Na sua inauguração, em 15 de Junho de 1922, foi aqui criado o teatro Maria Vitória, nome da atriz e fadista muito conceituada naquela época, sendo o único teatro de revista que continua ativo nos nossos dias.
O Parque Mayer, recinto dos teatros de revista e dotado de restaurantes, carrosséis, esplanadas, pavilhões, casas de fado, barracas de tiro e outras, e onde também se exibiu cinema, luta livre e box, era um local de boémia por excelência, onde tanto ocorria o povo folião, como a elite política ou os intelectuais de Lisboa. No entanto, não se cuidou da integração do edificado com os espaços verdes.
Atualmente, em adiantada degradação, o recinto necessita urgentemente de uma nova revitalização. Há que salvaguardar um baixo índice de construção com remodelação do já existente com valor e a demolição daqueles edifícios sem préstimo. Tudo o mais deve ser verde.
No ano em que se comemoram os 100 anos da sua fundação como espaço de diversão, gostaríamos que se comemorasse também o arranque definitivo das obras de recuperação total daquele espaço, lembrando a sua origem como jardim e a sua proximidade com o Jardim Botânico da Escola Politécnica, formando um contínuo, enquadrando os teatros e outras estruturas leves onde deverão nascer salas para espetáculos musicais, de dança, desportivos, para além de restaurantes e outras estruturas para comércio.
Esperemos que a Câmara Municipal de Lisboa ao fim de tantas tentativas falhadas, seja agora capaz de restituir ao Parque Mayer a dignidade que já teve, aproveitando para que a intervenção considere uma componente de espaço verde que permita a articulação do Parque Mayer com o Jardim Botânico e que equacione o seu prolongamento visual sobre o vale de Alcântara.
Pinto Soares
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