In Diário de Notícias (21.12.2011)
Por Inês Banha
«Lisboa. Obra foi adjudicada por mais de 5,8 milhões de euros e vai hoje a reunião de câmara. Verba é contrapartida do Casino Lisboa
A reconstrução do cineteatro Capitólio, um dos edifícios do Parque Mayer, vai começar no primeiro trimestre do próximo ano. A empreitada, avaliada em mais de 5,8 milhões de euros e adjudicada à Habitâmega- Construções S A, tem um prazo de execução de cerca de sete meses. As obras de recuperação acontecerão independentemente do que venha a ser decidido, no âmbito do processo Bragaparques, quanto à sua posse.
São cerca de 1200 metros quadrados que, até Março de 2012, vão começar a ganhar uma nova vida. O projecto, da autoria do arquitecto Alberto Souza Oliveira, pretende transformar o Capitólio num espaço contemporâneo que possa comportar o maior número possível de formas de expressão cultural, como o teatro, a dança ou a arte circense. Para que tal seja possível, "a grande caixa" vai poder ser adaptada a uma única "arena" e o edifício vai ser apetrechado com diversa maquinaria tecnológica. Uma solução global "limpa que preserva a memória do espaço", permitindo, simultaneamente, a sua reutilização.
A explicação foi dada pelo autor na apresentação do projecto, em Abril do ano passado, naquele que foi o primeiro passo de um processo que chega agora à sua fase decisiva, depois de já terem sido feitas operações de limpeza no imóvel histórico. De acordo com a proposta que irá hoje a reunião de câmara e que visa aprovar a adjudicação da obra à Habitâmega - Construções S A, vão ser gastos nesta fase da empreitada mais de 5,8 milhões de euros, totalmente financiados pelo Casino Lisboa.
As obras são consideradas essenciais, depois de o Laboratório Nacional de Engenharia Civil ter alertado para o risco de derrocada do antigo cineteatro, o único classificado do Parque Mayer. Por isso, a reconstrução avançará independentemente do que venha a ser decidido no âmbito do processo Bragaparques - uma garantia dada já várias vezes pelo presidente da autarquia, António Costa.
Isto porque continua em cima da mesa a eventualidade da Câmara Municipal de Lisboa deixar de ser proprietária do Capitólio, devido àquela acção judicial. Em causa está a permuta dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, em Entrecampos, que, caso voltasse à estaca zero, implicaria o regresso do primeiro à alçada da Bragaparques. Uma hipótese que levou o autarca, em reunião pública de câmara de 25 de Maio, a admitir avançar com a expropriação se tal vier a acontecer.
Inaugurado em 1931 e da autoria do arquitecto Luís Cristino da Silva, o Capitólio foi o primeiro exemplar modernista a ser construído em Portugal. Até ao final da década de 1980 desempenhou um papel ímpar na vida cultural lisboeta, por combinar um grande salão para espectáculos de teatro e um music hall com um terraço para actuações ao ar livre. Nos últimos anos, porém, a degradação do edifício, que agora vai ser reconstruído, foi-se acentuando.»
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Deixem-me adivinhar, vai estar pronto em 2013? Fico contente, e espero para ver o que o futuro Capitólio terá de Cristino da Silva para além da fachada com o letreiro. E, afinal, as verbas do casino continuam a ser "maleáveis", haja vontade de quem de direito para as reafectar, e mesmo a expropriação é invocada sob os pretextos mais díspares. Por isso, cada vez mais aceito menos a inoperância, a indiferença perante o Odéon. É uma vergonha a que esta CML não foge, lamentavelmente. Que não haja dúvidas acerca disso.
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2 comentários:
Andarão por certo a atamancar tudo à pressa e às três pancadas nas vésperas das eleições.
(Em que tenciono abster-me, depois de ter repetidamente constatado a inutilidade de ir votar.)
Mais um a quem a democracia nada diz. xD
Metade da população não vota logo a democracia nada lhes diz, mas falar em acabar com ela, JASUS!
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