19/06/2007

Espalhando brasas (II)

  1. Já que a Associação Comercial do Porto se prepara para patrocinar um estudo sobre o aeroporto de Lisboa, sugiro à congénere lisboeta que se pronuncie sobre o modelo de gestão do aeroporto de Pedras Rubras apresentado por aquela associação.
  2. João Moutinho, Comandante da TAP, e Pós-graduado em Transporte Aéreo, Aeroportos e Navegação Aérea, publicou há uns anos umas notas sobre a operação Portela + Alverca. Essas notas (que parece não terem custado os 500.000 euros que custou o estudo da TIS/CIP) estão disponíveis aqui.
  3. Seria útil que todos os candidatos à presidência da CML se pronunciassem sobre o destino a dar aos terrenos da Portela, caso se confirme a saída do aeroporto.
  4. Por fim, alguém sabe de quem são os terrenos da Portela? É que - diz-se - que os mesmos foram doados ao Estado para construção do aeroporto, o que pode significar que, saindo o aeroporto, aquilo volta para mãos privadas...

6 comentários:

Anónimo disse...

Os terrenos actualmente ocupados pelo aeroporto da Portela pertencem, na sua maioria, à Câmara Municipal de Lisboa, embora essa seja um questão que, ao que sei, é objecto de litígio em tribunal.
Uma parte menor (10 a 15%?) dos terrenos pertence a privados.

Nuno Santos Silva disse...

E os terrenos tornaram-se camarários como? Compra e Venda, Doação, etc?
É que se a doação foi condicionada à construção do aeroporto (doação modal), caso a CML queira fazer lá outra coisa, a propriedade reverte para o doador.
Por outro lado, desconhecia essa fatia de 10 a 15% de propriedade privada.

Anónimo disse...

Penso que um dos proprietários privados é o Dr. Roquette (ex presidente do Sporting).

Não sei, mas presumo, que os terrenos camarários tenham resultado de expropriação a privados, modelo muito em voga durante o consulado do Duarte Pacheco (cfr Vítor Matias Ferreira, "Lisboa: de Capital do Império a Centro da Metrópole").

Se bem me lembro, inclusive, essa figura da reversão existe mas é a favor da CML, ou seja, quando o Estado não precisar dos terrenos para uso aeroportuário.

Agora, uma questão MUITO INTERESSANTE é ver que não é preciso ter terrenos no aeroporto para beneficiar com a sua saída.

Repare: todos os terrenos localizados ob o cone de aproximação ao aeroporto estão sujeitos a limitações de altura. Estou a falar de terrenos localizados dentro e fora do Concelho (também em Loures, etc.).

Imagine os milhões de metros quadrados de construção a mais que poderão ser feitos em altura nesses terrenos depois de o aeroporto sair... Disto ninguém fala eh eh eh

Anónimo disse...

Mais uma coisa: a saída do aeroporto pode ajudar - e muito - à venda da Alta de Lisboa, que como toda a gente sabe está a correr muito mal. Ter um aeroporto ao lado não ajuda muito...

Nuno Santos Silva disse...

Nunca me tinha apercebido da questão urbanística resultante do desaparecimento do cone de aproximação das pistas do aeroporto... Mas é verdade!

Anónimo disse...

É verdade, é...

Pegue numa planta de Lisboa, desenhe os cones de aproximação às pistas em ambos os topos, e fica com uma ideia, só em Lisboa...

Mais simples, pode ver na planta do PDM onde é que há restrições devidas ao aeroporto... é muita fruta, milhões de metros quadrados de contrução que passa a ser possível...

Podem fazer espaço verde à vontade nas pistas, que não é por aí que o gato vais às filhozes...