21/12/2012
Muitos Parabéns ao Hot Club. Votos de Muitos Anos de Vida e Sucesso ! António Sérgio Rosa de Carvalho.
Hot Clube comemora um ano no novo espaço
Aniversário festejado hoje com o concerto de apresentação do álbum do pianista Luís Figueiredo
O Hot Clube de Portugal comemora hoje um ano no novo espaço situado na mesma praça do anterior, destruído no incêndio de 2 de Dezembro de 2009. Este primeiro ano tem, portanto, grande significado para os dirigentes do clube de jazz fundado em 1948 e é assinalado hoje com o concerto de apresentação do álbum Lado B, do pianista Luís Figueiredo (23h).
"Conseguimos transportar o ambiente e o que se fazia no outro clube", disse à Lusa a presidente do conselho directivo do HCP, Inês Homem Cunha, comentando o aniversário da reabertura, só possível com o protocolo estabelecido com a Câmara de Lisboa, que financiou as obras de recuperação com cerca de 200 mil euros.
Após o incêndio, o Hot Clube esteve dois anos fechado até ser encontrado um novo espaço, ligeiramente maior do que a antiga e histórica cave do clube, na mesma Praça da Alegria. Os espectadores dispersaram-se, por outros espaços de música ao vivo, mas mesmo assim Inês Homem Cunha garante que o clube tem "conseguido manter o equilíbrio e ter público". Apesar dos efeitos da crise, que se sente no consumo de bebidas, o balanço é positivo - este primeiro ano "correu muito bem, com a dinamização de muitas "jam sessions" e aproximação entre a escola [de jazz Luis Villas-Boas] e o clube".
in Público.
20/12/2012
Lisboa quer fazer da Praça de Espanha um 'jardim de utilização intensa'
...
Bom, parece que o túnel deu lugar a um triângulo... por mim, retirava-se já aquela feira imunda, e plantavam-se árvores. No lote vago pelo Teatro Aberto, plantavam-se mais árvores. O terminal de autocarros em Sete-Rios? Bom, aquilo já é a nova "câmara de gás" de Lx, pelo que acho que devem ficar no mesmo sítio, o problema, aliás, é o tipo de autocarros que estacionam (sucata, basicamente) na Praça de Espanha, e as paragens dos mesmos, num suposto "terminal de passageiros", digno de sucata, também; mas como já se percebeu que esses terrenos do tal de terminal são para construção em altura e "remate" urbanístico, por isso é que aparecem os 11 milhões, é isso?
19/12/2012
PASSEIOS DE LISBOA: habitat de pópós particulares
Os passeios de Lisboa: Rua das Janelas Verdes, Calçada do Marquês de Abrantes (Santos) e Rua de São Paulo. Que se lixem os peões.
Mensagem de Natal a António Costa e Manuel Salgado por António Sérgio Rosa de Carvalho.
As cidades revelam a sua magia durante a noite ... mas também revelam de forma inequivoca a sua intensidade de vivência e o seu grau de ocupação ... o número de janelinhas iluminadas não mente ...
Sim ... o senhor Presidente da C.M.L. e o Senhor Vereador já nos brindaram com a iluminação triunfante na Igreja de S.Julião, prenúncio do enumerado das "Grandes Obras" que nos espera no período Eleitoral que se avizinha ... mas, na Igreja de S.Julião essa iluminação não ilustra janelas ... mas cavidades que denunciam o atentado cometido ao Património Pombalino por Vós e o Arquitecto Byrne ...
Entretanto, o resto da Baixa continua às escuras ... e não há janelinhas iluminadas a testemunhar ocupação, vivência, calor quotidiano e famílias ...
Sim ... Senhores ... iluminaram ... um Centro Histórico que é uma cidade Fantasma, Devoluta, Deserta ...
E que é feito das anteriores promessas Eleitorais de Reabilitação da Baixa e dos Bairros Históricos ?!?
As imagens que se seguem são de Amsterdam ... numa noite de semana, obtidas em dois canais ao acaso, mas poderiam ilustrar Londres ou Paris ...
As últimas quatro imagens são de um prédio devoluto na Baixa ... e símbolizam uma realidade patética e incompreensível repetida dezenas / centenas de vezes em todo o Centro Histórico de Lisboa.
Feliz Natal ?
António Sérgio Rosa de Carvalho
Fotos ( as últimas quatro) de António Louro in http://sputnik-webzine.blogspot.nl/
18/12/2012
Urbanismo Comercial/Prémios p/ Ourivesaria Aliança, Mimosa da Lapa e Sapataria do Carmo, S.F.F.!
Exmo. Sr. Presidente da Câmara
Dr. António Costa,
Exmo. Sr. Vereador
Arq. Manuel Salgado
No seguimento dos nossos sucessivos alertas, reclamações e sugestões em prol de uma política camarária de Urbanismo Comercial e pela salvaguarda, incentivo e reabilitação do Comércio de Carácter e Tradição de Lisboa; é com bastante regozijo que chamamos a atenção de V. Exas. para três reabilitações recentes, onde foi possível investir sem destruir, antes pelo contrário.
Referimo-nos à Ouriversaria Aliança (Rua Garrett), à Sapataria do Carmo (Largo do Carmo) e à "Mimosa da Lapa" (Rua da Bela Vista à Lapa). Aqui, e ao contrário do que aconteceu, também recentemente, à Leitaria Camponesa (Rua dos Sapateiros), por ex. (onde nem há palavras para descrever o que ali se passou), houve recuperação exemplar do património de cada uma delas, e os resultados estão à vista.
É deste tipo de apostas que Lisboa precisa, é este comércio que faz a diferença, e é este comércio que precisa ser acarinhado pela CML, apoiado e promovido junto dos empresários do sector como casos de sucesso.
E é nesse sentido que solicitamos a V. Exas. para implementarem doravante um sistema de prémios e de certificação de qualidade no âmbito de um sistema de bases de Urbanismo Comercial, que possibilite a que estes 3 estabelecimentos sejam premiados já em 2013 pela qualidade das suas reabilitações recentes, promovendo-se em paralelo a Classificação destes espaços como Espaços de Interesse Municipal.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Bruno Ferreira, Rita Filipe Silva, Carlos Matos, António Sérgio Rosa de Carvalho, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Miguel Atanásio Carvalho, Virgílio Marques, Pedro Fonseca, Pedro Gomes, Luís Marques da Silva, João Mineiro
O que mudou nos cinemas em Lisboa
O que mudou nos cinemas em Lisboa
Por Vanda Marques, publicado em 18 Dez 2012 in (Jornal) i online
A historiadora Margarida Acciaiuoli quis perceber comoé que os cinemas desaparecem de Lisboa. Nos anos50, chegaram a ser 46, agora emigram para os centros comerciais. Retrato de uma nova cidade“Num pano em vez de espelho/este engenhoso aparelho/mostra a fotografia em movimento tal/reproduzindo as figuras/ como vivas criaturas, mas isto ao natural. Não só a atenção desperta – a tal invenção da moda/mas a gente fica toda, ao vê-la de boca aberta.” Assim se descrevia o animatógrafo, que tinha chegado a Lisboa no fim do século xix, no “Diário Ilustrado”. O acontecimento de 18 de Junho de 1896 no Real Coliseu, na Rua da Palma, apresentava a “última maravilha da técnica” e prometia “fotografia viva”. Era o início da relação da cidade de Lisboa com o cinema, que atingiu a sua época áurea em 1954, quando existiam 46 cinemas.
Para recordar o passado e compreender como mudou o presente, a historiadora e professora da Universidade Nova de Lisboa Margarida Acciaiuoli escreveu “Os Cinemas de Lisboa – Um Fenómeno Urbano do Século XX”, editado agora pela Bizâncio. “A ideia é muito antiga. Em 1982 tentei perceber que relação a cidade tinha com os cinemas, porque na verdade são o equipamento que marca o século xx. O cinema aparece como nova arte que não era pintura, escultura”, explica ao i a historiadora.
Quanto a respostas fáceis para uma mudança tão grande na cidade de grandes salas para os centros comerciais, Margarida Acciaiuoli não as encontrou todas. “Deve-se à desorientação da própria cidade, as pessoas não sabem bem o que é a cidade, fala-se da área metropolitana. Habituamo-nos à autodestruição. A cidade parece que nos empurra para os centros comerciais, porque as salas são todas lá.” E acrescenta: “O animatógrafo chegou a Lisboa, passou pelas feiras, os circos, ocupou primeiros andares de prédios. Depois construímos salas tentando imitar o teatro e lá arranjámos uma forma. A seguir fizemos as grandes catedrais, o Monumental, o São Jorge, o Império. E depois destruímo-los.” Dos resistentes, a professora destaca o King, o Londres e o São Jorge.
GRANDES CATEDRAIS Lisboa sempre foi uma cidade de cinéfilos e com direito a grandes salas. No livro podemos acompanhar o surgimento de muitas delas, das maiores aos cinemas de bairros pobres, como a Mouraria. “O cinema mais marcante é o São Jorge [1950]. É a primeira sala que se faz em Portugal que foge à lei. Nessa altura todo o edifício para cinema devia ter palco, camarins, os dispositivos para outros espectáculos. O São Jorge é o primeiro que se constrói sem isso”, conta a historiadora. “Já o Monumental [1951] foi construído com duas salas: uma de cinema outra de teatro. Por isso adquire aquela monumentalidade.” Mas já antes existiam salas memoráveis, como o Tivoli [1924] e o Éden [1937].
O mais surpreendente para Margarida Acciaiuoli foi o facto de termos sido capazes de criar estas novas salas, mas podíamos acrescentar à lista a forma como os lisboetas criaram rotinas de cinema. “Em 1930/31 o país atravessou uma grave crise financeira, como a de hoje. Alguns géneros artísticos acabaram por decair e o público do teatro, por exemplo, passou a frequentar o cinema. Não eram cinéfilos, por isso a revista ‘Imagem’ alugou o São Luiz com matinés gratuitas para os sensibilizar.” A historiadora dá ainda outro exemplo: em 1930, o São Luiz baixou 40% o preço dos bilhetes.
Outra forma de cativar o público poderá ter sido também o início do fim. “Os cinemas adaptam espaços. Por exemplo, restaurantes no Cinema Império, uma sala de chá no Monumental. De repente a legislação altera-se e o governo permite que sejam adaptados cinemas onde existiam lojas e surgem estúdios, como o Estúdio 444, entre outros. Isso é o fim da história. A seguir são os centros comerciais.”
A historiadora recorda ainda que a ida ao cinema era um momento solene. “O cinema é mais religioso que o teatro. O espectáculo é visto em silêncio, não se batem palmas. Hoje é diferente, as pessoas comem pipocas, toca o telemóvel...”
O declínio dos cinemas começou no início dos anos 80, com a demolição do Monumental. “Foi uma coisa terrível. Aconteceu devido a interesses económicos, mas a culpa não é só da câmara ou dos proprietários, é da cidade inteira.”
Avenida da Liberdade, a 30 dias de ser classificada CIP
Anúncio n.º 13774/2012. D.R. n.º 244, Série II de 2012-12-18
Presidência do Conselho de Ministros - Direção-Geral do Património Cultural
17/12/2012
LISBOA MEDIEVAL: Rua de O Século
Monumento a Luiz de Camões vandalizado
(foto: IG)
Resposta da CML:
Ex. mos Senhores
Em resposta ao vosso email, que mereceu a nossa melhor atenção, vimos por este meio informar que:
· O resultado dos mais recentes ataques de vandalismo cometidos contra a peça de estatuária “Camões” na Praça Luis de Camões, tem-se traduzindo na realização de inscrições, “tag’s” com caneta de feltro e tinta de spray em torno do plinto em pedra da escultura. A Divisão de Salvaguarda de Património Cultural da Camara Municipal de Lisboa, tem levado a cabo sucessivas intervenções especializadas, de limpeza da base da peça, remoção de grafitis e aplicação de camada de proteção da pedra. Tem-se procurado realizar estes trabalhos durante o fim de semana no sentido de dar a esta ação um caracter pedagógico e preventivo uma vez que estes atos são realizados com frequência entre sexta e sábado. Na semana passada a estátua foi uma vez mais a limpa, tal como se poderá ainda verificar. Lamentavelmente receamos ter de repetir a operação brevemente.
· Tem sido uma escultura, alvo constante deste tipo de vandalismo, atestado pelas sucessivas campanhas de limpeza em curto espaço de tempo, sendo estas também um fator patrocinador de erosão acelerada nos suportes artísticos da peça. Embora não sejam intervenções com um custo elevado são constantes, numa média aproximada duma vez por mês, o que poderá pesar consideravelmente nos orçamentos anuais no que diz respeito á conservação e manutenção das peças de Arte Pública, sacrificando infelizmente outras intervenções igualmente necessárias e urgentes. No entanto consideramos imprescindível manter o mesmo ritmo constante de limpeza, para salvaguarda do nossos património.
No que diz respeito ás restantes peças de estatuária mencionadas, a situação é rigorosamente idêntica.
Agradecendo mais uma vez o interesse na defesa e proteção do património da cidade, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Maria Ana Silva Dias
CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
Chefe de Divisão – Divisão de Salvaguarda do Património Cultural»
...
Exmo. Arq. Jorge Ramos de Carvalho
Este é o estado lamentável do monumento a Camões, ao Chiado, e encontra-se assim desde Junho. Igual estado de coisas em vários outros monumentos como seja nos dedicados a Ramalho Ortigão (Santos), o "Adamastor" (Sta. Catarina), e aos existentes em S.Pedro de Alcântara e Campo de Santa Clara, por ex.
Até quando é que a CML vai continua "inerte"?
Melhores cumprimentos
Fernando Jorge, Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho
15/12/2012
A Fénix Renascida ...
Tudo indica que a Aliança "renasceu das cinzas"... a atenção de Manuel Salgado foi assim dirigida a este objecto insubstituível ... Mas ... acima de tudo o que é necessário ... depois de tanta destruição na área envolvente, no que respeita Lojas Tradicionais com Interiores de Valor Patrimonial, é que esta atitude se alargue sistemáticamente através do desenvolvimento de uma estratégia de Urbanismo Comercial com forte componente de salvaguarda do Património de Interiores ... e não constitua um caso isolado, num objecto de valor e prestígio ... em época de eleições ...
António Sérgio Rosa de Carvalho.
Os "posts" reeditados que se seguem, ajudam a revisitar o processo
Interior de lojas históricas vai passar a ser protegido, promete Salgado. originalmente publicado em 19/07/2012.
Interior de lojas históricas vai passar a ser protegido, promete Salgado
Por Ana Henriques in Público.
"Depois de todas as destruições que têm sido feitas no Chiado isto é correr atrás do prejuízo", observa antiga directora municipal da reabilitação urbana que agora é vereadora do PSD
A Câmara de Lisboa vai passar a exigir um levantamento fotográfico do interior das lojas históricas da cidade, mobiliário incluído, antes de autorizar obras nestes estabelecimentos, anunciou ontem o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado.
"Depois de todas as destruições de interiores que têm sido feitas nas lojas do Chiado isto é correr atrás do prejuízo", reage a vereadora do PSD Mafalda Magalhães de Barros, numa referência a casos como o da alfaiataria Piccadilly, na Rua Garrett, fundada em 1924, cujo mobiliário de madeira foi arrancado para dar lugar a uma incaracterística casa de sanduíches.
Antiga directora municipal de reabilitação urbana, Mafalda Magalhães de Barros diz que a protecção dos interiores dos estabelecimentos comerciais de reconhecido valor não passa sequer pela alteração das leis municipais em vigor, mas sim pela vontade política: "Quando fui directora municipal, em 2005, faziam-se vistorias aos locais que iam entrar em obra com historiadores municipais, para determinar o seu valor patrimonial. Onde estão agora esses historiadores?", questiona. O Chiado tem sido pródigo em exemplos quer de manutenção quer de destruição de interiores: fiéis à sua traça original, ainda ali subsistem duas velhas casas de cafés e uma antiga barbearia; mas os especialistas dizem que a adaptação que a Benetton fez à antiga casa Ramiro Leão desvirtuou o estabelecimento. O recente encerramento de uma das mais bonitas ourivesarias de Lisboa, a Aliança, também na Rua Garrett, fez levantar um coro de protestos, apesar de os proprietários do edifício, que entrou em obras, terem garantido que não tencionam destruir a sumptuosa decoração do estabelecimento.
Manuel Salgado não quis adiantar mais pormenores sobre a protecção das lojas históricas e outras questões relacionadas com o novo Plano Director Municipal, tendo remetido o seu cabal esclarecimento para depois da aprovação deste instrumento de planeamento na Assembleia Municipal (ver caixa). As questões patrimoniais foram, de resto, um dos temas que fizeram com que o PSD ainda não haja dado o seu acordo final ao PDM, embora os vereadores social-democratas tenham ontem dado mais um passo nesse sentido, ao votarem a favor da enésima versão do documento, elaborada também com contributos seus. Apesar de ter dado o seu assentimento a essa versão, Mafalda Magalhães de Barros mostra-se muito crítica da filosofia que presidiu à elaboração do novo plano director: "Não reflecte grandes preocupações patrimoniais, havendo o perigo de descaracterização das áreas históricas - e tem uma visão fachadista do património", de preservação de fachadas mas destruição de interiores.
A inclusão na carta do património do PDM de uma série de imóveis que dela não constavam também não convence a ex-directora municipal: "O tecido histórico construído está em risco e não é com listagens que vamos lá", observa. "Não há neste plano uma visão de preservação dos legados patrimoniais da cidade". O temor dos defensores do património é que com o novo PDM a câmara comece a autorizar demolições a eito, nas zonas históricas, de edifícios sem valor expressamente reconhecido mas cuja presença contribui para manter a identidade da cidade. Manuel Salgado tem garantido que não fará nada disso. O vice-presidente da câmara adiantou ontem também que casos como o da construção de um estacionamento subterrâneo na Praça D. Luís, à beira-rio, que por sorte não destruiu o importante património arqueológico que ali havia, não sucederão com o novo PDM, uma vez que passará a ser obrigatória a realização de sondagens prévias nas obras a realizar na frente ribeirinha.
A Propósito e Recordando ... Originalmente publicado em 16/02/2012
Uma das ourivesarias mais bonitas de Lisboa vendeu ontem as suas últimas peças
Quando a proprietária actual da Ourivesaria afirma que vai levar apenas as pratas e o ouro ... e deixa tudo o resto ( o mobiliário ) no Local para onde foi concebido originalmente ... está a reconhecer e a afirmar públicamente que se trata de um TODO ... e que esse TODO é indivísivel e pertence à Cidade de Lisboa e constitui um Legado Cultural insubstituível ...
The use of the term Gesamtkunstwerk in an architectural context signifies the fact that the architect is responsible for the design and/or overseeing of the building's totality: shell, accessories, furnishings, and landscape.
Corredor Verde de Monsanto inaugurado três décadas depois.
Corredor Verde de Monsanto inaugurado três décadas depois
Com 2,5 quilómetros, o Corredor Verde liga o Parque Eduardo VII ao Parque Florestal de Monsanto
Por Liliana Pascoal Borges in Público
A quase totalidade da obra já estava feita, mas faltava a passagem pedonal sobre a Marquês da Fronteira. A ponte, em madeira, foi ontem inaugurada, ficando completa a ligação a Monsanto para peões e bicicletas
Foram precisos 36 anos e uma longa "luta cívica" de Gonçalo Ribeiro Telles para que o Corredor Verde de Monsanto fosse ontem inaugurado em toda a sua extensão. O projecto inclui pontes ciclopedonais, jardins, hortas, prados, um parque infantil, um parque de skate, aparelhos de exercício físico, um miradouro e várias esplanadas. Idealizado em 1976, foi inaugurado na presença de Gonçalo Ribeiro Telles, o arquitecto que o concebeu.
Com uma extensão total de 2,5 quilómetros, entre o Parque Eduardo VII e Monsanto, o corredor e os espaços que o ladeiam ocupam 51 hectares em que o tom predominante é o verde. Mas, embora prometida há muitos anos, a inauguração, ontem de manhã, ainda foi feita ao mesmo tempo que se terminava a plantação de algumas árvores.
Na cerimónia estiveram presentes, além do presidente da câmara, António Costa, e de vereadores da maioria, numerosos funcionários da autarquia. Entre os convidados destacava-se o arquitecto Ribeiro Telles e o presidente do Centro Nacional de Cultura (e do Tribunal de Contas), Guilherme d"Oliveira Martins.
A realização da obra contou, ao longo do tempo, com parcerias entre numerosas empresas e o município, contrapartidas do jogo do Casino de Lisboa e fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional. José Sá Fernandes, vereador dos Espaços Verdes, sem falar em custos totais da obra, afirmou que, quando há um investimento na cidade, "também se faz economia".
O autarca destacou também que "o corredor verde não é o jardim da Celeste, não está todo pipi", argumentando que se trata de "uma verdadeira estrutura ecológica". O vereador acrescentou que a estrutura ecológica da cidade deverá estar completamente pronta no final deste mandato camarário, em Outubro de 2013, incluindo outros espaços que também terão ligação ao corredor de Monsanto.
Já o autor do projecto, Gonçalo Ribeiro Telles, queixou-se da "ameaça à paisagem por parte de urbanizações e construções idiotas" que se vêem um pouco por todo o lado. Em contrapartida, destacou a concentração da "biodiversidade total num espaço tão mínimo" como o do corredor verde. "Os patos da região de Lisboa, não os bravos [disse, numa alusão a certos construtores civis], têm agora onde passar algumas horas nas suas deambulações pela cidade", brincou. O que importa, defendeu, é que este projecto paisagista funcione como "uma espécie de Bíblia, um livro do Evangelho", um exemplo para o país. A conclusão do projecto, acrescentou, é "um voltar de face, por todos, para o futuro", afirmou.
Questionado depois sobre aquilo que foi feito com um projecto idealizado há tanto tempo, Gonçalo Ribeiro Telles disse estar "satisfeito", mas avisou que a avaliação deverá "vir de fora, de quem vem para aqui".
O vereador dos Espaços Verdes, por seu lado, descreveu a concretização do projecto, pelo qual disse bater-se "há 20 anos", como "uma luta muito difícil". Só nos últimos cinco anos, garantiu, "foi possível acabar com todos os fantasmas, nomeadamente os depósitos dos carros" que havia na zona. José Sá Fernandes enfatizou que ontem foi um dia especial para ele. "Se há duas coisas importantes que eu fiz na minha vida é a minha filha, que faz anos hoje, e termos conseguido construir o Corredor Verde."
Por sua vez, António Costa assegurou que, na autarquia, todos estão "ansiosos para prosseguir este trabalho e realizar mais utopias". O autarca, ironicamente, agradeceu aos seus antecessores por lhe terem dado a oportunidade de ser ele a concretizar um projecto de que ouvia falar "desde miúdo". António Costa lembrou, contudo, o trabalho de João Soares, que criou o Jardim Amália, também projectado por Ribeiro Telles, mas elogiou repetidamente a "persistência de José Sá Fernandes" na conclusão da obra.
Na ocasião foi inaugurada a nova ponte em madeira, financiada pela Vodafone, sobre a Rua Marquês da Fronteira, que une o Jardim Amália ao jardim do Palácio da Justiça. Ribeiro Telles foi homenageado com a atribuição do seu nome à ponte pedonal, em betão, que passa sobre a Avenida Gulbenkian e foi inaugurada em Setembro de 2009.
Um discurso já ouvido e uma troca de galhardetes.
Sá Fernandes .... contrapoder ?!? ... "Ansiedade" ... só se for ... para mais poder Político ...
Um discurso já ouvido e uma troca de galhardetes
Na parte final do percurso ainda há muito a fazer, mas o corredor já é uma realidade aprazível. Sá Fernandes prometeu muitas mais inaugurações
Mais uma vez, José Sá Fernandes e António Costa falaram da "utopia" tornada realidade entre o Parque Eduardo VII e Monsanto, e da "felicidade" que sentem com a obra feita. Na conclusão de cada um dos troços do corredor verde antes inaugurados, ou no lançamento de cada um dos que foram sendo feitos, já se ouvira o mesmo discurso, destes e de outros oradores. Ontem, a cerimónia foi mais completa e serviu para que Sá Fernandes falasse do que já fez e do que conta fazer. Serviu também para que ele e Costa trocassem galhardetes e celebrassem a aliança que os une desde 2007. O antigo eleito do BE prometeu que até Outubro inauguraria muita coisa mais, como a Quinta da Paz, o jardim do Campo Grande, ou a ligação pedonal do Parque Eduardo VII ao Parque da Bela Vista, em Chelas. E garantiu que "o aperto de mão " que deu a António Costa há cinco anos valeu a pena. "Valeu a pena acreditar. Conseguimos evitar urbanizações neste percurso", disse, referindo-se a projectos do banco Santander, do Sporting e da EPUL que barravam o caminho ao sonho de Ribeiro Telles. António Costa confirmou que a "grande dificuldade" foi "remover os obstáculos" representados por esses "compromissos" com muitos anos. Sobre Sá Fernandes disse que ele mostrou que "o protesto e o contrapoder são necessários", e garantiu que a cidade "vai ter muita obra" graças à sua "ansiedade". À margem do passeio efectuado pelo corredor verde pela comitiva inaugural ficou, porém, o muito que o frenesim camarário não conseguiu resolver a tempo da cerimónia agendada para ontem - sem razão conhecida, quando ainda muito faltava fazer. O miradouro fronteiro à Universidade Nova está longe de estar pronto e o jardim da Quinta do Zé Pinto, a cargo da EDP, ainda há-de ter semanas de obras antes de se poder plantar seja o que for. Mas Sá Fernandes garantiu que "só falta semear na altura certa". José António Cerejo in Público
"Ilustrações" .... inseridas ... por Jeeves