In Público (14/1/2011)
Por Inês Boaventura
«A cooperativa de táxis Autocoope pretende adquirir dez carros eléctricos até ao fim deste ano, como ficou estabelecido numa carta de intenções firmada com a Renault Portugal. Ainda assim o vice-presidente da cooperativa, Vítor Costa, avisa que a concretização do negócio depende da existência de uma rede de carregamento de veículos capaz de responder às necessidades dos taxistas.
A assinatura da referida carta de intenções foi divulgada ontem pela Renault Portugal, num comunicado em que a empresa sublinha a importância desta iniciativa para a capital. "A cidade de Lisboa arrisca-se, assim, a ser a primeira ou uma das primeiras cidades do mundo a propor, dentro da sua frota, táxis 100 por cento eléctricos", diz-se no documento, acrescentando-se que "está dado o primeiro passo para um novo paradigma de mobilidade".
Segundo a Renault Portugal, aquilo que ficou acordado com a Autocoope foi "a intenção de encomenda" de dez veículos eléctricos a este construtor automóvel francês, "no último trimestre deste ano". Os carros em causa são do modelo Fluenze, "berlinas familiares, com comercialização prevista para o Outono deste ano, pelo preço de 22.000 euros mais IVA".
O vice-presidente da direcção da Autocoope disse ao PÚBLICO que se trata de "um acordo de cavalheiros", que só avançará se "houver condições" que o permitam. Entre elas, referiu Vítor Costa, estão a atribuição pelo Governo de apoios monetários para a compra de veículos eléctricos e a existência de postos de carregamento ou de troca de baterias espalhadas pelo território e em número suficiente.
"Os táxis vão circular 24 horas por dia, com dois motoristas, e estes carros têm algum limite de autonomia", lembra Vítor Costa, explicando que nestes casos não será suficiente carregar os veículos uma vez por dia, como deverão fazer os particulares. Caso essa necessidade seja atendida, o vice-presidente da cooperativa diz estar "convencido de que os carros eléctricos irão vingar".
A Autocoope tem 163 veículos próprios, existindo outros 337 que utilizam a central da cooperativa.
Segundo a Renault Portugal, além da berlina familiar Fluenze também o comercial ligeiro Kangoo eléctrico tem comercialização prevista para o Outono deste ano e um preço de 20.000 euros. Ainda nos carros movidos a electricidade, seguir-se-á o Twizy, um urbano que deverá estar à venda no final de 2011, e o Zoe, uma berlina compacta que só deverá chegar ao mercado em "meados do próximo ano.»
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4 comentários:
Boa ideia, mesmo não passando ainda de uma intenção e de serem apenas 10 veículos.
Mas, muito mais prioritário, preocupem-se antes em assegurar que as frotas completas de taxis têm níveis aceitáveis de emissões de partículas tóxicas.
Enquanto receberem os carros a preços de lançamento alguns taxistas concordam, mas quando tiverem que acartar com tudo, obviamente que lá se vão os taxis Renault eletricos e continuam os Mercedes a carburar mais óleo que gasóleo.
Duvido muito.
Um carro eléctrico tem uma autonomia reduzida, e então a circular em Lisboa e num serviço de táxi, pouco passará de uns 100 km.
Não estou a ver os táxis a pararem volta e meia durante meia hora para carregarem, com o negócio à espera...
Muitas vezes estão uma hora e mais parados na praça de taxis à espera de clientes. Se conseguirem carregar nessas condições.
Eu acredito que os taxistas queiram, porque: isto é temporário. A Renault arranja-lhes o material e secalhar até lhes paga para isso, porque o objetivo é publicidade à Renault. Enquanto andam com os taxis Renault poupam os carros deles, e até têm tempo para meter os carros deles em revisões numa revisão geral de média vida que é sempre demorada, sem perderem dinheiro com dias sem trabalhar. Ganham as oficinas porque muitos mais taxis Mercedes lá vão parar para abrir o motor, descascar a carroçaria toda para tratar os podres da chapa e substituir suspensões e amortecedores.
Quando a campanha da Renault acabar eles voltam aos seus veiculos de sempre, mas desta vez em melhor estado.
Claro que nem todos os taxistas de Lisboa vão aderir. 1º Porque a Renault não vai arranjar 3500 carros electricos, 2º porque ficam sem autonomia para viagens grandes.
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