29/09/2006

Apresentado o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE)

(Foto: CML) (*)


É a CML quem nos diz: "(...) Assim, constituem os principais objectivos do PUALZE:

·Regulamentar a intervenção arquitectónica e urbanística;
·Requalificar e criar espaços públicos;
·Definir novos percursos pedonais;
·Melhorar das condições de fruição;
·Potenciar as zonas verdes;
·Regulamentar o trânsito automóvel;
·Localizar novos equipamentos e actividades estruturantes;
·Fixar a população residente;
·Manter a função predominantemente habitacional
."

Comentários:
1. Este PUALZE inviabiliza qualquer retoma da habitação na Avenida da Liberdade e envolvente, privilegiando unicamente o sector terciário, com o argumento capcioso que "aqueles níveis de poluição não permitem habitação".
2. Este PUALZE contribuirá para a demolição e/ou alteração dos escassos edifícios de traça antiga existentes na Avenida, com excepção dos já classificados.
3. Este PUALZE viabilizará a destruição dos logradouros ainda existentes na Rua do Salitre, ao permitir a construção de parques de estacionamento subterrâneo.
4. Este PUALZE prevê a construção de uma série de estacionamentos subterrâneos em zonas altamente sensíveis (cruzamentos Avenida-Al.Herculano, Avenida-Barata Salgueiro, toda a extensão da Rua de Santa Marta), cuja efectiva utilidade é um equívoco.
5. Este PUALZE peca por escasso no que toca ao condicionamento da circulação automóvel e à "pedonalização" de algumas vias, elemento fundamental para se recuperar aquela zona como zona de fruição pelas cidadãos.

À margem:

1. A cerimónia decorreu no Teatro Variedades, o que teve o efeito perverso de fazer com que todos os presentes quisessem no seu íntimo que aquele barracão seja demolido. Aliás, excepção feita ao Capitólio, o Parque Mayer é uma feira que importa demolir.

2. A cerimónia foi precedida de fanfarra de tambores, e precebeu-se o porquê: os tímpanos da audiência precisavam de ser furados previamente, de modo a suportarem os discursos da praxe, para inglês ver.

3. Um casal mirando um dos cartazes dizia entre si: "só vamos saber realmente o que isto é quando as obras começarem". Logo um terceiro elemento sentenciou: "aí já será tarde".

4. O nome mais falado durante toda a sessão foi ... Rosa Araújo. Nem o tempo nem o modo são iguais, nem, sobretudo, os homens.

5. Palmas para o Arquitecto responsável pelo projecto! Palmas por aguentar há 16 anos a CML. E palmas por vir do Porto ensinar aos lisboetas como devem viver.

PF

(*) Porque ri desta maneira o Sr.Presidente da Junta de São José? Será pelo que tem afirmado em prol do projecto de hotel para o Palacete Ribeiro da Cunha?

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