In Público (3/2/2011)
«A Câmara de Lisboa aprovou ontem a lista de projectos do Programa de Investimento Prioritário em Acções de Reabilitação Urbana (PIPARU), no valor de 117,2 milhões de euros. O CDS e o PSD abstiveram-se, por considerarem o plano uma "manta de retalhos".
O vereador do CDS, António Carlos Monteiro, argumentou que o programa proposto reúne um conjunto de obras que não é totalmente coerente. "Temos reabilitação urbana fogo a fogo, fracção a fracção. Nalguns casos são indicadas 500 fracções sem se perceber quais são", apontou, apelando à "cautela" na utilização do empréstimo relativo ao PIPARU, já que a autarquia tem actualmente um "elevado endividamento".
O empréstimo de 117,2 milhões de euros para a concretização do PIPARU foi visado pelo Tribunal de Contas em 2010. Estão já autorizadas as transferências de duas tranches, no valor de 57,5 e 59,7 milhões de euros.
Como exemplo das "inconsistências" do programa, António Carlos Monteiro referiu também a retirada de escolas, a par de um "reforço de verbas" para a Fundação Saramago. Ainda assim, considerou que a proposta votada repôs "algum equilíbrio" face à última apresentada pela maioria socialista, que previa "um corte radical na habitação e um reforço do espaço público".
Na nova proposta, a habitação arrecada 31 por cento das verbas. Destas, 25 por cento destinam-se especificamente à habitação municipal, uma percentagem considerada insuficiente pelo vereador do PSD Pedro Santana Lopes, que defende antes um investimento de 70 por cento.
A proposta, aprovada com os votos favoráveis da maioria PS e do PCP, terá ainda de ir à assembleia municipal. PÚBLICO/Lusa»
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2 comentários:
Como se a gente não estivesse farta de saber que aprovar planos é uma coisa e melhorar o statu quo coisa completamente distinta.
Estes 117 milhões de euros poderiam ter sido utilizados para alavancar um processo de reabilitação em maior escala, através da concessão de subsídios e empréstimos a pequenos proprietários/condomínios e em associação, por exemplo, com empresas do sector da construção, com empresas fornecedoras de materiais de construção e com utilização de técnicas de produção de energias renováveis.
Admito que a alternativa aprovada na CML seja boa para os inquilinos que serão beneficiados pelas obras, mas de maneira alguma será uma medida dinamizadora para a cidade ou capaz de "contaminar" os pequenos proprietários.
No final das contas, arrisco afirmar que o custo (aumento do endividamento da CML) não será devidamente compensado com o benefício causado (recuperação do edificado).
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