19/12/2011
Espírito Santo aposta na reconversão urbana
In I Online (19.12.2011)
Por Solange Sousa Mendes
«Para os arquitectos responsáveis pela recuperação do edifício da Rosa Araújo, nº 49, Manuel Aires Mateus e Frederico Valsassina, a reabilitação urbana é essencial para se manter a memória de uma cidade e tornar possível que a sua história seja vivida. "O que a impede de avançar são motivos políticos, sociólógicos e económicos. É muito mais dispendioso reabilitar do que fazer de novo", afirmaram. O administrador da ESAF - Espírito Santo Fundos de Investimento S.A, José Manuel Salgado, não poderia estar mais de acordo. "A reabilitação urbana é essencial para manter o traço da História, mas tem de se adequar às necessidades actuais. O problema é que é mais cara e mais trabalhosa, em termos de arquitectura. É muito complicado encaixar prédios formatados ao nível do século XIX ou inícios do século XX, que correspondem a cerca de 90% do parque habitacional, numa arquitectura, num espaço e num ambiente de acordo com o século XXI", esclareceu.
A reabilitação urbana foi o tema de conversa entre o i, os arquitectos referidos e José Manuel Salgado, durante a inauguração do andar modelo do edifício, em processo de recuperação, da Rosa Araújo, 49, em Lisboa, na quinta-feira. Este é o mais recente projecto de reconversão urbana levado a cabo pela Espírito Santo Activos Financeiros, mais precisamente pelo fundo Espírito Santo Reconversão Urbana II, e que deverá estar finalizado em Fevereiro.
O projecto do edifício da Rosa Araújo começou o seu processo de licenciamento em Abril de 2007, mas só foi concluído em Janeiro de 2010. Esta foi uma das dificuldades apontadas pelo administrador da ESAF na execução do projecto. "Tivemos enormes dificuldades no início mas sentimos que, de há dois anos para cá, a Câmara percebeu que a reabilitação é fundamental e só a partir daí é que o projecto conseguiu ir para a frente. Os processos hoje em dia são rápidos, os interlocutores funcionam, há comunicação, fluidez e objectividade na análise dos processos".
Apesar de só um T4 estar preparado para ser apresentado, o i constatou o estado de evolução das restantes fracções. Ao todo são nove apartamentos, destinados ao mercado residencial, distribuídos por cinco pisos, com tipologias T3, T4 e T5, com áreas que variam entre os 200 e os 390m2. No primeiro piso estão duplexes que, apesar de ganharem precisamente por esta característica, não vencem pela luminosidade anímica que entra pelos andares superiores. Os preços vão dos 960 mil euros aos 2.120 milhões. Ainda é cedo para dizer se as vendas serão um sucesso, mas José Manuel Salgado está optimista, porque num projecto na Duque de Loulé, também a cargo da ESAF, lançado há um ano, já foram vendidos cerca de 60% dos fogos. Na apresentação, estavam já alguns possíveis interessados. "Penso que no contexto actual vende-se tudo o que é de boa qualidade, desde que seja adequado à procura, seja um T0 ou um T5. A única diferença é que já não se comercializa em fase de projecto. As pessoas querem ver o produto acabado primeiro", concluiu.
Para além do edifício da Rosa Araújo, entre outros projectos, a ESAF tem a seu cargo a reabilitação do palácio do Contador-Mor, no Castelo de São Jorge, onde viveu o último contador-mor do reino de D. José.»
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1 comentário:
Chama-se renovação BES Style. Já faz marca na cidade. Infelizmente...
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