A mais bonita vivenda daquela artéria de São João de Brito, antiga sede da ENATUR, vai abaixo para construção de uma outra completamente diferente, desde o muro às fachdas, mas que os serviços da CML e a novel comissão consultiva da revisão do PDM garantem 'não ter impacto na estética do bairro'! Isto se o executivo camarário não a chumbar hoje!
(votos contra: CPL e LCC; abstenções: BE e PSD, ou seja, o PCP e o PS viabilizaram este atentado à estética do Bairro de Alvalade)
Em pleno Largo da Graça - largo de baixa densidade, aberto, que 'respira', apesar dos carros, e um dos largos mais bonitos e provincianos (no bom sentido) de Lisboa - há um projecto, que sobre pela segunda vez a reunião de CML que prevê a destruição da vivenda que albergava a escola primária, do logradouro suspenso e o 'nivelamento' das cérceas pelo edifício mais alto da Rua da Voz do Operário. O pior de tudo é o impacto no Largo da Graça, com a inevitável substituição do prédio baixo da escola por um edifício alto, a 'alinhar' com o do lado, na esquina com o jardim.
(votos contra: LCC, CPL, PCP e BE)
Mas a coisa, a pílula vai voltar, ainda que dourada, disso não tenho dúvida alguma.
Vamos fazer alguma coisa ... ideias?
Finalmente, a vivenda anexa ao palacete do Museu da Fundação Medeiros e Almeida, fruto do génio de Ventura Terra, actualmente devoluta, na Rua Rosa Araújo, é objecto de projecto de demolição integral, para construção de edifício de espelhos a 'alinhar' com prédio ao lado. Um dos argumentos caricatos é que 'a vivenda já pouco tem de Ventura Terra', pelo que nem o muro fica.
(volta para a semana, em sessão pública, pelo que será conveniente alguém explicar à CML porque não se deve demolir esta vivenda - inscrições na 2ªF!)
Texto editado
14 comentários:
Normalmente, os portugueses não se conformam com as regras e ainda estas não são tornadas obrigatórias e já se pensa na forma de contorná-las.
O malfadado alinhamento de cérceas parece ter caído no goto de todos, mesmo sendo a suposta "regra" mais idiota que alguma vez foi imaginada, sobretudo devido ao seu carácter uniformizador cego e sobretudo ausente de quaisquer fundamentos estéticos....
Uma cidade não é desenhada a regra e esquadro (nem sempre) e não é suposto que se torne numa sucessão de perfeitas esquadrias....
E logo em Lisboa, que deve a sua beleza ao facto de, exactamente, nãi ser uma perfeição de linhas rectas....
Não esqueçer que a responsabilidade da aprovação do "Plano de Alinhamento de Cérceas" pertençe a Gabriela Seabra e ao Arquitecto Director da Gestão Urbana na altura, que concebeu o Plano e que foi demitido na sequência de um artigo de J.António Cerejo no Público, onde este denunciava "conflito de interesses" entre actividade "particular" e Serviço Público.
SEARA e não Seabra ... a minha mente teima em recusar aquilo que é desagradável ....
Há neste post três fotos,dois são casos comuns de "alinhamentos/cérceas",MAS há um caso verdadeiramente IMPORTANTE,de alcance nacional!!!
Trata-se da foto do meio,Largo da Graça,da primeira escola dos primórdios do Socialismo Português dos tempos de Antero,da ESCOLA-OFICINA Nº1,anexa á Voz do Operário.
É pois um MONUMENTO NACIONAL,que como tal deveria estar classificado!
O post parece ignorá-lo,pelo que voltarei ao assunto.
Entretanto,deixo o apêlo,batam-se por esta escola ÚNICA,marco Histórico do país!!!
23-7-08 Lobo Villa
Volto á premente questão da ESCOLA-OFICINA Nº1,na Graça,questão da maior importância.Basta dizer que já não houve uma Nº2...É única!!
Insere-se num mais vasto Movimento Operário dos primórdios do Socialismo Português do Séc XIX/1ª República,como "A Voz do Operário",fruto do Associativismo e do Mutualismo,ou seja de iniciativa operária.È peça única!
(Do lado dos patrões há muitas Villas e Bairros,e até escolas,como as Grandellas.)
Sr Paulo Ferrero,Sr Arq. Marques da Silva,outros amigos de Lisboa, por favor,façam um novo "post" só com esta ESCOLA!!!
Como digo,voltarei.
23-7-08 Lobo Villa
esta noticia do CM, diz tudo
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=C6608230-8378-4382-B6D1-4304E0304016&channelid=00000090-0000-0000-0000-000000000090
23 Julho 2008 - 00h30
Lisboa - Autarquia cede terrenos reservados para terceira travessia do TejoCâmara engana missionárias
A Câmara de Lisboa cedeu dois imóveis devolutos às missionárias da caridade da Ordem de Madre Teresa de Calcutá para a construção de um centro de dia e uma residência para as irmãs. Estes terrenos encontram-se desde 1995 na área que delimita os traçados preliminares da Terceira Travessia sobre o Tejo (TTT). Ou seja, quando a escritura foi celebrada, em 2006, não era permitida qualquer construção.
Em causa está a cedência de dois imóveis na zona de Chelas, um na Azinhaga das Salgadas e outro no Alto das Conchas. A cedência destes prédios à Congregação foi aprovada por unanimidadenuma reunião em Julho de 2005 (então presidida por PedroSantanaLopes),segundo proposta da vereadora que detinha o pelouro da Habitação Social, a social-democrata Helena Lopes da Costa. Em Julho de 2006, Fontão de Carvalho, então vice-presidente, celebrou, em representação da autarquia – presidida por Carmona Rodrigues – a escritura que assinalou a transferência dos referidos terrenos às irmãs da Ordem de Madre Teresa de Calcutá, que pagaram por esta cedência cerca de dois mil euros.
Em causa está a cedência de dois imóveis na zona de Chelas, um na Azinhaga das Salgadas e outro no Alto das Conchas. A cedência destes prédios à Congregação foi aprovada por unanimidadenuma reunião em Julho de 2005 (então presidida por PedroSantanaLopes),segundo proposta da vereadora que detinha o pelouro da Habitação Social, a social-democrata Helena Lopes da Costa. Em Julho de 2006, Fontão de Carvalho, então vice-presidente, celebrou, em representação da autarquia – presidida por Carmona Rodrigues – a escritura que assinalou a transferência dos referidos terrenos às irmãs da Ordem de Madre Teresa de Calcutá, que pagaram por esta cedência cerca de dois mil euros.
Em causa está a cedência de dois imóveis na zona de Chelas, um na Azinhaga das Salgadas e outro no Alto das Conchas. A cedência destes prédios à Congregação foi aprovada por unanimidadenuma reunião em Julho de 2005 (então presidida por PedroSantanaLopes),segundo proposta da vereadora que detinha o pelouro da Habitação Social, a social-democrata Helena Lopes da Costa. Em Julho de 2006, Fontão de Carvalho, então vice-presidente, celebrou, em representação da autarquia – presidida por Carmona Rodrigues – a escritura que assinalou a transferência dos referidos terrenos às irmãs da Ordem de Madre Teresa de Calcutá, que pagaram por esta cedência cerca de dois mil euros.
Porém, em 1995 tinha sido delineada "uma zona de defesa e controlo urbanos" destinada a viabilizar a TTT e que proibia a construção naqueles terrenos, segundo publicado em Diário da República.
Contactados pelo CM, Helena Lopes da Costa e Carmona Rodrigues afirmam desconhecer o decreto em causa. O procurador das irmãs, António Cordovil, diz que a Congregação aguarda que a Câmara solucione o problema.A autarquia, por seu turno, não tinha ninguém disponível para prestar esclarecimentos sobre a situação.
'a vivenda já pouco tem de Ventura Terra'
Esta vivenda (exteriores) gritam:
VENTURA TERRA !!!!
JA
Terei todo o gosto em colocar o post.
Mais uma memória da História da cidade e, pelas suas características do país, está preste a apagar-se.
A importância da edificação, mais do que pelo seu valor arquitectónico, prende-se com o seu simbolismo e história.
Trata-se então de uma construção de 1877, levada a cabo pela Sociedade Promotora de Creches, em projecto cedido gratuitamente pelo arq. Domingos Parente e aprovado pelo então Presidente da Câmara Rosa Araújo, tendo passado por isso a designar-se de Creche de Santa Eulália, em homenagem à mãe do edil.
A este projecto esteve intimamente ligada a Maçonaria portuguesa onde deixou marcas profundas, seja pelos métodos de avaliação, experimentação ou co-educação, onde não era utilizado o sistema de tradicional de livro único, mas o que melhor se adaptasse para o trabalho do dia experiência esta que não sobreviveu ao Estado Novo.
Após um período em que funcionou noutro local, regressa ás primitivas instalações em 1906, onde virá a adquirir enorme projecção nacional e internacional em matéria de ensino, adoptando um projecto por muitos considerado avançado para o seu tempo, baseado numa escolaridade laica, gratuita e obrigatória.
Será na “nº1” que surgirá a primeira experiência associativa de estudantes com a denominada associação escolar “Solidariedade” inteiramente gerida pelos alunos.
Estes são alguns dos factos que por si só merecem um repensar da situação.
Como dizia um morador da zona em site consultado para este efeito, "o soalho range, as salas estão frias e nuas, mas ainda se sente a alegria e a algazarra dos miúdos nos tempos de escola."
É pena que se persista em apagar a memória viva, deixando para a história a função de recordar o que um dia a vontade de um homem criou e outro destruiu.
Jorge Santos Silva
Obrigado Arq.Marques da Siva e Jorge Santos Silva pela notícia da Escola Oficina Nº 1,no Lg da Graça.Tinha a certeza da sua importância,de memória,que agora cresce com estes dados!
Se o Ventura Terra não DEVE ir abaixo esta Escola não PODE ir abaixo !! De Terra há mais obra,esta Escola é ÚNICA no País e na História.
É urgente pensar numa "providência"
para impedir a sua demolição!!
24-7-08 Lobo Villa
a vivenda do Ventura Terra foi seleccionada pela equipa de revisão do PDM, para a nova CARTA MUNICIPAL DO PATRIMÓNIO! Pergunto: se foi considerada suficientemente importante para integrar a lista dos imóveis a PRESERVAR na cidade, como é que a mesma CML, Pelouro do Urbanismo, pode defender a sua demolição?!
Escola Oficina nº 1- Lg. da Graça
Tenho 62 anos. Como o meu coração ficou trista ao ver esta informação.
Frequentei a escola entre 1954/58 Um exemplo de escola
Não sou muito de visitar a Internet
mas resolvi frequentar agora estudos atraves das novas oportunidades, e como nos é pedido historias da n/vida entendi contar da m/escola, que já nesse tempo não era permitido bater, que davam incentivos como premios para melhores alunos.etc, Sendo uma escola para familias mais necessitadas, era um exemplo para muitas escolas particulares quer nesse tempo quer hoje, e então querendo fazer esse trabalho s/escola fui em busca, e que tristeza!Essa escola nessa altura era subsidiada, quanto eu tenho ideia, e apoiada pela familia Covões do Coliseu, e outras entidades conhecidas na época.
Infelizmente perdi contacto com colegas desse tempo, mas muito gostaria que fosse possivel salvar essa escola
Tinha um bom palco onde se fizeram muitas festas onde aprendiamos a representar e cantar
Saudades..... se agora fosse a enumerar as recordações tinha muito para escrever
Obrigado a quem tomou estas iniciativas
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