Ex.mo Sr. Presidente,
Prof. Carmona Rodrigues
Vimos por este meio alertá-lo, a si e aos seus serviços, para a URGÊNCIA de regulamentar a actuação da CML em termos de colocação, manutenção, reposição e substituição do mobiliário urbano; uma vez que a mesma tem vindo a ser feita nas últimas décadas aparentemente sem nexo: bem, aqui; mal, ali; parecendo navegar aos sabor do (des)interesse do momento.
O caso mais grave decorre neste preciso momento com a substituição de uma série de candeeiros ( genuínos e de época) em zonas nobres da cidade como as Avenidas Novas, Alvalade, Rodrigo da Fonseca e adjacentes, Rua do Loreto, Largo do Calhariz e Calçada do Combro, por exemplo, mas também Benfica e outras, onde se assiste ao abate e à substituição de variadíssimo material em bom estado de conservação e na plenitude das suas capacidades técnicas, por material moderno, sem qualquer preocupação estética, e de critério estético medíocre.
Acresce a esta situação o facto dessa "mega-empreitada" ter sido iniciada e ter decorrido até há poucos dias sem sequer terem sido ouvidas as pessoas que, recorde-se, são quem elege as Vereações.
Contudo, e muito recentemente, graças aos protestos de variadíssimos lisboetas, uns anónimos , outros com responsabilidades a nível das Juntas de Freguesia, etc., foi possível garantir a suspensão da empreitada, aguardando-se neste momento pela reposição do material retirado , que, recordamos, se encontra d epositado nos terrenos da sede da Divisão de Iluminação Pública (DIP) nos Olivais (quando já não existe espaço são também depositados nos terrenos municipais da Avenida 24 de Julho, Nº 171 ) . Acresce ainda que, situação vergonhosa, depois do abate, os candeeiros de ferro forjado (ex: consolas de 1953) e de ferro fundido (ex: colunas tipo "caravela" de 1949) são vendidos para a sucata!!!
Vimos, por isso, convidá-lo para duas iniciativas:
Uma primeira que consiste em connosco fazer um circuito, em dia e hora que se acorde entre todos, de modo a lhe demonstrarmos in loco os nosso pontos de vista.
A segunda, que consiste em que V.Exa. agende para discussão em sessão pública da CML estes assuntos:
- Explicação dos verdadeiros motivos da delapidação dos candeeiros de Lisboa e explicação dos critérios estéticos e funcionais das peças medíocres que os substituiram;
- Planeamento, protecção e manutenção do mobiliário urbano da cidade de Lisboa;
Interrupção definitiva da mega-empreitada de substituição dos candeeiros das Avenidas Novas, Alvalade, etc., com reposição imediata dos mesmos;
- Mais pedimos que a referida reposição comece a ser feita, com carácter URGENTE ( de modo a que as peças retiradas não se extraviem ) a título exemplar e simbólico, junto ao Fórum Lisboa, que comemora 50 anos, e cujos candeeiros eram, até há pouco tempo, da década de 40, estavam em bom estado e iluminavam a zona sem qualquer tipo de problema.
Na expectativa de uma actuação de V. Exa., subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Fernando Jorge e Nuno Caiado
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7 comentários:
E além dos candeeiros, há que falar no restante mobiliário urbano: mesas, bancos, paragens de autocarros, quisoques, todo o tipo de candeeiros, placas de sinalização, sentidos e indicações etc etc.
Em Lisboa assiste-se á renovação sucessiva deste tipo de equipamentos por modelos cada vez mais horrorosos.
E a mudança é sempre tão rápida e sucessiva que apenas leva a crer que alguém na CML terá interesses nas empresas detentoras dos modelos.
Ao contrário de Madrid e Barcelona (lá volto eu a falar nelas) a opção foi sempre por modelos clássicos (quase sempre arte nova), que perduram no tempo e resistem às modas, dando m outro aspecto ás ruas das cidades.
Óbvio que também há opções modernitas e contemporâneas, mas sempre tendo em conta o contexto urbano ou seguindo um plano de intervenções.
Há quiosques em Lisboa que nem num mercado piolhoso se aceitariam, quanto mais nos eixos centrais ou históricos da cidade....
E por acaso já alguém tomou atenção à plantação de placas de sinalização ao longo da Av. Fontes Pereira de Melo (a avenida central de uma capital europeia que merece o título da mais suburbana, desorganizada, poluída e feia). A Avenida foi invadida por uma praga de placas (não só de obras) que além da poluição visual, impedem a circulação nos (minúsculos) passeios.
Já vi, sim, e é uma vergonha. E aquelas cancelas que puseram junto ao Saldanha Residence, por causa de um litígio qq entre proprietário do prédio e CML. E as placas centrais, diminutas? E o tempo de passagem de peões, em frente ao inenarrável atentado ambiental que foi a destruição do jardim do Palácio Sottomayor e consequente construçao de um c.c. fantasma e falido, um centro de escritórios virtual, etc.? E os atentados que nos esperam para os gavetos da AAA e 5 Out.?? Isto só há uma coisa a fazer: EMIGRAR!
Emigrar, que destino......;-))
JA
Aliás, já que muitas vezes se copiam modelos estrangeiros e não se assimilam, há aqueles que bem podiams er decalcados.
Compare-se o Passeio de la Castellana em Madrid. Bem se podieria estruturar o eixo entral de Lisboa (Liberdade/Fontes Pereira de Melo/Republica/Campo Grande) nos mesmos moldes.
Ali não vi qualquer um dos vários erros cometidos em Lisboa:
a) mobiliário urbano;
b) recuperação do edificado;
c) limitação de nova construção;
d) arranjo urbanístico e espaços verdes;
e) sinalização;
f) (des)respeito pelos peões;
g) limitação ao tráfego;
h) animação cultural.
Enfim....
O pior de tudo, é que colonizados pelos espanhóis, há muito que estamos - desde que vi batedores da Guardia Civil capitanearem uma etapa da Vuelta, em pleno Guincho; depois vi a triste figura das negociações dos caudais dos rios comuns, mais TGV; as lojas mais visitadas por portugueses serem todas espanholas, a fruta que comemos, idem, etc., etc. ... o pior de tudo é ... não, não é ver que os habitantes de Olivenza não querem ser portugueses, por mais ganas disso que tenham alguns, não ... o pior mesmo é que não há meio de aprendermos com eles na forma de viver a vida, planear e corrigir as coisas, ver a longo prazo, etc.
Veja-se as circulares em volta de Madrid. Os habitantes dessas zonas estão sempre mortinhos por ver qdo é que o estado resolve fazer uma circular, porquê? Porque sabem que com isso virão espaços verdes, reabiltação, requalificação, etc. (aliás, isso mesmo é a zona onde os madrilenos resolveram lançar o Rock-in-Rio ... e não, como parolamente, a CML deu de mão beijada o terreno do Pq.Bela Vista ... como se o alcalde de Madrid desse o Parque do Retiro ao RinR ... IMPENSÁVEL)).
Aqui, circular, via-rápida, significa caos urbanístico, diminuição de qualidade de vida.
Lá, já se começa a demolir o mal que se construiu na Costa del Sol, na Costa Brava, etc. Aqui, depois de se estragar o Algarve e a Costa do Estoril (desculpem, mas não alinho nesse "copy paste" de Costa do Sol), zona Oeste e Noroeste, oferece-se a do Sudoeste. FORÇA! Brevemente, estaremos em Marte!
Não diria melhor.
É certo que também Madrid tem subúrbios muito maus, mas são a excepção numa miríade de cidades satélite bem planeadas, com espaços verdes e bem servidas de transportes rodoviários e ferroviários.
De impossível comparação.
E pensar que há pouco mais de 20 anos Madrid era uma cidade mediana e hoje é uma das cidades mais punjantes e florescentes do Mundo.
Nem mais.
Mas o mais engraçado é ver-se a moda que afecta o nosso burgo: só se fazem comparações com Barcelona. A propósito de tudo, lá vem o exemplo de Barcelona. Anda tudo babado com a capital catalã ... qdo aqui perto o mundo mudou:
1. Cáceres
No meio da barafunda da parte moderna, há autocarros movidos a gás natural e totalmente não poluentes. O centro histórico está um brinco. O comércio, pujante, com milhares de cafés, para todos os gostos e bolsas.
2. Mérida
O que era uma cidade-vila mais que mediana, tem uma vida que se compara já com a de Lisboa. E um fluxo turístico impressionante.
3. Ayamonte
O que era um local pacóvio onde os portugueses, mormente os algarvios de VRStº Antº iam às compras, e dar um ar da sua graça, há 30-40 anos, agora é mais desenvolvida do que Faro.
O mesmo em relação a Vigo, Salamanca, e Badajoz.
Barcelona? Madrid? Valência? Ora. Qualquer dia, até Saragoça.
Bolas, já nem os muros de pedra granítica das aldeias das Beiras Interior e Alta, que são vendidos ao kg aos espanhóis para comporem os seus jardins. Levam-nos as oliveiras; produzem avestruzes e porcos pretos no Alentejo.
E nós? Venham campos de golfe! Ah, grandes líderes!
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