17/09/2012
Marquês de Pombal. Rotunda nova, mais voltas, mais buzinadelas, menos acidentes?
Cada vez mais o ACP demonstra ser simplesmente uma força de bloqueio, irreflectida, e primária. Fazer apelos à-priori de boicote sem vontade de testar os efeitos e sem capacidade de dar o benefício da dúvida, desprestigiam uma organização e revelam a sua verdadeira índole ...
E que tal oferecer uma viagem a Paris ao sr. Carlos Barbosa para estudar "in loco" as grandes mudanças que se preparam na Rive Gauche e Droite ?
António Sérgio Rosa de Carvalho.
"Um agente no local disse ao i que a mudança parece positiva, embora deva demorar dias a ser interiorizada. Ontem, tirando algum entupimento na rotunda, a circulação decorreu sem incidentes, sendo que a grande mais-valia no futuro para este agente será um menor risco de acidente na rotunda: no anel interior passam a existir apenas saídas em três sentidos, o que evita o cruzar de carros."
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Marquês de Pombal. Rotunda nova, mais voltas, mais buzinadelas, menos acidentes?
Por Marta F. Reis, publicado em 17 Set 2012 in (jornal) i online
Alterações à circulação no centro da capital começaram a ser testadas ontem. ACP fala de “orgasmo teórico” que vai complicar trânsito
Domingo, 16 horas. Depois da manifestação de sábado, Lisboa vive o esvaziamento habitual de fim-de-semana. Estão reunidas as condições perfeitas para arrancar o período de três meses de teste às alterações à circulação no Marquês de Pombal, que passa a ter dois anéis de circulação a escolher consoante o destino. As buzinadelas ao fechar e abrir dos semáforos na Avenida da Liberdade prenunciam, contudo, uma semana complicada. É que se na rotunda de dentro do Marquês o trânsito tende a fluir, na de fora, que liga por exemplo às laterais da avenida, o ritmo é lento. E se o anel de fora fecha os carros não conseguem sair do de dentro. O sinal abre mas não dá para avançar logo, daí o protesto.
Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, que contesta as alterações promovidas pela Câmara Municipal de Lisboa depois de um projecto dos engenheiro José Reis e Nunes da Silva, do Instituto Superior Técnico, disse ao i que a situação relatada era expectável, dado que o projecto para o anel de fora não mostrava largura suficiente para escoar o trânsito. “Vai revelar-se um orgasmo teórico de professores”, disse o responsável, reforçando um apelo feito por carta aos sócios da ACP. Ao contrário do que aconselha a autarquia – o uso da “malha envolvente como alternativa face ao previsível constrangimento de tráfego – a ACP defende o uso do percurso alterado, para que seja testado.
O conselho aos condutores é que se pretenderem ir para uma das laterais da avenida da Liberdade ou avenida Duque de Loulé, vindos da A5, não devem fazer o túnel do Marquês até ao fim mas descer a rua Joaquim António de Aguiar, através da qual têm acesso ao anel exterior da rotunda. Se não o fizer, terá de descer pelo corredor central da avenida de Liberdade e dar mais algumas voltas. Na avenida da Liberdade, a grande é a redução das faixas centrais.Já os corredores laterais trocaram os sentidos: ou seja, a lateral que agora desce para o Rossio é a esquerda e a da direita, do cinema São Jorge, sobe. Aqui adaptação é fácil mas outra novidade, que obriga a regressar mais vezes à via central da avenida, portanto mais voltas, é que os corredores laterais passaram a estar compartimentados em quarteirões, ou seja, não pode subir ou descer uma lateral de uma ponta à outra, tendo de regressar ao meio. PSP e Polícia Municipal estão no local a ajudar e, nesta fase, as faixas estão definidas por barreiras móveis. Um agente no local disse ao i que a mudança parece positiva, embora deva demorar dias a ser interiorizada. Ontem, tirando algum entupimento na rotunda, a circulação decorreu sem incidentes, sendo que a grande mais-valia no futuro para este agente será um menor risco de acidente na rotunda: no anel interior passam a existir apenas saídas em três sentidos, o que evita o cruzar de carros.
O presidente da câmara António Costa disse esperar que “tudo funcione bem” e que os testes começaram domingo para que os automobilistas pudessem experimentar e ir trabalhar hoje “com menos stresse.”
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9 comentários:
Achei espantoso o apelo do Costa ontem (domingo) para que as pessoas que passassem pelas rotundas hoje (segunda) se deslocassem até lá durante o domingo para saberem como haviam de circular e se dirigirem ao local com MENOS STRESS.
Ou seja, na falta de melhor actividade para uma pessoa se ocupar (ou simplesmente descansar), ia meter-se no carro (vindo, possivelmente, de fora de Lisboa) e gastar o seu tempo, combustível, eventualmente portagens, porque as alterações são susceptíveis de provocar STRESS!!!
"O conselho aos condutores é que se pretenderem ir para uma das laterais da avenida da Liberdade ou avenida Duque de Loulé, vindos da A5, não devem fazer o túnel do Marquês até ao fim mas descer a rua Joaquim António de Aguiar, através da qual têm acesso ao anel exterior da rotunda. Se não o fizer, terá de descer pelo corredor central da avenida de Liberdade e dar mais algumas voltas."
Mas isto lembra a alguém no seu juízo???
O exercício teorico do Marquês de Pombal é um perfeito disparate, o insulto a Carlos Barbosa gratuito.
As grandes mudanças em Paris são nas vias rápidas ao longo do Sena. São vias distribuidoras e resultam num prejuízo para o usufruto das margens do Sena. A complexidade do trafego em Paris deve ser vista num todo e as justificações e as alternativas não tem pouco mais ao menos com as asneiras que se fazem em Lisboa, que sob uma bandeira puramente demagógica e uma mentira grosseira dos níveis de poluição.
Um absurdo, os níveis de poluição resolvem de outra forma, a diminuição de duas faixas na frente do Terreiro do Paço foi prejudicial e introduziu a "criatividade" como diz Antonio Costa de alguns condutores no interior da malha medieval/pombalina e por isso historica. Alias de referir ao mito urbano o "urbanista" Manuel Salgado que o Plano do Marquês de Pombal para a Baixa sobrevive há muitos anos. Deveria ter apreendido a lição ou ainda fazer o melhor que sabe que é desenhar aquilo que outros projectam.
Lamentavel que Antonio Costa esteja como presidente da autarquia a satisfazer os caprichos de Nunes da Silva, Sá Fernandes e de Manuel Salgado, como um bando de meninos caprichosos a disputar a atenção do educador. Demagogia e oportunismo, esbanjamento e delapidação do patrimonio. Triste!
Relembro que Carlos Barbosa tem a gestão do maior clube português com mais sócios que habitantes em Lisboa, e tem o apoio de vários técnicos e especialistas.
O problema da avenida não se resolve com engenharias de trafego e cotas de fluidez, necessita de bom senso e lucidez, e não existe lucidez nesta gestão autarquica, vou fazer como José Seguro não dou a solução só faço criticas.
Como se estava à espera foi o caos. O tráfego de Lisboa é gerido por analfabetos.
Já está a dar barraca, como é óbvio. Só se dá o benefício da dúvida a propostas minimamente coerentes, o que não se verifica nesta imbecilidade que arranjaram para a dita rotunda.
Em Dezembro/Janeiro já volta tudo ao mesmo, para que volte a imperar o bom senso.
Engraçadas estas opiniões.
Passei ontem pelo eixo Av. Liberdade/Marquês a pé e senti-me muito melhor.
Mas, claro, os peões são elementos de segunda categoria na cidade para algumas mentes.
Congratulo a CML pela coragem de enfrentar o endeusamento imbecil que a cidade faz do carro. E, depois deste eixo, há muitas outras zonas da cidade à espera de alterações para terem menos carros e melhor vida para as pessoas.
O mais engraçado é que os grandes lesados com esta brincadeira são os utentes dos AUTOCARROS. Hoje (18.09) em condições ÓPTIMAS de circulação (por mor da "vacina" de ontem, a Joaquim A Aguiar e a Avenida estavam vazias!), o 711 demorou 14 minutos (9h12/9h26) entre as Amoreiras e os Restauradores. Até ao início desta brincadeira demorava 5/6 (durante as obras chegou à meia hora). Todo o acréscimo resulta dos 4 semáforos pelos quais tem de passar na rotunda exterior (antes era 1, à saída da Joaquim A Aguiar). Imagino os autocarros que vêm da Joaquim A Aguiar e sobem a Duque de Loulé, que têm de passar por 6!!! PS: No que se quisesse ser maldoso diria que ontem saí do 11 antes da Artilharia Um e até chegar o metro passei por 16 autocarros parados. Mas ontem foi um dias "especial".
"Carlos Barbosa (...) e tem o apoio de vários técnicos e especialistas. "
não tivessem permitido a dispersão urbana que se assistiu nas periferias de Lisboa a seguir ao 25 de Abril que hoje compensava ir de transportes públicos para o centro da cidade. esse foi um dos grandes erros das ultimas décadas mas parece que ninguém se importa com isso. somos um pais que gosta de ir remediando mas os erros pagam-se caro.
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