30/12/2013

Série Avenidas - 3 - Avenida Fontes Pereira de Melo (2)

O quarteirão da dita Arte-Urbana. Ao que consta ganhou prémios. Turistas vários apontavam as suas máquinas para esta galeria. Nada contra em aproveitar fachadas para mostras desta natureza. Tudo contra os anos de destino incerto que prédios desta categoria e presença têm sobre si. 29/12/2013

Esta é que é a verdadeira arte-urbana, muito menos fotografada, muito menos aplaudida mas, infelizmente, muito mais frequente em Lisboa. Fachadas tardoz dos mesmos prédios. No da direita, os dois últimos andares já foram pasto das chamas. Em Portugal não são só as florestas que ardem. Há ainda quem duvide que em Lisboa a Arte-Nova é tratada como um património a abater? 29/12/2013

A aberração é só mais um adjectivo num extenso rol de impunidade e negligência. Prédios com esta dimensão e presença deveriam ser preservados como testemunho do alargamento da cidade e da sua evolução. 29/12/2013

Aqui ainda existem vitrais. Varandas/marquises dos prédios "arte-urbana" da FPM. 29/12/2013

Outro colosso de vidro. Prédio da antiga sede do antigo banco Pinto e Sottomayor. Hoje é uma central de conservatórias. Qual será a eficiência energética deste disparate? 29/12/2013

Um dos três arte-urbana. resta dizer que estas ditas obras de arte são permanentemente vandalizadas por taggers e bombers que sobre elas deixam a sua marca. Um diálogo edificante que em vez de valorizar a cidade a diminui. 29/12/2013

Aqui existiu um verdadeiro jardim botânico tão ao gosto de finais do séc. XIX,. É hoje uma furna a que se deu o nome de hotel. Antigos jardins do palacete Sottomayor. 29/12/2013

Salvou-se o essencial. Este não foi demolido e continua a pontificar numa das piores avenidas de Lisboa.Palacete Sottomayor, ou melhor, palacete Barclays. 29/12/2013

Neste lamaçal existiram duas moradias Arte-Nova. A pressa em demoli-las foi muita. O mesmo não se pode dizer em relação ao futuro projecto de hotel (renders na net que mostram um banalíssimo programa arquitectónico). 29/12/2013

Um portão que abre para o vazio. Também aqui vi muitos turistas que olhavam espantados para o buraco que a destruição de uma antiga moradia Arte-Nova com passadiço provocou. Coisa feita há já muitos anos. E assim ficou. 29/12/2013

Este é o buraco/lixeira que se vê do portão anterior. Haverá quem ache aceitável este cenário numa das principais avenidas de Lisboa? Ao fundo vê-se o gigante arts-deco da Avenida Dq. de Loulé, enfaixado e destruído. 29/12/2013

Este é o aspecto final (ou inicial) da Avenida Fontes Pereira de Melo. Dirão que agora o trânsito flui melhor, impressão discutível. O que importa é que na junção de uma Avenida cujo traçado corresponde ao período de alargamnento a Norte da cidade de Lisboa, numa época em que se quis construir eixos que dignificassem e dessem um ar monumental à cidade, o executivo de Santana Lopes, achou que deveria enterrar essa ideia e essa majestade em túneis em tudo semelhantes a auto-estradas ou a praças de portagens. Nas cidades em que tal mania alastrou (Bruxelas, por ex:) as actuais vereações olham para a rede de túneis como um polvo que lhes consome mais de metade do orçamento em manutenção. Coisa que não parece preocupar os defensores de infra-estruturas como esta. 29/12/2013

A desolação de Santana Lopes, Avenida Joaquim António de Aguiar vista da FPM. Tudo foi sacrificado para que se construíssem os túneis faraónicos. Ali já nem uma árvore cresce. Mas sobre essa malograda avenida, outros farão a história. 29/12/2013


5 comentários:

Jorge disse...

Diz-se que aquelas autênticas infraestruturas em plena praça do marques, que mais parecem saídas de uma autoestrada, são um must see para os holandeses quando nos visitam.
Sempre que as vêem é só gargalhada!

Anónimo disse...

Quanto à questão da arborização na Avenida Joaquim António de Aguiar:

Lá fazem isto:

http://humanflowerproject.com/images/uploads2/sohopinkbroome475.jpg

http://www.spontaneousinterventions.org/project/parkmobiles

Anónimo disse...

"Ali já nem uma árvore cresce. "

Mas já cresceram....

http://cidadanialx.blogspot.pt/2012/11/low-cost-high-value-ideias.html


Grunhos!

JJ disse...

Se a CML adoptasse qualquer uma das ideias que sugerem, continuariam a criticar o preto por não ser branco. A vossa credibilidade esfuma-se a cada post, perguntem a qualquer funcionário da EGEAC.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Gostaria de saber que opiniões e ideias tem este senhor JJ. Há ideias: salvaguardar, restaurar, adaptar projectos novos a zona com elevada concentração de património classificável ou classificado, rearborizar, colocar mobiliário urbano de qualidade e não meros apitos e bancos de cimento. Critica-se a falta de cuidado e o desleixo com que se trata Lisboa. Acha pouco "credível" aquilo que as fotografias mostram?

Tanbém eu gostaria de ter outra cidade, infelizmente a realidade é esta. Ideias não faltam, falat quem as oiça e as ponha na prática