07/10/2008

Um muro entre Lisboa e o Tejo


O governo decidiu alargar o terminal de contentores de Alcântara para o triplo da sua capacidade actual. Isso significará prolongar a separação entre a cidade e o rio Tejo por uma barreira com cerca de 15 metros (um prédio de 5 andares) de altura na zona da doca de Alcântara.

A Liscont é a empresa que actualmente opera o serviço de contentores no Porto de Lisboa e o governo entendeu prolongar a concessão a esta empresa do Grupo Mota-Engil por mais 27 anos. Assim. Sem concurso, sem consulta. Sobre este “pormenor” pode ler mais aqui.

Longe vai o discurso de promover a ligação da cidade ao rio. E para não variar, a câmara de Lisboa, em vez de cuidar dos interesses da cidade e dos lisboetas, prefere fazer os fretes ao governo.

O plano de alargamento do terminal de contentores inclui também a reformulação dos acessos rodoviários e ferroviários aquela zona do porto de Lisboa com a alteração do nó ferroviário com novas ligações que terão impacto em toda a zona de Alcântara.

Não é admissível que a câmara municipal não discuta este projecto megalómano do governo que vai prejudicar a cidade de Lisboa e os lisboetas. Uma vez mais, os autarcas de Lisboa demitem-se de se pronunciar sobre uma intervenção com forte impacto no futuro da cidade e que se está a concretizar nas costas dos lisboetas.


António Prôa

10 comentários:

Anónimo disse...

SEM PALAVRAS

Anónimo disse...

demagogia e desconhecimento

Anónimo disse...

eu tenho palavras...cain cain cain
Lisboeta sofre

Anónimo disse...

politiquises a parte, tem toda a razão. onde anda o BE e o Zé? Onde estão os eleitos do PS ue devem defender a cidade?

Unknown disse...

Existem duas Lisboas: a gerida pela Câmara Municipal e a outra, a do porto.

Adoro as barreiras físicas existentes entre a cidade e o rio. (IRONIA!) O rio é só de alguns. Só não percebo a exclusividade. Se ao menos fosse gerida adequadamente...

Vasco Nobre disse...

Calma isto ainda vai ao sitio, vão ver!
Só que um ano pelos padrões humanos equivale a dez pelos padrões do Planeamento.
Cá estarão os nossos bisnetos para assistir.

Anónimo disse...

isto e´na realidade o que o Costa trouxe a Lisboa ( politiquice á parte)... um terreiro do paço deserto para gozo do seu EGO e um porto de lisboa que se vai alargar até Belem, de onde partiram os descobridores...

Anónimo disse...

Andara-nos e vender a ideia de finalmente termos a zona ribeirinha livre do Porto, afinal ela vai aumentar!

Anónimo disse...

Interessante o artigo de opinião de Pedro Lomba, no DN de 16 de Outubro

Aqui há uns tempos, quando Jorge Coelho marchou para a presidência da construtora Mota-Engil, o mundo português dividiu-se. Para uns, a Mota- -Engil era livre de escolher quem quisesse para a sua administração, até aquele que é possivelmente o português mais influente junto do Governo. Para outros, mesmo que a idoneidade de Jorge Coelho estivesse fora de causa, essa escolha iria pôr em suspeição permanente as relações entre o Estado e a construtora. Uma suspeição que até poderia revelar-se infundada, mas que seria difícil eliminar.

Agora, vejam bem, o Governo decidiu, já em fim de mandato, renovar o contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara à Liscont, uma empresa maioritariamente detida pelo grupo Mota-Engil - renovação acompanhada de uma apreciável melhoria das condições do contrato (aumenta a área disponível para a instalação de contentores). Aquilo de que qualquer lisboeta está absolutamente farto - ver a zona ribeirinha atravancada pelos contentores da actividade portuária -, não só irá continuar como irá crescer em densidade. O PSD reagiu invocando o favorecimento da empresa da Mota-Engil e tenciona pedir a apreciação parlamentar da decisão do Governo. Eu não sei nem posso garantir se o Governo favoreceu aqui a empre- sa do "amigo" Jorge Coelho. Mas se a função do jornalismo é fazer perguntas, eu aproveito para fazer as minhas. Há uns anos, numa notícia de 2 de Maio de 2005, o Diário de Notícias dava conta de que o grupo Tertir pedia ao Governo que clarificasse a sua posição sobre a localização da actividade portuária, porque estava insatisfeita com a ideia de ter de deslocar o terminal portuário para fora de Lisboa a fim de se "devolver" a área ribeirinha à população. Convém notar que a Tertir era então proprietária da Liscont e, para além de temer os custos inerentes à construção de uma nova central de contentores, tinha interesse natural em renovar a concessão do terminal de Alcântara. É escusado acrescentar que o Governo não clarificou nada, sempre sob o pretexto de que a área ribeirinha seria libertada para se tornar no espaço de lazer e liberdade que os lisboetas esperam há décadas. Então o que fez a Tertir? Em 2007, vendeu a sua posição na Liscont à Mota-Engil, que assim passou a controlar a empresa. E é essencialmente isto que importa esclarecer: como é que antes a renovação do contrato de concessão desejada pela Tertir parecia uma tarefa impossível por força dos planos governamentais de abertura da área ribeirinha e, assim que a Liscont passa para as mãos da Mota-Engil, o contrato de concessão é logo celebrado, ainda por cima com condições mais favoráveis? De resto, este é só mais um exemplo de como Lisboa e os lisboetas são tratados por quem nos governa.

Anónimo disse...

1ºQue eu saiba, o terminal vai crescer na horizontal e não na vertical.
2º Os actuais comntentores já têm essa altura, um edifício de 5 andares e até mais.
3. O plano de alargamento do terminal de contentores inclui também a reformulação dos acessos rodoviários e ferroviários aquela zona do porto de Lisboa com a alteração do nó ferroviário com novas ligações que terão impacto em toda a zona de Alcântara. Claro, vai ficar muito melhor, ou alguém acha que a actual Alcântara está bem como está?!?
4. O Porto de Lisboa faz parte da cidade e da sua economia e que faz com que Lisboa assuma um papel cada vez mais estratégico e importante na economia nacional e internacional. As cidades portuárias são mesmo assim. Eu detestava ver Lisboa sem o seu porto. A cidade perderia muito da sua graça e da sua vida