Tem-se falado tanto de Plano Verde nos últimos dias que resolvi saber mais sobre o assunto. Nada melhor do que perguntar ao ex-presidente da Quercus de Lisboa. Fiquei a saber que Plano Verde e Parque Periférico são realidades de que já se fala e escreve desde os anos 90 e que estão incluídas no lano Director Municipal (1994).
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Pergunta de José Carlos Mendes:
Fala-se hoje muito do Plano Verde para a Cidade de Lisboa. Sei que é uma matéria que não é nova. Sei que já se fala há muito deste Plano. E os leitores gostariam de saber, de certeza, como é que se conjugam o Plano Verde e o Parque Periférico (já incluído no Plano Director Municipal de 1994)?
Resposta de Carlos Moura:
O Plano Verde não é uma novidade. De facto, tendo sido desenvolvido durante a vigência das Coligações, Por Lisboa e Com Lisboa, representava uma interrelação entre as várias categorias de Espaço Verde, criando um todo coerente que garantia o estancar do crescimento do Betão na cidade e da sua impermeabilização, garantindo ao mesmo tempo um fluxo ecológico dentro da cidade que se reflectiria na periferia.
Com efeito procurava-se a ligação entre Estrutura Verde Principal – Constituída pelos Grandes Parques Urbanos, de que o Parque Periférico é um exemplo – e a Estrutura Verde Secundária constituída pelos Parques de menor dimensão, os de proximidade e os logradouros dos quarteirões.
O Parque Periférico, constituiria assim neste todo uma espécie de anel que impediria a ligação betonizada entre Lisboa e as Cidades limítrofes, permitindo que o contínuo urbano de facto existente ganhasse em qualidade de vida nos vários municípios.
O Plano Verde da Cidade de Lisboa foi então vertido para o PDM, constituindo pedra de toque desta realidade, e aí o Parque Periférico, como elemento chave deste continuo foi também vertido para o PDM, pese embora com algumas limitações.
O facto de não ter sido cabalmente realizado, ainda que respeitada a sua existência até 2001, permitiu que, após esta data, uma visão de espaço urbano como recurso explorável e de valorização mercantil, pusesse em grande parte em causa a concretização desta peça fundamental do Plano Verde, prevendo novas cedências territoriais.Inviabilizar este Parque, que pertence à estrutura fundamental equivale a inviabilizar também o Plano Verde e por consequência criar uma situação em que a revisão do PDM apenas verificará a incapacidade de prosseguir os objectivos traçados em termos de qualidade de vida.
Fala-se hoje muito do Plano Verde para a Cidade de Lisboa. Sei que é uma matéria que não é nova. Sei que já se fala há muito deste Plano. E os leitores gostariam de saber, de certeza, como é que se conjugam o Plano Verde e o Parque Periférico (já incluído no Plano Director Municipal de 1994)?
Resposta de Carlos Moura:
O Plano Verde não é uma novidade. De facto, tendo sido desenvolvido durante a vigência das Coligações, Por Lisboa e Com Lisboa, representava uma interrelação entre as várias categorias de Espaço Verde, criando um todo coerente que garantia o estancar do crescimento do Betão na cidade e da sua impermeabilização, garantindo ao mesmo tempo um fluxo ecológico dentro da cidade que se reflectiria na periferia.
Com efeito procurava-se a ligação entre Estrutura Verde Principal – Constituída pelos Grandes Parques Urbanos, de que o Parque Periférico é um exemplo – e a Estrutura Verde Secundária constituída pelos Parques de menor dimensão, os de proximidade e os logradouros dos quarteirões.
O Parque Periférico, constituiria assim neste todo uma espécie de anel que impediria a ligação betonizada entre Lisboa e as Cidades limítrofes, permitindo que o contínuo urbano de facto existente ganhasse em qualidade de vida nos vários municípios.
O Plano Verde da Cidade de Lisboa foi então vertido para o PDM, constituindo pedra de toque desta realidade, e aí o Parque Periférico, como elemento chave deste continuo foi também vertido para o PDM, pese embora com algumas limitações.
O facto de não ter sido cabalmente realizado, ainda que respeitada a sua existência até 2001, permitiu que, após esta data, uma visão de espaço urbano como recurso explorável e de valorização mercantil, pusesse em grande parte em causa a concretização desta peça fundamental do Plano Verde, prevendo novas cedências territoriais.Inviabilizar este Parque, que pertence à estrutura fundamental equivale a inviabilizar também o Plano Verde e por consequência criar uma situação em que a revisão do PDM apenas verificará a incapacidade de prosseguir os objectivos traçados em termos de qualidade de vida.
2 comentários:
Só uma pequena correcção ao comentário da foto: o Parque da Bela Vista, que pertence à estrutura verde principal, não está incluído no "Parque Periférico". Integra sim a chamada macro-unidade "Parque Oriental", que inclui/incluía também o Parque de Alvalade e o Parque da Madre Deus, entre outros. O Parque Periférico, como o nome indica, engloba espaços localizados no limite da cidade e resultou da evolução de uma estrutura prevista em todos os planos directores realizados no séc. XX (que, naturalmente, teve nomes e objectivos diferentes). Em traços largos, localiza-se entre Benfica e o Alto do Lumiar.
A separá-los está, pelo menos por enquanto, a extensa área ocupada pelo aeroporto da Portela.
Tem toda a razão. Ribeiro Telles in «Lisboa Urbanismo», 1998: «O Parque Periférico é constituído por uma estrutura contínua reticulada que vai desde o Parque de Monsanto até à Ameixoeira». Ver:
http://ulisses.cm-lisboa.pt/data/002/003/001/artigo.php?ml=2&x=b2a1pt.xml
Faz parte é de um dos corredores do Plano Verde, o Corredor de Chelas, na formulação de Ribeiro Telles na mesma revista, em 2001. Ver:
http://ulisses.cm-lisboa.pt/data/002/003/004/artigo.php?ml=3&x=b16a1pt.xml
Vou alterar. Obrigado pela rectificação.
JCM.
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