Boa tarde,
Gostaria de colocar à vossa consideração as minhas dúvidas e considerações, relativas a duas obras "previstas" para a freguesia da Graça em Lisboa.
A primeira é o Silo-auto a construir entre a Rua Damasceno Monteiro e a calçada do Monte, na Freguesia da Graça, em Lisboa.
Pelo que me foi possível perceber, este terreno - que poderia ser um excelente jardim - foi sempre negligenciado pela Autarquia e Junta de Freguesia até que foi doado pela CML à EMEL como forma de pagar dívidas da primeira entidade à segunda (ver proposta PROPOSTA Nº. 241/03 em www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/241.doc).
Questiono a validade desta “doação” de um espaço de utilização pública a uma empresa privada sem a prévia consulta dos munícipes?
É de referenciar que este espaço e a única área verde de que dispõe os moradores, dado que todos os outros espaços públicos, apesar de alguns serem jardins, contam apenas com algumas árvores e muito cimento ou calçada portuguesa.
No jardim abandonado, os moradores da freguesia cultivavam as suas "hortas urbanas" - que aliás é uma característica comum a todas as cidades onde vivem portugueses e uma prática a incentivar - mas foram destruídas com a recente "limpeza" do jardim. Desapareceram as hortas mas ficaram as seringas e outros desperdicios potencialmente perigosos.
Actualmente, o trabalho de plantação de uma horta urbana biológica, foi reiniciado por um grupo de pessoas empenhadas e já é possível – apesar de condicionamentos como a falta de água - ver os seus resultados.
No jardim - convertido em horta - existem ainda 3 pinheiros mansos e algumas oliveiras sendo perfeitamente viável o seu aproveitamento como área verde. Poderia esta iniciativa ser potenciada, de forma lúdica e pedagogica, em prol dos moradores e crianças da freguesia?
Mas, voltando ao Silo a ser construído como pagamento de uma dívida da CML à EMEL... o que mais me preocupa é o projecto existente. Pelo que se pode verificar em http://arquitectos.pt/documentos/1163775515M1yHF3bu9Ug27BL5.pdf (a partir da página 86), o "novo edifício" – se a proposta aprovada for a que consta do link refeenciado - poderá danificar irremediavelmente o património arquitectónico de uma freguesia já tão desvirtuada.
Os exemplos máximos da falta de atenção pelo seu património da Graça é o estado de degradação dos seus edifícios históricos e a total destruição arquitectónica protagonizada pelos edifícios do final da própria Damasceno Monteiro.
Segundo as mais variadas fontes, o Silo vai mesmo avançar:
28 de Janeiro de 2005 - in: http://www.cm-lisboa.pt/index.php?id_item=8124&id_categoria=11, pode-se ler “O silo da Damasceno Monteiro, com capacidade para 240 lugares, encontra-se já adjudicado (...)”
14 de Setembro de 2005: No Documento, Alvaro_Castro_Politica_Transportes_CML_14-09-2005 (página 18), pode-se visualizar a localização dos futuros silos de Lisboa: http://lisboaenova.org/pagina/images/stories/Conferencias/Setembro_2005/dia_14/Alvaro_Castro_Politica_Transportes_CML_14-09-2005_parte2.pdf
6 de Janeiro de 2007 - in: http://jf-graca.homelinux.com, pode-se ler “A Vereadora Marina Ferreira realizou uma visita à freguesia da Graça, no passado dia 1 de Fevereiro, tomando conhecimento directo de alguns dos problemas da freguesia. Uma das questões reporta ao estado das passadeiras e da sinalização viária, para a qual a Câmara procurará dar resposta. A Vereadora assumiu como prioridade a construção do silo de Estacionamento na Rua Damasceno Monteiro, bem como o apoio à proposta da Junta para a celebração de um protocolo que permita o estacionamento público automóvel na Parada do Quartel da Graça.”
A empresa Real Town Planning apresenta no seu Portfólio o Silo da Graça como um dos seus projectos: http://www.realtownplanning.pt/8864/index.html?*session*id*key*=*session*id*val*
Não posso deixar de questionar se o silo irá, realmente, resolver os problemas de estacionamento da Graça ou se - como acontece noutros parques da cidade - os moradores vão continuar a estacionar em ruas e vielas devido aos elevados preços do estacionamento subterrâneo, mantendo-se o parque parcialmente vazio?
(...)
21/12/2007
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2 comentários:
Já várias vezes mencionei o desperdicio de construir o silo no que poderia ser um excelente Jardim, com uma vista soberba sobre Lisboa. Pelo contrário o mesmo deve ser construido no terreno da EPUL, na Damasceno Monteiro, e de forma alargada, ou seja, além de espaços para estacionamento, devem construir espaços para arrecadações que podem ser arrendadas aos habitantes da zona. Recordo que muitas das habitações da zona não têm grades áreas uteis, nem arrecadações pelo que esta ideia permitiria colmatar esta lacuna. Já apresentei esta ideia no site da CML.
Confesso que me esquecera do assunto, e que este email me avivou a memória;-)
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