FOI CHUMBADO
O desfecho era de prever, e para o mesmo já tínhamos alertado aqui. A história é a seguinte:
Este magnífico prédio de princípios do séc. XX, catalogado no Inventário Municipal da CML, foi objecto de um pedido similar em 2004, da autoria da sociedade imobiliária Crunch, Lda., mas foi na altura indeferido (22.8.2005 - imagine-se!).
Já em 2007, desta vez sob os desígnios da imobiliária Cepric, Lda., eis que é submetido à CML um projecto de alterações e ampliação (Proc. 1653/EDI/2007) que compreenderá a destruição quase total dos interiores deste edifício, com a ampliação de um novo corpo no pequeno e carismático logradouro, com a consequente construção de caves para estacionamento.
O prédio é fantástico e um dos mais carismáticos da Avenida da República.
Está em bom estado de conservação, perfeitamente recuperável em tudo quanto esteja mal.
Esse mesmo é o que pensam a Estrutura Consultiva do PDM que se manifesta contrária ao projecto.
O prédio é habitado em pelo menos 2 andares e lojas.
Paradoxal e inexplicavelmente, contudo, a actual vereação agendou para a reunião de CML da próxima 4ªF, dia 22 de Julho, a votação deste obtuso projecto, inqualificável acto de destruição maciça do património arquitectónico do séc. XX.
Onde pára a Ordem dos Arquitectos?
Onde pára o IGESPAR?
Onde param os sábios?
Estas coisas não vão continuar assim, POIS NÃO?
69 comentários:
Onde pára a vergonha de quem governa os destinos da cidade?
Onde pára a destruição da nossa cidade?
Onde pára o belo do Rodeia e as suas sábias opiniões?
Onde pára a opinião dos arquitectos e arquitectas, sobre este descalabro especulativo?
Onde pára a opinião, sobre estes assuntos e outros de cariz cultural, de quem anda por aí a fazer de "casamenteiro"?
O casamenteiro que se diz defensor do património e das tradições, do alto do seu pedestal, acha-se no direito de sonhar com um par de "purdey's" (arma de caça inglesa de grande qualidade e caríssimas), mas é incapaz de defender as "purdey's" do povo de Lisboa, nem ele nem os noivos Costa e Roseta, belo presente de casamento esse de serem assim saldadas as contas da ultima campanha. Desta vez não vai ser necessario pedir um emprestimo para pagar a campanha, há-de vir d algum centro comercial ou de outro interesse obscuro realizado no largo do rato ou em algum parque de estacionamento.
Quanto ao Senhor da Ordem, esse prefere-se "auto-fotografar" no seu gabinete e de economizar para pagar as viagens abusivas que fez à conta do Ippar/Igespar.
Mas a fachada mantém-se, não é?
Basta. Ninguém poe cobro a isto? a CML existe?
Para acontecer constantemente isto, mais valia lá estar o Santana Lopes...
Sempre era mais natural e menos desvergonha.
Em qualquer cidade civilizada do mundo este prédio não só estaria totalmente restaurado e habitado como seria um imóvel classificado de interesse público desde a década de 70 do séc. passado! Mas Lisboa responde primeiro a outros interesses, privados.
É um país de fachadas.
A maquette do edificio é bem explicita, mantêm se a fachada e faz-se uma coisa meio estranha para rapidamente ser fotografada e figurar nas páginas da Wallpaper.
Este comportamento dos arquitectos é absolutamente vergonhoso andam consecutivamente a medir o sexo, uma necessidade de afirmação assustadora.
Mas porque raio têm tanta necessidade de se afirmarem, porque raio tem esta gente que marcar o ambiente natural e construído com a sua marca?
Nos estatutos da ordem profissional diz-se que a profissão está ao serviço da população da sociedade, pois não parece o caso.
Esta necessidade e vaidade de querem ser famosos, de uma pseudo elite permissiva e ignorante lhes prestarem vassalagem, que coisa mais sordida. Não entendem que serão hipotéticamente famosos depois, quando morrerem, as gerações futuras irão pesar se realmente os mamarrachos serão ou não o património de amanhã.
Vão à missa, perdõem os vossos pais de não vos terem dado uma playstation quando eram pequenos definam-se em termos de identidade pessoal e sexual.
Respeitem a vossa profissão e a paisagem constrída e natural.
Pelo amor de Deus. Salvem a Av. da República.
Não conseguem dizer basta e não deixar apagar das nossas memórias tão belos edifícios?
Este projecto parece ser interessante. Não há mais imagens ?
concordo!
bom projecto e interessante. Deveria de haver mais como este.
Parabens!
Não percebo o choque na avaliação "superficial" deste projecto.
Desconhecia esta situação, mas como arquitecta venho congratular o arquitecto coordenador, responsável e autor do projecto em causa. Todos os dias nesta cidade esbarramo-nos com verdadeiros "mamarrachos" (terminologia habitualmente utilizada pelas pessoas), muitas vezes as pessoas sentem-se mal mas nem se apercebem porquê, mas "como não era de arquitecto identificável e não chamava a atenção" não se diz nada.
Meus senhores há muitas aberrações pela cidade que foram aprovadas e têm a respectiva licença de utilização para o destino que foram "esgelhadas" (não lhes chamemos de projectos porque para esses só alguns estarão habilitados para tal, nem todos os arquitectos também se poderão incluir nessa "cruzada").
Vejo coisas gravíssimas todos os dias e infelizmente continuarão nos seus postos. Infelizmente estes passam impunes porque "tentaram manter as características da zona". E pergunto mas de que características falamos nós. Como bem ouvi em Portugal cultivasse o fachadismo e conservação destas. Ora algumas, mesmo depois de derruído o miolo central e coração do edifício, terão interesse patrimonial, outras não.
Sejamos francos se em cidades europeias, com núcleos e edifícios históricos tão ou mais importantes que os nossos, pontualmente notamos edifícios que fogem à "regra" estando no entanto perfeitamente integrados, esses sítios não deixam de manter interesse patrimonial. Poderá em alguns casos valorizar a zona em questão.
Ora numa situação de zona consolidada onde existe algum abandono do edificado existente, por diversas razões já do conhecimento da maioria dos cidadãos,se existirem estas "boas" excepções à regra poderão estas valorizar uma zona que, não agora mas,daqui a alguns anos poderia correr o risco de "morrer".
Sinceramente nestas avenidas novas, onde a lógica permanece na diferença do edificado,não me chocam estas excepções. Porque se foi construindo ao longo dos anos, e por isso é notável a presença de diferentes épocas, demarcadas pelos vários modos de construir e estilos "de imagem", assim como de diferenças tipológicas.
Acho mais grave que se permitam aberrações como o Colombo, ou o grande dolce vita, ou aquela coisa arraçada de parque de diversões e circo em Loures, entre outras mais pequenas no meio da cidade, do que estas "supostas" aberrações. Que no meu entender e se tentarmos avaliar bem a situação não representam nenhuma aberração, ameaça àquele "bocado" ou mesmo ao resto da cidade de Lisboa.
Quando se avalia um edifício para além dos dogmas que ouvimos nas "conversas de café" dever-se-ia tentar avaliar o dito edifício como uma peça de um todo. Ora teremos para isso de dispor de mais dados que a imagem da sua maqueta e localização não serão já suficientes.
Sejamos claros para esta rua propõe-se uma cópia pastiche de um edifício vizinho ou vamos buscar a fotografia antiga para escarrapachar naquele lote. Enfim não acho estas opções credíveis. Acho que hoje temos medo, muito medo de nós de fazermos um risco. Essa atitude não nos irá devolver património, nem valorizará o mesmo.
O património só é valorizado quando reutilizado, reabilitado, posto em uso, dando continuidade à sua existência. Se de cada vez que formos intervir na cidade tivermos medo de destruir ou de "chocar" a opinião pública entraremos num abismo sem fundo. Apareçam mais arquitectos que movam a opinião dos cidadãos porque será sinal de pelo menos uma coisa, de que esse acto de "projecto" (este sim chamar-lhe-emos de projecto) é um acto meritório de discussão. Surgirão uns contra uns a favor, mas por isso estamos em democracia.
Agora tenham mais medo de actos obscuros quando se aprovam coisas e de repente elas surgem sem sabermos do seu nascimento, e sem identidade própria, onde só depois surgem cartazes de venda de fracções, e o tapume entretanto foi retirado, mas ainda falta a obrigatória reposição da calçada.
Marta Sousa Freitas
Claro, é preciso é originalidade e coisas que choquem. De preferência, rosa choque.
SALVEM O QUE RESTA DA AV. DA RÉPUBLICA! BASTA DE EXPERIÊNCIAS DESASTROSAS E QUE SÓ EMPOBRECEM A CIDADE!
Os arquitectos que assinaram falsas declarações como os dos empreendimentos de Alcantara são agora premiados com planos de pormenor pela Câmara!
E a Ordem? que sanções aos seus associados que prevaricaram?
Os srs. que não costumam identificar-se deveriam ponderar melhor o que dizem. Ou se calhar é mesmo essa a intenção do anonimato, uma vez que tresloucadamente comentam coisas menos próprias para a discussão em causa. Acho que devemos ter opiniões próprias, choca-me alguma falta de conhecimento em relação ao ofício da arquitectura, começa nos arquitectos e alastra-se para a população. Ou se assume o que se pensa e diz ou então há qualquer problema de afirmação de parte destes anónimos. Desconfio que estes sejam arquitectos frustados atrás das secretárias camarárias onde se sentem pressionados a aprovar determinados projectos, ou então trabalhem nos mesmos gabinetes que projectam o que depois vêm a vaiar.
Pois é o mundo da "arquitectura" (não se devia aplicar o termo, mas para todos os efeitos estes profissionais encontram-se inscritos na OA) é uma selva!
Salve-se quem puder.
Marta Sousa Freitas
Esta Sra Arquitecta identifica-se porque se calhar até obterá benefícios dos ateliers dos Especuladores que dominam a cidade e o país.
Os outros, anónimos. têm medo das consequências. Veja-se a CML onde o vice-presidente é um destacado promotor ligado ao G. Espírito Santo, situação INCOMPATÍVEL em qualquer país civilizado.
É preciso salvar o que resta da Av. da República.
Lembro que o edifício nº 25, belo Art Deco, está a ser destruido e acrescentado, os nº 45 e 48 têm destruição aprovada, além de outro frente à Praça Touros. Também os nº 86, 90 e 94 da Dq Loulé, entre dezenas de outros prlas avenidas novas.
Que se publiquem os NOMES dos indivíduos autores destas EXECUÇÕES, uns verdadeiros CARRASCOS DO PATRIMÒNIO e INIMIGOS DA ARQUITECTURA.
Esta Sra Arquitecta identifica-se porque está do lado do poder, dos especuladores imobiliários, que até são vereadores da CML. Outros não assinam porque em Portugal se perseguem nos empregos, alguns do Estado e das Cãmaras, quem se opôe à barbárie da destruição do património e das cidades.
Os arquitectos que assinam estes projectos de destruição de belos exemplares de arwquitectura não têm ética profissional e serão lembrados pela História como agentes mais nocivo que os PATOS-BRAVOS, e devem ser qualificados de CARRASCOS do património, pagos pelos especuladores para defender a sua actividade ilegal e de lesa-cultura.
Srª Arq.ª Marta Freitas,
obrigado pelo seu longo comentário que, contudo, não me convenceu e antes veio reforçar a opinião geral que os senhores arquitectos negligenciam ouvir e respeitar. Antes de mais arquitectura de cidade é para os cidadãos, aqueles que vivem a cidade e calcorreiam as ruas; desenhar algo e depois deslocar-se para o seu canto de conforto, muitas vezes fora da cidade, não dá autoridade às suas palavras.
Fala em mamarrachos mas os que fala e enumera foram feitos por arquitectos que fazem deles as palavras escritas por si - usam exactamente os mesmos argumentos que usou.
Experiências são para ser feitas nos locais apropriados e avenidas descaracterizadas não são para fazer experiências mas antes para parar e inverter o processo de descaracterização. Pensa realmente que os interiores deste edifício são negligenciáveis de forma a poderem ser destruídos?
Porque têm os senhores tanto medo do pastiche quando tudo o que fazem é pastiche moderno, copiando-se uns aos outros. Não me vai dizer que este projecto é inovador! Por favor não abuse da nossa inteligência!
Outro aspecto que discordo completamente é que a arquitectura é para os arquitectos e que nós, meros espectadores, devemos aceitar filialmente aquilo que vós entendidos nos dão a ver! Não! Da mesma forma que devemos discordar de médicos, dentistas, advogados também os arquitectos devem ser criticados e chamados à razão, principalmente quando a maioria está ou sujeita a pressões dos promotores imobiliários, ou determinados a fazer fama e fortuna a qualquer preço ou estão demasiado inchados de teorias que, mil vezes demonstrado, não resultam na prática.
Parabéns ao último comentador anónimo pela sua lucidez, é de facto um hino à pluralidade de opinião.
Olá,
não sou arquitecto, mas entendo perfeitamente tanto a argumentação de um arquitecto como também a do outro lado.
Penso duas coisas:
Primeiro, que um arquitecto não é um artista plástico, mas uma pessoa que recebe o seu merecido dinheiro para conceber algo que lhe é pedido, ou seja: É um empregado. E deverá também sentir-se como um empregado quando já alcançou fama e tem liberdades que se assemelham às de um artista plástico, que somente tem responsabilidade perante sua própria consciência. Gosto muito tanto de artes plásticas como de museus, mas uma cidade não é um museu. Há milhares de anos o ser humano gosta de estar sentado debaixo de árvores, gosta de estar sentado confortavelmente, gosta de ver e ouvir água, não gosta de barulho quando quer descansar, aprecia uma vista bonita à uma que o perturbe ou aborreça - em outras palavras: O ser humano é banal. Não é inovador no que diz respeito ao seu habitat natural imediato, nem se modificou de maneira que valha a pena mencionar no que diz respeito aos gostos, sentimentos, pensamentos relativos ao seu bem-estar subjectivo e privado no quotidiano. Um arquitecto não é um ditador ideológico, é um empregado; deveria, portanto, respeitar o que uma cidade é: um amontoado de pessoas medíocres e banais que não frequentam museus e não querem viver neles. Um arquitecto tem uma profissão servinte, não é um artista livre.
Segundo, concordo com a posição que o mundo muda e que temos não somente de conformar-nos com isso, mas também de aprender a tomar um papel activo nesse processo, que não é reversível. Não faz sentido choramingar belos impérios perdidos se temos problemas menores mas actuais a resolver. De facto, no exemplo da Avenida da República, vemos o decorrer dos tempos, com toda a sua glória (que não são somente os edifícios antigos) e também todos os seus erros (que também não são somente os novos), e vemos a procura de uma cidade de si mesma, sem até agora ter chegado a alguma resposta ou conclusão. Tudo isso é normal, lindo, trágido, humano e citadino. Pergunto-me, no entanto, se é realmente um sinal de civilização destruir o antigo para construir o novo. Será a destruição da antiga Grécia pelos romanos um sinal de superioridade? Não será antes uma cultura que assimila, absorve, digere e modifica todos os elementos novos, alheios, antigos, feios e bonitos uma cultura mais culturada, civilizada? Não será sinal de soberba, se não de cegueira cultural não somente ignorar, mas até destruir o que já existe para construir algo novo? Não será o respeito de um pelo outro a mais bela qualidade de coexistência humana? Porque desventrar o que meramente é diferente, como se de um inimigo se tratasse, no caso exemplo deste prédio? E mesmo se um inimigo fosse, porque não amar até os inimigos como alguém que não foi arquitecto disse?
Sinto tristeza quando vejo acções ou opiniões pobres em perspectiva humana, em civilização e realização humana, sejam elas do lado que forem.
Ambos os lados merecem respeito e a verdadeira criação de algo novo acontece quando não há vítimas mortais, mas somente algo novo, que é adicionado ao mundo. Há lugar para tudo e todos neste planeta, e também na cidade de Lisboa, e também na Avenida da República. Porque não deixar para trás a filosofia que só crescemos quando matamos? Yes, we can.
Um abraço,
Kimon
Tanta abstracidade.
Sendo objectivo, muito poucos hoje querem morar em edifícios como este. Já no que diz respeito a empresas/escritórios nem vale a pena falar dado a quantidade de boas alternativas que vão surgindo.
Não digo todas, mas grande parte das casas da Lisboa antiga (as Avenidas Novas do século XX incluídas) não se adequam às necessidades de hoje e se não forem tomadas medidas vão continuar desadequadas e desabitadas. Pior que isso vão continuar a cair, e em muitas nem a fachada, ou seja a traça, se vai conseguir manter, e essa sim é a perda fundamental que não se deve permitir.
São casas de ambiente claustrofóbico, fechadas em si e sobre si, em muitos dos quartos dificilmente cabe sequer uma simples cama, por outro lado as salas mais parecem salões do séc. XVIII, as cozinhas parecem corredores onde não cabe toda aquela parafernália de aparelhagem típica, e podia continuar por aqui fora.
A destruição do interior destes edifícios é perder património? Poderá ser, no entanto perde-se o seu interior mas ganha a cidade, e mais que ela, quem nela vive e sobrevive.
De facto é fácil falar quando se vive num qualquer bairro como telheiras, Benfica, alta de Lisboa, na cidade de Oeiras ou Cascais ou outro qualquer subúrbio, mas para quem vive em Lisboa, ou pelo menos tenta, é diferente.
Quem vai querer pagar preços exorbitantes – dada a centralidade – por uma habitação que não se adequada? Que fica aquém? Onde não consegue estacionar o carro? É com os argumentos do tipo “Quem vai sabe para o que vai”, que a cidade está como está. De facto quem vai sabe bem para o que vai, o problema é que os que vão são poucos e por isso conviria alargar o publico alvo não permitindo que a cidade de torne fantasma.
Caro Vincent,
sinto que está a generalizar a sua opinião como uma constatação de realidade. Muitos querem viver em apartamentos assim e a razão porque não vivem é porque não são pagáveis para quem tem rendimentos medianos. Mas por alguma razão são mais caros estes do que os tais que fala em Oeiras, Telheiras e afins.
Penso que está fatalmente enganado quando diz que estes apartamentos não são adequados; são-no e muito! Na altura em que foram construídos pensava-se mais na qualidade de habitação e conforto do que agora. Por essa razão são espaçosos, incluem elementos decorativos e tectos altos. Têm um número maior de divisões de forma a permitir a intimidade e privacidade do aglomerado familiar. O que não têm é essa parafernália de electrodomésticos e modernices como música ambiente, focos de luz com lâmpadas que se fundem num mês e as demais coisas que nos dão a ilusão de conforto mas servem para esquecer os locais mais que questionáveis onde foram os prédios implantados, e exiguidade das divisões - as novas divisões são ridiculamente pequenas; por alguma razão antigamente as mobílias de quarto tinham imensas peças volumosas - a total esterilidade das novas urbanizações, a fraquíssima qualidade dos materiais - essas casas não vão durar 100 anos.
Não estará a confundir as coisas com o seu argumento? Eu vivo numa casa antiga em Lisboa e jamais viveria de livre vontade numa casa moderna. Talvez a sua casa não seja grande coisa mas então não a compare com o edifício em causa neste comentário nem com os demais de Lisboa
Marta Freitas, a sra nao passa de uma empregada das pessoas que estao a destruir o riquissimo edificado de Lisboa.Como tal a sua opiniao nao e inocente.Caro Vincent, o sr mostra uma ignorancia muito grande acerca do que e viver num edificio historico num bairro antigo, eu nunca trocaria o meu apartamento anos 30 em Belem por uma alternativa moderna e maior nos sitios que mencionou.Tectos altos e trabalhados, portas de madeira e soalho de madeira a serio(a cheirar a cera)e nao esses interiores pobres dos empreendimentos novos.Felizmente o meu predio sempre foi habitado por apreciadores deste tipo de arquitectura pelo que todos investimos bastante em manutencao tanto do edificio como dos apartamentos para nunca serem necessarias grandes "modernizacoes" de arquitectos sem gosto.O que falta em Lisboa sao mais apreciadores deste tipo de casa, como por exemplo na Europa do Norte as casas antigas tem mais apreciadores e sao para um segmento mais elevado do que as Oeiras e as Telheiras la do sitio.
Existe por aí uma grande confusão. A cidade não é o recreio dos senhores arquitectos, a historia cara colega está cheia de erros absurdos, os exercicios formais na arquitectura e no urbanismo.
Deveriam-lhe ter ensinado de que a profissão de arquitectura é das mais belas profissões, na realidade podem ou melhor devem proporcionar um ambiente (espaço de actividade e abrigo do homem)e não exacerbar ou constrangir as suas liberdades, ou crenças.
A arquitectura que a colega e muitos outros promovem e gostam de promover, e a arquitectura espectaculo, de "atordoar", de chocar gratuitamente a sensibilidade das pessoas, como muito bem diz um colega nosso "numa busca incessante da originalidade".
Ora qualquer forma de chocar é uma agressão e os arquitectos deveriam ter maior tranquilidade e maturidade nas suas opções.
Em vez disso as suas obras reflectem recalcamentos, problemas de falta de integração na sociedade e na comunidade, marginalização, egocentrismo e vaidade.
Espero vivamente que a colega não padeça destas maleitas e saiba deixar a sua obra numa profunda comunhão com a Natureza, que propicie um ambiente de Beleza construída com a Beleza natural.
E tenha bem consciencia de que o gosto não se discute educa-se, e a colega ainda está a tempo.
Silva, professor de arquitectura
Caros anónimos, silvas e nomes fictícios, na verdade não sou empregada de nenhuma empresa "atelier" de arquitectura, sou arquitecta na precária condição de emprego com horas e tarefas a cumprir num local fixo de trabalho, mas no regime dos famosos recibos verdes.
Já trabalhei num atelier empresa e note-se que esses são os primeiros a "cumprir regras instituidas como válidas" para não darem nas vistas, ou então fazem projectos "experiência" nas tais zonas que erradamente entendem como descaracterísticas.Ou seja não opinem sem ter estado dentro de um atelier empresa.
Ora chegámos ao cerne da questão. O que se entende então como zona característica? Ou melhor o que entendem os Srs. Anónimos, Srs. Silvas e gente identificada com nomes (quiçá verdadeiros) por zonas característica? São zonas típicas, pitorescas, com as lavadeiras, talhos, frutarias, que em Portugal só se mantêm características à "lei da força e do congelamento" e da pobreza de quem não pode melhorar a sua rua e a sua casa?
Meus caros, que habitam em telheiras, expo, lumiar e altas de lisboa, o problema de Lisboa está precisamente nos mitos que criámos dela, na falta de introsamento quotidiano de todos nós naquilo que se entende como "corpo cidade"!
Ora eu como moradora do centro da cidade de Lisboa, criei mitos sobre o que é viver nos subúrbios, assim como cada vez que chego ao "mítico" campo entendo que está tudo errado e que os desenhos que fazia enquanto criança já não são representáveis nos "campos" de hoje. Ora o tempo muda tudo e a "praga" humana alastra-se. Onde passamos é inevitável deixamos o nosso "lixo", característico ou não.
Quando os cidadãos avaliam uma cidade ou melhor julgam uma cidade, arquitectos ou não, olham para cada zona como um impressionista faria, vê-a meia desfocada e tira-lhe uma impressão primária do que entende como elementos comuns,comunmente chamados de característicos, típicos, ora "característico" não é uma qualidade que se consiga exprimir, quantificando e qualificando seja o que for, logo daí advém o primeiro grande erro.
E como bem disse um comentador, estas avenidas e aliás grande parte de Lisboa caracteriza-se pela procura de identidade. Ora não entenderei bem assim, porque esta é já uma identidade, a diversidade, o desarrumo, as cores, os azulejos diferenciados, os edifícios novos junto aos velhos.
Entendamos Lisboa numa linhagem menos rigída, percebamos porque é ela assim. Quando falamos de estratégia e de futuro de uma cidade temos de perceber como esta funciona, onde estão as suas fronteiras internas, e como toca no resto que não lhe pertence mas com o qual tem de conviver.
A cidade de Lisboa vive de bairros ligados entre si. Foram sendo feitos para resolver problemas de alojamento de uma cidade que ao longo do tempo aumenta a população. E todos estes bairros tornam-se parte da cidade porque inscritos nesta, em situações particulares, que nunca invalidaram o que um de vós muito bem chamou de algo como cópia pastiche do que "está na berra na época" é verdade, têm toda a razão nunca se inventou nada de novo desde os egípcios, aztecas, gregos, fenícios, sumérios, etc. Agora cada época sempre pôde existir por si integrada nos legados das outras épocas que a antecedeu. Ora não entendo a fúria "pós-moderna" de não aceitar o que se produz hoje em dia. Ora se calhar entendo... Na verdade o entendimento dos cidadãos em relação ao "novo" sempre foi reticente (olhemos para o velho do restelo) a diferença é que como a intervenção na cidade nunca foi participada pelos cidadãos, dessas "queixas" antigas não temos registo, porque se calhar não se vivia ainda em democracia.
Ora ainda bem que hoje todos nós podemos chegar a um blogue qualquer, ou a um meio de comunicação social e emitir a nossa opinião. Temos todos esse direito. Experts ou não na matéria. Mas como costumo dizer desses também tenho medo. Agora de facto em relação a este projecto a minha posição mantém-se, não sei quem é o arquitecto responsável, mas é um acto arquitectónico louvável. Os meus sinceros parabéns.
Pois, de facto Sr. Silva em relação a alguns arquitectos que estão no ensino e fazem uma "perninha" na arquitectura dos comuns mortais, tenho a experiência de que costumam ter alguns problemas de recalcamento. Nomadamente uma certa dor de cotovelo em relação a um grande arquitecto, o Sr. Arquitecto Siza Vieira(em muitas obras, não em tudo, o Sr. Arquitecto Siza também não é Deus).
Sr.ª Arq.ª Marta Freitas,
depois da sua longa, e de novo não convincente, explanação, vejo que não responde à maioria das perguntas e reparos que lhe foram feitas, como sejam:
Se realmente pensa que esta obra vai acrescentar valor a este prédio e a este bairro, como o vai fazer? Pela originalidade - já sabemos que não porque de original nada tem! Pelo choque e arrojo - existem locais mais próprios e já ouviu dizer que os cidadãos, aqueles que vão usar estas ruas em particular não estão agradados com choques e arrojos. Será por se destruir interiores preciosos e logradoros cheios de potencial para vivência caso fossem estimados? Acha mesmo que estes interiores são banais e sacrificáveis?
Acha, então, que o pitoresco e o "genuíno" é sinal de falta de condições e precariedade? a vertente antroplógica, cultural, de tradição é tão facilmente por si despromovida!
E o que tem esse facto a ver com este prédio, isto é, vai de alguma forma o "tumor" moderno que vão acrescentar a este exemplo digníssimo de habitação citadina retirá-lo de alguma penúria ou precariedade? Tenhamos humildade!
Os restauradores e historiadores de arte ficam de cabelos em pé com os seus argumentos!
Meus senhores, pelo que vejo e pela pouca informação que é aqui exposta neste blogue, não será este belo prédio que faz esquina com a Av. da República que será substituído. Não façam alarme sobre situações que não existem.
? É este prédio, sim. Alterações profundíssimas no interior, com manutenção de fachada, e eventual reconstrução dos elementos que forem demolidos inclusive da fachada. As traseiras, que contemplam magníficas marquises de época, um passadiço, um pequeno logradouro, garagem e casa de motorista será tudo destruído, para ali nascerem dois corpos novos, e estacionamento subterrâneo. O que é fantástico é que o prédio faz parte, inteirinho, do Inventário do Património Municipal, está em bom estado, é habitado, foi alvo de obras nem há 10 anos, e ... o célebre alinhamento das cérceas da Av. República, que se saiba, não está em vigor. Trata-se, pois, não de reabilitação urbana mas de simples, mas bárbaras, alterações e ampliação, ainda por cima coisa medíocre.
Sr. Alexandre Marques da Cruz, vejo com algum espanto que não percebeui nada do que eu explanei aqui, mas está no seu direito. Vivemos em democracia e até na ignorância temos direito à mesma. Caro sr. historiador ou conservador, pelo que percebi. Vejo que o sr. ainda não estudou a génese da cidade de Lisboa, nomeadamente a da Av. da República, dá-se nos estiradores de escola das Faculdades de arquitectura pública de Lisboa,que a escala do Saldanha perdeu-se a partir do momento em que se começaram a construir os chamados "mamarrachos" na Av. da República, para substituir toda uma lógica de palacetes e moradias que ocupavam estes novos quarteirtões em Lisboa. Ora meu caro este nº 37 na Av. da República à data em que foi construído (que com tempo confirmarei a sua data de construção)também levou com esse belo e popularucho epíteto de "mamarracho". Ora hoje em dia, pós-modernamente já não o chamamos assim e mais, agradecemos por ter um exemplo edificado dessa época. Ora o que queremos nós cidadãos da cidade de Lisboa do início do século XXI deixar para daqui a 100 anos como "legado" e "camada estratificada" do "nosso solo", do nosso período histórico. Ora tive um excelente professor de Recuperação Arquitectónica na FAUTL (pasme-se a aparente contradição) que nos fez ver que hoje eramos um bando de paranóicos, que para além de identificarmos o património edificado como "artefacto" e não como "casaco que se pretende remendar, reutilizar e dignificar". Erradamente deixamos as cidades morrer, porque nos sai mais barato ir aos freeports e outlets desta vida. Sai mais barato ir aos cinemas de grande afluência e até temos descontos, edm vez de ir à (má recuperação da) cinemateca, ou ao King, Londres e até deixámos que se fizesse o que se fez ao monumental. Pasme-se que ninguém deu por nada quando se fez aquela operação macabra ao edifício que se encontra na rotunda do Marquês de Pombal, onde estava a sede da Tap, e onde estava e está o hotel fénix. Ninguém notou! Aliás nem devem imaginar do que falo. Sabem o que se passou com aquele edifício???? Ora como recuperar um edifício sai mais caro do que demolí-lo, mandaram-no abaixo. Como??? Mandaram abaixo?! Como é possível, esta tipa é mentirosa? Os edifícios da rotunda do marquês mantêm-se inalterados(dizem vocês). Pois mantêm-se mas o que lá está é um novo edifício, mas fotocópia do anterior, digamos que um clone. Por fora igual por dentro agora adaptado "àquilo que chamam de novas necessidades programáticas".
Enfim vêm como as "grandes empresas de arquitectura" sabem fazer os "serviços" sem causarem ondas. É muito fácil descaracterizarmos a cidade e tornarmo-la num Portugal dos Pequeninos.
Sabem que mais a imagem da vila de Óbidos nunca foi assim,antes do regime de Salazar. As casas não eram branquinhas. Sabem que as ameias dos castelos foram uma "reconstrução", "reinvenção" do regime de Salazar. Pois não sabiam, pois não?
As construção das metrópoles foi sempre alvo de abusos por parte dos seus governantes e poderes financeiros e especulativos.
Mas sintam-se culpados, muito culpados quando olham para os anúncios de apartamentos que se demitem de qualquer parecer ou avaliação arquitectónica. Onde se avaliam as casas pela aspiração central, lugar de garagem, sistema de alarme e de incêndio: Mas claro nisso a "classe de arquitectos" (nossa) também é responsável deixa-se trocar por uns trocos em avaliações imobiliárias e energéticas. Percebo, a vida dos arquitectos é precária, não é como se descreve nas novelas. Os taveiras desta vida nas festas de copo na mão,com chauffer e escândalos, é mito urbano Lisboeta. A "massa" de arquitectos, anda de metro, a pé, de moleskine na mão, com uns trocos na carteira a ver se ainda dá para o almoço do dia, uma vez que largou 166 euros na segurança social e ainda teve de fazer retenção na fonte do miserável ordenado pago a recibos verdes.
E ainda perguntam se não fazemos projectos grátis. Tenham vergonha muita vergonha!
Analisar e julgar a cidade não é um acto superfícial, epidérmico e dogmático. E para as novas zonas, que todos vós entendem como "descaracterísticas" dever-se-iam querer as "melhores experiências" e não aberrações como as que saltam por aí. Tomara muitos subúrbios terem acesso a este tipo de intervenções. E não falo de imagem. A imagem é consequência da época, do pensamento, do programa. Entre muitas coisas. Actos vazios como fazer um edifício de raíz imitando uma suposta vivência que~já não se consegue reconstruir porque já não habitamos na mesma época é de que deveríamos ter MUITO MEDO. PAVOR. Prefiro que tenhamos alguns actos assumidos, sem medo, como a deste arquitecto, do que os actos feitos a medo, esses sim pelos "grandes pato bravos" deste país.
Cara Arq.ª Marta Freitas,
agradeço o seu comentário e fiquei deveras curioso de saber de onde a conheço porque referiu tão convictamente o que sei ou não sobre Lisboa que desconfio que teremos perdido horas intermináveis a discutir estes assuntos.
Solidarizo-me, plenamente, consigo quando fala da precariedade da carreira dos arquitectos, assim como dos advogados, dos professores privados, e de todos os profissionais liberais que têm de encontrar trabalho numa base diária, sem contrapartidas condignas.
Quanto a andar de metro faz muito bem e nem esperaria outra coisa de alguém responsável e instruído.
Quando se destruiram palacetes para construir prédios de apartamentos nas primeiras décadas do séc. XX não houve um choque tão tremendo entre o que foi e o que veio; a qualidade visual de muitos prédios de habitação que substituiram palacetes manteve-se, malgrado a destruição primeira. Hoje opta-se por substituir o bom pelo mau - como no caso em apreço. Bem sei que pode argumentar que nem toda a arquitectura desse tempo foi boa, mas de certeza melhor do que a que se fez a partir dos anos 60 - lembrem-se da destruição de prémios Valmor na Av. Duque de Loulé - com o seu auge destrutivo nos anos 80 do fachadismo e 90.
Quando refere que já não se vive assim espero que o diga com alguma pena porque os arquitectos nesse tempo pensavam realmente no conforto e na representatividade dos habitantes dos seus edifícios. Hoje os senhores arquitectos fazem o contrário: espremem os moradores em caixas pseudo-design, pouco importa se há espaço suficiente para mobiliário, se a janela dá para uma auto-estrada ou para uma lixeira. O que importa é garantir 70cm de raio à volta de cada pessoa em míseros metros quadrados empilhados, porque cada centímetro quadrado vale dinheiro.
Tem razão, já não se controí como se construia, e por isso é que não podemos deitar fora aquilo que já ninguém sabe ou quer fazer.
(...) mas será assim tão difícil o entrosamento entre aquilo que poderia ser uma reabilitação informada (preservando a unidade das peças com valor) e a obra nova, feita com idênticas preocupações conceptuais e, qual Siza(no método!), atenta ao contexto?
Estimada Colega Marta Freitas
Ao contrario do que pensa tenho de facto uma profunda tristeza pelo facto da "nossa arte" se afastar do homem.
Não deusifico esses arquitectos que menciona tenho um profundo desprezo por toda essa gente vaidosa e egocentrica, sou de outra geração por isso e porque os conheço, porqu são de uma desumanidade muito grande e de facto muito mal resolvidos.
É esta gente que desacredita a profissão.
não me parece mal.
Enfim! De qualquer forma há aqui qualquer coisa de estranho, porque na esquina paralela a esta, na avenida ao lado, Av. João Crisóstomo existe um edifício , ou melhor uma fachada (com o interior já demolido) que está com um estaleiro de obras já algum tempo. Por isso não estou a perceber... Ou o projecto que mostram não se refere a este edifício e sim ao anterior com características exteriores e de lote, muito semelhantes ou então existem mesmo coincidências.
o que esta cidade precisa e de um terramoto a escala de 1755, ja que nao tivemos uma WWII ao menos isso poderia renovar a cidade :P(por favor leiam a ironia, eu nao desejo mal a niguem)
É absolutamente vergonhoso que se continue a defender a destruição deste património; destas memórias; destas histórias...
Cidade de fraco indíce cultural e de medíocre "pensamento contemporâneo", posta a ferros e destruída pelos peseudo intelectos da modernidade, que permitem a sua destruição pela especulação.
Mas a culpa, não é de quem constrói:
Esses, só o fazem porque existe uma pléiade de gananciosos, que tudo arqui-inventam para justificar o seu trabalho.
Rua, com esta gente!
O problema de Lisboa tem mesmo a ver com o fraco indice cultural e com a falta de bom gosto para saber apreciar os edificios antigos.Nas outras capitais europeias seria impensavel o que se faz em Lisboa.Na Holanda onde moro apenas se demolem edificios dos anos 60, 70 ou 80 de fraca qualidade arquitectonica (ed.publicos ou hab.social). Noutros paises mais desenvolvidos a Historia ja julgou o que interessa preservar ou nao pelo que o subjectivismo de alguns comentadores apenas serve para defender aquilo que sao consideradas mas praticas a nivel internacional.O logradouro pode e deve ser utilizado para fazer um jardim para os residentes e nunca para colocar um caixote branco!Igualmente os interiores devem ser mantidos porque tem valor artistico e seriam uma mais valia na altura de comercializar os apartamentos.Sera tao dificil entender isto??
Muito bem.
Não é possível realizar uma petição para prevenir isto?
Julgamentos infundandos na praça pública. Não se esqueçam que só os podem fazer porque vivemos em democracia, se não fosse o caso as "coisas" aconteciam e só depois de feitas é que vinham a saber o que afinal o "estado" tinha decidido. Mas ainda bem que podemos todos ter opiniões diferentes, agora as questões de "julgamento" e decisões administrativas são decididas por instancias superiores, nas quais meus Srs. todos nós temos a liberdade de eleger. Somos portanto todos responsáveis, para a´lém da "pequena responsabilidade" que depois se torna numa avalanche de "onde habitamos nós?", "onde estacionamos nós a nossa viatura?", "usamos os transportes públicos, ou mandamos os outros usá-los?", "habitamos em edifícios antigos, num quinto andar sem elevador com dificuldades de mobilidade, ou achamos que a fachada é bonitinha e obrigamos "os outros" a habitar assim?". "frequentamos as grandes superfícies ou o pequeno comércio?", "usamos os jardins da cidade de lisboa ou espetamo-nos nas grandes superfícies ou no parque das nações?". Enfim não se julguem imunes à vossa culpa.
Salvador
Julgamentos infundados? Então as obras de demolição não estão há vista de todos? Mas isso a si não lhe interessa; o que interessa é muitos projectos para fazer, não é?
Diz que estamos em democracia e por isso sabemos das coisas atempadamente?
Não se está a referir ás obras ilegais que por aí há e que são mais que muitas; nem está a falar dos edifícios retirados (desclassificados), do anexo ao PDM, onde se encontram classificados, par apoderem ser aprovadasas suas demolições e também não se deve estar a referir há ilegalidade que é, deixar os prédios cairem de pôdre, para justificar a sua demolição e que até a bem pouco estavam habitáveis, ocupados e arrendados.
Fala em liberdade de eleger? E quando elege, basea as suas escolhas em que politicas? Programas eleitorais de caixa de correio?
Alguém tem politicas de reabilitação? Ou estas matérias são aquelas que nunca são faladas para poderem ser usadas pós-eleitoralmente, ao sabor dos interesses especulativos?
A sua argumentação de um edificio ter 5º andar e por isso, não é de boa qualidade de habitabilidade, não cola. Como arquitecta devia de saber duas coisas:
A 1ª é que é extermamente simples dotar um edificio de elevador sem causar grandes estragos.
A 2ª é que o interesse público deve sobrepor-se ao interesse privado, sobretudo quando está em causa a defesa do património.
E, quer queira quer não o que aqui está em causa é uma muito fraca cultura de defesa do mesmo, porque é disso que se trata.
É pena ver coisas bonitas, tectos lindos de estuque serem derrubados.
Hoje impera que a arquitectura seja barata ... boa .... barata, serão os novos tempos ... a exigência de uma sociedade !
Eu trabalho em estuque decorativo aqui em Lisboa e tenho visto atentados à arquitectura de interiores !
www.gessos-morais.com
oliveira
Como já os tinha alertado, nunca se devem fazer julgamentos infundados. Onde chegámos, até já diziam que estavam a fazer "demolições" quando ainda não houve aprovação do projecto. A precipitação leva-nos por maus caminhos. Deram tudo como certo...
Meu caro em quem cada um de nós vota constritui um direito para quem é cidadão, assim como o sr. anónimo Salvador também o terá. As escolhas de cada um a cada um lhes competem, nem sempre em quem votamos poderá representar-nos ou porque constitui a minoria ou porque "nos enganou" e afinal não cumpre o prometido. Mas meu caro são riscos que todos nós corremos.
Uffa!!Afinal ainda ha esperanca para Lisboa. Este projecto a ser aprovado seria um dos maiores crimes contra o patrimonio lisboeta dos ultimos tempos. Espero que se siga um novo projecto de restauracao (nao remodelacao!!) do imovel, desta vez tendo em conta o seu enorme valor artistico e patrimonial.O edificio nao precisa de ser modernizado, precisa sim de ser restaurado onde necessario.
Não falemos de cor do interesse público, a sensibilização para estas questões deve estar como acontece neste blogue no interesse de todos os cidadãos, sensibilizados e "actores" da cidade. Para salvaguardar o património terá e teremos de fazer muito mais do que "mandar uns bitaites" num blogue, ainda por cima sem coragem para nos identificarmos. O que é já só por si Sinistro e Bizarro? Então tem de esconder-se por defender aquilo que acredita? Não vivemos todos em democracia? Tem direito à sua opinião, assim como todos nós temos direito à nossa, a isso se chama de democracia.
Não tentemos é desviar a conversa do seu fulcro; o que aqui está em causa é a falta de cultura cívica de alguns, para defender um património valioso e que é de interesse público defender.
Para si, serão outro tipo de coisas ou valores, aqueles que defende, mas não queira impôr a sua "democracia" a toda uma cidade.
Essa "argumentação democrática", é aquela que tem facilitado a vida aos especuladores, consentindo na destruição de toda a cidade, incluindo prémios "Valmor" e permitindo aos poucos, "entrar" nos bairros históricos, destruindo as suas memórias e interesse.
Arqta Marta, de toda a sua argumentação só consigo retirar uma coisa; é uma acérrima defensora da especulação imobiliária e disso, percebe muito.
Esta Marta deve ter a ver com o projecto ou com alguem que tenha. Deve precisar deta m..... aprovada como de pão para a boca.
Os arquitectos, ou a maioria, tem uma deficiente e gritante deformação académica; é-lhes incutida uma doutrina do fazer, criar, aparecer mas não lhes ensinam verdadeiramente a respeitar o que já está feito; dessa maneira quando os arquitectos, como a Marta Freitas, olha para um edifício como este apenas pensa:
- que estilo ultrapassado!
- o que posso fazer para lhe dar uma ar contemporâneo que sirva bem o meu ego?
Aprendam que há áreas que não estão livres para o uso desenfreado da vossa imaginação e vaidade, aprendam a respeitar o que outros fizeram, e principalmente aprendam que a maioria do vós não poderão suplantar os grandes arquitectos que vos procederam e cujo trabalho tão avidamente contribuem para a sua destruição.
Não sejam tão presunçosos que, basta olhar á nossa volta, não são donos do bom gosto!
Eu queria comentar, mas perdi o fôlego depois de ler 53 comentários... Em resumo - subscrevo o alerta aoriginal do PF.
Mas não se excitem com esta batalha ganha, porque a guerra continua.
Agora vem aí o segundo passo: O proprietário manda lá alguem, á noitinha, partir umas telhas e cola-se á candidatura política que lhe parecer ter mais hipóteses de ganhar a CML.
Depois, é deixar que o tempo actue um ou dois anos até estar tudo pôdre e a cair, sem pinturas, nem estuques, nem soalhos: em risco de ruína portanto.
Depois, mete novo pedido á câmara e pronto, é mais um que já não tem remédio...
por mim o predio bem podia ir abaixo.
É melhor parar quando descobres que alguém pensa que sabe correr mais depressa. É deixá-lo só a correr, um dia cansa-se e ainda o apanhas no caminho. É desejo ou sonho?
Pois, mas para já, pelo menos, não vai
Amiga Marta
Dá muitas graças a Deus Salazar ter reconstruído muito do nosso património.
Quanto a patos bravos tenho te a dizer que para mim é mais grave um idiota de um arquitecto que faz uma modernice que um pobre imigrante que construiu a sua casa sem gosto.
São sem dúvida ambos vaidosos, mas um teve instrução e tinha obrigação de ter educação e respeito pelo território, sem vaidade de se achar superior, o imigrante quer mostara aos da terra que o seu sacrificio valeu a pena.
Lamento que não tenha capacidade de descernimento, talvez a idade lhe traga algum ensinamento pois pelos vistos a cambada que ensina hoje nas universidades não valem um caracol. Sua ignorante!
Uma questão fundamental é saber o que se passou nas escolas de arquitectura em Portugal nos últimos 40 anos. Olhando para edificios construídos na primeira metade do século XX , e os edificios posteriores, houve certamente alguma lacuna estética na formação obtida por licenciados no período referido. Sem contar com os "licenciados" no período imediatamente a seguir ao "25 de Abril".
Que tristeza, aonde chegámos! Acusações sem fundamento de anónimos que deixam a cidade morrer, porque se passeam nos Colombos, "novos mundos" desta cidade.
Enfim tenham mais problemas de consciência e apontem menos o dedo, a pessoas que não conhecem.
Mais uma coisa o anonimato não nos vale para defender opini~ºoes e pontos de vista. Serve apenas para mostrar que os Srs. anónimos devem ter rabos de palha.
Cara D. Marta (é mesmo Marta ?), julgo-a equivocada nos objectivos deste blog. Para convivio e travar conhecimento com outras pessoas existem outros sites. Com respeito e educação, pretende-se debater os problemas de Lisboa e apontar soluções. Apenas isso. Faça o mesmo com o substantivo próprio que entender, porque Martas existem muitas.
Depois de ter perdido muuuitos minutos a ler todos os comentários, dou razão à Marta. Concordo com muito do que diz e confirmo algumas pelo que aprendi na licenciatura de Geografia e Planemaento Regional com especialização em Ordenamento do Território e Desenvolvimento.
Claro, mas não podemos em relação ao um imóvel focarmo-nos apenas em aspectos arquitectónicos. O principal, salvo raras excepções, é a questão financeira.
...mas neste caso concreto é a salvaguarda do património arquitectónico e cultural que está em causa.
E cuidado xico que a Marta não suporta anónimos.
Eu estou identificado.
Gostava de saber de onde é a "Marta" ou os pais da sra...
O encerramento às 2h dos bares do Bairro Alto, em Lisboa, provocou perto de 400 despedimentos e uma quebra de 70% no volume de negócios destes espaços. O levantamento foi feito pela Associação de Comerciantes do Bairro Alto que está actualmente em negociações com a Câmara para voltar a alargar os horários de funcionamento.
A primeira vez que as duas partes se sentaram à mesa foi em Janeiro, a pedido dos comerciantes do Bairro Alto. A reunião foi solicitada logo em Outubro, mas a Câmara só marcou o encontro em Janeiro. Nessa altura, a associação apresentou uma nova proposta de horários: no Verão (entre 15 de Junho e 15 de Setembro), os bares abririam até às 3h todos os dias. No Inverno, até às 2h, excepto às sextas e sábados, que estariam abertos até às 4h (o horário antigo), mas, a partir das 2h, as portas seriam fechadas e as pessoas concentradas no interior dos bares.
A Câmara concordou em analisar a proposta e marcou uma nova reunião para Maio, para se avaliar o impacto da redução de horário de funcionamento. Essa reunião foi sucessivamente adiada até à passada terça-feira. António Costa comprometeu-se a dar uma resposta numa outra reunião, agendada para hoje. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa confirmou a existência de negociações sobre eventuais ajustamentos aos horários de encerramento dos bares.
Quase 400 desempregados desde a decisão da Câmara
A medida de redução dos horários dos bares das 4h para as 2h - apoiada pelos moradores, mas fortemente contestada pelos comerciantes -, foi decidida pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, em Outubro do ano passado. Na altura, o autarca de Lisboa justificou-a com a necessidade de devolver qualidade de vida aos moradores. Mas para João Gonzalez, presidente da assembleia-geral da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, esta medida resultou em perda de qualidade de vida para quem lá mora "porque a maioria das pessoas que habita do Bairro Alto também tem o seu negócio ali ou trabalha nesses negócios. A partir do momento em que os proprietários se vêem obrigados a despedir, essas pessoas são as primeiras a ser prejudicadas".
Desde Outubro até Junho, diz João Gonzalez, perto de 400 pessoas perderam o emprego. Segundo a Agência Lusa, os novos horários de fecho dos bares no Bairro Alto estão a direccionar os clientes para o Bairro de Santos.
A Associação teme que, com a coligação de António Costa com Helena Roseta para a Câmara, o Executivo volte atrás e fique indisponível para considerar a proposta da Associação, uma vez que a Costa pode ficar numa posição mais confortável no que respeita à contagem de votos.
No r/c era o Café Cubana, do meu avô! Como recordo...
Estou disponível para o que for necessário
AS Curvelo-Garcia
curvelogarcia@netcabo.pt
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