A faixa ribeirinha de Lisboa tem vestígios portuários de há cerca de 2.800 anos, disse à Lusa a arqueóloga do meio náutico Maria Luísa Blot, que apresentará sábado uma conferência sobre esta temática.
«Lisboa: Arqueologia de uma cidade marítima plurimilenar» é o título da conferência que Blot proferirá sábado de manhã no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, integrada no ciclo «Memórias do Mar - Aventuras Transoceânicas».
«Na minha palestra - explicou - irei fazer um percurso mental de investigação, percorrendo a evolução cronológica das estruturas portuárias na região que hoje chamamos Lisboa, desde que há estruturas habitacionais na informal praia fluvial há 2.800 anos».
Maria Luísa Blot coordena actualmente o Inventário Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (Carta Arqueológica) da actual Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática, do IGESPAR (Instituto de gestão do património Arquitectónico e Arqueológico).
Na palestra de sábado, a arqueólogo tenciona inda «alertar para a interdisciplinaridade necessária quando se estudam cidades portuárias, como é o caso de Lisboa, que foi desde sempre uma forma geográfica permissiva à ligação terra/mar».
Antes da época das descobertas (séculos XV e XVI) já o porto de Lisboa era essencial na ligação entre o Norte e o Sul da Europa.
Ao longo dos séculos a faixa ribeirinha portuária «foi-se especializando com um nítida ligação à vida económica».
Eram conhecidos os cais do trigo, do ferro ou de Santarém, de acordo com as actividades específicas, indicou a investigadora.
Maria Luísa Blot considera «essencial que se divulgue cada vez a arqueologia subaquática e náutica», pelo que estas conferências se destinam ao grande público «como uma forma de sensibilização».
A arqueologia subaquática estuda os materiais históricos encontrados no fundo do mar, como navios ou as suas cargas, e a náutica os vestígios do meio marítimo, como barcos ou estruturas ligadas ao mar encontrados em meio terrestre.
Maria Luísa Blot coloca maior ênfase num ciclo destinado a grupos escolares do ensino secundário, que se iniciará dia 29 de Outubro, também no Padrão dos descobrimentos, a Belém.
Intitulado «Um mergulho na História - Enigmas e descobertas da arqueologia subaquática», pretende «sensibilizar os mais novos para uma área de estudo que suscita cada vez mais interesse».
Depois da palestra de Maria Luísa Blot, o ciclo «Memórias do Mar - Aventuras Transoceânicas» prossegue com Nuno Monteiro, Vanessa Loureiro e Estácio Reis.
Diário Digital / Lusa
24-10-2007 12:03:00
Pois é, Lisboa não se concebe sem o seu porto e terá de haver espaço na cidade para a actividade portuária.
Mas isto não pode servir de argumento para roubar o rio aos lisboetas nem para a APL fazer tudo o que lhe apetece.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
E a A.P.L. tem que respeitar as zonas que correspondem a áreas R.E.N. sejam de aluvião, sejam de escorrências e foz de ribeiros e não construir sem ser em articulação e coordenação com a C.M.L. (ou vamos começar a ter muito Lux!).
Claro que a articulação entre todos é fundamental e a definição das áreas de tutela (que segundo o Tribunal de contas 2007) não foram nunca definidas!
Porto sim
Cidadania com o rio sim
António Eloy
Nem mais
Enviar um comentário