13/01/2011

Rua de São Mamede 1: Propriedade da CML


Imóvel municipal na Rua de São Mamede nº 1. Da fachada deste edifício municipal, que se encontra devoluto, cairam hoje azulejos como se pode ver pelas fotografias. A projecção de materiais para a via pública, nomeadamente vidros e azulejos, está a pôr em risco a segurança de pessoas. A CML foi ontem alertada para esta situação. Porque é que a CML, em vez de andar tão preocupada em vender os seus palácios e grandes terrenos (que actualmente poucos ou ninguém parece querer comprar) não vende as dezenas (serão centenas?) de pequenos imóveis municipais devolutos como este?

8 comentários:

Anónimo disse...

Porque são pequenos e ninguém os quer. As pessoas hoje em dia exigem boas áreas, elevadores, estacionamento, paredes duplas, aquecimento central, janelas grandes com vidros duplos, áreas verdes, e todas as conveniências do mundo moderno. Para fazer um condomínio com a mínima qualidade de vida esse prédio não serve para nada, só deitando abaixo um quarteirão inteiro.
E se as pessoas exigem é porque é muito fácil obter isso em variadíssimos condomínios por Lisboa fora. O centro histórico não é apelativo porque não é competitivo com a construção moderna, e comparado com outros países, nós sempre tivemos uma tradição de sermos pobres e vivermos em casebres modestos. Basta olharmos para as Fachwerk/Bauernhof alemãs, que há séculos que têm áreas generosas e isolamento relativamente bom (nem outra coisa seria de esperar num país frio). Como a zona de cereais e de gado era integrada na construção (sair de casa para tratar do gado não faz sentido num clima frio), hoje em dia é possível ter casas históricas e simultaneamente confortáveis.
Em Portugal sempre foi possível passar a maior parte do tempo fora de casa, por isso as pessoas nunca ligaram muito ás suas casas. Hoje não precisamos de andar a correr de um lado para o outro com trabalhos fisicamente exigentes e chegar a um casebre sem luz eléctrica, essencialmente para dormir e recuperar as forças para o dia seguinte. Hoje somos mais sedentários (para bem ou para mal) e temos muito entretenimento facilmente disponível em casa.
O prédio tipicamente oitocentista (muito mais recente que as típicas Fachwerk) num centro histórico da Alemanha è bastante maior do que os prédios portugueses, incluindo alguns prédios já construídos na época modernista! Talvez porque eles se habituaram a ter casas grandes desde o início, ou simplesmente porque foram mais prósperos nessa época enquanto Portugal nunca foi relevante no panorama industrial europeu. Estar enfiado a um canto também não facilita o comércio, muitas cidades centro-europeias prosperaram desde o início por estarem em encruzilhadas das principais rotas comerciais. Mesmo durante o sec XX continuámos a ser um país cheio de agricultores de subsistência que já se davam por contentes se não tivessem fome. Portugal é árido. O nosso solo é geralmente fino, seco e pedregoso, comparado com toda a Europa a norte dos Alpes, que foi alisada pela época glaciar. O clima deles é mais húmido, as temperaturas são mais moderadas durante a época quente, e o frio sazonal enriquece o solo com a matéria orgânica das plantas mortas. O contexto político instável e revolucionário que vivemos durante o séc XIX também não ajudou. Nós nunca tivemos dinheiro a não ser durante os descobrimentos, e hoje em dia não temos certamente dinheiro para andar a restaurar tudo.

Anónimo disse...

Porque são pequenos e ninguém os quer. As pessoas hoje em dia exigem boas áreas, elevadores, estacionamento, paredes duplas, aquecimento central, janelas grandes com vidros duplos, áreas verdes, e todas as conveniências do mundo moderno. Para fazer um condomínio com a mínima qualidade de vida esse prédio não serve para nada, só deitando abaixo um quarteirão inteiro.
E se as pessoas exigem é porque é muito fácil obter isso em variadíssimos condomínios por Lisboa fora. O centro histórico não é apelativo porque não é competitivo com a construção moderna, e comparado com outros países, nós sempre tivemos uma tradição de sermos pobres e vivermos em casebres modestos. Basta olharmos para as Fachwerk/Bauernhof alemãs, que há séculos que têm áreas generosas e isolamento relativamente bom (nem outra coisa seria de esperar num país frio), e qualquer prédio oitocentista também é maior que os nossos. Nós nunca tivemos dinheiro a não ser durante os descobrimentos, e hoje em dia não temos certamente dinheiro para andar a restaurar tudo, ou para fazer seja o que for.

Xico205 disse...

Muito bem dito, os dois primeiros comentarios.

Aqui os "inteligentes" do cidadania lx é que deveriam comprar estas casas e irem para lá viver. Já que gostam, de frio, humidade com o respectivo cheiro a bafio, áreas pequenas, casas escuras e má qualidade de construção.

Anónimo disse...

Ó Xico mas eu só consegui ler um comentário porque dez comentários iguais continuam a ser um só?
e os outros é que são "inteligentes" não é?

Anónimo disse...

As minhas mais sinceras desculpas pelo comentario "duplicado". Da primeira vez deu erro e disse que era grande demais, por isso condensei e submeti de novo. Os comentarios só aparecem após aprovação do dono, por isso nada indicou que o primeiro fosse aparecer.

Xico205 disse...

Eu gostava de saber porquê que tenho tanto comentário util censurado e o comentario das 6:07 que nada acrescenta é publicado!! Ah já sei, é feito pelo autor do post ou um dos seus compinxas!

Cunhas e Compadrios, onde é que eu já vi isto!

Anónimo disse...

Nada impede transformar o prédio num único fogo! Num entanto concordo que muitos destes edifícios têm fraquíssima qualidade construtiva. Adequa-los aos padrões existentes não é economicamente viável sem profunda ou total reconstrução.

Xico205 disse...

Anónimo disse...
Nada impede transformar o prédio num único fogo! Num entanto concordo que muitos destes edifícios têm fraquíssima qualidade construtiva. Adequa-los aos padrões existentes não é economicamente viável sem profunda ou total reconstrução.

12:33 PM

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Nada impede a quem fôr rico. Quem não é rico está logo à partida impedido.