Os logradouros são espaços verdes muito importantes para a qualidade de vida dos moradores das cidades, promovendo a riqueza da biodiversidade, suavidade da paisagem, permeabilização dos solos e qualidade do ar. Constituindo no seu conjunto uma riqueza excepcional, eles representam hoje um problema para a cidade de Lisboa.
A Câmara Municipal de Lisboa tem disso consciência e frequentemente apela à defesa da biodiversidade e à necessidade urgente da melhoria da qualidade do ar que respiramos, mas não faz o suficiente para a salvaguarda dos logradouros, como o prova o Plano Diretor Municipal em vigor desde 2012 e cujo regulamento foi por ela e pela Assembleia Municipal aprovado.
De facto, o artigo 44.º do PDM que regula a ocupação dos logradouros na cidade de Lisboa, sendo de interpretação confusa, não defende convenientemente aquelas estruturas, permitindo a sua ocupação. Também, a introdução de fórmulas matemáticas denominadas “superfície vegetal ponderada” tornam difícil a sua aplicação prática.
Quanto a nós houve um retrocesso no que se refere à defesa dos logradouros e o artigo 44.º deveria ser reformulado. Compreendemos que a ocupação total dos logradouros por construção valoriza a propriedade de quem vai construir, mas empobrece a cidade de Lisboa, comprometendo o seu futuro que temos obrigação de legar valorizado às gerações vindouras.
João Pinto Soares
2 comentários:
A maioria dos logradouros estão cheios de cimento, barracas e lixo, tudo da autoria dos próprios moradores. A CML é a culpada de tudo? Não me digam que as marquises também são feitas pela CML...
Um logradouro é utilizado pelos respeitáveis cidadãos como espaço de uso livre para deitar de tudo, desde lixo comum a monos e electrodomésticos (que o "estado" há de limpar). É difícil, senão mesmo impossível para a CML ou para as JF's estarem em cima de todos os casos quando nem os próprios moradores estimam estes locais.
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