16/11/2008

Lisboa quer alterações à terceira travessia do Tejo

A Câmara de Lisboa vota quarta-feira um documento do executivo liderado por António Costa que exige alterações ao projecto da ponte Chelas-Barreiro, nomeadamente reduzir a altura da estrutura e fazer a entrada em túnel na cidade.

"Não pode ter a altura que foi apresentada, tem de entrar na cidade de Lisboa da maneira mais suave possível, de modo a não estragar toda a área de amarração que está prevista e para isso tem de se exigir que a ponte seja mais baixa e entre em túnel junto à encosta da Escola Afonso Domingues", disse à agência Lusa o vereador do Ambiente, José Sá Fernandes.

O objectivo é que todo o território de amarração da ponte seja na cidade e "não se façam as asneiras do costume", afirmou Sá Fernandes.

Por outro lado, defende, quem construir a ponte deve também fazer os acessos necessários à cidade de Lisboa para escoamento de tráfego.

"Estes dois pontos são inegociáveis do ponto de vista do parecer" que a autarquia da capital dará ao projecto da RAVE - Rede de Alta Velocidade, em discussão pública até 09 de Dezembro.

Sá Fernandes defende também a necessidade de se abrir uma discussão em torno da utilização das verbas das portagens da nova ponte e de outras a fazer para investimento no transporte público na Área Metropolitana.

"Não podemos continuar a investir em infra-estruturas rodoviárias sem tratarmos dos transportes colectivos e sem pensarmos que esta é a aposta decisiva do futuro. Essa discussão é fundamental e é isso que o parecer também refere", acrescentou.

O objectivo é remeter este parecer ao Governo, designadamente à RAVE, na sequência do estudo que foi apresentado à Câmara Municipal para esta se pronunciar.
In JN

Eu percebo perfeitamente a necessidade da componente rodoviária nesta travessia porque ainda não foi inventado nada que flutue e sirva para atravessar um rio.

2 comentários:

Anónimo disse...

Toda a zona oriental de Lisboa será afetada com o traçado agora apresentado, em viaduto desde o Bairro da Madre de Deus até praticamente à Av Marechal Gomes da Costa. A alteração ao traçado deve-se ao facto de se forçar a linha do TGV-RAVE virar à direita ao entrar em Lisboa para ir à estação do Oriente.
Várias questões:
1º- Porquê a utilização da estação do Oriente? Se o custo de manutenção é já bastante elevado para a Refer.
2º- O aumento da estação para Norte, vai provocar uma zona urbana (um pedaço de cidade) ainda mais sombria com prejuizos graves na segurança?
3º- O traçado do Parque das nações já está congestionado, com a localização da estação do TGV no Oriente ficará ainda mais.
4º- Nenhuma ligação para além do metro poderá ligar directamente ao aeroporto da Portela? E qualquer solução do tipo monorail terá um impacto negativo em termos urbanos.
5º- A 3ª travessia esta a cerca de 50 metros de altura, (comparando com a Ponte 25 de Abril que tem 100metros) prevê-se que o impacto em termos de ruído será violentíssimo.
6º- Quanto tempo levará a percorrer este longo viaduto? Será que compensa uma infraestrutura para poupar 30 minutos no alfa pendular?
7º- Porque já foi adjudicado o projecto da estação Oriente?
8º- Porque será que não foi estudada a alternativa das Olaias? Que permitia tal como na estação Oriente um interface com ligação da Linha de Cintura+Metro+TGV.
Esta solução permitia grande facilidade de obras ao longo dos eixos viarios, e teria um baixo impacto urbano na cidade.
9º- Porque razão a solução do Professor Manuel Viegas não foi adoptada? Ponte Lisboa-Montijo-Barreiro
10º- Esta solução é a que melhor defende o Barreiro, cidade (ponte muito baixa relativamente á cidade impacto negativo (ruído) na frente ribeeirinha da cidade, e ainda as infraestruturas industriais que serão demolidas ou inutilizadas?
11º- A peninsula do Montijo poderia ser um excelente pulmão verde, pois de futuro da base área está condenado. O Barreiro ficava com um parque espectacular a 2km junto ao rio, e com excelentes recursos, como por exemplo uma bacia protegida para actividades nauticas desportivas.
12º- Sustentabilidade urbana significa também qualidade ambiental. Os danos de uma estrutura desta violência poderá ter efeitos extraordinariamente negativos. Em Lisboa oriental, numa malha urbana complexa e mal desenhada sendo definitivamente irrecuperável. No Barreiro o potencial que um equipamento desta natureza poderia potenciar será desaproveitado, pois dificilmente terá qualidade.

Uma dúzia de perguntas que continuam sem resposta, com prejuízos dificeis de prever.
A injecção de investimento público
para aliviar a crise não pode ser a única razão.
Não podemos matar a galinha de ovos de ouro, que neste caso é o Tejo e suas cidades Barreiro e Lisboa.

Anónimo disse...

Podem dar os argumnentos que quiserem mas não há argumento algum que nos livre de ter que olhar para as colinas de Lisboa e ver uma Ponte de betão a contracenar com S. Vicente de Fora!
Mas de certeza que é "absolutamente fundamental" para o nosso desenvolvimento, claro.
E como foi dito antes, não há planos integrados e fundamentados, só opções avulso. E essas opções parecem ir sempre chocar de frente com a harmonia ou com os cidadãos.
Pelo menos assim parece.
Vamos a uma cidade como Zurique e voltamos com os cotovelos bem inchados. Pelos vistos é para continuar a inchar cada vez mais.
As politicas seguidas são de aumento de Portos, mega pontes, torres compave ou monos do Rato. bla bla bla mok mok mok cidades sustentaveis, planeamento, reabilitação, património...PFFFT!