04/03/2008

O que propõem os arquitectos escolhidos na primeira fase do concurso para reabilitar um espaço emblemático da cidade

In Público (4/2/2008)


«Aires Mateus & Associados (1.º lugar)
O projecto parte de duas ideias fundamentais, explica Manuel Aires Mateus: "Estender o mais possível o Jardim Botânico para proteger o seu núcleo precioso" e "rasgar o espaço público, com praças e ruas" para ligar os vários pontos da cidade. O teatro Capitólio será a referência para uma praça principal, vocacionada para actividades culturais e artes performativas. "É prematuro falar para já de quantidade [definitiva] de construção", frisa o arquitecto, mas este é sem dúvida um projecto que "constrói espaço público". De resto, o júri atribuiu-lhe uma nota de 100 por cento. No plano, o Botânico estende-se até à periferia construída. Com uma área de construção estimada actualmente em 25 mil metros quadrados, o projecto inclui bibliotecas e livrarias especializadas em artes plásticas, audiovisuais e artes de palco, residências para artistas, escolas alternativas, espaços de exposição (um dos quais de grande dimensão, ocupando o Picadeiro do Antigo Colégio dos Nobres). O plano idealiza ainda a recuperação e a revitalização do museu da Faculdade de Ciências, bem como de vários percursos pedonais.

ARX Portugal
(2.º lugar)
A aposta é na cultura: 5100 metros quadrados de teatro e cinemas, um Museu da Comédia, ateliers de artes plásticas, galerias e oficinas são algumas das infra-estruturas projectadas pelo gabinete ARX. A ciência também tem um papel de relevo: para além da reestruturação dos núcleos museológicos actuais, prevê-se uma estufa, um borboletário e um centro de interpretação. Uma das ideias fortes do projecto, segundo José Mateus, do ARX, é a de "criar percursos novos de atravessamento" que garantam a dinamização da zona. Pretende-se também criar uma relação forte entre o quarteirão do Parque Mayer e a área em redor, nomeadamente a Praça da Alegria. Para isso está previsto um grande edifício novo, completamente permeável, com frente para o Parque e a Praça da Alegria, com salas para teatro, cinema, uma grande loja-âncora. De resto, o projecto aposta mais em "intervenções cirúrgicas" nos edifícios já existentes do que em nova construção.

Vão Arquitectos Associados (3.º lugar)
Cinema, teatro, museu, restauração num total de 14.344 metros quadrados: o lazer pauta o plano apresentado pelo gabinete Vão Arquitectos Associados. O Edifício Bioclimático, um complexo habitacional amigo do ambiente de 6396 metros quadrados, é outra das principais apostas. A criação de alojamentos para investigadores e de um observatório são outras das propostas da equipa.
Chave para o atelier Vão Arquitectos é a ideia da micropenetração. João Rosado explica: trata-se de criar na envolvente do Jardim Botânico pequenas aberturas, aproveitando por exemplo edifícios demolidos, e permitindo que as pessoas atravessem a zona, descendo, pelo Parque Mayer, até à Avenida da Liberdade.

Souto Moura Arquitectos (4.º lugar)
Dois terços do edifício da antiga Escola Politécnica recheados por um museu da ciência à imagem do de Barcelona (que em 2006 venceu o Prémio Europeu do Museu do Ano, promovido pelo Conselho da Europa) é uma das propostas centrais do gabinete Souto Moura Arquitectos. O projecto prevê também dois hotéis, um SPA e um centro de congressos, bem como valências destinadas à habitação e ao comércio. [Não foi possível contactar Eduardo Souto Moura por se encontrar fora do país.]

Gonçalo Byrne Arquitectos (5.º lugar)
Romper o isolamento do Parque Mayer, criando uma grande permeabilidade da zona, é um ponto central do projecto de Byrne. Prevê-se, aliás, "a regeneração de todo o bairro em torno da Praça da Alegria". A par disso, Byrne propõe "enquadrar o edifício do teatro Capitólio num denso tecido urbano multiusos".
Hotelaria, escritórios e área habitacional são, aliás, os elementos-chave do projecto apresentado pela equipa de Gonçalo Byrne, perfazendo cerca de 90 por cento dos 66152 metros quadrados considerados. Para o quarteirão que compreende o Parque Mayer, o Jardim Botânico e o edifício da antiga Escola Politécnica, o plano inclui ainda um Museu de História Natural e Ciência, bem como residências para investigadores. As actividades culturais são outra das apostas de Byrne, que prevê a criação de cinemas, teatros e ateliers.»

As ideias de G.Byrne, mais uma vez, são perigosas. Quanto ao resto, é tudo muito bonito, mas se o negócio for declarado nulo, tudo isto é para 'entreter o pagode'.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mais do mesmo e não existem garantias de qualidade de intervenção.
Aliás com a qualidade do juri que foi constituido só poderia ter este resultado.
A turma do costume venceu, é sempre a mesma pandilha e alternativas não existem.

São os arquitectos do regime. Numa ordem com 15.000 arquitectos surpreende que sejam sempre os mesmos.

Filipe Melo Sousa disse...

cinco elefantes brancos. como gastar dinheiro em coisas que não são precisas quando a câmara está afogada em dívidas

Anónimo disse...

ESTÁ A DECORRER UMA PETIÇÃO PARA TRAVAR A CONSTRUÇÃO DE MAIS UM MASTODONTE, NO LARGO DO RATO.
CLARO ESTÁ QUE É DA AUTORIA DE UM DOS "HABITUÉS".

Anónimo disse...

Será que o 1º lugar foi atribuido convenientemente a estes devido à falta de pagamento de outras encomendas?