26/05/2010

Ribeira das Naus. É tudo muito bonito mas ...









Fotos


...

É, de facto, tudo muito bonito e a ideia, a aposta da CML em requalificar a Ribeira das Naus é de facto acertada, oportuna e válida no que tem por objectivo final: devolver espaço público junto ao rio ao peão.

No entanto, este projecto tem, a meu ver 4 problemas maiores, e só três deles são resolúveis, uma vez que o outro, o parque de estacionamento suterrâneo reivindicado pela APL e a transitar futuramente para a EMEL está em avançado estado de ... construção.

Os outros três problemas são:

1. O avanço exagerado da rampa (praia) para o rio, "comendo" água na maré vazia, o que provoca o esmagamento cénico do Terreiro do Paço, para quem vê a costa desde o sistema de vistas. Ou seja, o Terreiro do Paço que devia ser o conjunto arquitectónico a ser realçado para todo o sempre, será assim ofuscado por uma excessiva escala da intervenção em apreço.

2. Os tais prismas de que o arquitecto responsável fala não se percebe o que fazem ali, são aparentemente desproporcionados (5-6 metros de altura?) e se têm como objectivo permitir às pessoas fazerem deles espreguiçadeiras viradas para o Sol, como se aquela zona fosse o relvado ondulante do Parque das Nações, é a meu ver uma opção erradíssima para ali. (vide bonecos feitos por nós).

Oxalá, no entanto, as rampas/primas não estejam ali por força da construção do parque de estacionamento, porque aparentemente por debaixo delas existirão acessos pedonais ao estacionamento, w.c., etc., etc.





4. O redesenho do esquema de circulação automóvel, com 2+3 faixas de rodagem, vai implicar o abate, sem apelo nem agravo, destes 3 plátanos de grande porte, na esquina com o Corpo Santo. Não haverá outra forma de o fazer? Melhor dito, para quê tanta faixa de rodagem?


9 comentários:

Anónimo disse...

este ano o rio atravessou a Ribeira das Naus e não havia rampa. não sei o que vai acontecer para o ano com a rampa e a água tão perto dos edifícios... não me parece sensato.

Anónimo disse...

As imagens 3D são falsas e escondem a verdade.
A escala das imagens não é verdadeira e as arvores escondem a realidade.
E se ainda se pretendia da ideia de umas docas, porque razão há tanta arvore?
Um projecto muito conservador, um pastiche formalista e retrogado de quem fez um mau copy/paste deas plantas antigas do local.

Na 7a imagem surgem umas rampas bastante elevadas que vão obstruir de forma anormal o edificio do arsenal.

Isto é atirar areia para os olhos!

Anónimo disse...

Basta passar junto ao rio junto à Estação Fluvial do Cais-do-Sodré (se quiserem, junto à Portugália, um pouco mais adiante) para constatar a enorme asneira que é supor que o rio é um lago.

Paulo Ferrero disse...

E ainda há um ponto quer não é de somenos: não há parecer definitivo do IGESPAR, porque o que houve foi parecer ao estudo prévio. E ligado a este, um outro: sendo aquela zona de altíssima probabilidade de existência de vestígios arqueológicos alguém sabe se está algum arqueólogo no terreno neste momento?

Anónimo disse...

onde é que estão a fazer um estacionametno?

Anónimo disse...

Como está hoje é que está bonito.

Anónimo disse...

Mas afinal O QUE É QUE QUEREM? Perguntassem a 1000 pessoas e teriam 1000 opiniões sobre o projecto adequado para o local. E depois não se fazia nada. Agora criticam jardins e preças. Deviam era criticar a especulação imobiliária, a densificação urbana, a construção massiva, a construção de edifícios à beira rio, sejam eles hotéis ou fundações. Gosto, não gosto, gostas, não gostas...É uma questão de gosto, guardem as opiniões, isto não é nenhum atentado...Ou gostavam mais de um mega edifício ali? Uma sucursal da Fundação Champalimaud! Isso é que era!!!

Filipe Melo Sousa disse...

Em suma: em tempos de bancarrota estatal, ainda vão inventar buracos para cavar, em sítios onde anteriormente não os havia, para poderem gastar dinheiro com uma ponte.

Keynesianismo saloio

Filipe disse...

Tudo preocupado com a estética, mas num blogue de cidadania é gritante nada ser referido com a bandalhada que é o percurso Santa Apolónia-Cais do Sodré de transportes públicos.

Está visto que aqui anda tudo de carro pela nova auto-estrada com passeios criada entre o Cais do Sodré e o Sul e Sueste.