07/10/2008
Teatro Municipal de São Luiz
Chegado por email:
«Ex mo Senhor Presidente da República
Ex mo Senhor Primeiro-Ministro
Ex mos Senhores Ministros
Ex mos Senhores Secretários de Estado
Ex mos Senhores Directores
Ex mas Senhoras
Ex mos Senhores
O assunto que me leva a escrever-lhes diz respeito ao Teatro Municipal de S. Luíz e ás obras que estão a decorrer no palco do mesmo. Não sou politico nem governante, mas como cidadão comum estou a par das dificuldades do país e do mundo, que aliás todos os dias nos entram pela casa dentro.
Só peço que prestem um pouco de atenção a este meu email.
Pois o recentemente renovado Teatro Municipal de S. Luíz, conforme se pode ler abaixo:
· 1998 Lançamento do Concurso Público Internacional, para as obras de Requalificação e Conservação do Teatro Municipal São Luiz (programa do Arqt.º Francisco Silva Dias e projectos de Arquitectura da Divisão de Obras do Departamento de Património Cultural da CML).
· 1999 Adjudicação da empreitada "Teatro Municipal São Luiz - Obras de Reabilitação e Conservação" que recebe o apoio da União Europeia.
· 2000 No âmbito da 2ª fase da empreitada é lançado, a 29 de Junho, o Concurso Público Internacional para a obra de Reabilitação e Beneficiação da Sala Mário Viegas, Jardim de Inverno e Cafetaria com o projecto do Arqt.º José Romano.
A questão agora é que este mesmo Teatro está a sofrer obras na caixa de palco e bastidores, estando a ser totalmente substituído o palco que é de grande qualidade e excelente para espectáculos de diversos tipos. Estão a gastar milhares de euros que vão buscar não sei onde, mas que sai do bolso do contribuinte.
Ora Ex.mos Senhores, a baixa Pombalina necessita de tantos arranjos e por essa Lisboa fora e estão a REMODELAR um palco EXCELENTE, dando cobro assim a mais um capricho de directores, neste caso do Sr. Jorge Salavisa? Mas porquê? Já analizaram a programação desse Teatro nos últimos anos - muitos muitos anos com o mesmo director... - e também as contas? Será que o dinheiro que entra na bilheteira - sim porque não oferecem todos os bilhetes, alguns ainda vendem - dá para pagar os ordenados dos funcionários fixos do Teatro? Porque as despesas correntes estão cobertas pela CML / EGEAC, ai não pagam.
Parece-me mais um escandalo público, se bem que envolto em cultura da capital elitista e bacoca. Até quando alimentar o T.M.S. Luís, o elefante branco da EGEAC? O Sr. Salavisa fez o que quis no Ballet Gulbenkian - privado - até o deixar no estrutor pré-mortal. Foi para a Companhia Nacional de Bailado onde ainda hoje se arrastam por lá pendentes por ele deixado e de obra fraca contribuição para a cultura da dança em Portugal. Foi presidente do Instituro Português do bailado e da dança - mas bailado e dança não é a mesma coisa!!!! - onde está esse Instituto que tão magnificamente presidiu? Fugaz passagem pelo Conservatório Nacional nunca lhe rasgando um rumo ou mesmo uma finalidade, ficando como responsável pela descaracterização da dança em Portugal. E agora à anos - desde Fevereiro de 2002 - no Teatro Municipal S. Luiz a fazer que obra?
Podem ler abaixo a história deste Teatro, para ver se estes últimos anos fazem jus a tão emblemático Teatro da cidade de Lisboa. E olhem que não sou um velho do Restelo!
Obras de betão e fachada para tão pouca obra.
Meus Senhores não será mais o cifrão do que a cultura?
Quem autoriza as obras sabe de cultura e espectáculo?
Quem sabe de cultura e espectáculo decide as obras?
Obrigado pelo vosso tempo.
Carlos Carlos
HISTORIAL DO TEATRO MUNICIPAL S. LUÍZ
· 1971 Torna-se Teatro Municipal com a designação Teatro Municipal São Luiz.
O espectáculo de estreia foi A Salvação do Mundo, de José Régio, com a actriz Eunice Muñoz.
· 1978 Apresentação efémera da Companhia Nacional I, que se propunha um repertório popular e a peça de estreia foi Jesus Cristo em Lisboa, de Teixeira de Pascoaes.
· 1991 Cedência de um dos espaços (Jardim de Inverno) para adaptação e acolhimento da Companhia Teatro-Estúdio Mário Viegas.
· 1998 Lançamento do Concurso Público Internacional, para as obras de Requalificação e Conservação do Teatro Municipal São Luiz (programa do Arqt.º Francisco Silva Dias e projectos de Arquitectura da Divisão de Obras do Departamento de Património Cultural da CML).
· 1999 Adjudicação da empreitada "Teatro Municipal São Luiz - Obras de Reabilitação e Conservação" que recebe o apoio da União Europeia.
· 2000 No âmbito da 2ª fase da empreitada é lançado, a 29 de Junho, o Concurso Público Internacional para a obra de Reabilitação e Beneficiação da Sala Mário Viegas, Jardim de Inverno e Cafetaria com o projecto do Arqt.º José Romano.
· 2001 Adjudicação da Empreitada do Teatro - Estúdio Mário Viegas, Jardim de Inverno e Cafetaria. Finalização das obras e reabertura do Teatro Municipal São Luiz.
· 2002 Cedência do teatro para a apresentação do music hall Amália, de Filipe La Féria.
· 2002, Novembro - Reabertura de todo o equipamento constituído por: Teatro São Luiz, Jardim de Inverno, Sala Mário Viegas e Café dos Teatros.»
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1 comentário:
"E agora à anos - desde Fevereiro de 2002".
Não senhor. Não é "à" mas "há" do verbo haver. Devia ter, também, mais preocupações com o português.
Não vou discutir as obras que estão a ser feitas no Teatro S. Luiz pois não as conheço.
Parece-me, contudo, que aqui anda um grande azedume contra Jorge Salavisa. E eu não o venho aqui defender enquanto director do teatro. Mas defendo-o como director do Ballet Gulbenkian. Joge Salavisa pôs o Ballet Gulbenkian a par das grandes companhias mundiais de ballet. E a sua saída foi o princípio do fim da Companhia. Dizer o contrário é duma terrível injustiça! Foi o maior director daquela companhia. Penso mesmo que foi o único grande director do Ballet Gulbenkian.
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