In Público (9/3/2011)
«Um antigo armazém de vinhos, o edifício do Atlético Clube de Portugal, a Casa dos Açores e dois prédios de habitação perfazem a nova lista de imóveis que a Câmara de Lisboa quer classificar como "de interesse municipal". Segundo as propostas da vereadora da Cultura agendadas para a reunião do executivo, que hoje se realiza, importa "dar maior atenção ao património arquitectónico do século XX", de que os cinco imóveis são exemplo, como recomendado pelo Conselho da Europa.
É também referido que, neste tipo de classificação de âmbito municipal, foi dada prevalência ao período entre o início do século XX até ao Estado Novo por a maioria das construções da época estarem "em áreas de maior apetência para a intervenção imobiliária" e "onde se verifica uma maior destruição". É o caso do edifício habitacional com os números 27 a 27E da Avenida Defensores de Chaves (São Jorge de Arroios), projectado em 1937 pelo arquitecto Cassiano Branco.
Projectado em 1914 por Miguel Nogueira Júnior, o prédio da esquina da Avenida Luís Bívar (2 a 6) com a Rua Tomás Ribeiro (58 e 60), em São Sebastião da Pedreira, é o outro edifício de habitação colectiva da lista, pela sua "elaborada expressão formal" e "qualidade de integração urbana", segundo refere a Lusa.
Outrora uma grande residência unifamiliar, a Casa dos Açores, desenhada por Miguel Nogueira na freguesia da Lapa, foi edificada em 1922 e reflete um período de um grande eclectismo, com apontamentos da "casa portuguesa" à tradição beaux arts. Também em processo de classificação estão o edifício Abel Pereira da Fonseca, antigo armazém de vinhos construído entre 1916 e 1917 em Marvila, com desenho de Manuel Norte Júnior e ainda hoje uma "referência do património industrial da cidade", e o edifício do Atlético Clube, nos Prazeres, concebido para a Casa do Povo d"Alcântara e construído entre 1904 e 1907.
Na reunião será também votada a transferência de cerca de 860 mil euros para os Serviços Sociais da câmara, a primeira atribuição de verbas depois de o Tribunal de Contas ter indicado no final de 2009 a suspensão de transferências das autarquias para este tipo de serviços.»
09/03/2011
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2 comentários:
5 imóveis?! Que ambição tão tímida! A este ritmo quando a CML pretender classificar mais património do séc. XX já não terá muito por onde escolher. O que restará para classificar das duas primeiras décadas do séc. XX dentro de 20 anos?
Não sabem proteger os prédios do século XVII,XVIII e XIX e querem proteger os do século XX que sofrem de patologias mais graves, tais como betão podre, estruturas enferrujadas, etc.
Esta gente não pode ter dinheiro na mão, não podem nem sabem gerir o dinheiro dos contribuintes.
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