in Público, 11.07.2008, Alexandre Soares
A Câmara Municipal de Lisboa vai pintar apenas o primeiro andar das fachadas do Bairro Alto, ao contrário do que tinha sido anunciado em Maio durante a apresentação do projecto de intervenção para a zona. A revelação foi feita pelo arquitecto da autarquia Paulo Porfírio durante um encontro informal de três dias na galeria Zé dos Bois, onde se discutiu o estado actual das paredes daquela área histórica da cidade.
Segundo Paulo Porfírio, a recuperação de fachadas será feita apenas ao nível do primeiro andar, não só por ser esta a parte dos prédios que se encontra mais degradada, mas também por falta de verbas. Confrontados com a novidade, alguns graffiters (writers) presentes no encontro afirmaram que esta intervenção é "inútil", que mostra "má vontade da câmara" e que em poucos meses as paredes do Bairro Alto estarão iguais. Os writers mostraram-se ainda desagradados com o estado actual do bairro, principalmente ao nível da limpeza, considerando a iniciativa da autarquia insuficiente.
A discussão do projecto deveria ter sido feita em conjunto com os graffiters, mas "nenhum que eu conheço foi consultado", censurou o writer Slap. Para este graffiter, recuperar apenas o primeiro andar mostra a falta de interesse da câmara em reabilitar verdadeiramente a zona. Slap avisou ainda que os writers já têm dispositivos que lhes permitem pintar os segundos e terceiros andares e que, se for preciso recorrer a estes meios para que a autarquia recupere a totalidade das fachadas, assim será.
O plano da autarquia para o Bairro Alto arranca em Setembro e abrange uma parte da Rua da Misericórdia, da Travessa da Espera e da Rua do Norte. Inclui ainda a instalação de uma protecção anti-graffiti, uma acção preventiva que assenta na distribuição de kits de limpeza a moradores e comerciantes e a instalação de câmaras de videovigilância.
A Câmara Municipal de Lisboa vai pintar apenas o primeiro andar das fachadas do Bairro Alto, ao contrário do que tinha sido anunciado em Maio durante a apresentação do projecto de intervenção para a zona. A revelação foi feita pelo arquitecto da autarquia Paulo Porfírio durante um encontro informal de três dias na galeria Zé dos Bois, onde se discutiu o estado actual das paredes daquela área histórica da cidade.
Segundo Paulo Porfírio, a recuperação de fachadas será feita apenas ao nível do primeiro andar, não só por ser esta a parte dos prédios que se encontra mais degradada, mas também por falta de verbas. Confrontados com a novidade, alguns graffiters (writers) presentes no encontro afirmaram que esta intervenção é "inútil", que mostra "má vontade da câmara" e que em poucos meses as paredes do Bairro Alto estarão iguais. Os writers mostraram-se ainda desagradados com o estado actual do bairro, principalmente ao nível da limpeza, considerando a iniciativa da autarquia insuficiente.
A discussão do projecto deveria ter sido feita em conjunto com os graffiters, mas "nenhum que eu conheço foi consultado", censurou o writer Slap. Para este graffiter, recuperar apenas o primeiro andar mostra a falta de interesse da câmara em reabilitar verdadeiramente a zona. Slap avisou ainda que os writers já têm dispositivos que lhes permitem pintar os segundos e terceiros andares e que, se for preciso recorrer a estes meios para que a autarquia recupere a totalidade das fachadas, assim será.
O plano da autarquia para o Bairro Alto arranca em Setembro e abrange uma parte da Rua da Misericórdia, da Travessa da Espera e da Rua do Norte. Inclui ainda a instalação de uma protecção anti-graffiti, uma acção preventiva que assenta na distribuição de kits de limpeza a moradores e comerciantes e a instalação de câmaras de videovigilância.
10 comentários:
Vivam os Graffiters!Estão a dar voz ao Bairro!
A Câmara de Lisboa não entende e não ouve nem os moradores,nem os Grafitters.Ela é tão vácua, tão falida,tão autista,tão incompetente e tão arrogante, como todo o centrão no poder.
Grafittem tudo,com o auxílio dos bombeiros e da polícia(eles ajudam) e não se esqueçam das casas do Dr Costa, do Arq Salgado, Dr Sá Fernandes,do Eng Carmona(grande cínico!),do Dr Marcos (etc) de toda aquela tropa fandanga que levou e leva a Câmara á falência em que está.
A Câmara de Lisboa consegue ser a maior vergonha de todo o Poder autárquico da Nação!
12-7-08 Lobo Villa
Agora os grafitters são um parceiro de concertação social? Isto é para a risota geral.
Esta também não percebo... estraga-se para se mostrar que está mal?!
É que se vamos por aí... não, esqueçam, sinceramente não há maneira de ir por aí...
Eu também não percebi esta... E que tal a CMLisboa falar também com a Associações dos Urinadores da Via Pública e com a dos Vomitadores por Lisboa?
É que grafitis com cheirinos tipicos dá um espaço lúdico e turistico fantástico...
Ai, ai, ai,...
Já agora, que kits são esses, que a CML vai entregar aos moradores? E porque será que ninguém fala nestes kits? Ainda há pouco tempo perguntei aos serviços da CML se havia algum serviço ou dispositivo na Câmara à disposição dos cidadãos que de repente vissem a sua fachada borrada de "tags", como me aconteceu. Ninguém falou em kit. Disseram apenas que teria de ser eu a suportar os custos da limpeza da fachada. Muitos competentes e preocupados, estes senhores.
Vera Nobre
nota: os prédios que graffitam não são da CML! São propriedade privada!
Um vergonha este bairro alto, tenho nojo de lá ir!
Uma vergonha a polícia por nada fazer.
Uma vergonha o Sr. Costa por ter dito que ia limpar a cidade!
A cidade não se suja sozinha.
Mas os grafitters, esses, já toda a gente sabe que são uma vergonha...
"Agora os grafitters são um parceiro de concertação social? Isto é para a risota geral."
Vá lá, assino em baixo...
Consta que também vão reunir com a AAA (Associação dos Amigos do Alheio) e com a AAO (Associação dos Amigos da Onça).
Não reunem com a AAU (Associação dos Amigos da Urbe) por motivos óbvios.
Caros anónimos e restantes,
É pensar de uma forma extremamente redutora, que é através da intensificação de conflitos que se resolvem os problemas, é necessário encontrar pontos de convergência.
O conjunto de comentários que aqui se apresentam não acrescentam nada à discussão, simplesmente ruído.
Aconselho a todos os que se preocupem com pouco mais do que verbalizar a primeira coisa que lhes vem à cabeça em tentar entender os sinais que vêm de todo o mundo civilizado, no que toca ao relacionamento com os graffitis.
Os exemplos estão à vista a Tate modern pinta as suas fachadas, a publicidade usa e abusa da linguagem, a cidade de Manchester, Barcelona entre muitas mais colaboram com os seus artistas de rua e consegue um acréscimo de visitantes, Melbourne gera parcerias com galerias de arte, etc...
Até o velho do Restelo já comprou uma pasta para o filho ir para a escola onde estão latas de graffiti na capa desenhadas...
concertação social sim, muitos dos "vergonhosos" graffitistas que referem acreditam e dispuseram-se a falar e participar no que também não concordam que exista por excesso no Bairro Alto, agora é a vossa parte de avançar e estar abertos à possibilidade de ser feita alguma coisa, que será feita certamente, com ou sem "malta" do Restelo.
http://futurodasparedes.wordpress.com/
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