05/06/2009

Ribeira das Naus reabre até ao dia 16

A Avenida Ribeira das Naus, na frente ribeirinha de Lisboa, vai reabrir ao trânsito até dia 16, com duas faixas para os automóveis e piso com paralelipípedos em vez de alcatrão para limitar a velocidade, revelou António Costa.

"Este eixo tem que ser circulável, mas não pode ser uma via rápida, o que constitui uma obstrução entre a praça e o rio", sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa, durante uma visita às obras do Terreiro do Paço.

De acordo com o autarca, a reabertura da Avenida Ribeira das Naus, encerrada há cerca de três meses e meio, já vai obedecer ao sistema de circulação definitivo, aprovado pela Câmara: as viaturas particulares circulam a Sul, junto ao rio, enquanto os transportes públicos ficam a circular a Norte, pela Rua do Arsenal.

Mas a reabertura da Ribeira das Naus ditará ainda o fim da circulação rodoviária pelas laterais do Terreiro do Paço, que serão "entregues" aos peões após as obras de remodelação da grande praça, e transformadas em "passeios-esplanada", com as arcadas a servir actividades ligadas à cultura, comércio e restauração.

António Costa recomenda, no entanto, que os automobilistas continuem a utilizar os percursos alternativos e a evitar a Ribeira das Naus, que deve ser "uma zona de lazer e de fruição do rio".

De acordo com o presidente, as obras no Terreiro do Paço - de águas, saneamento, consolidação do Torreão Poente (esta última já concluída) - decorrem sem contratempos e dentro dos prazos. A área de estaleiro deverá crescer nos próximos dias e as quatro entidades envolvidas - Câmara, Epal, Simtejo e Sociedade Frente Tejo - vão entrar em velocidade cruzeiro. Tudo tem que estar pronto a tempo das comemorações do centenário da República.

Sobre o projecto de requalificação da Praça do Comércio e do coro de críticas relativo à ausência de debate público em torno do desenho, António Costa argumentou que o que existe é apenas um estudo prévio. "A discussão pública está em curso. As pessoas têm-se pronunciado", frisou o presidente, acrescentando que, no dia 26, será apresentado um novo desenho para a Praça do Comércio que já terá em conta os resultados desse debate público.

Garantiu António Costa que Bruno Soares, o arquitecto responsável pelo desenho da futura praça, terá em conta, no novo esboço, os aspectos que têm suscitado mais polémica.

Por causa das críticas, Bruno Soares irá suavizar a passadeira de pedra que marcava o percurso entre o arco da Rua Augusta e o Cais das Colunas. O pavimento da placa central, com losangos, que também gerou controvérsia quando o estudo prévio foi apresentado num colóquio da Ordem dos Arquitectos, "tenderá a desaparecer", explicou o presidente.

In JN

7 comentários:

Anónimo disse...

"Tudo tem que estar pronto a tempo das comemorações do centenário da República"

Lá se a solução é boa ou não, não interessa nada.

E depois é uma data relevantíssima, basta ver a verdadeira multidão que se costuma juntar (e transbordar) a Praça do Município no dia 5 de Outubro, faça chuva ou faça sol.

HOMOSAPIENS disse...

Isto é mesmo muito cómico, o arquitecto já não vai deixar nos planos a passadeira de pedra que marcava o percurso entre o arco da rua augusta e o cais das colunas, e o pavimento central, com losangos, que também gerou controvérsia quando o estudo prévio foi apresentado num colóquio da ordem dos arquitectos, "tenderá a desaparecer".
Então caramba, mais vale mudar de arquitecto, isto é hilariante, estou como muitos bloggers de acordo que este projecto e arquitecto deviam desaparecer, mas quer dizer guardam o arquitecto e toca a pedir-lhe outro projecto, RI-DI-CU-LO.
Façam mas é um concurso nacional/internacional para encontrar um arquitecto mais respeituoso das nossas tradições.

Anónimo disse...

LOBO VILLA 5-6-09

O Terreiro do Paço sem Paço ou a Praça do Comércio sem comércio ,está como as Comemorações do 1º de Dezembro sem Monarquia ou o 5 de Outubro sem República,e está ainda bem para esta Demo-socraticia cada vez mais sem Democracia.
Estão bem uns para os outros tal como Salgado,Bruno e Costa (SBC).
Porém o Terreiro do Paço não vai a votos, TEM AUTORES desde o séc XVIII , dispensa estes oportunistas SBC´s e carece apenas de um Projecto de Conservação-e-Restauro," (C&E) tout-court".Com técnicos de C&E competentes,seleccionados em Concurso, mantendo o "quadro físico do Terreiro tal como está" e sem mais "artistas".
Porque este Terreiro morreu com a cidade e hoje é apenas um "nó" de passagem.
Não vale a pena fingir que ainda é um "espaço urbano",com uma cidade morta á sua volta.

Anónimo disse...

Que raio é uma coisa que «tenderá a desaparecer»?

Vai desaparecer com o tempo? O pessoal vai levá-lo agarrado aos sapatos? A água das magueiras de limpeza vai dissolvê-lo? Desparecerá como as manchas da roupa que é posta a corar ao sol?
Quanto tempo levará até desaparecer por completo?

Bic Laranja disse...

Tenderá a desaparecer como tudo o que se faz hoje, porque o mundo é inaugurado em cada amanhã. A hipótese das mangueiras de limpeza é muito cómica. Ele ainda há disso?
Cumpts.

Maxwell disse...

"percursos alternativos" = transito caótico nas paralelas à Marginal que não têm condições para tanto tráfego.
Já pensaram que, se a Marginal foi construída, talvez fosse com um propósito, propósito esse que serviu de forma eficiente a capital por mais de 30(?) anos.

Xico205 disse...

O António Bosta quer que os OUTROS utilizem os percursos alternativos para ele ter o percurso livre no Audi A8 V12 com consumos de gasóleo iguais a um camião do lixo!