22/11/2008

Alargamento do terminal de contentores de Alcântara "é inútil a longo prazo"-PUBLICO
22.11.2008, Ana Henriques

O alargamento do terminal de contentores de Alcântara "é inútil a longo prazo", defendeu ontem o ex-presidente do Porto de Lisboa Damião de Castro.
Para o antigo administrador, que exerceu funções entre 2002 e 2004, tudo aconselha a que este investimento seja feito na outra margem, na Trafaria, local para onde de resto esteve previsto um novo terminal de contentores há três décadas. Não só por haver mais espaço do que em Alcântara, como pela contestação que o alargamento da infra-estrutura em Lisboa está a sofrer.
"O porto de Lisboa não pode andar sempre em guerra com as autarquias", observou Damião de Castro, que revelou ainda um novo aspecto da questão: "O concessionário do terminal de contentores de Alcântara [a Liscont] é também concessionário do terminal de contentores de Santa Apolónia. Por razões várias, as taxas praticadas em Alcântara são diferentes das de Santa Apolónia. Na razão de um para três, sendo Alcântara menos onerosa para o concessionário." Resultado: o alargamento de Alcântara pode ser um mau negócio para o porto de Lisboa, que corre o risco de o terminal de Santa Apolónia "ficar a ver navios".
O ex-presidente do porto de Lisboa falava na Sociedade de Geografia de Lisboa, num debate sobre o futuro do porto e as travessias do Tejo. Na sua opinião, o traçado da ponte Chelas-Barreiro vai prejudicar as actividades portuárias - tal como o projecto de reabilitação da frente ribeirinha anunciado pelo Governo e que, de resto, se encontra, no seu entender, parado e sem liderança depois de José Miguel Júdice ter abandonado essa missão.

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