“as pobres iluminações de Natal servem de pretexto para a publicidade”
A época natalícia chegou. Os dias pequenos e o tempo frio anunciam a chegada de mais um Natal. Para os católicos, o início do Advento prepara o Natal. Em Lisboa são as iluminações de Natal que prenunciam esta quadra.
Este ano, em Lisboa, a câmara municipal parece ter optado pela invasão da publicidade para anunciar o Natal. Entre a profusão de suportes publicitários desmedidos, surgem umas modestas iluminações. Não há avenida ou rua em que qualquer lâmpada colocada não seja acompanhada por amplas faixas de publicidade.
O Terreiro do Paço e o Marquês de Pombal são os palcos de maior concentração de suportes publicitários. São dezenas de enormes suportes que não olham a meios para atingir os fins. Tudo tapam, tudo ofuscam. É preciso ver para crer. Uma vez mais, a câmara municipal vende a privados o espaço público.
Este ano, em Lisboa, reina o ruído visual e a agressão ao património. Onde estão os arautos da defesa da cidade? Aqueles que, por muito menos, sublinho: muito menos, no passado acenavam com queixas ao Ministério Público, são hoje responsáveis por este abuso. E onde está o IGESPAR e os seus obrigatórios (e em alguns casos vinculativos) pareceres?
Este ano, em Lisboa, as pobres iluminações de Natal servem de pretexto para uma profusão de publicidade nunca registada em quantidade e em agressão ao património da cidade. Sublinho: nunca registada. Do que se trata é de insensibilidade e falta de respeito pelo património, pelos lisboetas e pela cidade.
Não há dinheiro? Não se gaste tanto. Mas tem de haver sensibilidade e consideração pela cidade. É possível haver publicidade e respeitar o direito à fruição da paisagem. Não é este o caso em Lisboa.
António Prôa
Texto publicado no jornal "Meia Hora" de Quarta-feira, dia 03 de Dezembro de 2008
A época natalícia chegou. Os dias pequenos e o tempo frio anunciam a chegada de mais um Natal. Para os católicos, o início do Advento prepara o Natal. Em Lisboa são as iluminações de Natal que prenunciam esta quadra.
Este ano, em Lisboa, a câmara municipal parece ter optado pela invasão da publicidade para anunciar o Natal. Entre a profusão de suportes publicitários desmedidos, surgem umas modestas iluminações. Não há avenida ou rua em que qualquer lâmpada colocada não seja acompanhada por amplas faixas de publicidade.
O Terreiro do Paço e o Marquês de Pombal são os palcos de maior concentração de suportes publicitários. São dezenas de enormes suportes que não olham a meios para atingir os fins. Tudo tapam, tudo ofuscam. É preciso ver para crer. Uma vez mais, a câmara municipal vende a privados o espaço público.
Este ano, em Lisboa, reina o ruído visual e a agressão ao património. Onde estão os arautos da defesa da cidade? Aqueles que, por muito menos, sublinho: muito menos, no passado acenavam com queixas ao Ministério Público, são hoje responsáveis por este abuso. E onde está o IGESPAR e os seus obrigatórios (e em alguns casos vinculativos) pareceres?
Este ano, em Lisboa, as pobres iluminações de Natal servem de pretexto para uma profusão de publicidade nunca registada em quantidade e em agressão ao património da cidade. Sublinho: nunca registada. Do que se trata é de insensibilidade e falta de respeito pelo património, pelos lisboetas e pela cidade.
Não há dinheiro? Não se gaste tanto. Mas tem de haver sensibilidade e consideração pela cidade. É possível haver publicidade e respeitar o direito à fruição da paisagem. Não é este o caso em Lisboa.
António Prôa
Texto publicado no jornal "Meia Hora" de Quarta-feira, dia 03 de Dezembro de 2008
As fotos foram retiradas de um post de Fernando Jorge
6 comentários:
Seria mais correcto, para além de utilizar imagens de outrém para ilustrar o artigo de opinião, identificar a autoria das mesmas.
Tem toda a razão. Já corrigi o lapso.
Espanta-me o facto dos lisboetas mão protestarem de forma mais veemente a este atentado aos locais mais nobres da cidade e à festa do Natal. Prova que a capacidade mais reivindicativa vem da esquerda que em estreita cumplicidade com os interesses privados, fazem de conta que estes atentados ao património são meramente episódicos e que, após o 6 de Janeiro serão devolvidos à cidade estes locais "conquistados" por privados com a cumplicidade da CML. Onde está movimento "cidadãos por Lisboa" a contestar estas monstruosidades? E o bloco de esquerda? Pelos vistos foram pacificados pelo Sr. Presidente da autarquia e pelo seu fiel companheiro Sá Fernandes.
chocada com a publicidade da tmn que invadiu não só o marquês de pombal como a praça do comércio.
...deixar usar os espaços de referência da cidade para acções de publicidade alarves, que apenas vão ao encontro das necessidades dos anunciantes, a troco de dinheiro...?
chama-se a isto prostituição municipal.
sendo a publicidade a minha área , nada me surpreende esta campanha da TMN. Infelizmente não é só na CML que se fazem asneiras, nas agências de publicidade portuguesas também não se prima muito pelo bom gosto. Tambem existe aqui uma grande culpa do departamento de marketing da TMN que tem vindo a dar sucessivos tiros nos pés. Os números intermináveis de clientes que passaram de TMN para Vodafone comprovam isso.
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