Os políticos, de que nos queixamos tanto, são um mero reflexo do que somos como sociedade. Assim, o que esta cidade precisa é de um político que não veja a CML como um trampolim para patamares mais elevados da política, ou como um garante de certos interesses, mas um idealista que concretize objetivos, mesmo afrontando os interesses acomodados de cidadãos, como o que não aconteceu com as obras na Rua Alves Redol ao IST, onde os moradores impediram o alargamento dos passeios para não se eliminarem lugares de estacionamento à superfície, e preferiram a manutenção dos passeios exíguos e cheios de bloqueios! Foram-lhes oferecidos lugares no estacionamento subterrâneo que havia sido construido na rua!
Desta feita, somente uma Câmara Municipal gerida por pessoas assim poderia ter travado o processo de destruição do património arquitetónico da cidade e a salvaguarda integral do n.º 55 da Avenida da República, por exemplo, estaria sequer em discussão.
Sr. Vereador/Arquiteto Salgado, e este? Vale a pena preservar ou não?
De autoria do grande Arq. Norte Junior, está/esteve à venda juntamente com os vizinhos arruinados. Pensou-se em hotel mas tal já foi descartado. Foi? |
Enquanto isto o vizinho do lado está assim. Incêndios sucessivos deixaram a fachada e pouco mais. Querem convencer-me que foi tudo um acaso? Podem tentar... |
20 comentários:
Vocês aqui do blogue ainda não perceberam ou fingem não perceber:
As restantes cidades europeias não sofreram com 100 anos de rendas congeladas. Além disso não têm a nossa burocracia que impede tudo e mais alguma coisa (a não ser através de cunhas; aí aprovam qualquer coisa). Lá fora foi havendo manutenção ao longo das décadas. Aqui não, e os prédios chegaram a um ponto de não retorno.Tivessem pensado nesse problema em 1980 ou 1990. Estamos em 2014, a porcaria já está feita, é doença terminal.
Caro Paulo,
devo lembrá-lo que muitas cidades europeias tiveram aquilo que nós nunca tivemos: guerra, bombardeamento, destruição em larga escala. Isso serve de desculpa para não preservar o que existe e recontruir o que foi destruído? Não!
Não percebo ou finjo não perceber o que as rendas congeladas têm a ver com o facto de não se renovar criteriosamente, porque não me argumente que os edifícios são irrecuperáveis porque não são!
Estamos em 2014 e a fazer como nos anos 60: destruir património para construir novo, moderno (mas não bonito). Volto a repetir: o nosso povo é bruto e inculto.
As rendas congeladas nada têm a ver com a incúria generalizada com que as diversas vereações têm tratado a cidade. Hoje em dia já nem sequer é só a arquitectura de transição que está ameaçada, palácios, prédios pombalinos, lojas de tradição, igrejas, está tudo a saque e à mercê do abandono ou das ditas reabilitações que o que fazem é desvirtuar para sempre o património. Em garnde medida, é este o retrato da cidade de Lisboa.
As rendas congeladas nada têm a ver com a incúria generalizada com que as diversas vereações têm tratado a cidade. Hoje em dia já nem sequer é só a arquitectura de transição que está ameaçada, palácios, prédios pombalinos, lojas de tradição, igrejas, está tudo a saque e à mercê do abandono ou das ditas reabilitações que o que fazem é desvirtuar para sempre o património. Em garnde medida, é este o retrato da cidade de Lisboa.
" devo lembrá-lo que muitas cidades europeias tiveram aquilo que nós nunca tivemos: guerra, bombardeamento, destruição em larga escala. Isso serve de desculpa para não preservar o que existe e reconstruir o que foi destruído? Não!"
Na mouche!
Acho que escapou aqui aos comentadores do blogue que após os bombardeamentos não restou nada para preservar. Vão visitar Berlim e inteirem-se.
Ninguém aqui parece ter em conta o facto de Lisboa ser uma cidade sísmica, ao contrário de quase todas as grandes cidades europeias.
Estes edifícios são lindíssimos mas mais tarde ou mais cedo vão cair em cima dos seus moradores! Ao menos com etas obras, salva-se a fachada, porque se houver um sismo, nem isso.
Até parece que todas as cidades europeias sofreram bombardeamentos em larga escala...
Edifícios pombalinos são facilmente recuperáveis. Os edifícios gaioleiros nem por isso, e têm graves problemas estruturais.
Caros comentadores:
se a sismologia fosse argumento para demolir aquilo o que é a memória histórica arquitetónica da cidade nós valíamos, como povo, quase nada. Um povo sem memórias é uma unidade vazia. Dever-se-ia começar, então, a demolir numa ponta e acabar noutra, ficando Lisboa reduzida às belezas arquitetónicas que os actuais nos tristemente habituaram.
Cidades como Dresden, Londres, Munique, Madrid (com a guerra civil), Berlim foram amplamente destruidas na guerra. Qualquer um dos países onde estas cidades se encontram são exemplares na preservação de património.
Berlim é uma cidade em movimento, vastíssimos bairros sairam da guerra e da noite da RDA muito degradados mas estão a ser recuperados e tem hoje, a cidade, mais integridade arquitetónica do que Lisboa. Vivi lá, sei do que falo.
Já ouviram falar do Palácio Imperial de Berlim? está a ser reconstruído depois de não restar quase nada. O Palácio da cidade de Potsdam, mesmo ao lado de Berlim? Foi reconstruído. Charlotenburg? Idem... A Catedral Imperial? posso estar aqui a dar exemplos à exaustão.
Problemas estruturais resolvem-se de uma forma mais barata do que reconstruir interiores. Na Avenida António Augusto de Aguiar um edifício magnífico do início do séc. XX estava com problemas seríssimos de afundamento e as fundações foram reforçadas. O projecto garanto que foi mais barato que fazer os interiores com demolição.
Portugal teve o seu bombardeamento de rendas a 5 euros.
"Acho que escapou aqui aos comentadores do blogue que após os bombardeamentos não restou nada para preservar. Vão visitar Berlim e inteirem-se."
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Sr FMS, acho que lhe escapou alguma coisa... Sei que não vive por estas paragens, no entanto presumo que ainda saiba ler Português e interpretar textos e argumentos.
Se assim for aconselho-o a ler, mais uma vez, e apalavra por palavra, a seguinte frase que foi proferida pelo autor do artigo e que retrata bem os costumes dos países que foram afectados:
" reconstruir o que foi destruído? ""
NENHUM edifício que se mantenha na vertical pelas suas próprias estruturas....é irrecuperável !!
O fms que vá visitar locais como a cidade velha de Varsóvia.
Começe pelo Old Town Market Place:
https://www.facebook.com/unesco/photos/a.10150253911838390.341477.51626468389/10152580950348390/?type=1&theater
Depois dê um pulo a Frankfurt e a Dresden.
Quanto a Berlim: Inteire-se do que é que estão a fazer ao Stadtschloss e ao Potsdam City Palace!
Não existe moderação neste blog?
É que é sempre o mesmo com os mesmo argumentos enganosos e a demagogia barata de sempre!!
Estou inteirado disso tudo e conheço isso tudo. Nao chego nem de perto as mesmas conclusões. O que caiu perdeu-se para sempre.
Sr. Rui, não seja demagogo você. Dar um pulo a Frankfurt? Frankfurt tem de facto edifícios lindíssimos reabilitados, mas tem também modernos arranha-céus. Existe um equilíbrio, tanto apreciam o passado como o futuro. Faço ideia a polémica que seria aqui neste blogue se construíssem uma torre dessas em Lisboa, mesmo que fosse em sete-rios ou no parque das nações.
Filipe,
as conclusões a que chega de nenhuma relevância têm nos países referidos. O que caiu foi recuperado, reconstruído, para deleite de todos, orgulho dos locais e vergonha dos portugueses que têm elementos como vossa ex.ª que infelizmente não são casos isolados nesta nossa urbezinha.
O mesmo argumento serve em Lisboa. Foquem-se nos prédios que não foram vítimas das rendas de 5€.
Sr. Paulo, vá lá ler outra vez o comentário que eu proferi.
Agora diga-me: Por acaso escrevi alguma coisa contra a construção de arquitectura contemporânea na cidade de Lisboa? Não pois não..
Deixe-se de comentários desonestos!
rreconstrução e preserrvação
Seria bom que o blogue cidadanialx fizesse um tópico sobre este tema. Actualmente, mais de metade dos lisboetas pagam até 60 euros de renda. Veja onde estão os imóveis com rendas mais baixas e mais elevadas em Lisboa:
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/rendas/detalhe/infografia_quanto_se_paga_de_renda_em_lisboa.html
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