«Boa tarde!
25 de Abril SEMPRE!
O meu nome é Vanda Coelho, tenho 47 anos e sou alfacinha da raiz á ponta da folha :-) Relativamente á nossa linda Lisboa (que eu amo como o poeta!), lembro-me de ouvir falar, em pequena, da CASA AFRICANA na baixa,e do "preto" da casa Africana que era um senhor que faria de porteiro (?) naquele elegante estabelecimento de Lisboa.
Estando Lisboa, à data de hoje, com uma população migrante africana, tão significativa, era interessante estudar essa presença dos africanos (muito poucos) em Lisboa, por essa época. Esta figura do "preto" remete-nos para um tempo em que as "colónias" forneciam, para espanto de uma sociedade atrasada e oprimida, "especies" como aquelas que povoaram a Exposição do Mundo Português em 40, no auge do regime de Salazar. A Lisboa Africana é uma realidade, tanta vezes "escondida", mas cada vez mais importante no tecido social da cidade. A diversidade de culturas hoje, em Lisboa, é, talvez das maiores riquezas que possuímos na cidade.
Obrigada por me lerem!
Vanda Coelho»
6 comentários:
Tenho memória de um tal "Café das Pretas". Já não me recordo se era na Feira Popular de Entrecampos....ou na anterior.
Havia um "café dos pretos" na Feira Popular de Entrecampos, tinha mesas em forma de pigmeu e tapa-sóis de palha. Se fosse hoje em dia já circulavam petições.
A presença de africanos na sociedade lisboeta e portuguesa está bastante estudada e existe bastante literatura sobre o facto. No séc. XVIII o número de escravos africanos a viver na cidade tinha chegado a uma percentagem tal que o governo do Marquês de Pombal limitou a entrada de escravos; Poço dos Negros, que existe na toponímia de várias artérias, está relacionado com os "buracos" para onde se atiravam os corpos dos escravos, já que um sepultamento cristão lhes estava vedado por estes não terem alma; mas também acabaram por adquirir direitos e houve mesmo irmandades de negros que organizavam procissões e tinham casa de culto própria. No Ribatejo e Alentejo, onde se produzia tipicamente arroz, vasta população negra, mais resistente à malária e doenças febris relacionadas com zonas pantanosas, fixou-se a ainda estão presentes nos genes, desconfio, de um grande número de portugueses.
Caro A.M.C. embora esteja de acordo com a apreciação histórica que apresenta - estava estimada a presença de 10% de população africana ou de origem à época do Marquês de Pombal, nem toda ela escrava, muitos forros ou mesmo livres - Quanto á toponímia não existe entre os autores qualquer acordo, uma vez que Negros eram a designação como eram também conhecidos os Frades Beneditinos, devido à cor do seu hábito, e que estando no convento que hoje conhecemos como palácio de São Bento, tinham assim as cercanias, que cultivavam e de cujas águas utilizavam - daí, segundo alguns autores o Poço dos "Negros" a que a toponímia faz referência.
Penso, que tendo em conta o local, esta hipótese colherá mais do que a que expõe, até porque sendo os "hereges" sepultados nas margens do Rio, não seria de esperar que a inumação da população africana se fizesse a montante do "Mocambo"(hoje Madragoa) dentro dos termos do convento beneditino.
com os meus melhores cumprimentos.
Caro Carlos,
muito obrigado pela explicação e contribuição. Em todo o caso, como referi, mostrou que de facto o tema está bastante estudado, ainda que não fosse minha atenção fazer qualquer palestra de cariz histórico, apenas oferecer algumas referências como exemplo.
Se quiser contribuir com outras terá a minha total atenção e interesse.
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