", como agora se diz), mas sim um café genuinamente popular, local de peregrinação dos clientes do cinema que lhe dá nome, do bairro e, acima de tudo, por causa do bife. Tudo aquilo que ali está hoje nada é, porque quer ser tudo. Tudo isto nos faz pensar se afinal vale a pena gastar-se tempo e paciência com petições, discussões, artigos, votações, recomendações e embargos ... por um bife que, com muita pena minha, me recusarei a comer naquelas condições, que podem ser melhores do ponto de vista sanitário, mas que são execráveis do ponto de vista estético e do respeito pela memória e genuinidade do local. Fica no ar o pensamento se não seria melhor termos deixado o café encomendar a sua alma ao criador...
PF
PF
12/09/2006
Freguesia da Lapa tenta travar renovação da rede da Carris no tribunal
In Público (12 de Setembro de 2006)
Inês Boaventura
"No primeiro dia útil após a mudança de 40 por cento das carreiras, as reacções foram de repúdio e dúvida
A Junta de Freguesia da Lapa entregou na sexta-feira uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa com o objectivo de travar a renovação da rede da Carris iniciada no dia 9, por considerar que esta prejudica a população e foi feita sem ouvir os autarcas.
O vogal da junta de freguesia responsável pela área dos transportes explicou ao PÚBLICO que a iniciativa pretende "impedir a entrada em vigor das alterações" na rede da Carris, por se ter verificado que estas tiveram "um feedback extremamente negativo da população". "O que está em causa é o interesse público", diz Luís Newton, defendendo que as modificações introduzidas no sábado "não servem a população" da freguesia, 45 por cento da qual tem mais de 55 anos e "especificidades em termos de mobilidade". O vogal da Lapa queixa-se ainda da "total indisponibilidade da Carris para conversar" e garante que a transportadora se limitou a "informar" a junta das alterações previstas, não tendo aceite qualquer diálogo. "Temos o direito e a obrigação de defender os interesses da população que nos elegeu", concluiu.
Questionado pelo PÚBLICO, o presidente do conselho de administração da Carris recusou fazer qualquer comentário sobre esta providência cautelar, alegando não ter conhecimento da matéria.
Naquele que foi o primeiro dia útil após a modificação de 40 por cento da rede da empresa, foram mais de repúdio do que de satisfação as primeiras reacções dos passageiros. Apesar de toda a informação fornecida pela transportadora, para muitos foi difícil compreender as mudanças, que incluíram a supressão de oito carreiras.
"Vou escrever-lhes. É uma estupidez: colocaram um 7 à frente dos números antigos. Para que é que isto serve?" interrogava ontem uma mulher de 59 anos que seguia no 60, Ana Correia.
No Campo Grande, a passageira Luísa Simões lamentava a extinção da carreira 105, que servia os moradores da Rua Vale Formoso de Cima, em Marvila: "Há pessoas muito idosas que gostavam de ir à Baixa e já não podem." A utente queixava-se de que perde mais tempo com os novos percursos, porque tem de apanhar mais autocarros. Era essa também a reclamação de outro passageiro, que se mostrava insatisfeito com a extinção do 33. Outros dizem ter de facto beneficiado com as mudanças. Paulo Mendonça mora em Campo de Ourique e tinha de apanhar dois autocarros para chegar ao trabalho, na Charneca. "Tinha de ir apanhar o autocarro número 1 ao Marquês de Pombal ou a Entrecampos. Agora apanho o 701 na Rua Maria Pia e vou directo para o trabalho ", contava. "Se calhar a volta é maior, mas ao menos não tenho de trocar de autocarro", observava, satisfeito. com P.C.S. e Lusa
Empresa prevê estancar perda de clientes em 2007
O presidente do conselho de administração da Carris anunciou ontem que o objectivo da transportadora, que tem vindo a perder cinco a sete por cento de clientes por ano, é estabilizar o número de passageiros a partir de 2007, para no ano seguinte iniciar a recuperação dos utentes perdidos para o transporte individual. Um dos trunfos da empresa para conquistar novos passageiros é a renovação da sua rede, um processo que se deverá estender até 2009/2010 e cuja primeira fase entrou em vigor no sábado. Ontem, em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração da Carris fez um balanço positivo dos primeiros dias de funcionamento da Rede 7, garantindo que os passageiros "reagiram bem às mudanças" e com "tranquilidade", mas admitindo que "é natural que surjam algumas dúvidas". Silva Rodrigues explicou que o processo está a ser monitorizado "carreira a carreira" e garantiu que "se vier a revelar-se necessário" a Carris procederá a ajustamentos na oferta. Quanto ao facto de terem sido extintas oito carreiras e criadas apenas duas, o responsável considerou que "isso não permite concluir que o serviço prestado é melhor nem que é pior" e lembrou que o número de veículos em circulação e de motoristas não se alterou, tendo existido "uma reorientação dos meios". "Temos a certeza de que estamos a oferecer hoje um serviço melhor do que aquele que oferecíamos ontem", resumiu Silva Rodrigues, explicando que existem "mais" carreiras com serviço nocturno e ao fim-de-semana e que zonas como a Alta de Lisboa, a Quinta dos Barros e o Parque das Nações passaram a ter uma melhor cobertura. Até à manhã de ontem, o número 808201777, criado pela Carris para prestar informações sobre a Rede 7, recebeu 1900 chamadas, maioritariamente pedidos de esclarecimentos, mas também 25 reclamações. I.B."
Comentários:
Acerca da "Linha 7", propalada iniciativa da Carris, como sendo a solução para o decréscimo de passageiros dos últimos anos, e a ineficiência absoluta da rede de carreiras, achamos que tal iniciativa mais não é do que iludir-se as pessoas para tudo quanto verdadeiramente interessa fique na mesma.
Neste reino da parvónia, em vez de se mudarem as coisas, mudam-se os nomes. Salvo aguns casos pontuais de carreiras que foram extintas (porque ninguém as usava ... tal como quase ninguém anda de autocarro, ou, melhor dito, são sempre as mesmas pessoas que andam de autocarro em Lisboa), o que a "Linha 7" fez foi com que em vez de se apanhar o 46 se passe a apanhar o 746 ... dá a ilusão que se apanha o avião.
Esta campanha é puro desperdício de dinheiro. Vai tudo ficar na mesma. Para ficar a saber o que defendemos para as carreiras da Carris, é favor "clickar" AQUI.
PF
Inês Boaventura
"No primeiro dia útil após a mudança de 40 por cento das carreiras, as reacções foram de repúdio e dúvida
A Junta de Freguesia da Lapa entregou na sexta-feira uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa com o objectivo de travar a renovação da rede da Carris iniciada no dia 9, por considerar que esta prejudica a população e foi feita sem ouvir os autarcas.
O vogal da junta de freguesia responsável pela área dos transportes explicou ao PÚBLICO que a iniciativa pretende "impedir a entrada em vigor das alterações" na rede da Carris, por se ter verificado que estas tiveram "um feedback extremamente negativo da população". "O que está em causa é o interesse público", diz Luís Newton, defendendo que as modificações introduzidas no sábado "não servem a população" da freguesia, 45 por cento da qual tem mais de 55 anos e "especificidades em termos de mobilidade". O vogal da Lapa queixa-se ainda da "total indisponibilidade da Carris para conversar" e garante que a transportadora se limitou a "informar" a junta das alterações previstas, não tendo aceite qualquer diálogo. "Temos o direito e a obrigação de defender os interesses da população que nos elegeu", concluiu.
Questionado pelo PÚBLICO, o presidente do conselho de administração da Carris recusou fazer qualquer comentário sobre esta providência cautelar, alegando não ter conhecimento da matéria.
Naquele que foi o primeiro dia útil após a modificação de 40 por cento da rede da empresa, foram mais de repúdio do que de satisfação as primeiras reacções dos passageiros. Apesar de toda a informação fornecida pela transportadora, para muitos foi difícil compreender as mudanças, que incluíram a supressão de oito carreiras.
"Vou escrever-lhes. É uma estupidez: colocaram um 7 à frente dos números antigos. Para que é que isto serve?" interrogava ontem uma mulher de 59 anos que seguia no 60, Ana Correia.
No Campo Grande, a passageira Luísa Simões lamentava a extinção da carreira 105, que servia os moradores da Rua Vale Formoso de Cima, em Marvila: "Há pessoas muito idosas que gostavam de ir à Baixa e já não podem." A utente queixava-se de que perde mais tempo com os novos percursos, porque tem de apanhar mais autocarros. Era essa também a reclamação de outro passageiro, que se mostrava insatisfeito com a extinção do 33. Outros dizem ter de facto beneficiado com as mudanças. Paulo Mendonça mora em Campo de Ourique e tinha de apanhar dois autocarros para chegar ao trabalho, na Charneca. "Tinha de ir apanhar o autocarro número 1 ao Marquês de Pombal ou a Entrecampos. Agora apanho o 701 na Rua Maria Pia e vou directo para o trabalho ", contava. "Se calhar a volta é maior, mas ao menos não tenho de trocar de autocarro", observava, satisfeito. com P.C.S. e Lusa
Empresa prevê estancar perda de clientes em 2007
O presidente do conselho de administração da Carris anunciou ontem que o objectivo da transportadora, que tem vindo a perder cinco a sete por cento de clientes por ano, é estabilizar o número de passageiros a partir de 2007, para no ano seguinte iniciar a recuperação dos utentes perdidos para o transporte individual. Um dos trunfos da empresa para conquistar novos passageiros é a renovação da sua rede, um processo que se deverá estender até 2009/2010 e cuja primeira fase entrou em vigor no sábado. Ontem, em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração da Carris fez um balanço positivo dos primeiros dias de funcionamento da Rede 7, garantindo que os passageiros "reagiram bem às mudanças" e com "tranquilidade", mas admitindo que "é natural que surjam algumas dúvidas". Silva Rodrigues explicou que o processo está a ser monitorizado "carreira a carreira" e garantiu que "se vier a revelar-se necessário" a Carris procederá a ajustamentos na oferta. Quanto ao facto de terem sido extintas oito carreiras e criadas apenas duas, o responsável considerou que "isso não permite concluir que o serviço prestado é melhor nem que é pior" e lembrou que o número de veículos em circulação e de motoristas não se alterou, tendo existido "uma reorientação dos meios". "Temos a certeza de que estamos a oferecer hoje um serviço melhor do que aquele que oferecíamos ontem", resumiu Silva Rodrigues, explicando que existem "mais" carreiras com serviço nocturno e ao fim-de-semana e que zonas como a Alta de Lisboa, a Quinta dos Barros e o Parque das Nações passaram a ter uma melhor cobertura. Até à manhã de ontem, o número 808201777, criado pela Carris para prestar informações sobre a Rede 7, recebeu 1900 chamadas, maioritariamente pedidos de esclarecimentos, mas também 25 reclamações. I.B."
Comentários:
Acerca da "Linha 7", propalada iniciativa da Carris, como sendo a solução para o decréscimo de passageiros dos últimos anos, e a ineficiência absoluta da rede de carreiras, achamos que tal iniciativa mais não é do que iludir-se as pessoas para tudo quanto verdadeiramente interessa fique na mesma.
Neste reino da parvónia, em vez de se mudarem as coisas, mudam-se os nomes. Salvo aguns casos pontuais de carreiras que foram extintas (porque ninguém as usava ... tal como quase ninguém anda de autocarro, ou, melhor dito, são sempre as mesmas pessoas que andam de autocarro em Lisboa), o que a "Linha 7" fez foi com que em vez de se apanhar o 46 se passe a apanhar o 746 ... dá a ilusão que se apanha o avião.
Esta campanha é puro desperdício de dinheiro. Vai tudo ficar na mesma. Para ficar a saber o que defendemos para as carreiras da Carris, é favor "clickar" AQUI.
PF
Companhia de dança de Lisboa despejada do Palácio Tancos
Motivo: o Palácio Tancos, sito junto ao Mercado do Chão do Loureiro, e que é propriedade da CML, e Imóvel de Interesse Público (ver aqui), vai ser colocado à venda.
Depois do fabuloso Palácio da Rosa (alguém sabe qual o ponto de situação deste palácio??), qual se seguirá? Mitra? Pancas Palha? Beau Séjour?
PF
Depois do fabuloso Palácio da Rosa (alguém sabe qual o ponto de situação deste palácio??), qual se seguirá? Mitra? Pancas Palha? Beau Séjour?
PF
Parque Mayer: o princípio da irresponsabilidade
Extractos da coluna de opinião de Saarsfield Cabral, na edição de 9 de Setembro, do Diário de Notícias:
" (...) No plano político, vimos o balúrdio que a Câmara de Lisboa terá de pagar a Frank Gehry pelo anteprojecto elaborado para o Parque Mayer. Uma ideia abandonada, por ser financeiramente inviável.
Leviandade de Santana Lopes, ex-presidente da câmara, que terá avançado para a caríssima encomenda sem um estudo prévio e a ponderação que o caso merecia. Ou seja, mais uma manifestação de irresponsabilidade na política autárquica (...)"
NR: O projecto passa a uma nova fase, a fase do estica, estica, flecte, flecte. Gehry fica por agora, mas são portugueses que vão redesenhar o plano de pormenor. O Capitólio é para torcer. Enfim, aguarda-se por novos episódios...
PF
" (...) No plano político, vimos o balúrdio que a Câmara de Lisboa terá de pagar a Frank Gehry pelo anteprojecto elaborado para o Parque Mayer. Uma ideia abandonada, por ser financeiramente inviável.
Leviandade de Santana Lopes, ex-presidente da câmara, que terá avançado para a caríssima encomenda sem um estudo prévio e a ponderação que o caso merecia. Ou seja, mais uma manifestação de irresponsabilidade na política autárquica (...)"
NR: O projecto passa a uma nova fase, a fase do estica, estica, flecte, flecte. Gehry fica por agora, mas são portugueses que vão redesenhar o plano de pormenor. O Capitólio é para torcer. Enfim, aguarda-se por novos episódios...
PF
PS Lamenta situação de abandono das escolas
In DN
Filipe Morais
Ao contrário do que muitas vezes é dito, as autarquias têm enormes responsabilidades no dia-a-dia das escolas primárias, e Lisboa não é excepção. Ora, se é verdade que há muitas escolas primárias alfacinhas em excelente estado, há outras em estado calamitoso, desde há décadas a esta parte.
A juntar a esta escola que é mencionada no artigo em título, juntam-se muitas mais, de que os exemplos filmados ontem pela TV são paradigmáticos e perfeitamente terceiro-mundistas: as escolas primárias dos Olivais e de Santo António de Alvalade. Tectos a cair, recreios de pedregulhos, w.c. sem papel higiénico, enfim ... E não se julgue que são escolas de pré-fabricado, daquelas que foram feitas na década de 70; trata-se de escolas de pedra e cal, com dezenas de anos. Uma VERGONHA!
PF
Filipe Morais
Ao contrário do que muitas vezes é dito, as autarquias têm enormes responsabilidades no dia-a-dia das escolas primárias, e Lisboa não é excepção. Ora, se é verdade que há muitas escolas primárias alfacinhas em excelente estado, há outras em estado calamitoso, desde há décadas a esta parte.
A juntar a esta escola que é mencionada no artigo em título, juntam-se muitas mais, de que os exemplos filmados ontem pela TV são paradigmáticos e perfeitamente terceiro-mundistas: as escolas primárias dos Olivais e de Santo António de Alvalade. Tectos a cair, recreios de pedregulhos, w.c. sem papel higiénico, enfim ... E não se julgue que são escolas de pré-fabricado, daquelas que foram feitas na década de 70; trata-se de escolas de pedra e cal, com dezenas de anos. Uma VERGONHA!
PF
Avanços e Recuos: Parque Mayer reacende polémica
In Jornal de Notícias
Ana Fonseca
Comentários:
Nesta autêntica novela que é a reabilitação do Parque Mayer, só houve até agora duas consequências positivas e para 2 privados: Gehry e a Bragaparques (o primeiro porque tem sido tratado como um rei, e porque já recebeu pelo menos 500 mil contos ... por nada; e o segundo porque ganhou mais-valias impensáveis na permuta com os terrenos da Feira Popular).
O melhor da novela: o Parque Mayer tem o seu futuro garantido a nível de autores para revista, basta contratar os autarcas de Lisboa; não dará para grandes vôos, nem contratos com a Rede Globo, mas é o que se arranja.
O pior da novela: o Cine-Teatro Capitólio é tratado como empecilho desde o início da novela. É o vilão, quando devia ser o herói. Depois de muita troca e baldroca, Carmona Rodrigues e a sua vereadora comprometeram-se em directo na TV: "O Capitólio é para preservar". Agora, segundo informações fidedignas, foi pedido a Gehry que "requalificasse" o Capitólio, "torcendo-o" de modo a torná-lo numa sala multi-usos. O problema é o termo "requalificação", que em Portugal costuma significar desvirtuar, delapidar, vandalizar, destruir. A ver vamos.
Os actores de revista é que já perceberam que em 6 anos ainda nada foi feito ... tal como desde que o Parque entrou em circuito fechado, aqui há 25 anos. Infelizmente ninguém assume o evidente: o Parque Mayer devia ser um jardim, e o Capitólio a única sala a manter, porque é o único exemplar modernista que ainda resta em Lisboa, e é imóvel de interesse público, exterior e interior.
PF
Ana Fonseca
Comentários:
Nesta autêntica novela que é a reabilitação do Parque Mayer, só houve até agora duas consequências positivas e para 2 privados: Gehry e a Bragaparques (o primeiro porque tem sido tratado como um rei, e porque já recebeu pelo menos 500 mil contos ... por nada; e o segundo porque ganhou mais-valias impensáveis na permuta com os terrenos da Feira Popular).
O melhor da novela: o Parque Mayer tem o seu futuro garantido a nível de autores para revista, basta contratar os autarcas de Lisboa; não dará para grandes vôos, nem contratos com a Rede Globo, mas é o que se arranja.
O pior da novela: o Cine-Teatro Capitólio é tratado como empecilho desde o início da novela. É o vilão, quando devia ser o herói. Depois de muita troca e baldroca, Carmona Rodrigues e a sua vereadora comprometeram-se em directo na TV: "O Capitólio é para preservar". Agora, segundo informações fidedignas, foi pedido a Gehry que "requalificasse" o Capitólio, "torcendo-o" de modo a torná-lo numa sala multi-usos. O problema é o termo "requalificação", que em Portugal costuma significar desvirtuar, delapidar, vandalizar, destruir. A ver vamos.
Os actores de revista é que já perceberam que em 6 anos ainda nada foi feito ... tal como desde que o Parque entrou em circuito fechado, aqui há 25 anos. Infelizmente ninguém assume o evidente: o Parque Mayer devia ser um jardim, e o Capitólio a única sala a manter, porque é o único exemplar modernista que ainda resta em Lisboa, e é imóvel de interesse público, exterior e interior.
PF
11/09/2006
Ainda o projecto para o INE: resposta do IPPAR
A propósito da maqueta do projecto de ampliação das instalações do INE (autêntico aborto arquitectónico, diga-se), cujo teor já comentámos por diversas vezes, a última em http://cidadanialx.blogspot.com/2006/07/voltando-ao-projecto-de-ampliao-da_28.html, recebemos e-mail do IPPAR, em 29 de Agosto, com a seguinte resposta:
" (...) informamos que até à presente data, não deu entrada nos nossos Serviços nenhum projecto/proposta de alteração ou ampliação do imóvel." (sic)
Bom sinal? Mau sinal? A ver vamos.
PF
" (...) informamos que até à presente data, não deu entrada nos nossos Serviços nenhum projecto/proposta de alteração ou ampliação do imóvel." (sic)
Bom sinal? Mau sinal? A ver vamos.
PF
Jardim Botânico ameaçado com projecto para Pal.Rib.Cunha
In Público
Por Alexandra Reis
"O Jardim Botânico de Lisboa considera que as obras de transformação do Palacete Ribeiro da Cunha, no Príncipe Real, em hotel de charme, poderão vir a causar impactes negativos, permanentes e temporários, no equilíbrio das espécies vegetais que compõem o espaço. Pinturas e infiltrações de água poderão afectar equilíbrio das espécies arbóreas ali existentes.
Esta foi uma das preocupações levadas anteontem à noite por Manuel João Pinto, técnico do Jardim Botânico, a um debate sobre o projecto de plano de pormenor do palacete, da autoria do arquitecto Pedro Emauz Silva, que se encontra em fase de discussão pública.
Segundo Manuel João Pinto, o maior afluxo de visitantes ao jardim que poderá resultar da transformação do palacete em hotel de charme "é positivo", mas "perspectivam-se ao mesmo tempo impactos negativos, permanentes e temporários", resultantes do curso das obras de requalificação do palacete.
O projecto de plano de pormenor para o palacete neo-mourisco, propriedade da família Ribeiro da Cunha, prevê a transformação do edifício em hotel de charme também por via da construção no seu logradouro de cerca de 55 quartos duplos, em cinco andares: "Concebido como habitação familiar, o palacete comporta um máximo de dez quartos, o que não o torna viável como hotel", justificou o arquitecto.
Manuel João Pinto explicou que as tintas a utilizar na pintura do muro que divide jardim e palacete "libertam substâncias tóxicas que podem afectar o balanço e a temperatura dos micro-habitats". Por outro lado, "é muito provável" que as águas das obras se infiltrem no solo do jardim.
Porém, segundo Pedro Emauz Silva, "é evidente que a pintura do muro vai ter precauções". Quanto à questão das águas, o arquitecto Fernando Pinto Coelho, representante da Câmara de Lisboa no debate que decorreu no Museu Botânico, assegurou que "é difícil" que elas se infiltrem no solo do Jardim Botânico. "Mesmo que isso aconteça", asseverou, de acordo com a carta geológica da zona elas seguem na direcção contrária.
Manuel João Pinto referiu ainda que também as vibrações, a libertação de poeiras e eventuais abatimentos do solo resultantes do decurso dos trabalhos poderão ter impactos negativos temporários no jardim.
Príncipe Real, centro turístico de excelência
O projecto - que contempla ainda uma ampla zona de reuniões e conferências, restaurante, áreas de serviço e estacionamento para 30 lugares - tem sido contestado, entre outros, pela associação ambientalista Lisboa Verde. Apesar de sublinhar que não está contra a reconversão do palacete neo-mourico em hotel, a associação classifica como "um crime" a "implantação exagerada a construir no logradouro", que irá "destruir o jardim, cavalariças e estruturas de apoio aos jardins", que datam do século XIX.
A reconversão do Palacete Ribeiro da Cunha pode vir a integrar-se num plano mais vasto de transformação do Príncipe Real num centro turístico de excelência em Lisboa. Uma empresa norte-americana do ramo imobiliário, a Eastbanc, está a comprar vários edifícios na zona com esse objectivo e já está em negociações avançadas com a família proprietária do Ribeiro da Cunha para vir a adquirir o palacete."
Fonte: Olissipo.
Por Alexandra Reis
"O Jardim Botânico de Lisboa considera que as obras de transformação do Palacete Ribeiro da Cunha, no Príncipe Real, em hotel de charme, poderão vir a causar impactes negativos, permanentes e temporários, no equilíbrio das espécies vegetais que compõem o espaço. Pinturas e infiltrações de água poderão afectar equilíbrio das espécies arbóreas ali existentes.
Esta foi uma das preocupações levadas anteontem à noite por Manuel João Pinto, técnico do Jardim Botânico, a um debate sobre o projecto de plano de pormenor do palacete, da autoria do arquitecto Pedro Emauz Silva, que se encontra em fase de discussão pública.
Segundo Manuel João Pinto, o maior afluxo de visitantes ao jardim que poderá resultar da transformação do palacete em hotel de charme "é positivo", mas "perspectivam-se ao mesmo tempo impactos negativos, permanentes e temporários", resultantes do curso das obras de requalificação do palacete.
O projecto de plano de pormenor para o palacete neo-mourisco, propriedade da família Ribeiro da Cunha, prevê a transformação do edifício em hotel de charme também por via da construção no seu logradouro de cerca de 55 quartos duplos, em cinco andares: "Concebido como habitação familiar, o palacete comporta um máximo de dez quartos, o que não o torna viável como hotel", justificou o arquitecto.
Manuel João Pinto explicou que as tintas a utilizar na pintura do muro que divide jardim e palacete "libertam substâncias tóxicas que podem afectar o balanço e a temperatura dos micro-habitats". Por outro lado, "é muito provável" que as águas das obras se infiltrem no solo do jardim.
Porém, segundo Pedro Emauz Silva, "é evidente que a pintura do muro vai ter precauções". Quanto à questão das águas, o arquitecto Fernando Pinto Coelho, representante da Câmara de Lisboa no debate que decorreu no Museu Botânico, assegurou que "é difícil" que elas se infiltrem no solo do Jardim Botânico. "Mesmo que isso aconteça", asseverou, de acordo com a carta geológica da zona elas seguem na direcção contrária.
Manuel João Pinto referiu ainda que também as vibrações, a libertação de poeiras e eventuais abatimentos do solo resultantes do decurso dos trabalhos poderão ter impactos negativos temporários no jardim.
Príncipe Real, centro turístico de excelência
O projecto - que contempla ainda uma ampla zona de reuniões e conferências, restaurante, áreas de serviço e estacionamento para 30 lugares - tem sido contestado, entre outros, pela associação ambientalista Lisboa Verde. Apesar de sublinhar que não está contra a reconversão do palacete neo-mourico em hotel, a associação classifica como "um crime" a "implantação exagerada a construir no logradouro", que irá "destruir o jardim, cavalariças e estruturas de apoio aos jardins", que datam do século XIX.
A reconversão do Palacete Ribeiro da Cunha pode vir a integrar-se num plano mais vasto de transformação do Príncipe Real num centro turístico de excelência em Lisboa. Uma empresa norte-americana do ramo imobiliário, a Eastbanc, está a comprar vários edifícios na zona com esse objectivo e já está em negociações avançadas com a família proprietária do Ribeiro da Cunha para vir a adquirir o palacete."
Fonte: Olissipo.
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Palacete Ribeiro da Cunha,
Príncipe Real
08/09/2006
Estarão os arquitectos portugueses loucos?
Que os deuses o deviam estar, já se sabia; mas que o buraco de ozono pudesse afectar seriamente os arquitectos portugueses ao ponto de projectarem anedotas como esta que os Arqº Valssassina e Arqº Aires Mateus conceberam para a esquina do Largo do Rato com o chafariz de Mardel, imediatamente sobre a boca do Metro, destruindo a perspectiva de todo o largo, isso foi coisa que não passava pela cabeça de ninguém. No entanto o desenho aí está. Será que alguém o leva a sério?
PF
Palacete Ribeiro da Cunha: comentários à sessão de sensibilização da CML
No seguimento da sessão de sensibilização organizada ontem, às 21h, no anfiteatro do Jardim Botânio, pela CML/Reabilitação Urbana e promovida pela Junta de Freguesia de São Mamede, cumpre-nos tecer os seguintes comentários:
1. É inqualificável que as plantas da CML que acompanham o processo de consulta publica apresentem diversos erros, como por exemplo, a "mancha de cor" que identifica a área de intervenção do Palacete inclui o Beco da Alegria (bêco que antecede o portão do Jardim Botanico, conhecido como "Portão da Praça da Alegria"), que é espaço do dominio público! Outro exemplo: a zona de protecção de 50 metros em volta do Jardim Botânico não aparece nas plantas. A demarcação da área classificada do Jardim Botânico não está completa pois deixa de parte um talhão do jardim chamado MEXICO (junto da antiga cantina, onde estão os Dragoeiros e a colecção de cactos, etc). É uma vergonha que a CML cometa erros desta natureza em documentos oficiais para discussão pública!
2. É inqualificável que juristas de renome, advogando em causa própria, afirmem que processos como este (trata-se, recorde-se, de um "plano de pormenor" para uma parcela de um privado!) "não subverte a lei porque cada vez haverá mais processos como este, porque é o progresso".
3. É inaceitável que o projectista afirme "nenhuma árvore será abatida" (sic), bem como que o estacionamento de 30 e tal carros será feito "apenas numa nesga do terreno". Faltou mostrar a planta do projecto de perfil, para se ter a noção do como são de facto 5 andares dos blocos de apartamentos ... , coisa que a não se depreende da maqueta.
4. É extraordinariamente caricato o recente argumento pró-projecto, segundo o qual "o estado actual do jardim do palacete, com as suas ervas daninhas, as heras e ... os gatos sejam uma ameaça para o Jardim Botânico", ou que, pasme-se, "o projecto irá trazer mais visitantes ao Jardim Botânico".
5. É compreensível que o promotor do projecto se recuse a esclarecer se o palacete, projecto incluído, é, ou não, para ser vendido ao investidor americano G.Lanier, que já comprou outros palacetes vizinhos, e que, a ser observado pela CML de outra forma que não esta, possibilitaria a construção de uma cadeia de pequenas unidades hoteleiras de charme, evitando-se assim este projecto que, a ir em frente, destruirá um importante e histórico logradouro da cidade de Lisboa, com graves repercussões para o Jardim Botânico, não só porque será um precedente grave, como pelos efeitos que qualquer pessoa de bom senso imediatamente se aperceberá.
Ficaram por esclarecer pontos como "hotel de charme vs. unidade de 55 quartos, health club, sala de conferências, parque de estacionamento, etc.", "posição da Junta S.Mamede", "como é possível arquitectos da CML estarem envolvidos no projecto", etc.
Face ao exposto, e em jeito de provocação, sugere-se a quem de direito a elaboração célere de lei em que, agora que proliferam as companhias de "low cost", se obrigue todos os governantes e quadros autárquicos a viajarem anualmente ao estrangeiro, para verem o que por lá se faz; onde uma jóia como este exemplar neo-mourisco (e só há 3 ex. "casa-jardim" por cá; Monserrate e Quinta do Relógio, ambos em Sintra) nunca seria objecto de semelhante discussão.
PF
Nota: arecer conjunto Fórum Cidadania Lx/Quercus/Lisboa Verde, entregue oportunamente à CML, em sede de consulta pública: AQUI
1. É inqualificável que as plantas da CML que acompanham o processo de consulta publica apresentem diversos erros, como por exemplo, a "mancha de cor" que identifica a área de intervenção do Palacete inclui o Beco da Alegria (bêco que antecede o portão do Jardim Botanico, conhecido como "Portão da Praça da Alegria"), que é espaço do dominio público! Outro exemplo: a zona de protecção de 50 metros em volta do Jardim Botânico não aparece nas plantas. A demarcação da área classificada do Jardim Botânico não está completa pois deixa de parte um talhão do jardim chamado MEXICO (junto da antiga cantina, onde estão os Dragoeiros e a colecção de cactos, etc). É uma vergonha que a CML cometa erros desta natureza em documentos oficiais para discussão pública!
2. É inqualificável que juristas de renome, advogando em causa própria, afirmem que processos como este (trata-se, recorde-se, de um "plano de pormenor" para uma parcela de um privado!) "não subverte a lei porque cada vez haverá mais processos como este, porque é o progresso".
3. É inaceitável que o projectista afirme "nenhuma árvore será abatida" (sic), bem como que o estacionamento de 30 e tal carros será feito "apenas numa nesga do terreno". Faltou mostrar a planta do projecto de perfil, para se ter a noção do como são de facto 5 andares dos blocos de apartamentos ... , coisa que a não se depreende da maqueta.
4. É extraordinariamente caricato o recente argumento pró-projecto, segundo o qual "o estado actual do jardim do palacete, com as suas ervas daninhas, as heras e ... os gatos sejam uma ameaça para o Jardim Botânico", ou que, pasme-se, "o projecto irá trazer mais visitantes ao Jardim Botânico".
5. É compreensível que o promotor do projecto se recuse a esclarecer se o palacete, projecto incluído, é, ou não, para ser vendido ao investidor americano G.Lanier, que já comprou outros palacetes vizinhos, e que, a ser observado pela CML de outra forma que não esta, possibilitaria a construção de uma cadeia de pequenas unidades hoteleiras de charme, evitando-se assim este projecto que, a ir em frente, destruirá um importante e histórico logradouro da cidade de Lisboa, com graves repercussões para o Jardim Botânico, não só porque será um precedente grave, como pelos efeitos que qualquer pessoa de bom senso imediatamente se aperceberá.
Ficaram por esclarecer pontos como "hotel de charme vs. unidade de 55 quartos, health club, sala de conferências, parque de estacionamento, etc.", "posição da Junta S.Mamede", "como é possível arquitectos da CML estarem envolvidos no projecto", etc.
Face ao exposto, e em jeito de provocação, sugere-se a quem de direito a elaboração célere de lei em que, agora que proliferam as companhias de "low cost", se obrigue todos os governantes e quadros autárquicos a viajarem anualmente ao estrangeiro, para verem o que por lá se faz; onde uma jóia como este exemplar neo-mourisco (e só há 3 ex. "casa-jardim" por cá; Monserrate e Quinta do Relógio, ambos em Sintra) nunca seria objecto de semelhante discussão.
PF
Nota: arecer conjunto Fórum Cidadania Lx/Quercus/Lisboa Verde, entregue oportunamente à CML, em sede de consulta pública: AQUI
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Palacete Ribeiro da Cunha,
Príncipe Real
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