Esta manhã dedico grande espaço à publicação de artigos da Renascença e do Público referentes à importantíssima visita da UNESCO à Foz do Tua.
Caso importantíssimo, como ilustração e avaliação das relações entre Poder Empresarial e Estado – e do Verdadeiro grau de Consciência Ambiental e Sensibilidade Patrimonial dos mesmos … e da sua (in) capacidade de avaliação do que está em jogo - do que este caso representa para a Imagem Internacional e Prestígio de Portugal… além das nítidas consequências para o valor e autenticidade de uma paisagem que se diz Cultural e Preservada … com características que precisamente levaram à sua classificação como Património Mundial.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
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Unesco
Ambientalistas acreditam que obras da barragem do Tua ainda podem parar
Por Aníbal Rodrigues in Público
Grupo de pessoas protestou na Régua antes da reunião da missão da Unesco com associações
Cerca de 20 pessoas, representantes de organizações não governamentais, do partido Os Verdes, moradores e proprietários de quintas reuniram ontem com a missão da Unesco que se encontra em Portugal para avaliar os impactes da construção da barragem de Foz Tua no estatuto do Douro Património Mundial.
João Branco, vice-presidente da Quercus, contou ao PÚBLICO que "a quase totalidade" dos presentes na reunião, que decorreu no Peso da Régua, "pediram a suspensão da obra". O ambientalista afirma que saiu do encontro "optimista" quanto à possível paragem dos trabalhos e recordou que as três representantes da Unesco quiseram saber sobre os acidentes já verificados na obra e se a linha ferroviária do Tua pode ser reactivada ou não.
Porém, fonte ligada a este processo disse não acreditar na paragem das obras e notou que o Governo português "está a fazer pressão diplomática" para que a barragem se concretize. A mesma fonte recorda que, na última reunião do Comité do Património Mundial da Unesco, foi aprovado um "abrandamento significativo" das obras da barragem, em alternativa à suspensão.
Em declarações à Lusa, a chefe da missão da Unesco de visita ao Douro, Mechtild Rössler, salientou que é "muito importante" conhecer as diferentes opiniões sobre a construção e adiantou que irá demorar pelo menos um mês a concluir o relatório da visita. Para além desta alemã, a missão é composta pela sérvia Ljiljana Spasic-Gril, uma especialista em barragens, e pela espanhola Ana Luengo, representante da Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património.
À chegada ao Museu do Douro, onde decorreu a reunião, e segundo o relato da Lusa, a missão da Unesco foi recebida por cerca de 20 manifestantes. Uma das mulheres da missão falou com os ambientalistas e tirou fotografias dos cartazes colocados na parede do edifício, onde se podiam ler mensagens como "STOP novas barragens", "Barragem de Foz Tua = cancro no Alto Douro Vinhateiro" ou "Barragens afundam património".
Francisco José Viegas e o Vale do Tua
SEC considera "inútil" novo museu no Douro
A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) considerou ontem "inútil" a ideia de construir "mais um museu" no Vale do Tua, projecto incluído nas contrapartidas pela construção da barragem de Foz Tua. Mais um museu na região "carece de qualquer efeito positivo", refere um comunicado da SEC enviado à agência Lusa, no contexto da visita da missão da Unesco ao Douro. No documento, o gabinete de comunicação de Francisco José Viegas diz ser "fundamental que o projecto de desenvolvimento integrado seja concertado com os responsáveis da Cultura, sob o risco de continuarem a desenhar-se mantas de retalhos na região, ao sabor de ideias sem sustentabilidade a prazo". Trata-se de uma referência ao plano de desenvolvimento do Vale do Tua, a financiar pela EDP, no âmbito da construção da barragem na Foz do Tua.
1 comentário:
Mais uma vez PARABÉNS ao jornal Público, ao dar visibilidade a esta visita da UNESCO.
O silêncio das TVs é vergonhoso. Não há pessoas com mais tempo para protestar nesses espaços de telefonemas ?
O ICOMOS Portugal deveria estar mais interveniente.Os interesses do BETÃO continuam no poder e a continuar assim Portugal não se levantará, com esse modelo de desenvolvimento.
A propósito de Museus, em Escalhão, perto de Barca de Alva, existe um excelente, quase desconhecido, com milhares de exemplares que retratam a agricultura e a vida dessa região, sem apoio estatal e sem divulgação pelo chamado "Turismo Local". A Igrja dessa localidade também merece uma visita.
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