Eu sempre pensei que o que motivava o braço-de-ferro que a CML disputava, desde há anos, com os feirantes da Feira Popular, para que aceitassem o fecho do espaço de Entrecampos, fossem razões de ordem estética, higiénica e logística (por esta ordem) e que portanto se quereria deslocalizar a Feira, modernizando-a e esterilizando-a, também, substituindo-a por um espaço "liberto". Mas desde que o Parque Mayer foi chamado à "mesa das negociações" que ando de pé atrás. Dito e feito. O que parece estar em causa nesta novela mexicana é tão somente a libertação dos terrenos de Entrecampos, não para prolongar o espaço verde do jardim do Campo Grande, mas antes para construção desenfreada, como moeda de troca pela retirada estratégica dos interesses dos proprietários do Parque Mayer. Ninguém quer saber dos maus cheiros da defunta Feira Popular; nem dos divertimentos achincalhados, nem do ambiente terceiro-mundista que todo aquele quarteirão apresenta, nem sequer das dificuldades dos feirantes e da Colónia Balnear "O Século". Porque só assim se compreende que ninguém saiba, pense ou fale sobre "qual", "onde" e "como" será a nova Feira Popular. Não vai para a Belavista, nem para a zona da Expo, nem para Monsanto, porque, suponho, ninguém a lá quer. A bem dizer, toda a gente diz que amava "aquela" Feira de Entrecampos, mas ninguém quer receber a "nova", seja ela qual for. Diz-se agora (aqui, ali e acolá) que irá para o Jardim do Tabaco. Eu digo: patetice pegada. Será mais uma vez, tentar "meter o rossio na betesga", e será visualmente poluidor, seja de que perspectiva for. Um grito: DEIXEM A ZONA RIBEIRINHA EM PAZ!
PF
24/11/2004
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4 comentários:
Vários problemas: primeiro, o próprio nome "Feira Popular".......esse passou há história. Algo novo.....novo nome....e nada de "Feiras". Segundo........quantos "feirantes" da antiga feira, podem recolher os fundos e conhecimentos necessários, para se estabelecerem no séc. XXII? para fazerem algo de jeito a nível europeu? poucos ......se algum. Depois pode-mos estár de acordo que a época do "burrinho" andar à volta, quase que já nem pertencia ao séc. passado. Monsanto é que NAO !
Julio A
Claro que sim, claro que sim, em Monsanto também não.
Em jeito de provocação, mais ou menos rabelaisiana-tackeraysiana (será que se pode dizer isto?), proporia à CML o seguinte:
Que designassem por "Feira das Vaidades" o neo-parque temático do Jardim do Tabaco, onde os visitantes poderiam ver em acção, não os animais do Badocaparque, mas - e aproveitando o nome da zona - políticos e demais famosos do "vaudeville" nacional, fumadores inveterados, que fariam as delícias de pequenos e graúdos, com os seus discursos redondos, as suas frases feitas, as suas piruetas intemporais, etc.
Que acha da ideia, caro Júlio?
PF
"À história" queria eu dizer anteriormente.......mas
essa ideia nao é nada má...pois nao vai existir problemas em preencher qualquer vaga "no plantel",
candidatos aos montes ...e até se podem eleger por sistema de eliminatória constante, na categoria "discursos redondos", e outros. Mas olhe que
a brincar, a brincar a democracia nacional até poderia
evoluir !?...........mas onde é que vamos colocar essa
"Feira das Mentiras" ?
Um bom fim de semana para todos!
J.A.
Já agora depois de ler o aqui, ali e acolá.......olhem
lá esta: "Todos os equipamentos lúdicos da antiga feira, como a roda, montanha-russa e carros de choque, poderão instalar-se no novo local" ...e o burrinho,
também nao vai? Com visoes destas está Lisboa bem LX..
........quero dizer.....lixada. Os equipamentos da
antiga Feira, poderao encontrar um local mais adequado
naquela outra Feira......da Ladra.
JA
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