O Jornal de Negócios de hoje tem um interessantíssimo artigo (sem link) de Manuel Caldeira Cabral intitulado "Os Conventos e os contentores" cuja leitura aconselho. Não estou, claro, de acordo com algumas das afirmações que lá faz (o argumento do preço do transporte dos contentores se o Terminal não for em Alcântara volta a aparecer, por exemplo; isto dito, eu compreendo que seja difícil indicar o valor correcto do custo de transporte de um contentor por caminho de ferro: estou há duas horas a tentar ligar para o departamento de carga da CP, através de 4, quatro, números diferentes, e do outro lado ninguém responde).
Mas vamos ao que interessa: nesse artigo MCC debate a questão dos inúmeros edifícios históricos, militares ou religiosos que estão desaproveitados - o Governo prepara-se para vender 200 desses edifícios. Diz MCC que não chega discutir a ampliação do TCA, mas também o aproveitamento desses edifícios. É impossível não estar de acordo, claro: em que país rico do mundo uma Cidadela de Cascais teria passado mais de 10 anos ocupada por 12 (doze) pessoas? Não sei o que faz dos países ricos ricos e dos pobres pobres - e como não sou economista não me abalanço a encontrar explicações. Mas tão pouco sou cego, e tenho viajado muito. E uma das coisas que vejo em Portugal e não vejo (ou vejo em muito menor escala) na Alemanha, Suíça, Reino Unido, Holanda e França, por exemplo, é o desperdício de recursos. Portugal tem poucos recursos, é um facto. Mas é pior não aproveitar os que tem - e essa tem sido uma constante dos nossos governos.
A ampliação do TCA inscreve-se na mesma lógica de governação. Será realmente a sua ampliação a melhor solução para o país? Como teria sido tratado este projecto nos países que acima menciono? Seria gerido da mesma forma? Eu penso que não: e penso que a crítica à ampliação do TCA deve igualmente integrar uma revolta contra uma forma de governar que não só fez de Portugal um país pobre, como não contribui para o tirar da pobreza.
Mas vamos ao que interessa: nesse artigo MCC debate a questão dos inúmeros edifícios históricos, militares ou religiosos que estão desaproveitados - o Governo prepara-se para vender 200 desses edifícios. Diz MCC que não chega discutir a ampliação do TCA, mas também o aproveitamento desses edifícios. É impossível não estar de acordo, claro: em que país rico do mundo uma Cidadela de Cascais teria passado mais de 10 anos ocupada por 12 (doze) pessoas? Não sei o que faz dos países ricos ricos e dos pobres pobres - e como não sou economista não me abalanço a encontrar explicações. Mas tão pouco sou cego, e tenho viajado muito. E uma das coisas que vejo em Portugal e não vejo (ou vejo em muito menor escala) na Alemanha, Suíça, Reino Unido, Holanda e França, por exemplo, é o desperdício de recursos. Portugal tem poucos recursos, é um facto. Mas é pior não aproveitar os que tem - e essa tem sido uma constante dos nossos governos.
A ampliação do TCA inscreve-se na mesma lógica de governação. Será realmente a sua ampliação a melhor solução para o país? Como teria sido tratado este projecto nos países que acima menciono? Seria gerido da mesma forma? Eu penso que não: e penso que a crítica à ampliação do TCA deve igualmente integrar uma revolta contra uma forma de governar que não só fez de Portugal um país pobre, como não contribui para o tirar da pobreza.
2 comentários:
Trata-se de uma lógica a todos os títulos criminosa, contra-natura e contraproducente. Resumindo: mais do que vender os anéis, é a assumpção da inépcia, incompetência e insolvência reinante. É em Lisboa e é em todo o país. Por aqui, a breve trecho, teremos: Hospitais Civis (os conventos são especialmente apetitosos), Quartéis (idem, tropa e bombeiros) Liceus (do antigamente). Nada a fazer?
"A ampliação do TCA inscreve-se na mesma lógica de governação. Será realmente a sua ampliação a melhor solução para o país?"
Então qual é? Diga-nos qual é, apresente números (de que tanto gosta) e prove a sua teoria!
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