Já ruiu o interior do edifício; o fogo, que deflagrou por volta das 22h30, propagou-se á cobertura do nº 21 da Avenida da Liberdade e ao nº 6 da rua da Glória.
O edifício encontrava-se devoluto, no entanto, moravam cinco famílias no nº 21, que foram alojadas no cinema S. Jorge.
Segundo a agência Lusa, a polícia referiu que um morador do nº 21, terá dado o alerta de que, na tarde de Domingo, a porta do edifício nº 23 estaria aberta.
Segundo os habitantes dos nºs 21 da Av da Liberdae e nº6 da rua da Glória, já teriam sido efectuadas várias queixas para a CMLisboa, alertando para o estado de degradação do prédio e do tipo de pessoas que usavam aquele edifício; eram tóxico-dependentes e desalojados que o utilizavam.
No entanto e em directo na RTP1, um morador do nº 21, disse não acreditar na teoria de que o incêndio tivesse deflagrado por culpa dos tóxico-dependentes; várias situações estranhas teriam ocorrido, nomeadamente um assalto ao edifício que não chegou a ser concretizado, o que o leva a pensar que serão antes os interesses imobiliários, que fizeram este "serviço"...
Agora cada um que tire as suas ilações sobre mais este drama ...
Luis Marques da Silva
20 comentários:
Fico satisfeito por ainda encontrart um blog tão util como este. Sou um municipe e morador recente da cidade de Lisboa e estou a tentar contribuir da melhor forma. Sou artista plástico, tenho 28 anos e estou a criar uma associação cultural sem fins lucrativos que tem por objectivo tentar criar uma comunidade de trabalho para artistas e uma galeria por eles gerida em espaços cedidos que se encontram devolutos. Irá provavelmente chamar-se BAse Curva. É um desfio exigente e com inúmeras dificuldades no entanto acredito que vale a pena tentar. Aquilo que mais me choca na nossa cidade é sem dúvida a quantidade de edificios e casas abandonadas. Temos de nos unir para combater esta tendência e obrigar pelos menos a câmara a tomar medidas que reactivem os espaços que são sua propriedade para que com outra moralidade possa interferir directamente nas propriedades privadas que estão nesta situação. Eu vivo perto do Martim Moniz mas vejo por toda a cidade espaços vazios e degradados e gritar por ajuda e por iniciativas. Não percebo porque é que sites como o lisboaabandonada.net deixaram de estar activos restando parte da sua base de dados. Obrigado pela vossa iniciativa e toda a informação. Estarei atento.
Manuel
Lanço o seguinte comentário para abrir o debate:
Mas que vantagem alguém teria em provocar um incêndio? A construção em espaço urbano não tem as condicionantes que existem em espaço florestal, onde antigamente se podiam tirar dividendos de tais actos hediondos. A meu ver, o grande problema dos investidores do imobiliário são os longuíssimos tempos de espera para a apreciação dos projectos. Ora isto não melhora com um incêndio, julgo eu.
cumprimentos
Henrique
Henrique:
O abadono do centro das cidades(Lisboa e outras)é uma estratégia "assente", por pressão dos empreiteiros que vão construindo á sua volta,com a cumplicidade das CM's que não querem ou não sabem reabilitá-las.
Porque será que em Portugal se investe 5% na reabilitação e na Europa a média é de 30 a 40% ?
Quem manda nas Câmaras portuguesas são os empreiteiros...
Um abraço
8-7-08 Lobo Villa
Independentemente dos lobbys x ou y o que me parece mais gritante aqui é a inépcia da polícia e da cãmara que devidamente alertadas para o problema por um morador vizinho não actuaram vigiando e encerrando o espaço.
Há ainda a questão da falta de civismo, cidadania e carácter dos proprietários que deixam o imóvel chegar a este estado, nem se preocupando com a sua ocupação abusiva.
Este é um país dominado por incompetentes com baixo sentido de cidadania e do bem comum e este é um dos resultados da predominância desse tipo de pessoas na nossa sociedade.
Lobo Villa,
Concordo consigo relativamente à existência de tal infeliz pressão. No entanto, que benefício para esse lobby traria um acto desta natureza? Não lhes pode até sair o tiro pela culatra - lembremo-nos do acidente de Entre-os-Rios, que fez com que se se começasse a criar um sistema de gestão de obras de arte.
Cumprimentos,
Henrique
E se houvesse algum entrave ao licenciamento do projecto, pelo facto do edifício ou algum em seu redor, esteja classificado.
Nesse caso, o seu desaparecimento, resolveria o problema e como a lei não obriga á reposição dos elementos destruídos, nada obsta a que a licença seja agora emitida.
Não sei, digo eu...
E mais uma vez, a degradação dos edifícios não tem nada a ver com as rendas baixas. São uma vez mais os proprietários analfabetos que não sabem gerir os seus prédios com 2€ de renda que dão e sobram para as obras.
Rendas?
Conhece o significado da palavra "devoluto", certo?
Agora o amigo Filipe Melo Sousa perdeu uma boa oportunidade de tar calado. Lol
O meu amigo não sabe como as rendas baixas se transformam num prédio devoluto? Deixe estar, também não sou eu quem lhe vai explicar.
Se estava devoluto o proprietário podia arrendá-lo ao preço que entendesse... Deves ser loirinho não?
o proprietário podia arrendá-lo ao preço que entendesse
hilariante, patético, ridículo
este pensa que vive num país de direito, não em portugal
p.s.: explique-me a relação entre a pigmentação do cabelo e a inteligencia ja agora :P
"Se estava devoluto o proprietário podia arrendá-lo ao preço que entendesse... Deves ser loirinho não?"
Loirinho deve ser quem fez este comentário. Em que mundo é que vocês vivem? Os prédios degradaram-se devido à lei das rendas. Ficaram em estado lastimoso, os inquilinos morreram e os proprietários faliram. Agora é preciso reconstruir ou recuperar o que existe. Os donos ou os herdeiros não têm dinheiro, logo, ficam à espera que um qualquer fundo imobiliário lhes compre o prédio. Acontece que os fundos só avançam com garantias do poderem reconstruir os espaço o que implica, quase sempre, alterar os interiores ou, destruir e reconstruir (mantendo ou não as fachadas). O mercado de hoje não compra as tipologias do início do século. Querem apartamentos mais pequenos, com mais divisões e com estacionamento.
Mas estamos em Portugal. Em Lisboa. Quando se tenta mudar o que quer que seja, os projectos bloqueiam. Se meter IPPAR nem vale a pena tentar. Até implicam com escadarias interiores. Um particular não tem qualquer hipótese de responder às exigências burocráticas destes organismos.
Comprar no estado em que estão muitos prédios, sem qualquer garantia de viabilização dos investimentos, implica preços baixos. Os proprietários, iludidos, não vendem a baixo preço. Estiveram anos a empobrecer e querem agora a compensação.
E, mesmo que os apartamentos estivessem nas mínimas condições de arrendamento, dificilmente estes proprietários o fariam. Gato escaldado de água fria tem medo. Casa roubada, trancas à porta.
E depois, se por acaso ao fim de muitos anos conseguirem avançar com um qualquer projecto, logo aparecem uns jovens loiros cheios de ideias que iniciarão uma petição contra.
Não é nada fácil.
Jcd, obrigado pelo comentário, foi construtivo.
(De qualquer forma, petições para salvaguardar o que quer que seja ainda só vi de 2 tipos por aqui, o que se considera património de interesse e o mamarracho do Rato e quanto a este ultimo duvido que se aplique a lei das rendas.)
Quanto ao paragrafo "E, mesmo que os apartamentos estivessem nas mínimas condições de arrendamento, dificilmente estes proprietários o fariam. Gato escaldado de água fria tem medo. Casa roubada, trancas à porta." percebo ao que se refere, mas na minha opinião está longe de ser o correcto a fazer.
Como de costume debate-se o problema de mais difícil resolução (o das rendas) mas o problema mais imediato e que originou o incêndio não é resolvido - a incompetência e impunidade das instituições que, com obrigações de garantir a segurança do imóvel, e devidamente alertadas para o efeito, nada fizeram....
Resolvam este problema primeiro e depois resolve-se o problema das rendas.
Em Zurique também há imóveis devolutos mas estão selados e são vigiados pelas autoridades competentes para o efeito - o problema é Portugal sêr um país de pessoas III - Imbecis, Incompetentes e Impunes.
eh eh.. pessoas essas tiradas a papel quimico do gajo que mandou esta ultima bojarda
Dirijo-me ao tema inicial,ao incêndio num prédio - não por acaso numa zona de alto valor, Av. da Liberdae em Lisboa,e não por acaso propriedade de uma empresa imobiliária - passando por cima dos argumentos entretanto aqui lançados,sobretudo da "lei dos arrendamentos",para voltar ao meu argumento inicial,i.e. do "Desordenamento do Território" como estratégia organizada de todas as CM's deste país,de ABANDONO DOS CENTROS em favôr da CONSTRUÇÃO NAS PERIFERIAS.Lisboa é o exemplo mais catastrófico,mas passa-se em todas as cidades do país.Porquê?Porque uma construção nova,num terreno novo(tem especulação fundiária+ especulação imobiliária,e tem mais...) dá muitíssimo mais lucro, do que recuperar uma velha,para além das demoras e das imensas burrocracias,das quais só se se tiram umas "luvas"...
Voltando ao incêndio,que é o tema: uma empresa imobiliária com um prédio na Avenida(aliás dois,que queria "emparcelar")embrulhado na corrompida burrocracia camarária da CML,tem duas hipóteses:ou vende e vai especular para a periferia,ou,insistindo,lhe pega fogo,passando o prédio de "velho" a "novo",ultrapassando assim a burrocracia.Foi o que sucedeu.
A tão citada "lei do arrendamento",neste blogg,é um pormenor...Outros virão em que não será bem assim,mas o essencial será sempre o desordenamento organizado do território, e a "economia do betão",que afinal é o paradigma da economia nacional.
7-7-08 Lobo Villa
passando por cima dos argumentos entretanto aqui lançados,sobretudo da "lei dos arrendamentos",para voltar ao meu argumento inicial
LOL, claro as causas não interessam nada. O que interessa é criticar os hediondos proprietários que querem recuperar dos prejuízos da roubalheira.
"eh eh.. pessoas essas tiradas a papel quimico do gajo que mandou esta ultima bojarda"
Canta canta Melro canta.... F(I)M(I)S(I)....
LOL, claro as causas não interessam nada. O que interessa é criticar os hediondos proprietários que querem recuperar dos prejuízos da roubalheira.
Lolada total, você anda a brincar.
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