Talvez não seja exagerado dizer que Lisboa não tem arte pública digna desse nome desde os tempos em que Consiglieri Pedroso presidiu aos destinos do Metropolitano e, nesse quadro, deu alento decisivo ao projecto “Arte no Metro”. Disseminando-a pelas estações de terceira geração e humanizando esse outro lado da cidade, como já antes, na primeira fase da rede, Maria Keil dera cor e luz às estações desenhadas por seu marido, Francisco Keil do Amaral.
À superfície, pelo contrário, a arte pública que vemos ser hoje criada na capital tem-se pautado, quase sempre, por um emaranhado de peças disformes, de significado hermético e/ou de deficiente resistência ao meio, dada a inadequação dos seus materiais. Não haverá uma saída? Há. As fotos acima reportam-se a dois trabalhos de pintura mural do artista plástico alemão Gert Neuhaus, sendo o primeiro de 1989, no remate de um quarteirão de Charlottenburg, em Berlim. Com uma ligeira variação de ângulo, uma imagem dessa mesma intervenção deu por estes dias a volta ao mundo pela objectiva de um fotógrafo da Agência EFE. Apesar de ter quase 20 anos, é um bom exemplo de uma outra forma de fazer arte pública sem ferir a envolvente, tirando partindo da empena cega de um edifício. E um bom exemplo também de como a nobre arte da pintura em trompe l’oeil pode ser utilizada nos nossos dias. Com imaginação e, sobretudo, com sensibilidade.
Créditos da primeira imagem: Christianne Neuhaus; créditos da segunda imagem: www.tripolt.com/fassadenbilder.htm
À superfície, pelo contrário, a arte pública que vemos ser hoje criada na capital tem-se pautado, quase sempre, por um emaranhado de peças disformes, de significado hermético e/ou de deficiente resistência ao meio, dada a inadequação dos seus materiais. Não haverá uma saída? Há. As fotos acima reportam-se a dois trabalhos de pintura mural do artista plástico alemão Gert Neuhaus, sendo o primeiro de 1989, no remate de um quarteirão de Charlottenburg, em Berlim. Com uma ligeira variação de ângulo, uma imagem dessa mesma intervenção deu por estes dias a volta ao mundo pela objectiva de um fotógrafo da Agência EFE. Apesar de ter quase 20 anos, é um bom exemplo de uma outra forma de fazer arte pública sem ferir a envolvente, tirando partindo da empena cega de um edifício. E um bom exemplo também de como a nobre arte da pintura em trompe l’oeil pode ser utilizada nos nossos dias. Com imaginação e, sobretudo, com sensibilidade.
Créditos da primeira imagem: Christianne Neuhaus; créditos da segunda imagem: www.tripolt.com/fassadenbilder.htm
2 comentários:
concordo quando afirma que "a arte pública que vemos ser hoje criada na capital tem-se pautado, quase sempre, por um emaranhado de peças disformes, de significado hermético e/ou de deficiente resistência ao meio, dada a inadequação dos seus materiais." Um péssimo exemplo disto é o "monumento ao calceteiro" inaugurado pelo então presidente da CML, Carmona Rodrigues, no passado dia 15 de Dezembro de 2006. Para quem teve o infortúnio de ver a "escultura" de mau gosto instalada no Largo da Igreja de S. Nicolau (Baixa), percebe do que se está a falar...
Saberão porventura os senhores distinguir arte de, por exemplo, artifício, artesanato ou outras manifestações similares? Será um problema de hermetismo ou de resistência ao meio artístico e cultural? Será porventura o trabalho do calceteiro uma arte? (confesso que suspeito do valor artístico de uma peça chamada "homenagem uma calceteiro, mas não é disso que se trata) E não o do escultor?
São mesmo muito giras as pinturinhas das empenas.
António Maria
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