Mas o povo é sereno: o MC diz que 'estuda' a situação (desde que ele fechou, acrescento eu). E os serviços da CML 'analisam' a viabilidade de:
«1. A Câmara encete negociações com o proprietário no sentido deste:
a) Proceder às necessárias e urgentes obras de conservação do edifício, designadamente a nível das clarabóias de modo a que o estado físico do cinema não se agrave nos tempos mais próximos;
b) Reavaliar a possibilidade de concessionar o Cinema Odéon como sala de espectáculos, nos moldes a propor pelos serviços da Câmara.
2. Caso não se verifique a alínea a) do ponto 1, e ao abrigo da alínea c) do ponto 7 do artigo atrás referido, os serviços competentes da CML:
a) Estabeleçam de imediato os contactos necessários a que seja possível, a breve trecho, a assinatura de um protocolo com o Ministério da Cultura e com a Cinemateca com vista a definir-se um esquema de financiamento, alicerçado em candidaturas a fundos nacionais e comunitários, com o envolvimento de mecenas e com um programa de exploração a longo de prazo, que permita:
a.1) Proceder, em tempo útil, à aquisição do Cinema Odéon pelo Estado, seja por via da expropriação por utilidade pública seja por via da permuta;
a.2) Proceder à definição de um caderno de encargos e posterior lançamento da respectiva empreitada de reabilitação das fachadas, cobertura e elementos decorativos, em simultâneo com a adaptação do Odéon às novas tecnologias, designadamente sistema de ar condicionado, rampas de acesso a deficientes motores, exibição de filmes em formato digital e aparelhagem de som estereofónico;
b) Em termos de exploração, seja aberto concurso público para exibidores de cinema e/ou exploradores da antiga cervejaria, da loja de gaveto com a Rua das Portas de Santo Antão, devendo o programa de concurso ter em conta que, dadas as condições do actual mercado de distribuição e exibição de cinema em Lisboa, seria de todo conveniente para a cidade e para a viabilidade económica e cultural do Odéon, enquanto pólo de desenvolvimento e revitalização daquela zona nobre da Baixa, que o mesmo tivesse como ponto forte a exibição de cinema independente.»
Continuo a não perceber porque não há uma candidatura ao QREN. Ou por que a CML não usa as verbas do famigerado casino para a sua aquisição e restauro, em vez de as usar em actividades da normal gestão camarária como sendo manutenção de jardins, ou para subsidiar privados, mesmo que sob a figura de fundações; ou, ainda, a inventar novos museus quando os que tem estão a cair aos bocados.
Mas os serviços da CMl 'analisam' e o MC 'estuda'. E, nos 'entretantos', lá vai havendo dinheiro e plateia para 'estratégias'. Valha-nos isso. E que sejam lestos, s.f.f.
1 comentário:
Muito bem concordo em pleno. Seria útil entregar a sala à exploração, sem fins comerciais, à Cinemateca que bem merece, isto com os dinheiros provindos do Casino de Lisboa.
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