Os arruamentos em redor de um dos mais icónicos monumentos da capital, ao qual se poderá aceder a partir da Baixa, num elevador a inaugurar em breve, são cenário de desleixo e arbitrariedade. Apesar de ser uma zona de acesso e parqueamento concessionados à EMEL, os automóveis parecem ter livre trânsito e estacionam em cima dos passeios, infernizando a vida de moradores e perturbando turistas.Quase nove séculos após o cerco ao Castelo de São Jorge pelas forças de Dom Afonso Henriques, uma outra guerra – bem menos dramática, é certo – tem agitado as imediações da fortificação, nos últimos anos. Carros e peões disputam uma desigual batalha pela ocupação dos passeios dos arruamentos em redor. Especialmente na Rua da Costa do Castelo, onde moradores e turistas se vêem confrontados com a inevitabilidade de terem de estar sempre de olhar atento à retaguarda e a encostarem-se às paredes, a cada vez que passa um automóvel.
Isto porque os passeios foram todos tomados de assalto pelos automóveis dos moradores e de alguns visitantes, numa zona cujo estacionamento e circulação virária são regulados pela EMEL (Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa). A entrada e saída na Costa do Castelo é mesmo controlada através de pilaretes retrácteis.
Ainda assim, é como se aquela fosse uma área entregue à sua sorte. É que cada automobilista parece fazer o que bem lhe apetece, parqueando o carro em cima do passeio, sem receio de vir a ser penalizado por um dos habitualmente zelosos fiscais da EMEL. A situação, que se prolonga há anos, tem-se vindo a agravar, com o que alguns dizem ser o relaxamento gradualmente maior da empresa municipal, criando um clima de permissividade para todos os que trazem viatura para aquela área.
Ao ponto de certos moradores terem já dificuldade em sair de casa ou em circular com o carrinho do bebé. “A Costa do Castelo e a Calçada do Marquês de Tancos estão tão cheias de automóveis em cima do passeio, que não há espaço para as pessoas neles passaram”, diz Bruno Santos Palma, residente naquela zona e membro da assembleia de freguesia da Graça...
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4 comentários:
Desde que me lembro que a Costa do Castelo é assim o que não desculpa, claro. Mas importa também avançar com soluções. Eu dou uma: aproveitar os terrenos abaixo do Teatro Taborda para "enterrar" um silo automóvel. Bom... mas isso era se houvesse dinheiro e, sobretudo, interesse pelos habitantes das zonas históricas o que não acontece. Qualquer dia serão um autentico parque temático tal o deserto de residentes.
Multem os carros, mas estão à espera do quê!? Nunca percebi porque raio o estacionamento em cima do passeio em Portugal é tão socialmente aceite. Devemos ter mais carros em cima do passeio que todos os paises europeus juntos, é uma vergonha que ninguém quer resolver. Se ninguém resolve, comecem-lhes a colar o autocolante do passeiolivre.org!
Pois, pois....isto podia ter sido escrito em 1983. As décadas passam e daqui a 40 anos já ninguém se recorda de Lisboa sem carros nos passeios. Realmente como é que se aceita esta qualidade de vida....uma vida inteira ?
É preciso ver que há a vantagem de taparem alguns grafitos, daqueles a que o Zé que fazia falta prometeu, faz tempo, declarar guerra.
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