12/07/2010

Lisboa – a cidade dos grafittis, dos tags e do vandalismo

Antes, os graffitis, sempre discutíveis porque ofendem a propriedade alheia, surgiam em muros ou edifícios devolutos. Pouco a pouco, foram sendo substituídos por vandalismo gráfico que invade todo o género de superfícies em Lisboa.

Hoje, a cidade de Lisboa encontra-se coberta de gatafunhos a que eufemísticamente alguns chamam “tags”, frases, palavrões e toda a sorte de pinturas. Indiferentes a monumentos, edifícios de habitação, equipamentos, sinais de trânsito, quiosques, elevadores, metro ou comboio, tudo serve para dar lugar ao vandalismo gráfico. Indiferentes à zona ou ao suporte, tudo serve para sujar em Lisboa: na Baixa e zonas históricas, nas avenidas novas ou nos bairros mais recentes, Lisboa é hoje uma cidade com uma imagem suja e desleixada.

A câmara de Lisboa, pela voz do presidente, anunciou uma operação de limpeza de graffitis e tags das paredes do Bairro Alto. Na ocasião foi anunciado que aquela seria apenas uma primeira fase de uma operação que iria ser alargada a outras zonas da cidade.

O que se verifica hoje em toda a cidade é um clima de total impunidade dos delinquentes que sujam a cidade em total desrespeito pelo património público ou privado, agredindo a cidade e os lisboetas. Em Lisboa, sujar e danificar paredes, monumentos ou equipamentos é um crime que compensa. Parece que não há nem autoridade, nem fiscalização nem capacidade operacional de contrariar este caos.

Perante a situação caótica a que se chegou em Lisboa importa tomar medidas de excepção. Medidas duras e rigorosas que reponham a cidade numa condição “normal”. É preciso agir com coragem e determinação. Lisboa precisa. Lisboa merece!

António Prôa


texto publicado no "Jornal de Lisboa"

8 comentários:

Lisboeta disse...

Só para dizer que concordo em absoluto consigo e que já vi, em Lille, cidade muito turistica do norte de França, brigadas (furgões) anti-grafitti, que, ao que me parece estão em serviço todo o dia e não se vêm as paredes das casa e monumentos sujos con esta incivilidade. Claro que deve ser um serviço do município, mas ganha a cidade (lojas, restaurantes, cafés e esplanadas) toda com estas brigadas.

Conspurcar é crime disse...

E as entradas da recém-inaugurada estação de metro do Saldanha, linha vermelha? Que vergonha, a condizer com o lindo arranjo urbanístico da envolvente...

Anónimo disse...

Zonas de Lisboa há onde o entretenimento do pessoal rasca que anda na rua até às tantas em alta berraria é partir os retrovisores dos carros estacionados por onde passam.

A polícia não pode ou não quer saber disso para nada.

Urze disse...

Precisamos de pôr em marcha algum tipo de acção. Precisamos de uma acção PODEROSA! Haverá?

Xico205 disse...

Há. Acabar com o PS, CDU, BE e todo o lixo politico que para aí anda.

Devolver ao cidadão o sentido de Estado e o orgulho na nossa pátria querida.

Manel disse...

é ARTE, dizem eles...

Rui Teixeira disse...

Não será assim tão simples...! Há que compreender a sub cultura dos grafitters e entender que esses tags que nada têm de artístico, são apenas assinaturas e consideradas como uma marcação de território, como tal terão de ser visíveis e principalmente duradouros no local onde são feitos, isto porque existem vários "gangs" rivais. A solução encontrada em algumas cidades da costa oeste do estados unidos foi: primeiro fazer uma limpeza geral e retirar os tags e grafitis e como manutenção a solução derradeira foi a de sensibilizar os cidadãos para pintar, limpar ou apagar qualquer grafiti, no momento em que fosse visto. Desta forma o grafitter via eliminada a sua forma de demarcação de território, após 2 ou 3 vezes o local nunca mais voltava a ser "tagado". Por isso esta solução passa pela sensibilização dos munícipes que infelizmente continuam indiferentes a degradação do espaço público e à constante poluição visual das cidades. Eu, tenho feito a minha parte...tenho sempre guardadas latas de tinta e referencias das cores...! Não?

Xico205 disse...

Normalmente põe remendos com um tom diferente à parede!

Fica tão mal como as joalheiras que a minha mãe me punha nas calças em pequeno!

Mal por mal, antes os teags.