13/12/2016

Três prédios que Lisboa não deve perder








Os dois primeiros na Rua Maria, o terceiro na Rua Maria da Fonte.

Numa cidade embevecida com a destruição do património Lisboa Entre-Séculos, estes três devem ser salvaguardados. Pela sua presença, cantarias, entradas, varandas, são marcos na cidade.

Ao contrário do que acontece em Lisboa, onde os interiores são destruídos sem nenhuma cerimónia nem vergonha, no Porto já se começa a afirmar que os prédios não devem ser só fachada e que os projectos devem contemplar verdadeiras reabilitações patrimoniais.

Rui Moreira tem, pelo menos, a coragem de dizer que os projectos não devem desfigurar a cidade. Cá temos o Medina e os seus acólitos que tudo licenciam. Vide a tragédia da Rua da Lapa.

Aqui fica o repto à CML para estes três impressionantes prédios de Lisboa: que  o licenciamento promova a manutenção da maior parte de pormenores de origem possível e que se impeçam os "cabeçudos" com mansardas de "zinco".

9 comentários:

LuisY disse...

Aqui em Lisboa parece continuar a haver uma verdadeira raiva contra a chamada arquitectura eclética dos finais do XIX e inícios do séc. XX e não percebo porquê. Os tempos do modernismo já passaram e hoje por todo o mundo ocidental as pessoas passaram a apreciar o ecletismo e o historicismo daquele período, seja ele na arquitectura, na pintura ou nas artes decorativas. Parece ser um fenómeno muito lisboeta, pois no Porto a arquitectura deste período está bem preservada de forma geral.

É curioso que conheço esses prédios deste há muito e sempre imaginei que belíssimas casas eles deviam dar. Claro, são necessárias obras de alguma modernização, até porque hoje as famílias não precisam de 9 ou 10 assoalhadas. Mas em todo o caso há que conservar as fachadas e aproveitar o mais possível os interiores, como os estuques ou as escadarias, já para não falar das pinturas a fresco, que muitos destes prédios apresentam.

Um abraço e continuem!!

Martim disse...

Devemoa requerer a classificação dos mesmos, para não terem o mesmo destino criminoso dos da Rua Sousa Martins

Filipe Melo Sousa disse...

Preservem os prédios mas por favor tirem-me esses ladrilhos pirosos mouriscos das fachadas

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Caro Luís Y,

Obrigado pelo seu comentario que subscrevo.

Caro Martim,

Concordo com a classificacao, embora ela em Lisboa sirva para pouco.

Ex: palacio Mesquitela que depois das enormidades que lhe fizeram viu o seu estatuto diminuir; foi pura e simplesmente desclassificado pela DGPC.

Anónimo disse...


Belos exemplares

a nossa riqueza e identidade não ser ser destruída

J A disse...

Aposto que o que Miguel aqui descreve é uma absoluta impossibilidade em muitos outros países.
Alterar um edifício classificado para este depois merecer uma desclassificação....wow !

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Mas quais ladrilhos mouriscos pirosos? Será esse o nome de código que os iluminados que vivem em países civilizados da Europa dão aos azulejos?

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Sim, caro Júlio Amorim, é essa uma fina especificidade lusitana

Filipe Melo Sousa disse...

O adjectivo "foleiro" também cumpre a função. E ao contrário do que sugere o MSV: a comunidade emigrada não repudia esses azulejos foleiros. Pelo contrário até os elogiam. É isso e a linda de suza. Vejam as lindas casas construídas pelo país fora com os ditos ladrilhos nego-mouriscos pirosos (vulgo azulejos), estátuas de sereias no jardim, trilhos com caçada feita de restos de pedreira e lanternas. Iluminados!